quinta-feira, 4 de dezembro de 2025

Rosa Portugal Muller La Banca Nascida a 21 de dezembro de 1895 (sábado) - Curitiba, PR, Brasil Falecida a 11 de agosto de 1981 (terça-feira) - Curitiba, PR, Brasil, com a idade de 85 anos

  Rosa Portugal Muller La Banca Nascida a 21 de dezembro de 1895 (sábado) - Curitiba, PR, Brasil Falecida a 11 de agosto de 1981 (terça-feira) - Curitiba, PR, Brasil, com a idade de 85 anos

Rosa Portugal Muller La Banca (1895–1981): A Força de Uma Mulher que Construiu Famílias em Tempos de Transformação

Nascida em 21 de dezembro de 1895, em Curitiba, Paraná, sob o signo de Capricórnio e à luz de um sábado de verão, Rosa Portugal Muller — mais tarde conhecida como Rosa La Banca — viveu uma vida longa, intensa e profundamente marcada por resiliência, maternidade múltipla e reinvenção. Ao falecer em 11 de agosto de 1981, aos 85 anos, deixou para trás não apenas oito filhos, mas também o legado de uma mulher que enfrentou perdas, recomeços e os desafios de sua época com dignidade e coragem.


Raízes Curitibanas e Herança Familiar

Filha de August Müller (1852–?) e Augusta Malmström Müller (1857–1947), Rosa nasceu em uma Curitiba ainda em formação — uma cidade onde imigrantes europeus, descendentes de alemães, italianos, poloneses e suecos, como sua própria mãe (de origem sueca), entrelaçavam suas culturas, ofícios e esperanças em um novo mundo. Crescer nesse ambiente multicultural lhe deu, desde cedo, uma sensibilidade rara: a capacidade de adaptar-se, acolher e reconstruir.

Sua infância e juventude foram marcadas pela solidez familiar típica da classe média curitibana de então — valores fortes, trabalho doméstico como principal ofício feminino e a expectativa de formar um lar estável. Mas a vida reservaria a Rosa um caminho muito mais complexo.


Três Casamentos, Três Capítulos de Vida

Aos 17 anos, já demonstrando a força que a definiria, Rosa deu à luz sua primeira filha, Elma Madallozzo Bayer, em 1912. No ano seguinte, 1913, casou-se com José Madallozzo, homem nascido em 1893. O casamento, embora breve, foi intenso: em 1914, com apenas 18 anos, Rosa enviuvou — José faleceu em 9 de abril daquele ano, deixando-a viúva e grávida de sua segunda filha, Mercedes Madallozzo Lissa, nascida ainda em 1914.

Sozinha, com duas meninas pequenas, Rosa não se fechou ao mundo. Em 1917, aos 22 anos, recomeçou. Casou-se com Afonso Durski (1894–1925), com quem teve duas filhas: Leony Durski Frogel e Sigret Durski Giamberardino. Mais uma vez, porém, a dor bateu à sua porta: em 1925, Afonso faleceu, deixando Rosa viúva pela segunda vez, agora mãe de quatro filhas.

Mas Rosa não se curvou. Em 12 de junho de 1926, aos 30 anos, numa cerimônia registrada com rigor pelo oficial civil Altamir Francisco Dias, casou-se pela terceira e última vez — com Natal (Natale) La Banca, sapateiro italiano, viúvo, nascido em 23 de dezembro de 1881. O casamento, realizado na Rua Treze de Maio, nº 184, contou com testemunhas como Nestor Alves dos Santos e Luiz Lins de Araújo César, ministro evangélico — símbolo raro de intercâmbio religioso numa época de forte catolicismo.

Com Natal, Rosa construiu seu lar mais duradouro. Juntos, tiveram cinco filhos:

  • Reinaldo La Banca
  • Ruth Gloris La Banca de Souza
  • Samuel La Banca
  • Armando Saulo La Banca
  • Relindes Rachel La Banca

Esse núcleo familiar, formado por oito filhos de três uniões distintas, tornou-se o coração da vida de Rosa. Ela não apenas os criou, mas os uniu sob o mesmo sobrenome — La Banca — simbolizando uma identidade familiar reconstruída com amor, não apenas por laços de sangue, mas por escolha.


