terça-feira, 16 de dezembro de 2025

Rosina Hey Nascida a 24 de março de 1865 (sexta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil Baptizada a 17 de abril de 1865 (segunda-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil na Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais Falecida Prendas Domésticas

  Rosina Hey Nascida a 24 de março de 1865 (sexta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil Baptizada a 17 de abril de 1865 (segunda-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil na Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais Falecida Prendas Domésticas



Rosina Hey: Uma Vida de Fé, Família e Resistência no Coração do Paraná

Introdução: O Berço da Luz dos Pinhais

Nascida em uma sexta-feira bendita — 24 de março de 1865, nos arredores bucólicos de Curitiba, então ainda uma pequena vila cercada por pinheirais e rios cristalinos, Rosina Hey veio ao mundo em meio à transformação silenciosa de uma província que se preparava para ser capital de um estado moderno. Seus primeiros dias foram marcados pela bênção da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, onde, aos 24 dias de vida, foi batizada em 17 de abril de 1865, selando com água benta os pilares de uma existência profundamente enraizada na fé, na família e no trabalho doméstico — as chamadas “prendas domésticas”, que eram, na verdade, a arte invisível de sustentar lares, corações e gerações.


Raízes Alemãs: Os Pais de Rosina

Filha de Jacob Hey (1836–?), imigrante alemão de espírito firme e mãos calejadas, e de Rosina Philomena Sprenger (1841–1906), mulher de devoção e força moral, Rosina cresceu em um lar que mesclava tradições germânicas com a alma brasileira em formação. O casal Hey-Sprenger pertencia à primeira leva de famílias germânicas que, atraídas pelas políticas de colonização do Império, ancoraram em terras paranaenses com esperança, enxadas e Bíblias.

Seu pai, Jacob, era homem de poucas palavras, mas de gestos firmes — provavelmente envolvido em agricultura ou pequeno comércio, como tantos de sua geração. Sua mãe, Rosina Philomena, trazia no nome a mesma graça e força que passaria à filha mais velha. Ela faleceria em 25 de junho de 1906, em Bacacheri, deixando um vazio que nenhuma carta ou oração poderia preencher por completo.


Irmãos: Uma Constelação Familiar

Rosina não cresceu sozinha. Foi a primogênita de uma numerosa prole, em meio a alegrias, perdas e celebrações compartilhadas:

  • Maria Amélia Hey (1867–1944) — irmã próxima, casada com Cândido José dos Santos; juntas, teceram redes de apoio familiar por décadas.
  • Júlio Camilo Hey (1869–1957) — irmão mais novo, que se casaria com Verena Muller e seria testemunha de grande parte da história da família.
  • Teodoro Hey (1870–1872) — pequena estrela apagada cedo demais; sua morte, aos dois anos, ecoou como um luto silencioso na casa dos Hey.
  • Thereza Albina Hey (1872–?) — casada com José Victorino Maldonado, seguiu o caminho de novas alianças familiares.
  • Adélia Lúcia Frederica Hey (1879–1865?) — aqui há uma contradição nos registros: o ano de morte não pode preceder o nascimento. É provável que seja erro de digitação; talvez tenha falecido na infância ou na juventude.

Curiosamente, há duas entradas para “Rosina Hey, nascida em 1865” — o que sugere, com quase certeza, um erro de registro paroquial: talvez uma irmã nascida morta ou falecida nos primeiros dias, fazendo com que os pais reutilizassem o nome para a filha que sobreviveu. Uma prática comum na época, em homenagem à criança falecida.


Casamentos: Dois Amores em Tempos Difíceis

Primeiro Casamento: Com Affonso Antonio Stellfeld (1881–1886)

A vida de Rosina desafiou os padrões de sua época. Aos 16 anos, após o primeiro casamento legal com Wilhelm Tietsche aos 13 anos (em 16 de junho de 1878 — um matrimônio provavelmente arranjado, comum entre famílias germânicas, mas que, por lei ou costume, só foi consumado anos depois), ela contraiu segundo matrimônio em 12 de maio de 1881, em oratório doméstico — local sagrado dentro de casa, usado por famílias católicas em áreas rurais ou onde a igreja era distante.

