Tenente-Brigadeiro-do-Ar Theobaldo Antonio Kopp - In Memoriam
Nasceu no dia 28/05/1918 em Curitiba/PR, filho de Paulo e Adelaide Haver Kopp.
Diploma do Kopp da sua viagem em 1924 (6 anos de idade) no navio de bandeira alemã, «Monte Sarmiento», pertencente à casa armadora Hamburg-Sudamerikanische Linien:
Esse navio teve vários irmãos (ou navios da mesma classe), que todos eles tiveram, curiosamente, um fim desastroso : o «Monte Cervantes», o «Monte Olivia», o «Monte Pascoal» e o «Monte Rosa».
Construído nos reputados estaleiros hamburgueses da firma Blohm und Voss, o «Monte Sarmiento» tinha 13.625 toneladas e media 159,70 metros de comprimento por 20,10 metros de boca, sendo, ao mesmo tempo, por alguns meses, o maior navio a motor até então construído. A sua propulsão era assegurada por 2 máquinas diesel de 6 800 cv e por 2 hélices que lhe facultavam uma velocidade de cruzeiro da ordem dos 14 nós.
Este navio teve sua carreira na América do Sul e podia acolher perto de 2.500 passageiros (distribuídos por classes distintas) e tinha capacidade para transportar carga frigorífica.
Lançado ao mar a 31 de Julho de 1924, o «Monte Sarmiento» navegou até o início da Segunda Guerra Mundial, evento que paralisou grande parte a frota mercante alemã.
Mobilizado pelas forças armadas nazistas, este navio foi transformado em aquartelamento flutuante e estacionado no porto de Kiel.
No dia 26 de Fevereiro de 1942, na sequência de violento bombardeamento por aviões da R.A.F., o «Monte Sarmiento» foi várias vezes alvejado, acabando por incendiar-se e afundou.
O número de mortos a bordo nunca foi corretamente comunicado pelos serviços de propaganda nazista, mas pensa-se que não foi inferior a 120.
A carcaça deste navio foi reemergida e levada para o porto de Hamburgo em 1943 e ali desmantelada.
Curiosidade: a casa armadora deste navio alemão ainda existe e tem, hoje, ao seu serviço uma unidade (um porta-contentores) com o mesmo nome do malogrado navio que aqui sucintamente apresentamos.
Foi aluno do Colégio Militar do Rio de Janeiro (na imagem dele sem uniforme).
Diploma do Kopp de Agrimensor.
Curso Técnico feito no Colégio Militar do Rio de Janeiro em 1937:
Para quem não sabe, quem faz esse curso está legalmente habilitado para medir, dividir e/ou demarcar terras ou propriedades rurais. Até 1938 os Colégios Militares do Brasil preparavam seus alunos para saírem de lá com uma profissão, uma inovação na Educação na época.
*Na reorganização do Exército, promovida em 1905, o Ministro da Guerra Marechal Argollo justifica, em uma perspectiva assistencial, o resgate desse título:
"Outra vantagem do atual regulamento é a concessão da carta de agrimensor aos alunos que concluírem o curso [...] Assim o aluno que concluir o curso do colégio, e especialmente o órfão militar para quem foi ele criado, e que em geral não dispõe de recursos para continuar em seus estudos nas escolas civis, não ficará desamparado, o colégio lhe concederá o título de agrimensor, dando-lhe desde logo uma profissão."
(RELATÓRIO DO MINISTRO DA GUERRA 1906).
Trecho do livro do veterano Ivo Gastaldoni, “Memórias de um Piloto de Patrulha”, que cita o Kopp como um dos terceiros melhores classificados do curso de formação na Escola Militar do Realengo (Aviação). Outro colega na mesma classificação era seu melhor amigo, Aldo:
Na praia em 1938:
1º voo Solo em 1938:
Eudo e Kopp na Escola de Aviação do Exército - Depois foram para a
Europa na Segunda Guerra Mundial com 1° Grupo de Aviação de Caça:
Eudo (mais alto na fila de trás) e Kopp (na frente dele):
Foi Cadete de Aviação de 12/04/1937 até 19/12/1939.