Uma Vida de Trabalho e Silêncio Heroico

Embora os registros civis a classifiquem como “doméstica”, sua verdadeira profissão era ser mãe, provedora e âncora emocional. Num Brasil onde as mulheres raramente tinham voz pública, Rosa exerceu sua liderança nos bastidores: cuidando dos filhos, gerenciando luto após luto, mantendo a casa de pé mesmo quando o mundo desabava.

Perdeu o pai ainda jovem (data desconhecida), mas conviveu com a mãe, Augusta, até os 51 anos, quando ela faleceu em 20 de maio de 1947. Seu terceiro marido, Natal La Banca, partiu em 15 de fevereiro de 1955, deixando-a aos 59 anos — agora definitivamente viúva, mas nunca desamparada.


O Fim de Uma Era

Rosa viveu até os 85 anos, testemunhando transformações imensas: do carruagem ao automóvel, do rádio à televisão, da República Velha à ditadura militar e ao início da redemocratização. Morreu no Hospital Santa Ana, em Curitiba, vítima de um infarto do miocárdio, agravado por arteriosclerose coronária e diabete melitus — doenças que refletem uma vida de esforço contínuo.

Seu óbito foi declarado por Antonio Camargo, e o registro civil confirma o que todos na família sabiam: não deixou testamento nem bens a inventariar. Sua riqueza não estava em propriedades, mas em pessoas — filhos, netos, descendentes que carregam seu nome, sua força e seu exemplo.

Foi sepultada no Cemitério Municipal de Curitiba, onde repousa ao lado de tantos outros curitibanos anônimos que, como ela, construíram a cidade com as mãos e o coração.


Legado de Rosa La Banca

Rosa não escreveu livros, não ocupou cargos públicos, não foi celebrada em jornais. Mas sua vida é um testemunho silencioso da resistência feminina. Em uma época em que ser viúva jovem significava marginalização, ela transformou o luto em ação. Em vez de desistir, recasou, criou, amou novamente, multiplicou laços.

Seus oito filhos — Elma, Mercedes, Leony, Sigret, Reinaldo, Ruth, Samuel, Armando e Relindes — são os verdadeiros monumentos à sua existência. E através deles, e de seus netos e bisnetos, a história de Rosa Portugal Muller La Banca continua viva.

"Algumas mulheres nascem para mudar o mundo com discursos. Outras, como Rosa, mudam o mundo criando vidas — com paciência, coragem e um amor que não se quebra nem diante da morte."


Em homenagem a Rosa Portugal Muller La Banca
21 de dezembro de 1895 – 11 de agosto de 1981
Mãe de oito, esposa de três, filha de Curitiba — e guerreira de uma geração silenciosa, mas indestrutível.

  • Nascida a 21 de dezembro de 1895 (sábado) - Curitiba, PR, Brasil
  • Falecida a 11 de agosto de 1981 (terça-feira) - Curitiba, PR, Brasil, com a idade de 85 anos

 Pais

 Casamento(s) e filho(s)