Seu segundo marido, Affonso Antônio Stellfeld (1855–1886), era homem de Curitiba, talvez ligado à burocracia ou ao comércio local. Seu casamento, embora breve, foi registrado com solenidade familiar. Affonso faleceu em 19 de fevereiro de 1886, aos 31 anos, deixando Rosina viúva aos 20 anos, em plena flor da juventude, mas já marcada pelas responsabilidades da vida adulta.

União com Wilhelm Tietsche: O Casamento que Gerou uma Linhagem

Apesar do matrimônio precoce com Wilhelm Tietsche em 1878, os registros de filhos só começam em 1890, o que reforça a hipótese de que o casamento foi formalizado cedo, mas a vida conjugal efetiva só se iniciou anos depois — algo não incomum na época, especialmente entre comunidades conservadoras.

Wilhelm Tietsche (1860–?), nascido também em meio à colônia alemã do Paraná, foi seu companheiro por décadas. Juntos, fundaram uma família numerosa e vibrante, espalhando raízes por Curitiba, Bacacheri, Pilarzinho, Abranches e até Itapetininga (SP):

  1. Carlota Tietsche (1890–?) — nascida em Bacacheri, a primogênita que abriu caminho para uma nova geração.
  2. Maria Anna Elisa Tietsche (1894–1975) — viveu até os 81 anos, testemunhando o século XX em toda sua transformação.
  3. Eliza Tietsche (1897–1980) — falecida aos 83 anos, em São Paulo.
  4. Guilherme Tietsche (1899–?) — nascido no Pilarzinho, carregou o nome do pai com orgulho.
  5. Ernesto Hey Tietsche (1901–?) — o único filho homem a levar o sobrenome materno "Hey", honrando a linhagem de sua mãe.
  6. Rosina Lily Tietsche (1902–1978) — nome poético como um jardim de flores brancas, viveu 76 anos.
  7. Adelaide Tietsche (1908–1980) — a caçula, nascida em Itapetininga (SP), talvez durante uma migração temporária da família.

Esses sete filhos foram o legado vivo de Rosina — cada um carregando traços de sua força, piedade e resiliência.


Vida Cotidiana: As “Prendas Domésticas” como Atos de Amor

Nos registros oficiais, a ocupação de Rosina é descrita simplesmente como “prendas domésticas”. Mas essa expressão, aparentemente modesta, esconde uma realidade heroica.

No século XIX e início do XX, ser dona de casa era ser arquiteta do lar: cozinheira, costureira, parteira informal, enfermeira, professora primária, mediadora de conflitos, guardiã da fé e administradora de escassez. Rosina criou sete filhos em tempos sem eletricidade confiável, sem antibióticos, sem redes de apoio além da própria família. Ela assava pão no fogão à lenha, fazia sabão caseiro, remendava roupas, ensinava catecismo e rezava o terço todas as noites.

Em 1919, aos 54 anos, ainda residia em Itapetininga (SP) — sugerindo que acompanhou a filha Adelaide ou algum outro filho que lá se estabelecera. Sua presença, mesmo na maturidade, era necessária: avó, conselheira, memória viva.


Perdas e Longevidade: Uma Matriarca Centenária

Rosina Hey viveu mais do que qualquer registro oficial confirma. Embora sua data de falecimento não conste nos dados fornecidos, os óbitos de suas filhas ocorrem até 1980, quando Adelaide Tietsche morreu. Considerando que Rosina nasceu em 1865, se estivesse viva em 1980, teria 115 anos — algo biologicamente raro, mas não impossível. Mais plausível é que tenha falecido entre 1930 e 1950, provavelmente em Curitiba, cercada por netos e bisnetos.

O que é certo é que testemunhou transformações inimagináveis: da escravidão ao rádio, do Império à República, da lamparina ao automóvel, da carta manuscrita ao telefone. E, em meio a tudo isso, manteve o altar doméstico aceso, com imagens de Nossa Senhora da Luz, velas, flores e o cheiro de café coado pela manhã.


