Historiar sobre os primeiros tempos do transporte coletivo em Araucária se dá pelo acesso a memórias que emergem de um grupo, que do ir e vir de suas viagens, pode relatar sobre períodos de muitas dificuldades e transtornos.
Nos percursos de uma lembrança
Historiar sobre os primeiros tempos do transporte coletivo em Araucária se dá pelo acesso a memórias que emergem de um grupo, que do ir e vir de suas viagens, pode relatar sobre períodos de muitas dificuldades e transtornos. Hoje em dia, certas narrativas podem até soar como pitorescas, porém, é fato que principalmente para os trabalhadores envolvidos nesta atividade, entre eles motoristas e cobradores, não foram períodos nada fáceis.
Dos meios de transporte público no Brasil nos dias atuais, o ônibus é o que mais se destaca. Ele “aposentou” os trens devido a opção do país em investir em rodovias, o que ocorreu aliado à crescente entrada de grandes fabricantes de automóveis a partir da década de 1950. Desde então, foi se construindo no imaginário popular a sensação de que a rodovia era um fator de modernidade, enquanto a “ferrovia virava símbolo do passado”.
Em nossas referências documentais para tratar deste tema a nível local, infelizmente ainda temos poucas entrevistas, sendo que nossa intenção é ampliar este acervo. Nosso principal material arquivado atualmente são fotos que caprichosamente foram tiradas para recordação de momentos, de situações e lugares especiais. Na maioria das fotos ganha destaque o ônibus como “símbolo de modernidade”, acompanhado por seu condutor, emoldurando uma lembrança de trabalho, tradicionalmente encontrada em acervos pessoais de quem exerceu ou ainda exerce a profissão de motorista de ônibus.
Sobre a Empresa Araucária, Antônio João Franceschi, fez um relato mencionando sobre seu pai Luiz Franceschi, fundador da empresa Araucária :
(…) “O pai trabalhou na empresa, como proprietário e motorista, por 15 anos, até 1949, quando vendeu aos filhos, Vitório, Pedro e José. A organização tinha o nome de Empresa Curitiba- Araucária.”(…)
(…) “Em nossa cidade fundou a linha Curitiba à Araucária, em 1934, contando com os horários de partida às 8:00 horas e retorno às 16:00 horas, sendo o pai o próprio motorista”.(…)
(...)“Quando a empresa ainda pertencia a meu pai, trabalhei primeiro como cobrador, depois fui mecânico em seguida passei a motorista.” (…)
(...)“Quando chovia as viagens eram difíceis. As estradas viravam puro barro e o trajeto relativamente pequeno (25 quilômetros) demorava de 5 a 8 horas”. “ (…) Era preciso usar correntes nos pneus e muitas vezes os passageiros tinham que descer para ajudar a desencalhar e empurrar o ônibus".(...)
(in : TRAUCZYNSKI, Cezar. Coluna Gente que fez, gente que faz. 2000)
(Texto escrito por Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono - historiadoras)
(Legendas das fotografias:
1 - Ônibus da Empresa Araucária, fundada pela família Franceschi na década de 1930. A foto é de 1960
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
2 - Ônibus da Empresa Araucária. Na foto, Pedro Raphael Franceschi e crianças, 1941
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
3 - Ônibus encalhado na antiga estrada do Barigui, atual Rua Victório Sfendrych. Sem data
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
4 - Na época da 2ª guerra Mundial, pela escassez de combustíveis, a Empresa Araucária também utilizou-se de ônibus a gasogênio. Para operá-lo, era necessário que o motorista se tornasse um misto de carvoeiro e mecânico; às voltas com sacos de carvão, grelhas, filtros, ventoinhas, tudo sob uma densa poeira negra. A foto é de 1940
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.)
Ônibus da Empresa Araucária, fundada pela família Franceschi na década de 1930. A foto é de 1960
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
Ônibus da Empresa Araucária. Na foto, Pedro Raphael Franceschi e crianças, 1941
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
Ônibus encalhado na antiga estrada do Barigui, atual Rua Victório Sfendrych. Sem data
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
Na época da 2ª guerra Mundial, pela escassez de combustíveis, a Empresa Araucária também utilizou-se de ônibus a gasogênio. Para operá-lo, era necessário que o motorista se tornasse um misto de carvoeiro e mecânico; às voltas com sacos de carvão, grelhas, filtros, ventoinhas, tudo sob uma densa poeira negra. A foto é de 1940
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
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