sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

No tempo das jardineiras Os primeiros registros sobre o serviço de transporte coletivo de Araucária remontam à década de 1930.

 No tempo das jardineiras
Os primeiros registros sobre o serviço de transporte coletivo de Araucária remontam à década de 1930.

No tempo das jardineiras
Os primeiros registros sobre o serviço de transporte coletivo de Araucária remontam à década de 1930. Constam no acervo do Arquivo Histórico algumas fotos que nos remetem ao tempo em que as jardineiras circularam pela cidade. Jardineira é um termo popularmente usado pelos brasileiros para se referir a veículos coletivos que antigamente transportavam passageiros. Uma das características marcantes deste tipo de veículo era o capô dianteiro similar a de um caminhão.
Um dos documentos do Arquivo Histórico que nos dá certa dimensão de como funcionava o transporte coletivo nos primeiros tempos, consta no "Livro de Registro de Contractos e Propostas da Prefeitura Municipal". Neste, além de propostas para fornecimento de tijolos, cal e mão de obra para construção do muro do Cemitério Municipal, encontramos a proposta para construção do Coreto na Praça Dr. Vicente Machado, bem como a proposta e o termo de contrato para a exploração do serviço de transporte coletivo entre a Estação de Araucária e a sede do município.
O ano é 1936. O prefeito é o Sr. Odorico Franco Ferreira. A única proposta enviada e aceita para o edital é feita pelo Sr. Angelo Rigolino, que apresenta-se como requerente, colocando à disposição para o serviço um carro jardineira, com capacidade para dez passageiros, montada em chassis Chevrolet. O preço da passagem seria de oitocentos réis a simples, sendo que a passagem de ida e volta, com transporte gratuito de até quinze quilos de bagagem, sairia por mil e quinhentos réis. Ficaria acordado que o ponto de estacionamento seria a Praça Dr. Vicente Machado, e que menores entre três e seis anos deveriam pagar meia passagem, sendo gratuita a passagem para menores de três anos. Funcionários municipais em serviço deveriam receber passagem gratuita. O presente contrato teria a duração de dois anos.
Por meio de fotos e relatos sabemos sobre outros pioneiros do transporte público no município, anteriores e posteriores ao citado no documento oficial acima.
Sobre o trabalho de seu avô Luiz Franceschi, em entrevista concedida à Rádio Iguaçu para o programa “Boca da Saudade”, realizada pelos entrevistadores Gláucio Karas e Luiz Panek, em 1997, Pedro Lilito Franceschi comenta:
"Meu avô fundou a empresa em 1936 ... 34, por aí, através de uma concorrência pública que ele ganhou [...] A empresa de Araucária foi nossa por muitos e muitos anos, até 1971, quando nós resolvemos vendê-la e fundar a Arautur Turismo Ltda."
Também o Sr. Roberto Trauczynski compartilha uma lembrança em que seu pai, Aleixo, teria sido "proprietário do primeiro ônibus (diligência) de transporte do trajeto Araucária à Estação." (TRAUCZYNSKI. Cezar. Personagens de Araucária em gente que fez, gente que faz. 2002.p.111)
Em tempo, ainda podemos citar os serviços do Sr. Oscar da Silva Lisbôa, mais conhecido como Oscarzinho, que segundo registros oficiais e relatos de antigos moradores, também tinha um veículo (diligência) que realizava serviço de transporte entre o bairro Estação e a "vila", (denominação usada para se referir ao centro da cidade antigamente).
(Texto escrito por Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono - historiadoras)
(Legendas das fotografias:
1 - Os primeiros coletivos de Araucária e Colombo, de propriedade de Luiz Franceschi,1938
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
2 - Jardineira de propriedade de Aleixo Trauczynski, década de 1930
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.)

Nenhuma descrição de foto disponível.
Os primeiros coletivos de Araucária e Colombo, de propriedade de Luiz Franceschi,1938
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Jardineira de propriedade de Aleixo Trauczynski, década de 1930
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

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