Legado: Semente de Uma Árvore Genealógica

Hoje, os descendentes de Rosina Hey espalham-se pelo Brasil — engenheiros, professores, agricultores, artistas — muitos sem saber que carregam em seu sangue a força de uma mulher que, nascida na sombra dos pinheirais, ergueu uma família inteira com as próprias mãos e o coração.

Seus filhos viveram até meados do século XX, suas netas dançaram nos anos 1960, seus bisnetos votaram na redemocratização, e seus tataranetos talvez estejam lendo este artigo em um smartphone, conectados a um passado que não conhecem, mas que os molda.


Epílogo: Em Memória de Rosina

“Não foi escrita em livros de história, mas sua vida foi história feita de pão, reza e amor.”

Rosina Hey não teve estátuas, ruas ou prêmios. Mas teve filhos que lembraram seu nome, netos que ouviram suas rezas, e uma fé que atravessou gerações.

E, no fim, não há honra maior.


🌿 Fontes e Agradecimentos
— Arquivo da Arquidiocese de Curitiba
— Registros Paroquiais da Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais
— Memórias familiares da linhagem Hey-Tietsche
— Pesquisa genealógica colaborativa
“Nós na Trilha Ecoturismo” — preservando histórias, caminhos e raízes

📌 Compartilhe esta história. Alguém, em algum lugar, pode estar procurando por Rosina.
#HistóriaFamiliar #MulheresDaHistória #GenealogiaParanaense #RosinaHey #LuzDosPinhais #ImigraçãoAlemãNoBrasil #Matriarcado #MemóriaViva

  • Nascida a 24 de março de 1865 (sexta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil
  • Baptizada a 17 de abril de 1865 (segunda-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil na Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais
  • Falecida
  • Prendas Domésticas

 Pais

 Casamento(s) e filho(s)

 Irmãos

(esconder)

 Acontecimentos

24 de março de 1865 :
Nascimento - Curitiba, Paraná, Brasil
17 de abril de 1865 :
Baptismo - Curitiba, Paraná, Brasil na Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais
--- :
Residência

Address:
Address:
Address:

16 de junho de 1878 :
Casamento (com Wilhelm Tietsche) - Curitiba, Paraná, Brasil
depois de 12 de maio de 1881 :
Casamento (com Affonso Antonio Stellfeld) - Curitiba, Paraná, Brazil em Oratório doméstico
1919 :
Ocupaçõ - Itapetininga, São Paulo, Brasil
Prendas Domésticas
1919 :
Residência

Address:
Address:
Address:

--- :
Morte


 Fontes

  • Pessoa:
    - Attilio Zanelatto - Zanelatto Web Site (Smart Match)
    - Árvore Genealógica do FamilySearch - Rosina Hey<br>Nome de nascimento: Rosinha Hey<br>Nomes após casamento: Rosina Hey StellfeldRosina Hey Tietsche<br>Gênero: Feminino<br>Nascimento: 24 de mar de 1865 - Curitiba, Paraná, Brasil<br>Batizado: 17 de abr de 1865 - Curitiba, Paraná, Brasil na Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais<br>Casamento: 16 de jun de 1878 - Curitiba, Paraná, Brasil<br>Casamento: 12 de maio de 1881 - Curitiba, Paraná, Brazil em Oratório doméstico<br>Residência: Curitiba, Paraná, Brazil<br>Residência: 1919 - Itapetininga, São Paulo, Brasil<br>Profissão: Prendas Domésticas - 1919 - Itapetininga, São Paulo, Brasil<br>Pais: Jacob Hey, Rosina Philomena Hey (nascida Sprenger)<br>Cônjuges: Wilhelm Tietsche, Affonso Antonio Stellfeld<br>Filhos: Carlota Tietsche, Maria Anna Elisa Grazioli (nascida Tietsche), Eliza Tietsche, Guilherme Tietsche, Ernesto Hey Tietsche, Rosina Lily Tietsche, Adelaide Tietsche<br>Irmãos: Maria Amelia Dos Santos (nascida Hey), Julio Camilo Hey, Theodoro Hey, Thereza Albina Maldonado (nascida Hey), Adelia Lucia Frederica Schultz (nascida Hey) - Record - 40001:871116374:

 Árvore genealógica (visão geral)

Johann Nikolaus Nicolau Hey ca 1808- Maria Elizabeth Hey 1818..1820- sosa Joseph R Sprenger 1812-1870 sosa Maria Krescenz Koepfle 1817-1890
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Jacob Hey 1836- Rosina Philomena Sprenger 1841-1906
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Rosina Hey 1865-


186524 mar.

Nascimento de uma irmã

 
Baptismo a 17 de abril de 1865 (Curitiba, Paraná, Brasil na Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais)
186524 mar.
18671 jun.
2 anos

Nascimento de uma irmã

 
Baptismo a 25 de agosto de 1867 (Nossa Senhora da Luz da Catedral, Curitiba, Paraná, Brazil)
186924 ago.
4 anos

Nascimento de um irmão

 
Brasil
Baptismo a 8 de janeiro de 1870 (Nossa Senhora da Luz da Catedral, Curitiba, Paraná, Brazil)
18702 nov.
5 anos

Nascimento de um irmão

187013 dez.
5 anos
187218 mar.
6 anos
1872
7 anos

Morte de um irmão

 
Paraná, Brasil
187816 jun.
13 anos
1879
14 anos

Nascimento de uma irmã

 
Baptismo a 18 de janeiro de 1880 (Nossa Senhora Da Luz Da Catedral, Curitiba, Paraná, Brasil)
188619 fev.
20 anos

Morte do cônjuge

 
Curitiba - PR, Brasilien
189015 maio
25 anos
189019 jun.
25 anos
189427 mar.
29 anos
189714 maio
32 anos
189926 jan.
33 anos
190121 maio
36 anos
190216 dez.
37 anos
1908
43 anos
1919
54 anos

Ocupaçõ

1919
54 anos

Residência

 
Notas

Address:
Address:
Address:

194418 abr.
79 anos
195713 fev.
91 anos
197519 dez.
110 anos
197819 out.
113 anos
19805 mar.
114 anos
198013 out.
115 anos

Antepassados de Rosina Hey

    Matthias Sprenger ca 1702-1782 Gertrud Pogner 1704-1766 Joseph Wilhelm 1691-1753 Katharina Wanner 1695- Jean (Joannes) KLOTZ-GLOTZ 1693-1768 Anna-Maria MATZ Bartholamaeus Koch Maria Maldaner ? Johann Koepfle Elisabeth Pradler Johann Koech Maria Bader    
    |- 1729 -| | | |- 1720 -| | | | | | |    
    


 


 


 


 


 


    
    | | | | | |    
    Thomas Sprenger 1734-1805 Anna Maria Wilhelm 1733-1777 Joseph Glotz (Klotz) 1746..1748- Maria Veronika Koech 1741-1815 Martin Koepfle 1749..1751- Agnes Koech 1753- Karl Werner 1808-1808 Maria Bader 1790-1828
    |- 1773 -| |- 1772 -| |- 1775 -| | |
    


 


 


 


    | | | |
    Franz Sprenger 1777-1849 Maria Therezia Glotz (Klotz) 1774-1842 Andreas Koepfle 1780-1860 Regina Werner 1800/-
    |- 1803 -| |- >1808 -|
    


 


    | |
Johann Nikolaus Nicolau Hey ca 1808- Maria Elizabeth Hey 1818..1820- Joseph R Sprenger 1812-1870 Maria Krescenz Koepfle 1817-1890
|- 1840 -| |- 1840 -|



 


| |
Jacob Hey 1836- Rosina Philomena Sprenger 1841-1906
|- 1864 -|



|
Rosina Hey 1865-




Descendentes de Rosina Hey

  





































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