Promovido a 2º Tenente em 31 de dezembro de 1940 (por antiguidade) foi para a Escola
de Aeronáutica nos Afonsos de 18/03/1940 até 15/01/1941.
Diploma de Instrutor em Educação Física do Exército
recebido pelo então 2º Ten Av Kopp em 19 de outubro de 1941:
Foi instrutor de voo e de educação física de janeiro de 1941 até dezembro de 1942.
Foi promovido a 1º Tenente em 18 de janeiro de 1943 (por antiguidade).
Serviu no CAN e patrulhamento do Amazonas em 1943.
Casou em 20 de novembro de 1943 com Yvonne Muniz Freire:
Registros de uma das Cadernetas de Voo do Kopp...
Vejam que foi um dos instrutores do Kopp em 1940: então Capitão Nero Moura!
Promovido a 2º Tenente em 31 de dezembro de 1940 (por antiguidade) foi para a Escola
de Aeronáutica nos Afonsos de 18/03/1940 até 15/01/1941.
Diploma de Instrutor em Educação Física do Exército
recebido pelo então 2º Ten Av Kopp em 19 de outubro de 1941:
Foi promovido a 1º Tenente em 18 de janeiro de 1943 (por antiguidade).
Serviu no CAN e patrulhamento do Amazonas em 1943.
Casou em 20 de novembro de 1943 com Yvonne Muniz Freire:
Em 1943 estava estacionado na Base Aérea de Belém, que voava Catalinas, em missões de patrulha anti-submarinas. Serviu no 1º/2º Grupo de Aviação (Patrulha). Era 1º Piloto e completou 1.000 horas de voo num PBY Catalina.
Kopp quando era instrutor antes de ser transferido para o 1º Grupo de Caça:
Folha de Alterações do Kopp apontando sua entrada
no 1 Grupo de Caça durante a Segunda Guerra Mundial:
A partir de 31 de dezembro de 1943, como primeiro tenente, foi voluntário e homem chave escolhido pelo Nero Moura para a formação do 1º Grupo de Aviação de Caça.
Fotografia que aparece o Kopp (centro) no momento da despedida dos “homens-chaves” do Nero Moura, com a presença do Ministro da Aeronáutica, Salgado Filho (de chapéu Havana):
Revista Asas - Janeiro 1944 - Então Ten Av Kopp e sua esposa
Yvonne Muniz Freire Kopp aparecem nessa revista
na despedida dele e seus colegas para a Guerra:
Para despistar os espiões alemães, nossos jornais noticiaram que os nossos pilotos e pessoal do Apoio foram para a Inglaterra e estavam ajudando os Aliados nos ataques à Alemanha e territórios ocupados. Na realidade, nossos aviadores estavam nos EUA e posteriormente no Canal do Panamá em treinamento antes de irem para a Europa.
Kopp, um dos "Homens-Chave" do então Maj Av Nero Moura.
Em janeiro de 1944, Nero Moura viajou para os Estados Unidos acompanhado por 32 homens (16 oficiais e 16 sargentos), que constituíam o núcleo do 1º GAvC.
Depois de um curso de treinamento de caça em Orlando e Gainsville, Flórida, de janeiro a março de 1944, foi designado em maio para o 1º Esquadrão de Combate no Brasil - em Aguadulce, no Panamá, onde o treinamento continuou, anexado à US 6th Air Force participando do Canal Defense, pilotando o caça P-40.
Em julho, todo o esquadrão foi transferido para a Base Aérea de Suffolk, Long Island, para ser treinado no moderno caça P-47.
Kopp e outros pilotos durante o estágio e treinamento no Canal do Panamá:
(Esq. p. Dir: Cox, Lafayette, Delmore John, Kopp e Keller.)