 Notas

Notas individuais

Natal Labanca e Roza Madalozzo, casamento em 12 de Junho de 1926, livro de matrimônios de Curitiba de maio a setembro de 1926, folha 49, imagem 53, no seguinte inteiro teor:
Aos doze dias do mês de Junho de mil novecentos e vinte e seis, nesta cidade de Curitiba, Capital do Estado do Paraná, à hora dezessete, na casa número cento e oitenta e quatro à Rua Treze de Maio desta cidade, às portas abertas, e na forma da lei, presente o Doutor Antonio Rodrigues de Paula, Juiz de Direito, substituo do Juiz de Casamentos desta Cidade, comigo oficial abaixo declarado, as testemunhas Nestor Alves dos Santos, comerciante e Luiz Lins de Araujo Cesar, Ministro de Evangelho, residente nesta cidade, receberam-se em matrimônio Natal La Banca, viúvo, natural da Itália onde nasceu em vinte e três do mês de dezembro do ano de mil oitocentos e oitenta e um, sapateiro, residente nesta Capital, filho de
Egydio La Banca e de maternidade desconhecida, sendo sua mãe adotiva Dona Philomena Rofino, residentes nesta cidade e dona Roza Magdalozzo, também viúva, natural deste Estado onde nasceu em trinta e um do mês de Dezembro do ano de mil oitocentos e noventa e cinco, residente nesta cidade, com profissão doméstica, filha legítima de Augusto de Mello, falecido em época ignorada, e de Augusta de Mello, nascida em época ignorada, também residente nesta cidade. Em data de vinte e sete do mês de maio do corrente ano os nubentes exibiram os seguintes documentos: a declaração de estado civil, naturalidade, profissão e residência de cada um, bem como a declaração com referência a seus pais; um atestado de duas testemunhas declarando que os mesmos nubentes são pessoas conhecidas, não são parentes entre si nem impedimento algum que os iniba de casar-se um com o outro; um atestado de duas testemunhas, duas certidões para a prova da idade dos nubentes; a certidão do óbito de Dona Benedicta Leocádia do Nascimento falecida em sete do mês de outubro do ano de mil novecentos e vinte e um e que era casada com o nubente Natal La Banca; a certidão de haver este declarado e ratificado por termo nada possuir a inventariar e partilhar com seus filhos menores; a certidão do óbito de José Madalozzo falecido em nove do mês de abril do ano de mil novecentos e quatorze e que era casado com a nubente Dona Roza Madalozzo; a certidão de haver esta declarado perante o Juízo competente nada possuir a inventariar com uma sua filha menor e ainda em data de vinte e sete do mês de maio último afixou-se e publicou-se edital de proclamas para os fins de direito. E na firmeza de que eu Altamir Francisco Dias, oficial do registro, lavrei este temo, que vai por todos assinados. Assinatura de Antonio Rodrigues de Paula, Natal La Banca, Roza Madalozzo, Nestor Alves dos Santos, Luiz Lins de Araujo César, Altamir Francisco Dias.

Rosa La Banca, óbito no dia 11 de agosto de 1981, livro 277, Primeiro Ofício de Curitiba, julho a agosto de 1981, folha 235, óbito 2506, imagem 246 e 247, no seguinte inteiro teor:
Aos doze de agosto de mil novecentos e oitenta e um nesta comarca de Curitiba, Estado do Paraná, neste cartório compareceu Antonio Camargo e exibindo a declaração de óbito firmado pelo Dr. José Carlos Moura Jorge, dando como causa mortis infarto do miocárdio, arteriosclerose coronária, diabete melitus, declarou que no dia onze de agosto de mil novecentos e oitenta e um às quinze horas, em Hospital Santa Ana, nesta capital, faleceu Rosa La Banca, de cor Branca, do sexo feminino, natural deste estado, domiciliada nesta capital, com 86 anos de idade, estado civil casa, filha de Augusto Müller e Augusta Müller, naturais deste Estado e falecidos. O de cujus não deixou testamento e nem deixou bens a inventaria. O sepultamento será feito no cemitério Municipal, nesta capital. Que era casada em 1ª núpcias com José Madallozzo, natural deste estado e falecido, de cujo matrimônio deixou 02 filhos: Elma Maria com 69 anos, Mercedes com 67 anos de idade. Que era casa em 2ª núpcias com Afonso Durski, natural deste estado e falecido, de cujo matrimônio deixou uma filha de nome Leony com 51 anos. Que era casada em 3ª núpcias com Natal La Banca, natural deste Estado e falecido de cujo matrimônio deixou 05 filhos: Ruth, Samuel, Reinaldo, Armando, Relindes. Lido e achado conforme vai assinado pelo declarante e Eu, Franklin da Silva, Oficial do Registro Civil, Interino, o escrevi e assino.

 Ver árvore

  Antonio Raimundo 1830- . .
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August Muller 1852- Augusta Malmström Muller 1857-1947
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Rosa Portugal Muller La Banca 1895-1981
189521 dez.
1912
17 anos
1913
18 anos
19149 abr.
18 anos
1914
19 anos
1917
22 anos
1925
30 anos
192612 jun.
30 anos
194720 maio
51 anos
195515 fev.
59 anos
198111 ago.
85 anos

Antepassados de Rosa Portugal Muller La Banca

  Antonio Raimundo 1830- . .
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August Muller 1852- Augusta Malmström Muller 1857-1947
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Rosa Portugal Muller La Banca 1895-1981

Descendentes de Rosa Portugal Muller La Banca

  































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