O Colégio Estadual Barão de Antonina resultou da fusão do Grupo Escolar
“Barão de Antonina”, criado em 1912; da Escola Normal Colegial Estadual
“Margarida Kirchner”, criada em 1958 e do Colégio Comercial Estadual
“Professor José Gribosi”, criado em 1959. Houve a reorganização pelo
Decreto nº 2785 de 04/01/77 e a fusão propriamente dita em 1983.
Recebeu a denominação Colégio “Barão de Antonina”, em homenagem a João
da Silva Machado, o “Barão de Antonina”, fundador da cidade de Rio
Negro.
Algumas imagens dos antigos prédios utilizados pelo colégio:
fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado
quinta-feira, 22 de junho de 2017
Antonina
Rua central nos anos 1930.
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Antigo Porto sem data.
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Antonina em 1929.
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Vista de Antonina sem data com o porto e o Armazém Matarazzo.
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Armazém Matarazzo no Porto de Antonina.
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Vista da cidade e de parte da Estação Ferroviária sem data.
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Cartão postal sem data de Antonina sem data.
Júlia Wanderley
Uma mulher protagonista em pleno século 19
que deixou seu nome escrito na história da educação paranaense. Júlia
Wanderley Petriche era filha de Affonso Wanderley e de Laurinda da Souza
Wanderley. Natural de Ponta Grossa, mudou-se para Curitiba com a
família quando tinha somente três anos.
Estudou com professores particulares antes de frequentar os colégios
Curitiba, Saldanha, Nossa Senhora da Glória e Santo Inácio. Ingressou no
curso secundário em 1889 no Ginásio Paranaense.
A fase mais dura foi quando enfrentou todos os preconceitos sociais
existentes contra as mulheres e matriculou-se na Escola Normal, em 1890.
Naquele ano, liderou o movimento para o ingresso de moças no
educandário, que até então era aberto somente para o sexo masculino. Foi
a primeira mulher a se formar nessa instituição, em 1892.
Diplomada como professora, ela foi designada para a 9.ª Cadeira de
Instrução Primária de Curitiba. Durante 25 anos, dedicou-se ao
magistério. Na maior parte desse tempo prestou serviços na Escola
Tiradentes. Chegou a assessorar três secretários de educação.
1944
General Carneiro
Um dos principais nomes no Cerco da Lapa –
episódio que veio a ser tratado por alguns historiadores como a
principal razão para a República ser “salva” – o general Gomes Carneiro
perdeu a vida durante a Revolução Federalista (1893 a 1895). Para outros
pesquisadores, o que o Cerco da Lapa fez foi contribuir para a
manutenção do Marechal Floriano Peixoto, chamado de “marechal de ferro”,
como presidente do Brasil. Afinal, os revoltosos não deveriam, segundo
quem defende esta tese, colocar por terra a República recém-instaurada –
o objetivo seria tirar Peixoto do cargo.
Gomes Carneiro comandou as tropas que impediram o avanço da Revolução
Federalista no Sul do Brasil. Durante 26 dias, ele e sua tropa
resistiram aos ataques dos 3 mil combatentes comandados por Gumercindo
Saraiva. Pelo menos 500 pessoas morreram. Com a morte do comandante em
fevereiro, a Lapa se rendeu e deixou a passagem aberta para que os
revolucionários tomassem Curitiba. Mesmo com a derrota, o tempo perdido
na Lapa contribuiu para que o Exército de Floriano se organizasse e
conseguisse derrotar os federalistas.
Veterano da Guerra do Paraguai, Carneiro ainda chefiou Comissão de
Linhas Telegráficas na “Marcha para oeste”, de 1890 a 1892.
1957
David Carneiro
Ele subiu a Serra do Mar para se destacar
na capital do estado como um dos principais nomes empresariais.
Industrial da erva-mate, David Carneiro chegou a ocupar a cadeira da
Associação Comercial do Paraná. Nascido em 1879, Carneiro, porém, só
chegou onde chegou por insistência do pai, que possuía o mesmo nome. O
sonho do então rapaz era continuar na carreira acadêmica e estudar –
chegou a lecionar em Campinas, no estado de São Paulo.
Mas por força familiar, ele seguiu na carreia comercial. Ainda de calças
curtas, como diz a historiadora Maria Nicolas, foi caixeiro – a
contragosto. Insistente, Carneiro retomou os estudos, mas a vida
familiar o impediu de continuar. Com a cooperação de um grupo que
incluía outros intelectuais, contribuiu para a fundação do jornal Gazeta
do Povo, em 1919. Em 1923, também atuou na elaboração do periódico O
Dia.
Já a pesquisadora Camila Muzzillo aponta que a via é uma homenagem a
outro David Carneiro (na foto), que tem o mesmo nome do pai, do avô e do
bisavô. Ele assumiu a direção do engenho de erva-mate após o
falecimento do pai até 1943. Membro do Centro de Letras do Paraná, do
Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense. Publicou
vários trabalhos na área da história, filosofia, educação, religião,
museologia e numismática.