Avaliação feita pelo comando USAAF americano do Ten. Av. Theobaldo Kopp, durante o treinamento em P-40 dos homens chaves do Grupo de Caça em Orlando, Florida, Jan-Mar 1944:
Kopp e Delmore "Del" John (10/05/1919 - 21/08/2003), instrutor da USAAF. Nascido em Cheyenne, estado do Wyoming, Del alistou-se na USAAF em 1941 e recebeu suas "Silver Wings" em março de 1942 como 2º Tenente. Enviado ao Panamá, voou missões de cobertura e interceptação na região, sendo depois designado como instrutor com o 1ºGAvCa. Voaria mais tarde em missões de combate na Europa (ainda não consegui descobrir em qual FG/FS). Deu baixa da USAF logo após o final da guerra, casando-se em novembro de 1945. Voltou ao serviço ativo em 1965, reconvocado devido à Guerra do Vietnam, trabalhando com a seleção de novos pilotos, onde permaneceu até 1979, aposentado-se definitivamente no posto de Coronel. Foi agraciado pelo Governo Brasileiro com a Medalha do Mérito Santos Dumont:
Diploma:
Nos EUA em 1944 - Miranda Correa, Joel, Nero, Fortunato e Kopp:
Kopp, Aldo Vieira da Rosa e Aili - Grandes amigos juntos depois de três anos. O encontro foi em Nova York em agosto de 1944, antes do embarque do Kopp para a Itália. Amizade de uma vida desde da Escola Militar e depois na Escola de Aviação que disputavam sempre as primeiras colocações da Turma! Aldo morou em Palo Alto nos EUA e foi professor na renomada Stanford University.
Foi para o Teatro de Operações do Mediterrâneo em setembro de 1944, primeiramente chegando em Livorno e depois se deslocando para Tarquínia, Itália.
Kopp no centro da foto na sua barraca em Tarquinia, Itália, em outubro de 1944. Da esquerda para direita: Alberto M. Torres (Rio de Janeiro), Theobaldo A. Kopp (Paraná) e Helio Carlos Cox (Rio de Janeiro) - First Brazilian Fighter Squadron. No porta-retratos junto a um rádio, duas fotos da sua esposa Yvonne.
Foi para o Teatro de Operações do Mediterrâneo em setembro de 1944, primeiramente chegando em Livorno e depois se deslocando para Tarquínia, Itália.
Kopp no centro da foto na sua barraca em Tarquinia, Itália, em outubro de 1944. Da esquerda para direita: Alberto M. Torres (Rio de Janeiro), Theobaldo A. Kopp (Paraná) e Helio Carlos Cox (Rio de Janeiro) - First Brazilian Fighter Squadron. No porta-retratos junto a um rádio, duas fotos da sua esposa Yvonne.
Kopp esta a direita so lado do Brandini que esta segurando um mascote:
Kopp (centro) na hora do café - Tarquinia, Itália:
Pronto para uma missão de combate:
Kopp (extrema direita) numa das fotos mais conhecidas do 1° Grupo de Caça na guerra!
Em novembro de 1944, ele começou a voar missões de combate da base de seu esquadrão em Tarquinia, Itália, no US 350th Fighter Group. Foi promovido por merecimento a Capitão-Aviador,
Diploma da "Air Medal" por bravura em ação em 02/12/1944:
Tradução oficial:
Primeiro quadro da série de três feitos em Pisa na Itália durante a guerra por um artista local italiano sob encomenda do Kopp. Cada quadro retrata um ataque do qual ele foi condecorado com a Medalha "Air Medal" da USAAF. Após a guerra foram trazidos por ele e expostos do seu escritório no apartamento que residia no Rio de Janeiro. Depois guardados com muito carinho pela sua família e agora estão no seu acervo no Museu da Vitória - Brig Nero Moura:
O avião A2 do Kopp!
Resgate fotográfico do Regina Moura e identificação
feita pelo Vicente Vazquez, ambos membros do Museu da Vitória - Brig Nero Moura:
Em 7 de março de 1945, às 10 horas, de Pisa, um esquadrão de oito caças-bombardeiros do 1º Grupo Brasileiro de Caças decolaram com a tarefa de lançar bombas sobre o entroncamento de Lavis, logo acima de Trento. No caminho de volta, depois de atravessar o Pô, eles tentaram destruir um depósito de munição em Suzzara. Por volta das 12 horas, o caça bombardeiro P-47D Thunderbolt do Ten Kopp, com mais de 58 missões de guerra, foi seriamente atingido pelo antiaéreo alemão e acabou caindo no chão entre as fileiras de um vinhedo perto de San Bernardino di Novellara.
"Havia um buraco nos olmos e estava cheio de peças de avião em todos os lugares, com a nacele destacada das asas" - os testemunhos da época.
