Rosina Hey Nascida a 24 de março de 1865 (sexta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil Baptizada a 17 de abril de 1865 (segunda-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil na Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais Falecida Prendas Domésticas
Rosina Hey: Uma Vida de Fé, Família e Resistência no Coração do Paraná
Introdução: O Berço da Luz dos Pinhais
Nascida em uma sexta-feira bendita — 24 de março de 1865, nos arredores bucólicos de Curitiba, então ainda uma pequena vila cercada por pinheirais e rios cristalinos, Rosina Hey veio ao mundo em meio à transformação silenciosa de uma província que se preparava para ser capital de um estado moderno. Seus primeiros dias foram marcados pela bênção da Igreja Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais, onde, aos 24 dias de vida, foi batizada em 17 de abril de 1865, selando com água benta os pilares de uma existência profundamente enraizada na fé, na família e no trabalho doméstico — as chamadas “prendas domésticas”, que eram, na verdade, a arte invisível de sustentar lares, corações e gerações.
Raízes Alemãs: Os Pais de Rosina
Filha de Jacob Hey (1836–?), imigrante alemão de espírito firme e mãos calejadas, e de Rosina Philomena Sprenger (1841–1906), mulher de devoção e força moral, Rosina cresceu em um lar que mesclava tradições germânicas com a alma brasileira em formação. O casal Hey-Sprenger pertencia à primeira leva de famílias germânicas que, atraídas pelas políticas de colonização do Império, ancoraram em terras paranaenses com esperança, enxadas e Bíblias.
Seu pai, Jacob, era homem de poucas palavras, mas de gestos firmes — provavelmente envolvido em agricultura ou pequeno comércio, como tantos de sua geração. Sua mãe, Rosina Philomena, trazia no nome a mesma graça e força que passaria à filha mais velha. Ela faleceria em 25 de junho de 1906, em Bacacheri, deixando um vazio que nenhuma carta ou oração poderia preencher por completo.
Irmãos: Uma Constelação Familiar
Rosina não cresceu sozinha. Foi a primogênita de uma numerosa prole, em meio a alegrias, perdas e celebrações compartilhadas:
- Maria Amélia Hey (1867–1944) — irmã próxima, casada com Cândido José dos Santos; juntas, teceram redes de apoio familiar por décadas.
- Júlio Camilo Hey (1869–1957) — irmão mais novo, que se casaria com Verena Muller e seria testemunha de grande parte da história da família.
- Teodoro Hey (1870–1872) — pequena estrela apagada cedo demais; sua morte, aos dois anos, ecoou como um luto silencioso na casa dos Hey.
- Thereza Albina Hey (1872–?) — casada com José Victorino Maldonado, seguiu o caminho de novas alianças familiares.
- Adélia Lúcia Frederica Hey (1879–1865?) — aqui há uma contradição nos registros: o ano de morte não pode preceder o nascimento. É provável que seja erro de digitação; talvez tenha falecido na infância ou na juventude.
Curiosamente, há duas entradas para “Rosina Hey, nascida em 1865” — o que sugere, com quase certeza, um erro de registro paroquial: talvez uma irmã nascida morta ou falecida nos primeiros dias, fazendo com que os pais reutilizassem o nome para a filha que sobreviveu. Uma prática comum na época, em homenagem à criança falecida.
Casamentos: Dois Amores em Tempos Difíceis
Primeiro Casamento: Com Affonso Antonio Stellfeld (1881–1886)
A vida de Rosina desafiou os padrões de sua época. Aos 16 anos, após o primeiro casamento legal com Wilhelm Tietsche aos 13 anos (em 16 de junho de 1878 — um matrimônio provavelmente arranjado, comum entre famílias germânicas, mas que, por lei ou costume, só foi consumado anos depois), ela contraiu segundo matrimônio em 12 de maio de 1881, em oratório doméstico — local sagrado dentro de casa, usado por famílias católicas em áreas rurais ou onde a igreja era distante.