1953
Barão do Serro Azul
Para não saquear Curitiba, as tropas
federalistas que vinham do Rio Grande do Sul exigiam “empréstimos de
guerra”. Foi nesse período que Ildefonso Pereira Correia, o Barão do
Serro Azul, pagou aos federalistas para que a cidade não fosse alvo de
saques. Com Vicente Machado em Castro, Serro Azul chegou a cuidar de
Curitiba por meio de uma junta governativa. Considerava desnecessário
derramar mais sangue. Por isso, decidiu negociar. Quando os legalistas –
que defendiam o governo – retomaram Curitiba, mandaram prender Serro
Azul e mais cinco companheiros sob a alegação de que deveriam ser
julgados pelo Conselho Militar pela “ajuda” que teriam dado aos
maragatos. Na noite do dia 20 de maio de 1894, foram levados de trem com
o pretexto de que embarcariam em um navio com destino ao Rio de
Janeiro, onde receberiam a sentença. Era uma emboscada. Todos foram
executados no meio do caminho. Ainda não se tem uma resposta definitiva
de quem teria ordenado a morte.
Na capital, adquiriu e modernizou o engenho Iguaçu, além de inaugurar o
Engenho Tibagi. Adquiriu a Typographya Paranaense, que mais tarde passou
a se chamar Impressora Paranaense.
1960
Generoso Marques
Vindo de uma infância humilde, Generoso
Marques dos Santos se esforçou para concluir os estudos. Formou-se pela
Faculdade de Direito de São Paulo e após um ano, de volta a Curitiba,
foi eleito deputado provincial. Sua trajetória política vai de figura
com grande apoio e representatividade a exilado em tempos de Revolução
Federalista. Essa transição começa em 1891, quando o Marechal Floriano
Peixoto, ao ocupar o lugar de Deodoro da Fonseca na presidência da
recente República, destitui vários governadores, incluindo Generoso
Marques.
Em 1894, as ideias da Revolução Federalista – que se opunham ao que era
determinado pela presidência da República – chegaram ao Paraná. Generoso
Marques viu a chance de voltar ao governo e se juntou aos ideólogos
federalistas. Sem sucesso, ficou exilado em Buenos Aires durante alguns
meses. Ao retornar, voltou a investir em sua carreira política.
Além da Revolução Federalista, atuou também na Guerra do Contestado,
como entusiasta do conflito armado. Expressava suas ideias através da
política, advocacia e do jornalismo. Redigiu os jornais “O Paraná” e “A
Federação” e fundou o “A Reforma”.
1923
Victor Ferreira do Amaral
Victor Ferreira do Amaral foi responsável
por ações que beneficiaram a estrutura e a identidade cultural de
Curitiba. Seu grande feito foi a idealização da Universidade do Paraná.
Quando a instituição foi criada, ele disse que “o dia 19 de dezembro
representou a emancipação política do Estado e deve também representar
sua emancipação intelectual”. Como diretor da Faculdade de Medicina do
Paraná, Victor Ferreira do Amaral foi responsável pela edificação da
Maternidade do Paraná, instituição que hoje leva o seu nome. Ele também
foi o primeiro reitor da universidade quando ela se tornou federal, em
1946.
Nasceu na Lapa, em 1862. Como médico, jornalista, político e educador,
sempre defendeu que todos os cidadãos merecem saúde e educação de
qualidade. Sua carreira na administração do Estado passa por cargos como
deputado estadual e federal, superintendente do ensino público e
vice-presidente do Estado do Paraná. Escolheu o nome do município de
Araucária, criou a cidade de Clevelândia e ajudou a elaborar a
Constituição do Estado do Paraná de 1892.
1953
Vicente Machado
Quando as tropas federalistas avançavam
pelo Paraná, no começo de janeiro de 1894, o então presidente do estado,
Vicente Machado evadiu-se de Curitiba em direção a Castro. Ele chegou a
transferir a capital do Paraná para aquela cidade, com medo da
Revolução Federalista que chegava em Curitiba.
Antes disso, com a proclamação da República em novembro de 1889, Machado
ocupou uma série de cargos que o projetaram politicamente, como chefia
de polícia do governo provisório, superintendência da instrução pública
do estado e a presidência da Câmara Municipal de Curitiba. Foi também
relator da conturbada assembleia constituinte do Paraná, em 1892.
Foi com ele no cargo de presidente do Paraná que Barão do Serro Azul foi
assassinado em uma emboscada após a Revolução Federalista – nunca se
provou quem mandou matar o Barão. Apesar de ser acusado de abusos no
exercício do poder, Vicente Machado conseguiu se eleger senador em 1895,
substituindo Generoso Marques.
1950
Presidente Affonso Camargo
O guarapuavano Affonso Alves de Camargo
teve uma longa trajetória na história política do Paraná. Além de
promotor público e professor, Camargo foi deputado estadual e federal,
vice-presidente do estado e chegou a exercer a presidência do Paraná no
ano de 1916. Responsável por fundar o Banco do Estado do Paraná,
acumulou polêmicas ao longo de sua vida pública.
Durante a Guerra do Contestado (1912-1916), nos planaltos paranaense e
catarinense, ocupando o cargo de vice-presidente do Paraná, Camargo
defendeu o grupo empresarial Lumber, que era subsidiária da empresa
norte-americana Brazil Railway Company e tinha o objetivo de explorar
madeira e vender os terrenos para imigrantes europeus. O detalhe é que
essas terras já estavam ocupadas por caboclos que habitavam a região. O
historiador Walmor Marcellino escreve que o irmão de Camargo, Marins,
possuía terras na região.
Camargo ainda foi senador da República e presidente do Paraná novamente
em 1928, sem cumprir todo o mandato por causa da Revolução de 1930.
Devido ao avanço das tropas revolucionárias, abandonou a cidade em
direção a Paranaguá. Em poucas horas, a Revolução de 1930 se instalou no
Paraná e caminhava para seu desfecho 20 dias depois, com Getúlio Vargas
assumindo o cargo de presidente do Brasil.
1952
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