O tenente Kopp, com o avião caindo, por extinto e treinamento, soltou rápido as correias e virando de dorso deixou cair no vazio com o paraquedas, aterrissando e se escondendo atrás de galhos de árvores. O que não saia da sua cabeça era o receio de ser capturado e que os alemães o ligassem com seus familiares que estavam atrás das linhas inimigas! Sim, sua mãe e irmã moravam a poucos quilômetros daqui. A irmã do Kopp casou com um italiano antes da guerra e a mãe estava os visitando quando começou o conflito.
Dois membros da 77° Brigata Sap di San Rocco, os Partigianos Angiolino Contini e Oscar Consolini estavam de bicicleta e avistaram o piloto brasileiro que desceu de paraquedas a cerca de 1 km deles.
Kopp ficou assustado por não saber quem eram e se ele podia confiar nesses dois civis. Eles se aproximaram do tenente brasileiro e, depois de tranquilizá-lo de suas reais intenções, mesmo correndo o risco de serem mortos pelo mesmo piloto que não tinha certeza sobre quem eles eram. Ajudaram ele a se livrar de seu traje de voo e paraquedas, cobrindo-o com parte de suas roupas para camuflá-lo, enquanto Oscar Consolini cuidava de esconder seu uniforme e paraquedas sob uma ponte e planejaram ficar ali a noite toda.
Os planos foram alterados porque de longe viram dois fascistas chegando na direção de Novellara de moto. Eles estavam procurando o piloto do avião derrubado.
Angiolino combinou um revezamento, andando na frente cerca de 150 metros para relatar qualquer perigo e atrás ia o piloto brasileiro Kopp. Com segurança conseguiram chegar na casa da família Donelli, onde outro guerrilheiro estava escondido. Era o capitão partidário, Malaguti.
A 77ª Brigada SAP exercida entre a baixa Reggio Emilia e as montanhas Parma de junho de 1944 a abril de 1945.Existia a necessidade de um ataque ao quartel da organização Todt de Guastalla. Kopp ouvindo o planejamento, sugeriu a coleta das metralhadoras .50 do seu avião para serem usadas. Um grupo com ele localizou no meio dos escombros as armas, fizeram manutenção naquelas que ainda estavam em condições, recolheram as cintas com munições dos cofres e realizaram o ataque com sucesso. Assim o tenente Kopp se tornou para todos o "partigiano Guglielmo" e sua "aventura" atrás da linhas inimigas iria durar um mês e meio.
Junto com esse grupo de guerrilheiros estavam um capitão alemão que havia desertado e um tenente-piloto russo que havia escapado dos alemães, depois de ter sido abatido em combate aéreo. O capitão alemão serviu na frente russa, foi evacuado para a França e depois de ser enviado para a Itália para o serviço de combate e deu no pé. O piloto russo saltou pela frente oriental, atravessou os Bálcãs e chegou na Itália. Ambos não tendo para onde ir, resolveram se juntar aos partidários. Segundo Kopp, ele [russo] tinha uma personalidade combativa e um par de botas vermelhas. Ele estava envolvido em tudo. Kopp nunca soube seu nome. Eles conversaram em italiano e francês em algumas ocasiões.
Já o outro se chamava Karl [o capitão alemão] foi usado para recuperar partidários de hospitais ou prisões. Ele vestia um uniforme de capitão alemão e formava um grupo de seis guerrilheiros usando uniformes alemães. Eles roubaram um carro alemão e iam para o local onde os partidários estavam, um hospital ou uma prisão. Com documentos falsificados, eles pegavam os presos partidários e saíam imediatamente. Depois de recuperar os prisioneiros, eles tocavam o carro longe do local e voltavam para um banquete com grandes quantidades de vinho. Karl, depois de uma dessas manobras, voltou a um estado de neutro. Esta foi sua única participação em um papel de luta com os partidários. Ainda assim, foi uma ação corajosa.