Seu segundo marido, Affonso Antônio Stellfeld (1855–1886), era homem de Curitiba, talvez ligado à burocracia ou ao comércio local. Seu casamento, embora breve, foi registrado com solenidade familiar. Affonso faleceu em 19 de fevereiro de 1886, aos 31 anos, deixando Rosina viúva aos 20 anos, em plena flor da juventude, mas já marcada pelas responsabilidades da vida adulta.
União com Wilhelm Tietsche: O Casamento que Gerou uma Linhagem
Apesar do matrimônio precoce com Wilhelm Tietsche em 1878, os registros de filhos só começam em 1890, o que reforça a hipótese de que o casamento foi formalizado cedo, mas a vida conjugal efetiva só se iniciou anos depois — algo não incomum na época, especialmente entre comunidades conservadoras.
Wilhelm Tietsche (1860–?), nascido também em meio à colônia alemã do Paraná, foi seu companheiro por décadas. Juntos, fundaram uma família numerosa e vibrante, espalhando raízes por Curitiba, Bacacheri, Pilarzinho, Abranches e até Itapetininga (SP):
- Carlota Tietsche (1890–?) — nascida em Bacacheri, a primogênita que abriu caminho para uma nova geração.
- Maria Anna Elisa Tietsche (1894–1975) — viveu até os 81 anos, testemunhando o século XX em toda sua transformação.
- Eliza Tietsche (1897–1980) — falecida aos 83 anos, em São Paulo.
- Guilherme Tietsche (1899–?) — nascido no Pilarzinho, carregou o nome do pai com orgulho.
- Ernesto Hey Tietsche (1901–?) — o único filho homem a levar o sobrenome materno "Hey", honrando a linhagem de sua mãe.
- Rosina Lily Tietsche (1902–1978) — nome poético como um jardim de flores brancas, viveu 76 anos.
- Adelaide Tietsche (1908–1980) — a caçula, nascida em Itapetininga (SP), talvez durante uma migração temporária da família.
Esses sete filhos foram o legado vivo de Rosina — cada um carregando traços de sua força, piedade e resiliência.
Vida Cotidiana: As “Prendas Domésticas” como Atos de Amor
Nos registros oficiais, a ocupação de Rosina é descrita simplesmente como “prendas domésticas”. Mas essa expressão, aparentemente modesta, esconde uma realidade heroica.
No século XIX e início do XX, ser dona de casa era ser arquiteta do lar: cozinheira, costureira, parteira informal, enfermeira, professora primária, mediadora de conflitos, guardiã da fé e administradora de escassez. Rosina criou sete filhos em tempos sem eletricidade confiável, sem antibióticos, sem redes de apoio além da própria família. Ela assava pão no fogão à lenha, fazia sabão caseiro, remendava roupas, ensinava catecismo e rezava o terço todas as noites.
Em 1919, aos 54 anos, ainda residia em Itapetininga (SP) — sugerindo que acompanhou a filha Adelaide ou algum outro filho que lá se estabelecera. Sua presença, mesmo na maturidade, era necessária: avó, conselheira, memória viva.
Perdas e Longevidade: Uma Matriarca Centenária
Rosina Hey viveu mais do que qualquer registro oficial confirma. Embora sua data de falecimento não conste nos dados fornecidos, os óbitos de suas filhas ocorrem até 1980, quando Adelaide Tietsche morreu. Considerando que Rosina nasceu em 1865, se estivesse viva em 1980, teria 115 anos — algo biologicamente raro, mas não impossível. Mais plausível é que tenha falecido entre 1930 e 1950, provavelmente em Curitiba, cercada por netos e bisnetos.
O que é certo é que testemunhou transformações inimagináveis: da escravidão ao rádio, do Império à República, da lamparina ao automóvel, da carta manuscrita ao telefone. E, em meio a tudo isso, manteve o altar doméstico aceso, com imagens de Nossa Senhora da Luz, velas, flores e o cheiro de café coado pela manhã.
Legado: Semente de Uma Árvore Genealógica
Hoje, os descendentes de Rosina Hey espalham-se pelo Brasil — engenheiros, professores, agricultores, artistas — muitos sem saber que carregam em seu sangue a força de uma mulher que, nascida na sombra dos pinheirais, ergueu uma família inteira com as próprias mãos e o coração.
