quinta-feira, 22 de junho de 2017

Histórico do Colégio Estadual Barão de Antonina.

O Colégio Estadual Barão de Antonina resultou da fusão do Grupo Escolar “Barão de Antonina”, criado em 1912; da Escola Normal Colegial Estadual “Margarida Kirchner”, criada em 1958 e do Colégio Comercial Estadual “Professor José Gribosi”, criado em 1959. Houve a reorganização pelo Decreto nº 2785 de 04/01/77 e a fusão propriamente dita em 1983.

Recebeu a denominação Colégio “Barão de Antonina”, em homenagem a João da Silva Machado, o “Barão de Antonina”, fundador da cidade de Rio Negro.

Algumas imagens dos antigos prédios utilizados pelo colégio:





Antonina


antonina_antiga_47
Rua central nos anos 1930.
.
antonina571[1] porto
Antigo Porto sem data. 
.
antonina 1929
Antonina em 1929.
.
antonina vista serra antiga
Vista de Antonina sem data com o porto e o Armazém Matarazzo.
.
antonina_antiga_45 matarazzo
Armazém Matarazzo no Porto de Antonina.
.
antonina fotoa10
Vista da cidade e de parte da Estação Ferroviária sem data.
.
antonina-postal-antigo-parana-porto-e-baia-de-antonina-jws-1024x692

Cartão postal sem data de Antonina sem data.

Júlia Wanderley

Uma mulher protagonista em pleno século 19 que deixou seu nome escrito na história da educação paranaense. Júlia Wanderley Petriche era filha de Affonso Wanderley e de Laurinda da Souza Wanderley. Natural de Ponta Grossa, mudou-se para Curitiba com a família quando tinha somente três anos. Estudou com professores particulares antes de frequentar os colégios Curitiba, Saldanha, Nossa Senhora da Glória e Santo Inácio. Ingressou no curso secundário em 1889 no Ginásio Paranaense. A fase mais dura foi quando enfrentou todos os preconceitos sociais existentes contra as mulheres e matriculou-se na Escola Normal, em 1890. Naquele ano, liderou o movimento para o ingresso de moças no educandário, que até então era aberto somente para o sexo masculino. Foi a primeira mulher a se formar nessa instituição, em 1892. Diplomada como professora, ela foi designada para a 9.ª Cadeira de Instrução Primária de Curitiba. Durante 25 anos, dedicou-se ao magistério. Na maior parte desse tempo prestou serviços na Escola Tiradentes. Chegou a assessorar três secretários de educação.
1944

General Carneiro

Um dos principais nomes no Cerco da Lapa – episódio que veio a ser tratado por alguns historiadores como a principal razão para a República ser “salva” – o general Gomes Carneiro perdeu a vida durante a Revolução Federalista (1893 a 1895). Para outros pesquisadores, o que o Cerco da Lapa fez foi contribuir para a manutenção do Marechal Floriano Peixoto, chamado de “marechal de ferro”, como presidente do Brasil. Afinal, os revoltosos não deveriam, segundo quem defende esta tese, colocar por terra a República recém-instaurada – o objetivo seria tirar Peixoto do cargo. Gomes Carneiro comandou as tropas que impediram o avanço da Revolução Federalista no Sul do Brasil. Durante 26 dias, ele e sua tropa resistiram aos ataques dos 3 mil combatentes comandados por Gumercindo Saraiva. Pelo menos 500 pessoas morreram. Com a morte do comandante em fevereiro, a Lapa se rendeu e deixou a passagem aberta para que os revolucionários tomassem Curitiba. Mesmo com a derrota, o tempo perdido na Lapa contribuiu para que o Exército de Floriano se organizasse e conseguisse derrotar os federalistas. Veterano da Guerra do Paraguai, Carneiro ainda chefiou Comissão de Linhas Telegráficas na “Marcha para oeste”, de 1890 a 1892.
1957

David Carneiro

Ele subiu a Serra do Mar para se destacar na capital do estado como um dos principais nomes empresariais. Industrial da erva-mate, David Carneiro chegou a ocupar a cadeira da Associação Comercial do Paraná. Nascido em 1879, Carneiro, porém, só chegou onde chegou por insistência do pai, que possuía o mesmo nome. O sonho do então rapaz era continuar na carreira acadêmica e estudar – chegou a lecionar em Campinas, no estado de São Paulo. Mas por força familiar, ele seguiu na carreia comercial. Ainda de calças curtas, como diz a historiadora Maria Nicolas, foi caixeiro – a contragosto. Insistente, Carneiro retomou os estudos, mas a vida familiar o impediu de continuar. Com a cooperação de um grupo que incluía outros intelectuais, contribuiu para a fundação do jornal Gazeta do Povo, em 1919. Em 1923, também atuou na elaboração do periódico O Dia. Já a pesquisadora Camila Muzzillo aponta que a via é uma homenagem a outro David Carneiro (na foto), que tem o mesmo nome do pai, do avô e do bisavô. Ele assumiu a direção do engenho de erva-mate após o falecimento do pai até 1943. Membro do Centro de Letras do Paraná, do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense. Publicou vários trabalhos na área da história, filosofia, educação, religião, museologia e numismática.
1953