Com as notícias pela rádio BBC, resolveram ir em direção sul ao encontro de mais forças aliadas, acabaram sendo alvo de forças alemãs e iniciaram uma troca de tiros, sendo que um dos líderes dos partisans conhecido como “americano” acabou alvejado e morto pelos germânicos. O Ten Kopp estava do lado dele quando esse levou um tiro na testa e caiu quase em cima do brasileiro. Parte dos guerrilheiros foram buscar reforços e falaram para o aviador brasileiro continuar com o fogo contra os nazistas, passados 15 minutos eles chegaram com mais homens e renderam os alemães. Os partisans iniciaram um julgamento no mesmo local e executaram todos os prisioneiros de guerra que haviam capturado.
Com o avanço Aliados no final de abril de 1945, um dia viram tanques da Blindada americana passando na região e o Kopp se apresentou como um piloto abatido. Possuindo somente sua dog tag (plaqueta de identificação), o que para muitos homens do exército americano não era suficiente, fazendo com que assim Kopp ficasse mais um tempo esperando por uma carona até um soldado o questionar arduamente desconfiado com o biotipo "alemão" e sobrenome "Kopp" e obter assim a confirmação de que realmente se tratava de um aviador do primeiro grupamento de caça brasileiro e deu então uma carona ao mesmo até a base da USAAF. Chegou na base no dia 23 de Abril e foi interrogado normalmente no dia 24 de onde foi mandado para um hotel em Florença, onde entrou em contato com os brasileiros em Pisa que organizaram-se e foram buscá-lo. Na mesma tarde do dia 24 chegou a base aérea em Pisa junto aos seus colegas fizeram uma grande festa no Casino dos Oficiais do Grupo.
"Havia um buraco nos olmos e estava cheio de peças de avião em todos os lugares, com a nacele destacada das asas" - os testemunhos da época.
O tenente Kopp, com o avião caindo, por extinto e treinamento, soltou rápido as correias e virando de dorso deixou cair no vazio com o paraquedas, aterrissando e se escondendo atrás de galhos de árvores. O que não saia da sua cabeça era o receio de ser capturado e que os alemães o ligassem com seus familiares que estavam atrás das linhas inimigas! Sim, sua mãe e irmã moravam a poucos quilômetros daqui. A irmã do Kopp casou com um italiano antes da guerra e a mãe estava os visitando quando começou o conflito.
Dois membros da 77° Brigata Sap di San Rocco, os Partigianos Angiolino Contini e Oscar Consolini estavam de bicicleta e avistaram o piloto brasileiro que desceu de paraquedas a cerca de 1 km deles.
Kopp ficou assustado por não saber quem eram e se ele podia confiar nesses dois civis. Eles se aproximaram do tenente brasileiro e, depois de tranquilizá-lo de suas reais intenções, mesmo correndo o risco de serem mortos pelo mesmo piloto que não tinha certeza sobre quem eles eram. Ajudaram ele a se livrar de seu traje de voo e paraquedas, cobrindo-o com parte de suas roupas para camuflá-lo, enquanto Oscar Consolini cuidava de esconder seu uniforme e paraquedas sob uma ponte e planejaram ficar ali a noite toda.
Os planos foram alterados porque de longe viram dois fascistas chegando na direção de Novellara de moto. Eles estavam procurando o piloto do avião derrubado.
Angiolino combinou um revezamento, andando na frente cerca de 150 metros para relatar qualquer perigo e atrás ia o piloto brasileiro Kopp. Com segurança conseguiram chegar na casa da família Donelli, onde outro guerrilheiro estava escondido. Era o capitão partidário, Malaguti.
A 77ª Brigada SAP exercida entre a baixa Reggio Emilia e as montanhas Parma de junho de 1944 a abril de 1945.Existia a necessidade de um ataque ao quartel da organização Todt de Guastalla. Kopp ouvindo o planejamento, sugeriu a coleta das metralhadoras .50 do seu avião para serem usadas. Um grupo com ele localizou no meio dos escombros as armas, fizeram manutenção naquelas que ainda estavam em condições, recolheram as cintas com munições dos cofres e realizaram o ataque com sucesso. Assim o tenente Kopp se tornou para todos o "partigiano Guglielmo" e sua "aventura" atrás da linhas inimigas iria durar um mês e meio.