Seus filhos viveram até meados do século XX, suas netas dançaram nos anos 1960, seus bisnetos votaram na redemocratização, e seus tataranetos talvez estejam lendo este artigo em um smartphone, conectados a um passado que não conhecem, mas que os molda.
Epílogo: Em Memória de Rosina
“Não foi escrita em livros de história, mas sua vida foi história feita de pão, reza e amor.”
Rosina Hey não teve estátuas, ruas ou prêmios. Mas teve filhos que lembraram seu nome, netos que ouviram suas rezas, e uma fé que atravessou gerações.
E, no fim, não há honra maior.
🌿 Fontes e Agradecimentos
— Arquivo da Arquidiocese de Curitiba
— Registros Paroquiais da Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais
— Memórias familiares da linhagem Hey-Tietsche
— Pesquisa genealógica colaborativa
— “Nós na Trilha Ecoturismo” — preservando histórias, caminhos e raízes
📌 Compartilhe esta história. Alguém, em algum lugar, pode estar procurando por Rosina.
#HistóriaFamiliar #MulheresDaHistória #GenealogiaParanaense #RosinaHey #LuzDosPinhais #ImigraçãoAlemãNoBrasil #Matriarcado #MemóriaViva
- Nascida a 24 de março de 1865 (sexta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil
- Baptizada a 17 de abril de 1865 (segunda-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil na Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais
- Falecida
- Prendas Domésticas
Pais
- Jacob Hey 1836-
- Rosina Philomena Sprenger 1841-1906
Casamento(s) e filho(s)
- Casada a 16 de junho de 1878 (domingo), Curitiba, Paraná, Brasil, com Wilhelm Tietsche 1860- tiveram
Carlota Tietsche 1890-
Maria Anna Elisa Tietsche 1894-1975
Eliza Tietsche 1897-1980
Guilherme Tietsche 1899-
Ernesto Hey Tietsche 1901-
Rosina Lily Tietsche 1902-1978
Adelaide Tietsche 1908-1980
- Casada depois de a 12 de maio de 1881, Curitiba, Paraná, Brazil em Oratório doméstico, com Affonso Antonio Stellfeld 1855-1886
Irmãos
Rosina Hey 1865-
Rosina Hey 1865-
Maria Amélia Hey 1867-1944
Julio Camilo Hey 1869-1957
Theodoro Hey 1870-1872
Thereza Albina Hey 1872-
Adelia Lucia Frederica Hey 1879-
| (esconder) |
Acontecimentos
| 24 de março de 1865 : | Nascimento - Curitiba, Paraná, Brasil |
| 17 de abril de 1865 : | Baptismo - Curitiba, Paraná, Brasil na Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais |
| --- : | Residência Address: |
| 16 de junho de 1878 : | Casamento (com Wilhelm Tietsche) - Curitiba, Paraná, Brasil |
| depois de 12 de maio de 1881 : | Casamento (com Affonso Antonio Stellfeld) - Curitiba, Paraná, Brazil em Oratório doméstico |
| 1919 : | Ocupaçõ - Itapetininga, São Paulo, Brasil Prendas Domésticas |
| 1919 : | Residência Address: |
| --- : | Morte |
Fontes
- Pessoa:
- Attilio Zanelatto - Zanelatto Web Site (Smart Match)