Barão do Serro Azul

Para não saquear Curitiba, as tropas federalistas que vinham do Rio Grande do Sul exigiam “empréstimos de guerra”. Foi nesse período que Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul, pagou aos federalistas para que a cidade não fosse alvo de saques. Com Vicente Machado em Castro, Serro Azul chegou a cuidar de Curitiba por meio de uma junta governativa. Considerava desnecessário derramar mais sangue. Por isso, decidiu negociar. Quando os legalistas – que defendiam o governo – retomaram Curitiba, mandaram prender Serro Azul e mais cinco companheiros sob a alegação de que deveriam ser julgados pelo Conselho Militar pela “ajuda” que teriam dado aos maragatos. Na noite do dia 20 de maio de 1894, foram levados de trem com o pretexto de que embarcariam em um navio com destino ao Rio de Janeiro, onde receberiam a sentença. Era uma emboscada. Todos foram executados no meio do caminho. Ainda não se tem uma resposta definitiva de quem teria ordenado a morte. Na capital, adquiriu e modernizou o engenho Iguaçu, além de inaugurar o Engenho Tibagi. Adquiriu a Typographya Paranaense, que mais tarde passou a se chamar Impressora Paranaense.
1960

Generoso Marques

Vindo de uma infância humilde, Generoso Marques dos Santos se esforçou para concluir os estudos. Formou-se pela Faculdade de Direito de São Paulo e após um ano, de volta a Curitiba, foi eleito deputado provincial. Sua trajetória política vai de figura com grande apoio e representatividade a exilado em tempos de Revolução Federalista. Essa transição começa em 1891, quando o Marechal Floriano Peixoto, ao ocupar o lugar de Deodoro da Fonseca na presidência da recente República, destitui vários governadores, incluindo Generoso Marques. Em 1894, as ideias da Revolução Federalista – que se opunham ao que era determinado pela presidência da República – chegaram ao Paraná. Generoso Marques viu a chance de voltar ao governo e se juntou aos ideólogos federalistas. Sem sucesso, ficou exilado em Buenos Aires durante alguns meses. Ao retornar, voltou a investir em sua carreira política. Além da Revolução Federalista, atuou também na Guerra do Contestado, como entusiasta do conflito armado. Expressava suas ideias através da política, advocacia e do jornalismo. Redigiu os jornais “O Paraná” e “A Federação” e fundou o “A Reforma”.
1923

Victor Ferreira do Amaral

Victor Ferreira do Amaral foi responsável por ações que beneficiaram a estrutura e a identidade cultural de Curitiba. Seu grande feito foi a idealização da Universidade do Paraná. Quando a instituição foi criada, ele disse que “o dia 19 de dezembro representou a emancipação política do Estado e deve também representar sua emancipação intelectual”. Como diretor da Faculdade de Medicina do Paraná, Victor Ferreira do Amaral foi responsável pela edificação da Maternidade do Paraná, instituição que hoje leva o seu nome. Ele também foi o primeiro reitor da universidade quando ela se tornou federal, em 1946. Nasceu na Lapa, em 1862. Como médico, jornalista, político e educador, sempre defendeu que todos os cidadãos merecem saúde e educação de qualidade. Sua carreira na administração do Estado passa por cargos como deputado estadual e federal, superintendente do ensino público e vice-presidente do Estado do Paraná. Escolheu o nome do município de Araucária, criou a cidade de Clevelândia e ajudou a elaborar a Constituição do Estado do Paraná de 1892.
1953

Vicente Machado

Quando as tropas federalistas avançavam pelo Paraná, no começo de janeiro de 1894, o então presidente do estado, Vicente Machado evadiu-se de Curitiba em direção a Castro. Ele chegou a transferir a capital do Paraná para aquela cidade, com medo da Revolução Federalista que chegava em Curitiba. Antes disso, com a proclamação da República em novembro de 1889, Machado ocupou uma série de cargos que o projetaram politicamente, como chefia de polícia do governo provisório, superintendência da instrução pública do estado e a presidência da Câmara Municipal de Curitiba. Foi também relator da conturbada assembleia constituinte do Paraná, em 1892. Foi com ele no cargo de presidente do Paraná que Barão do Serro Azul foi assassinado em uma emboscada após a Revolução Federalista – nunca se provou quem mandou matar o Barão. Apesar de ser acusado de abusos no exercício do poder, Vicente Machado conseguiu se eleger senador em 1895, substituindo Generoso Marques.
1950

Presidente Affonso Camargo

O guarapuavano Affonso Alves de Camargo teve uma longa trajetória na história política do Paraná. Além de promotor público e professor, Camargo foi deputado estadual e federal, vice-presidente do estado e chegou a exercer a presidência do Paraná no ano de 1916. Responsável por fundar o Banco do Estado do Paraná, acumulou polêmicas ao longo de sua vida pública. Durante a Guerra do Contestado (1912-1916), nos planaltos paranaense e catarinense, ocupando o cargo de vice-presidente do Paraná, Camargo defendeu o grupo empresarial Lumber, que era subsidiária da empresa norte-americana Brazil Railway Company e tinha o objetivo de explorar madeira e vender os terrenos para imigrantes europeus. O detalhe é que essas terras já estavam ocupadas por caboclos que habitavam a região. O historiador Walmor Marcellino escreve que o irmão de Camargo, Marins, possuía terras na região. Camargo ainda foi senador da República e presidente do Paraná novamente em 1928, sem cumprir todo o mandato por causa da Revolução de 1930. Devido ao avanço das tropas revolucionárias, abandonou a cidade em direção a Paranaguá. Em poucas horas, a Revolução de 1930 se instalou no Paraná e caminhava para seu desfecho 20 dias depois, com Getúlio Vargas assumindo o cargo de presidente do Brasil.
1952