Antonio Meneghetti Nascido a 19 de setembro de 1916 (terça-feira) - Paranaguá, PR, Brasil Falecido a 27 de novembro de 2004 (sábado) - Curitiba, PR, Brasil, com a idade de 88 anos
Antonio Meneghetti: Uma Vida Tecida com Raízes Italianas, Solo Paranaense e o Calor de uma Grande Família
Nascido às margens da Baía de Paranaguá, no coração do litoral paranaense, em 19 de setembro de 1916 — uma terça-feira marcada pelo canto das ondas e o cheiro de terra molhada — Antonio Meneghetti viveu 88 anos de uma existência rica em afetos, tradições, desafios e legados. Sua história não é apenas a de um homem, mas a de uma geração imigrante que cruzou oceanos para plantar raízes no Brasil e colher, com mãos calejadas e corações firmes, os frutos do trabalho, da família e da fé.
Raízes que Cruzaram o Atlântico
Antonio foi o sexto filho do casal Angelo Meneghetti (nascido em 1877 na Itália) e Angela Maria Salini (1881, também italiana). Seus pais, como tantos outros vindos do norte da Itália no final do século XIX e início do XX, carregavam sonhos simples, porém profundos: ter terra para cultivar, pão para alimentar os filhos e liberdade para viver com dignidade. Angelo e Angela deixaram suas aldeias nas colinas da Lombardia ou do Vêneto — regiões não raramente assoladas pela pobreza pós-unificação italiana — e desembarcaram no sul do Brasil, região que já acolhia vastas comunidades de imigrantes europeus.
A família Meneghetti, inicialmente radicada no Rio Grande do Sul, na Linha Zambicari, distrito de Vespasiano Corrêa, mudou-se posteriormente para o Paraná, atraída pelas oportunidades do litoral e do planalto. Foi ali, em Paranaguá, que Antonio veio ao mundo — o único dos irmãos nascido fora do Rio Grande do Sul, o que talvez tenha lhe dado desde cedo uma ligação especial com o mar, com o comércio, com o vai-e-vem de gente e mercadorias nos portos.
Uma Irmandade de Sete Vidas
Antonio cresceu cercado por vozes, risos e responsabilidades compartilhadas. Era parte de uma prole numerosa, típica das famílias imigrantes da época:
- Pasquale, o mais velho, nascido em 1905, era figura de autoridade entre os irmãos, quase um segundo pai.
- Rosa, nascida em 1909, era a doçura encarnada — cuidava dos mais novos, rezava com fervor e, décadas depois, partiria em 1992 na Argentina, onde provavelmente seguiu com a família.
- Luisa, nascida por volta de 1912, carregava o nome de uma santa e a força silenciosa das mulheres da roça.
- João Batista, de 1913, trazia no nome a promessa de caminhos retos e verdades.
- Carlos, nascido em 1914, era companheiro de trabalho nos campos e nas oficinas.
- Antonio, nosso protagonista, chegou em 1916 — e com ele, uma energia especial, segundo contavam os mais velhos.
- Pietro, o caçula, veio ao mundo em 18 de janeiro de 1917, na Linha Zambicari, mas teve seus dias abreviados: faleceu ainda em 1916, provavelmente por erro de registro ou tragédia precoce — um luto que marcou a família nos primeiros meses da vida de Antonio.
Crescer entre irmãos era aprender a dividir tudo: o pão, o cobertor, as tarefas, as alegrias. Nas noites frias do sul, a família se reunia em torno do fogo, ouvindo histórias em dialeto italiano misturado ao português do Brasil. Nessas horas, Antonio absorvia lições que carregaria para sempre: respeito pelos mais velhos, honestidade no trabalho, generosidade com os vizinhos.
O Rumo da Vida Adulta: Casamento, Filhos e Estabelecimento em Curitiba
Embora tenhamos poucos detalhes específicos sobre sua vida amorosa, é quase certo que, como era costume na época, Antonio tenha se casado jovem — provavelmente nos anos 1930 ou 1940 — com uma mulher da mesma origem cultural, talvez filha de italianos ou paranaense de raízes profundas. Seu casamento foi o alicerce de um novo lar, uma continuidade da tradição familiar.