Junto com esse grupo de guerrilheiros estavam um capitão alemão que havia desertado e um tenente-piloto russo que havia escapado dos alemães, depois de ter sido abatido em combate aéreo. O capitão alemão serviu na frente russa, foi evacuado para a França e depois de ser enviado para a Itália para o serviço de combate e deu no pé. O piloto russo saltou pela frente oriental, atravessou os Bálcãs e chegou na Itália. Ambos não tendo para onde ir, resolveram se juntar aos partidários. Segundo Kopp, ele [russo] tinha uma personalidade combativa e um par de botas vermelhas. Ele estava envolvido em tudo. Kopp nunca soube seu nome. Eles conversaram em italiano e francês em algumas ocasiões.
Já o outro se chamava Karl [o capitão alemão] foi usado para recuperar partidários de hospitais ou prisões. Ele vestia um uniforme de capitão alemão e formava um grupo de seis guerrilheiros usando uniformes alemães. Eles roubaram um carro alemão e iam para o local onde os partidários estavam, um hospital ou uma prisão. Com documentos falsificados, eles pegavam os presos partidários e saíam imediatamente. Depois de recuperar os prisioneiros, eles tocavam o carro longe do local e voltavam para um banquete com grandes quantidades de vinho. Karl, depois de uma dessas manobras, voltou a um estado de neutro. Esta foi sua única participação em um papel de luta com os partidários. Ainda assim, foi uma ação corajosa.
Com as notícias pela rádio BBC, resolveram ir em direção sul ao encontro de mais forças aliadas, acabaram sendo alvo de forças alemãs e iniciaram uma troca de tiros, sendo que um dos líderes dos partisans conhecido como “americano” acabou alvejado e morto pelos germânicos. O Ten Kopp estava do lado dele quando esse levou um tiro na testa e caiu quase em cima do brasileiro. Parte dos guerrilheiros foram buscar reforços e falaram para o aviador brasileiro continuar com o fogo contra os nazistas, passados 15 minutos eles chegaram com mais homens e renderam os alemães. Os partisans iniciaram um julgamento no mesmo local e executaram todos os prisioneiros de guerra que haviam capturado.
Com o avanço Aliados no final de abril de 1945, um dia viram tanques da Blindada americana passando na região e o Kopp se apresentou como um piloto abatido. Possuindo somente sua dog tag (plaqueta de identificação), o que para muitos homens do exército americano não era suficiente, fazendo com que assim Kopp ficasse mais um tempo esperando por uma carona até um soldado o questionar arduamente desconfiado com o biotipo "alemão" e sobrenome "Kopp" e obter assim a confirmação de que realmente se tratava de um aviador do primeiro grupamento de caça brasileiro e deu então uma carona ao mesmo até a base da USAAF. Chegou na base no dia 23 de Abril e foi interrogado normalmente no dia 24 de onde foi mandado para um hotel em Florença, onde entrou em contato com os brasileiros em Pisa que organizaram-se e foram buscá-lo. Na mesma tarde do dia 24 chegou a base aérea em Pisa junto aos seus colegas fizeram uma grande festa no Casino dos Oficiais do Grupo.
O partigiano "Guglielmo”:
Um dia de folga em Pisa - Dois soldados ingleses e um Sargento Técnico dos 12th USAAF conversam próximo a Torre Inclinada de Pisa com os nossos heróis (da esquerda para direita): Perdigão, Meirinha e Kopp:
Foi premiado com a Cruz de Aviação Fita A (20 de outubro de 1945),
Medalha da Campanha da Itália (16 de novembro de 1945), Medalha da Campanha do Atlântico Sul (29 de julho de 1950), Air Medal with 2 OLC´s dos EUA e o DFC britânica.
Foi um dos 19 pilotos que trouxeram os P47 dos EUA para o Brasil após a guerra.
O retorno para o Brasil: parada em Washington - DC.
Lagares, Joel, Nero, Gen da USAAF e Kopp:
De 1946 a 1949, como Major, fez o curso de Engenharia de Comunicação na Escola Técnica do Exército (IME) em 1º da turma.
A queda do nosso herói Brig Kopp já foi retratada em quadrinhos:
Do seu casamento nasceu a sua única filha, Astrid.
Depois foi diretor de Rotas Aéreas no 2º semestre de 1949. Foi promovido a Major-Aviador em 11 de outubro de 1950 por merecimento.