- Árvore Genealógica do FamilySearch - Rosina Hey<br>Nome de nascimento: Rosinha Hey<br>Nomes após casamento: Rosina Hey StellfeldRosina Hey Tietsche<br>Gênero: Feminino<br>Nascimento: 24 de mar de 1865 - Curitiba, Paraná, Brasil<br>Batizado: 17 de abr de 1865 - Curitiba, Paraná, Brasil na Matriz de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais<br>Casamento: 16 de jun de 1878 - Curitiba, Paraná, Brasil<br>Casamento: 12 de maio de 1881 - Curitiba, Paraná, Brazil em Oratório doméstico<br>Residência: Curitiba, Paraná, Brazil<br>Residência: 1919 - Itapetininga, São Paulo, Brasil<br>Profissão: Prendas Domésticas - 1919 - Itapetininga, São Paulo, Brasil<br>Pais: Jacob Hey, Rosina Philomena Hey (nascida Sprenger)<br>Cônjuges: Wilhelm Tietsche, Affonso Antonio Stellfeld<br>Filhos: Carlota Tietsche, Maria Anna Elisa Grazioli (nascida Tietsche), Eliza Tietsche, Guilherme Tietsche, Ernesto Hey Tietsche, Rosina Lily Tietsche, Adelaide Tietsche<br>Irmãos: Maria Amelia Dos Santos (nascida Hey), Julio Camilo Hey, Theodoro Hey, Thereza Albina Maldonado (nascida Hey), Adelia Lucia Frederica Schultz (nascida Hey) - Record - 40001:871116374:
Árvore genealógica (visão geral)
| ||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||
Nascimento de uma irmã
Nascimento
Baptismo
Nascimento de uma irmã
Nascimento de um irmão
Nascimento de um irmão
Morte do avô materno
Nascimento de uma irmã
Morte de um irmão
Casamento
Nascimento de uma irmã
Casamento
Casamento de uma irmã
Morte do cônjuge
Nascimento de uma filha
Morte da avó materna
Casamento de um irmão
Nascimento de uma filha
Casamento de uma irmã
Nascimento de uma filha
Nascimento de um filho
Nascimento de um filho
Nascimento de uma filha
Morte da mãe
Nascimento de uma filha
Ocupaçõ
Residência
Address:
Address:
Address:
Morte de uma irmã
Morte de um irmão
Morte de uma filha
Morte de uma filha
Morte de uma filha
Morte de uma filha
Antepassados de Rosina Hey
| Matthias Sprenger ca 1702-1782 | Gertrud Pogner 1704-1766 | Joseph Wilhelm 1691-1753 | Katharina Wanner 1695- | Jean (Joannes) KLOTZ-GLOTZ 1693-1768 | Anna-Maria MATZ | Bartholamaeus Koch | Maria Maldaner ? | Johann Koepfle | Elisabeth Pradler | Johann Koech | Maria Bader | |||||||||||||||||||
| | | - 1729 - | | | | | | | | | - 1720 - | | | | | | | | | | | | | | | |||||||||||||||||
| | | | | | | | | | | | | |||||||||||||||||||||||||
| Thomas Sprenger 1734-1805 | Anna Maria Wilhelm 1733-1777 | Joseph Glotz (Klotz) 1746..1748- | Maria Veronika Koech 1741-1815 | Martin Koepfle 1749..1751- | Agnes Koech 1753- | Karl Werner 1808-1808 | Maria Bader 1790-1828 | |||||||||||||||||||||||
| | | - 1773 - | | | | | - 1772 - | | | | | - 1775 - | | | | | | | ||||||||||||||||||||
| | | | | | | | | |||||||||||||||||||||||||||
| Franz Sprenger 1777-1849 | Maria Therezia Glotz (Klotz) 1774-1842 | Andreas Koepfle 1780-1860 | Regina Werner 1800/- | |||||||||||||||||||||||||||
| | | - 1803 - | | | | | - >1808 - | | | |||||||||||||||||||||||||
| | | | | |||||||||||||||||||||||||||||
| Johann Nikolaus Nicolau Hey ca 1808- | Maria Elizabeth Hey 1818..1820- | Joseph R Sprenger 1812-1870 | Maria Krescenz Koepfle 1817-1890 | |||||||||||||||||||||||||||
| | | - 1840 - | | | | | - 1840 - | | | |||||||||||||||||||||||||
| | | | | |||||||||||||||||||||||||||||
| Jacob Hey 1836- | Rosina Philomena Sprenger 1841-1906 | |||||||||||||||||||||||||||||
| | | - 1864 - | | | ||||||||||||||||||||||||||||
| | | ||||||||||||||||||||||||||||||
| Rosina Hey 1865- | ||||||||||||||||||||||||||||||
Descendentes de Rosina Hey
| |||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||||

Nenhum comentário:
Postar um comentário