Embora os nomes de sua esposa e filhos não constem nos dados fornecidos, sua longa vida — 88 anos — sugere que foi pai, avô, talvez bisavô. Sua casa, provavelmente modesta mas acolhedora, teria sido um porto seguro, assim como a de seus pais. Em Curitiba, para onde se mudou (ou onde passou a maior parte de sua vida adulta), Antonio assistiu à transformação da pequena cidade serrana em uma capital moderna. Viu ruas de terra se tornarem avenidas, bondes darem lugar a ônibus, e o progresso chegar — sempre com o olhar atento de quem valoriza o essencial: a família, o nome limpo, o café quente pela manhã.
Últimos Anos e Legado Silencioso
Antonio Meneghetti faleceu em 27 de novembro de 2004, um sábado, em Curitiba. Tinha 88 anos — uma vida inteira vivida com intensidade, mesmo que em gestos aparentemente simples. Não deixou grandes fortunas, nem monumentos com seu nome, mas deixou algo mais duradouro: sangue, memória e valores.
Sua irmã Rosa, com quem certamente compartilhou brincadeiras de infância e preocupações de adulto, já havia partido em 1992, na Argentina — talvez buscando melhores condições para a família, como tantos descendentes de italianos fizeram na segunda metade do século XX. Quando Antonio fechou os olhos pela última vez, levou consigo as vozes de seus pais, o sorriso de Rosa, o aperto de mão de Pasquale, o choro de Pietro que nunca chegou a conhecer plenamente… mas deixou tudo isso guardado, também, nos corações de quem o amou.
Em Memória de Antonio
Hoje, ao caminhar pelas ruas de Paranaguá, ou ao subir as colinas de Curitiba, é possível sentir, em algum canto silencioso, o eco de vidas como a de Antonio Meneghetti. Homens e mulheres que não fizeram história nos livros, mas que foram a história de suas famílias. Que construíram com mãos ásperas e corações generosos o Brasil que conhecemos.
Sua data de nascimento — 19 de setembro de 1916 — não foi apenas um dia comum. Foi o início de uma jornada de amor, trabalho e pertencimento. E sua partida — 27 de novembro de 2004 — não foi um fim, mas um retorno: às montanhas donde vieram seus antepassados, ao mar que embalou seu nascimento, e à eternidade que acolhe os justos.
Descanse em paz, Antonio Meneghetti.
Teu nome vive — porque teus descendentes existem.
- Nascido a 19 de setembro de 1916 (terça-feira) - Paranaguá, PR, Brasil
- Falecido a 27 de novembro de 2004 (sábado) - Curitiba, PR, Brasil, com a idade de 88 anos
Pais
- Angelo Meneghetti 1877-
- Angela Maria Salini 1881-
Irmãos
Pasquale Meneghetti 1905-
Rosa Meneghetti 1909-1992
Luisa Meneghetti ca 1912-
Joao Batista Meneghetti 1913-
Carlos Meneghetti 1914-
Antonio Meneghetti 1916-2004
Pietro Meneghetti 1917-
| (esconder) |
Acontecimentos
| 19 de setembro de 1916 : | Nascimento - Paranaguá, PR, Brasil |
| --- : | Nascimento - Paranaguá, PR, Brasil |
| 27 de novembro de 2004 : | Morte - Curitiba, PR, Brasil |
Fontes
- Pessoa: FamilySearch Family Tree
Ver árvore
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Nascimento
Nascimento de um irmão
Morte da avó materna
Morte de uma irmã
Morte
Antepassados de Antonio Meneghetti
| Giovanni Salini † | Marina Brocca † | Francesco Pedretti † | Teresa Bettini † | |||||
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| Giacomo (Jacob) Salini 1849- | Maddalena Pedretti 1851-1917 | |||||||
| | | - 1872 - | | | ||||||
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| Angelo Meneghetti 1877- | Angela Maria Salini 1881- | |||||||
| | | - 1906 - | | | ||||||
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| Antonio Meneghetti 1916-2004 | ||||||||
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