De agosto de 1950 até outubro de 1952, atuou como Adjunto da Comissão Aeronáutica Brasileira nos EUA, em Washington, e representante do Brasil no Conselho Permanente da Organização Internacional de Aviação Civil (ICAO) em Montreal, Canadá.
Kopp, Yvonne e Astrid retornando dos EUA
para o Brasil a bordo do SS Uruguay em 1953:
Foi sub-comandante da Base Aérea de Santa Cruz/RJ em 1953.
Comandante do 1º Esquadrão de Controle e Alarme (ECA) de Santa Cruz/RJ em 1953.
A Miss Brasil e 2ª colocada no Miss Universo, Martha Rocha com Kopp
e outros oficiais quando ela visitou a Base Aérea de Santa Cruz - RJ - 1954:
Foi promovido a Tenente-Coronel Aviador por merecimento em 31 de janeiro de 1956.
Foi Chefe do ES do Centro Técnico da Aeronáutica em São José dos Campos/SP
e depois Chefe do Departamento de Eletrônica (PEA) em fevereiro de 1956.
Em janeiro de 1957 até julho de 1961 foi Vice-Presidente do IPD.
Foi promovido por merecimento a Coronel Aviador em 06 de dezembro de 1961.
O Kopp foi um dos primeiros comandantes do então 1º ECA (Esquadrão de Controle e Alarme).
Quem quiser conhecer um pouco mais do assunto, segue um link com a edição especial da Revista Aeroespaço referente ao Jubileu de Diamante do grupo:
https://issuu.com/aeroespaco/docs/aero-especial-esquadrao-profeta
O Kopp foi um dos primeiros comandantes do então 1º ECA (Esquadrão de Controle e Alarme).
Quem quiser conhecer um pouco mais do assunto, segue um link com a edição especial da Revista Aeroespaço referente ao Jubileu de Diamante do grupo:
https://issuu.com/aeroespaco/docs/aero-especial-esquadrao-profeta
Em 27 de junho de 1961 foi transferido para a Reserva como Tenente-Brigadeiro-do-Ar (depois promovido a Marechal-do- Ar).
De 1961 a 1962 foi Chefe de Manutenção do Lloyd Nacional e Organizador no RJ da Brink´s Transporte de Valores e membro do Conselho Fiscal até 1996.
De 1961 a 1962 foi Chefe de Manutenção do Lloyd Nacional e Organizador no RJ da Brink´s Transporte de Valores e membro do Conselho Fiscal até 1996.
Em 1963 foi Diretor Técnico na fundação da CETEL, Companhia Estatual de Telefones do RJ.
Linda foto do nosso herói Kopp e sua filha Astrid.
Local: Teresópolis - 1963, no sítio do Almirante:
Linda foto do nosso herói Kopp e sua filha Astrid.
Local: Teresópolis - 1963, no sítio do Almirante:
Em 1970-1973 foi Diretor-Presidente da CETEL.
Foi Diretor-Presidente da TELEMIG telecomunicações de Minas Gerais de 1974 a 1986.
A Medalha Santos Dumont, concedida pelo Governo do Estado de Minas Gerais, foi criada pela Lei nº. 1.493 d 16 de outubro de 1956, para comemorar a realização do primeiro voo com aeronave mais pesada que o ar, realizado em 23 de outubro de 1906, por Alberto Santos Dumont. É destinada a distinguir o mérito cívico de pessoas e entidades que, de modo relevante, tenham contribuído para o desenvolvimento e o progresso do país.
Em setembro de 1975 o Brig Kopp, então Presidente da TELEMIG, com o Governador do Estado de Minas Gerais, Aureliano Chaves, um General do Exército não identificado e um grupo de Veteranos da FEB:
Banner da reunião de 30 anos do final da Segunda Guerra Mundial (1945-1975)
feita para a reunião dos veteranos do 1º Grupo de Caça do Brig Kopp:
Entrega do troféu “Brig Theobaldo Antonio Kopp -
TELEMIG 30 Anos” - Categoria Handebol, campeonato interno SENAI:
Brig Kopp e sua esposa, Yvonne Muniz Freire Kopp, quando ele
recebeu a Ordem do Rio Branco (Grau Oficial):
Essa condecoração é destinada a galardoar os que, por qualquer motivo ou benemerência, se tenham tornado merecedores do reconhecimento do Governo Brasileiro, servindo para estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção, bem como para distinguir serviços meritórios e virtudes cívicas. Pode ser conferida a pessoas físicas ou jurídicas, nacionais ou estrangeiras.
