Mas a rua 3333 tinha um significado. Era o lugar de passagem. Ela ligava o final da Rua Pedro Gusso com a Estrada Velha de Araucária. Portanto, era caminho para o Passaúna, para o lago Pianowski, São Miguel e Colônia Thomaz Coelho.
RUA 3333
Eu não sei por que a Rua 3333 tinha esse nome. Não existia a rua 3332, nem a 3334. Mas a 3333 existia. E, apesar do nome que indica grandeza, ela era pequena, era uma rua de apenas duas quadras. Era a rua que dava acesso à estação ferroviária do Barigui. Uma rua que enquanto levou esse nome não foi pavimentada senão por pedras e saibro.
Mas a rua 3333 tinha um significado. Era o lugar de passagem. Ela ligava o final da Rua Pedro Gusso com a Estrada Velha de Araucária. Portanto, era caminho para o Passaúna, para o lago Pianowski, São Miguel e Colônia Thomaz Coelho.
E a presença da estação Barigui e da ferrovia davam à rua 3333 uma característica peculiar. Um ar de colônia antiga, de lugar incomum.
A rua 3333 era também um aviso de chegada, quando transitávamos por ela, na volta, no sentido inverso. Era passagem na ida, era passagem na volta.
A rua 3333 não existe mais. Não com este nome e não com essas características. Agora ela tem outro nome, é asfaltada, não existem mais as velhas casas de madeira, nem mesmo a estação, sequer os trilhos. Mas ela permanecerá na memória como um belo e bucólico lugar de passagem.
(Gilmar Ferreira-Verlinden)
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No início do prolongamento da antiga estrada do Capão Raso, hoje Pedro Gusso, na primeira casa, havia uma placa de nome de rua (feita de latão, com fundo verde e letras brancas) que dizia: Rua (espaço em branco) 3333 (em letras garrafais) – Vila Nossa Senhora da Luz dos Pinhais (embaixo, com letras pequenas). Foi inevitável chamar essa rua de 3333, graças a uma placa com informações ambíguas. Provavelmente, 3333 era o número da casa, mas a placa deixava dúvidas.
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