CURITIBA E PARANA EM FOTOS ANTIGAS

sábado, 31 de março de 2018

Palácio Dezenove de Dezembro

O conjunto da Assembleia Legislativa integrou a proposta original do Centro Cívico e foi projetado pelo arquiteto Olavo Redig de Campos. A crise econômica da década de 1950 retardou a conclusão da obra e, somente em 26 de janeiro de 1963, o Palácio 19 de Dezembro foi inaugurado. Outros 23 anos foram necessários para que o legislativo estadual concluísse suas instalações físicas: em 1975, ficou pronto o Edifício do Plenário e, em 1986, o Edifício Presidente Tancredo Neves. O Palácio 19 de Dezembro, exemplar de grande qualidade da arquitetura modernista de Curitiba, é tombado pelo Patrimônio Estadual juntamente com os demais edifícios da Assembleia Legislativa do Paraná

Palácio da Justiça

Durante a construção do Centro Cívico, o então Edifício das Secretarias, concebido para abrigar sete secretarias estaduais, teve sua destinação alterada, transformando-se em Palácio da Justiça, com redução dos 30 andares iniciais para doze. O projeto, de autoria de Sérgio Roberto Santos Rodrigues, foi readequado e a obra concluída em 1962.

Mesmo com a diminuição do número de pavimentos, o Palácio da Justiça mantém sua imponência, sendo o edifício mais alto do Centro Cívico. Colaboram com tal característica, os pilotis monumentais em mármores e a presença dos brises em sua fachada, elementos característicos da arquitetura modernista. O Palácio da Justiça, como todo o Centro Cívico, é tombado pelo Patrimônio Estadual.

Palácio Rio Branco

No Paraná, o início da República despertou a necessidade do Estado de possuir sedes adequadas dos poderes executivo e legislativo. Com este objetivo, é adquirido o Palacete Weiss para o Palácio do Governo e construída a sede da Assembleia Legislativa. O Palácio do Congresso, projetado pelo engenheiro Ernesto Guaita, é o primeiro exemplar da arquitetura oficial republicana no Paraná.

Em 1963, após a transferência do legislativo estadual para o Centro Cívico, a Câmara Municipal ocupa o imponente edifício, que passa a ser chamado de Palácio Rio Branco. Em 1972, foi inaugurado um anexo, de autoria do arquiteto Cyro de Oliveira Lyra, destinado às atividades administrativas e aos gabinetes dos vereadores.

O Palácio Rio Branco é tombado pelo patrimônio estadual.

Palácio da Liberdade

O Palácio da Liberdade já abrigou muitas atividades, mas originalmente era a residência de Leopoldo Ignácio Weiss, então engenheiro dos Correios e Telégrafos. O projeto arquitetônico é assinado por Ernesto Guaita, engenheiro italiano com importante atuação profissional em Curitiba. A imponência e o requinte construtivo do Palacete Weiss chamaram a atenção do Poder Público que a adquiriu e a transformou em Palácio do Governo Estadual, no início da República. Em 1938, a sede do executivo é transferida e a edificação passa a abrigar a Chefatura de Polícia, a Secretaria de Interior e Justiça e, mais recentemente, o Museu de Imagem e do Som. É tombado pelo Patrimônio Estadual.

Palácio São Francisco

Paço da Liberdade

Desde o início da República, a Prefeitura de Curitiba ocupou, junto com a Câmara Municipal, diversos imóveis alugados. A sede própria do executivo e legislativo municipal é projetada em 1913 e sua inauguração ocorre em 24 de fevereiro de 1916. Considerado, na época, o nosso Hotel de Ville, o Paço tem seu projeto assinado pelo próprio prefeito, Candido Ferreira de Abreu. Na equipe técnica constam nomes de peso, como Roberto Lacombe, responsável pelas esculturas e ornamentações, e Eduardo Fernando Chaves, fiscal da obra.

Em 1955, a Câmara Municipal transfere-se para a sua atual sede na Rua Barão do Rio Branco. Já a prefeitura permanece no edifício até 1969, quando se muda para o Palácio 29 de Março, no Centro Cívico. Entre 1974 e 2002, abriga o Museu Paranaense. Em 29 de março de 2009, no aniversário de Curitiba, o Paço da Liberdade é entregue à população, totalmente revitalizado, abrigando um espaço cultural gerenciado pelo SESC.