Na época, o Brig Kopp era Presidente da TELEMIG de Minas Gerais.
Por onze anos o Kopp foi Presidente da TELEMIG:
Brig Kopp sendo condecorado com a Medalha da Inconfidência, a mais alta condecoração do Estado de Minas Gerais, em 21/04/1982, na Praça da Liberdade em Belo Horizonte:
Kopp fazendo windsurf. Adorava o mar.
Nunca parou de fazer esportes!
Diploma da Ordem do Rio Branco do Kopp de 1982:
A Ordem de Rio Branco foi instituída pelo Decreto nº 51.697, de 5 de fevereiro de 1963, com o objetivo de, ao distinguir serviços meritórios e virtudes cívicas, estimular a prática de ações e feitos dignos de honrosa menção.
Kopp na 28º reunião dos “Jambocks” em 15-09-73:
Kopp, Assis e Ismar numa das
reuniões do Grupo após a guerra no apto do Brig Nero Moura:
Membros da FAB presentes à cerimônia de inauguração do monumento aos 350th em Dayton em 1988 - Nero Moura, Josino Maia de Assis, Othon Correa Netto, José Rebelo Meira de Vasconcelos, Theobaldo Antonio Kopp, Newton Neiva de Figueiredo, Hélio Langsch Keller, Paulo Costa, Rui Barbosa Moreira Lima, Renato Goulart Pereira, Willer Persio, Mario Antonio Rodrigues, João de Barros Torres, Alberto Martins Torres, Ferdinando B. Serra Berredo, Osias Machado Silva, Waldemar Braga, Raymundo da Costa Canário, Fernando Correa Rocha, Adolfo da Rocha Furtado, José Varela, Délio Gonçalves, Darci Souza Dias, Vicente Silveira, Newton Alves Leite, Gelmo José Michelloni, David Rosal Gabriel, Heródoto de Campos:
Adorava um churrasco!
Caricatura feita pelo Brig Fortunato do Brig Kopp
numa das reuniões do Grupo na casa do Brig Nero Moura em 1982:
Viagem da Saudade a Itália. Kopp ao centro de bonê azul, camisa azul e jaqueta bege. Do lado esquerdo do Kopp está o Veterano José Varela, e entre eles, também de boné, está o Veterano Vinícius. O Motta Paes está logo atras dele. De boina e barba o Guardião Eterno do Cemitério Militar Brasileiro de Pistóia, Miguel Pereira.
Grão-mestre da Ordem do Mérito das Comunicações - 1984:
Sagração do Brig Kopp de Centauro Honorário:
Kopp, um dos fundadores do Ministério da Aeronáutica:
Brig Kopp no Ministério da Aeronáutica em 1983 apreciando
o quadro que ele no seu P-47 foram eternizados nessa linda obra de arte:
Piloto de avião de patrulha, transporte e combate...
Paraquedas (numa emergência)...
Planador e ultraleve (hobby)...
Asa Delta!!!!
E adorava “pilotar” uma ONDA no mar! Sim, jacaré!
De preferência durante as ressacas. Daquelas que o povo ficava falando: esse não sai.
Aldo Vieira da Rosa (grande amigo do Kopp e ex piloto da FAB), “Santos Dumont” e Kopp. Pelo F-50 no prédio atrás parece ser algum evento na Embraer - Unidade Faria Lima, junto ao Aeroporto de São José dos Campos:
Faleceu em 16 de Setembro de 1996 com 78 anos.
RIP
JAMAIS SERÁ ESQUECIDO!
Eduardo Kopp Vanuzzi recebendo uma homenagem da FAB ao seu avô, Brig Kopp,
piloto veterano do Senta a púa na Segunda Guerra Mundial e herói do Brasil:
Foto muito significativa!
Traduz: honra, patriotismo e dever cumprido!
Além de coragem, heroísmo, respeito e amor a essa bandeira!
RIP
JAMAIS SERÁ ESQUECIDO!
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