segunda-feira, 4 de abril de 2022

O P E N E T R A "Os 'penetras' de clubes sempre renderam boas histórias. No Graciosa Country Club, a atual Diretoria quebrou o hábito dos associados de não portar carteira social. Agora só passa pela portaria com a carteirinha.

 O P E N E T R A
"Os 'penetras' de clubes sempre renderam boas histórias. No Graciosa Country Club, a atual Diretoria quebrou o hábito dos associados de não portar carteira social. Agora só passa pela portaria com a carteirinha.


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"Os 'penetras' de clubes sempre renderam boas histórias. No Graciosa Country Club, a atual Diretoria quebrou o hábito dos associados de não portar carteira social. Agora só passa pela portaria com a carteirinha.

Pegou muita gente de surpresa e não foi raro assistir alguns episódios de prepotência.
Broncas homéricas que geralmente partiam dos próprios penetras.

Lembro do Clube Curitibano em noite de festa. Naquele começo de década de 1950 fazia parte da administração do Clube, instalado em sua magnífica sede, na Barão do Rio Branco. Na época era a maravilha da cidade.

Quando tinha baile, a entrada do Clube ficava tão cheia que até impedia a passagem do barulhento bonde que por ali trafegava. Os grandes bailes a rigor transformavam o salão de festas do 2° andar. Não era rara, também, a figura do "penetra", quase sempre detectada pelos antigos funcionários do Clube.

Eolo, Pedro, Bóris... Eles chegavam para mim e diziam "O Sr. está vendo aquele casal, dançando naquele lugar? O vestido da moça é de tal cor, está vendo ? Pois é... aquele cara não é sócio". Geralmente as observações eram feitas da galeria que dominava o salão.

Discretamente, mandava chamar o "cara" e disparava a clássica pergunta: "O senhor é sócio do clube?... 'e retirava o "penetra'. Sempre nos preocupávamos em saber como ocorrera a entrada dele. Até aí, tudo igual, como acontece em qualquer clube. Mas teve uma vez que um penetra ficou marcado, tal a astúcia utilizada para furar bloqueio da portaria.

Era um rapaz, estudante de medicina recém chegado na cidade. Havia deixado o interior de São Paulo, para fazer Universidade em Curitiba. Sempre alimentara desejo de saber como era uma 'festa de grã-fino'.

'Habituê da galera' que ficava na Barão do Rio Branco, em várias noites de sereno, ele descobriu que o serviço de bar do Curitibano era o mesmo que o usado pela 'Caverna Curitiba', uma boca que havia no sub-solo do Clube.

Todos os garçons eram os mesmos. E, para completar, o Clube não tinha entrada de serviço, os funcionários passavam do sub-solo ao bar do Salão de Festas pela mesma entrada dos sócios, ou seja, a porta principal.

Estava tudo ao seu favor.

Pressionado, acabou contando toda a trama: "Arranjei esta beca na Riachuelo", disse, referindo-se ao 'smoking', um pouco surrado. "Na minha pensão peguei uma toalha de prato, coloquei no braço e, como os garçons, entrei tranqüilo", continuou. "E onde está a toalha?", interroguei. "Joguei na privada do 4º andar", concluiu.

Hoje, o ex-penetra é renomado médico em Curitiba e acabou sendo sócio do Curitibano.
Virou 'grã-fino'. "

(Autor: Antenor Vieira Barradas, hoje é empresario do ramo imobiliário em Curitiba / Extraído de: 300 Histórias de Curitiba)

Paulo Grani

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