É o único edifício de Curitiba tombado nas esferas nacional, estadual e municipal, fato que demonstra a sua relevância histórica e arquitetônica.

Rua Comendador Araújo

A Rua Comendador Araújo tem origem na construção da Estrada do Mato Grosso, iniciada em 15 de abril de 1871. Este caminho começa na Rua das Flores, atual Luiz Xavier, e em seu percurso define a Praça Osório e a rua Nova que leva para o Mato Grosso, a rua do Oceano Pacífico ou a rua Comendador Araújo. Estabelecendo-se como via de ligação entre a capital e o interior do Paraná, a Comendador Araújo desenvolve-se rapidamente. Está situada na continuação da Avenida do Batel, onde se encontravam vários moinhos de erva-mate, produto que, na passagem do século XIX para o XX, alavancou a economia paranaense. Esta geografia beneficia a implantação de moderna infraestrutura e a Comendador Araújo, já consolidada no núcleo urbano em 1894, recebe pavimentação, linha de bondes, iluminação pública e abriga casas comerciais importantes e residências de grande requinte. Na década de 1920, a Comendador Araújo é considerada um elegante logradouro e sempre retratada em matérias sobre Curitiba.

A sofisticação ainda caracteriza a Comendador Araújo, que conserva exemplares significativos do patrimônio edificado de Curitiba. A importância desta rua é reconhecida e seu conjunto urbano tombado pelo Patrimônio Estadual, em 2004. Em 2014, é revitalizada e ganha nova iluminação pública e mobiliário urbano, formando com a Rua XV de Novembro e a Praça Ozório um conjunto urbanisticamente valorizado no centro da cidade, que reflete sua importância na história da cidade.

Rua Marechal Deodoro

A Marechal Deodoro é uma das ruas mais antigas da cidade e surgiu com a expansão territorial na direção sul, a partir da Praça Tiradentes. A então "Rua Nova da Carioca", posicionada no prolongamento da "Rua da Entrada" (Emiliano Perneta), foi consolidando-se ao longo dos anos como o acesso mais direto para os que vinham do interior. Com esta posição estratégica, a função inicial de ligação da pequena vila com as águas do Rio Ivo transforma-se e, em meados do século XIX, ela já é conhecida como a "Rua do Comércio".

O mapa de 1857 mostra a "Rua do Comércio", com início no Rio Ivo, onde atualmente encontra-se a Praça Zacarias. No desenho é possível constatar também que ela, a "Rua das Flores" (atual XV de Novembro) e a face frontal da antiga Matriz são paralelas entre si e perpendiculares à Rua da Assembleia (hoje, Dr. Muricy). Este ângulo reto torna-se uma referência para os arruamentos posteriores, como pode ser visto no Mapa de 1927.

No final da década de 1920, a agora Rua Marechal Deodoro encontra-se plenamente inserida na malha urbana de Curitiba. A vocação comercial, que impôs em meados do século XIX a denominação de "Rua do Comércio", permanece. Cada vez mais, lojas, bancos e escritórios escolhem a Marechal Deodoro como seu endereço, fator que, aliado à sua localização central, faz com que receba continuamente melhorias em sua infraestrutura.

A partir do final da década de 1940, o centro de Curitiba sofre um acentuado processo de verticalização e a Marechal Deodoro apresenta uma grande renovação em sua paisagem.

São poucos edifícios remanescentes da passagem do século XIX para o XX. Os mais significativos são: a antiga casa da família Lustosa, de 1881, na esquina com a Rua Barão do Rio Branco; e a atual Capela Santa Maria (1939), espaço cultural dedicado à música erudita, pertencente à Fundação Cultural de Curitiba, localizado na esquina da Rua Conselheiro Laurindo.

Entre os arranha-céus, pode-se destacar o conjunto Galeria Lustoza e Edifício Visconde de Taunay; o Shopping Itália; o edifício da Delegacia Regional da Receita Federal; a sede da Procuradoria da República e o edifício-sede do Citibank.