OS IMIGRANTES - ALEMÃES

Em 1828, o veleiro alemão Charlote Louise trouxe os primeiros imigrantes alemães ao Brasil. Eles fundaram a colônia de Rio Negro no Paraná.Fonte: www.curitiba-parana.net
fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado

Em 1828, o veleiro alemão Charlote Louise trouxe os primeiros imigrantes alemães ao Brasil. Eles fundaram a colônia de Rio Negro no Paraná.





Maria Cavaquinho dessas foi criaturas bizarras que a cidade viveu na década de 50.
Ela quebrou a monotonia das ruas e esquinas de Curitiba com seu jeito descarado.
Ficava no antigo ponto Café Alvoradinha, popa de Oliveira Belo, mas podia ser visto por aí, preparando confusão e cenas hilárias.
desafiou o formalismo hipócrita de certo guarda pedestre, para desvendá-los de volta com o frágil cavaquinho, geralmente a mando de alguém ao preço de alguns trocados.
lembram-se de outras figuras folclóricas como Harquebus Misery, Foot Spread, Mary Balloon e outras, mas nenhuma chegou a desfrutar da intimidade da paisagem urbana, como ela, com tanta irreverência.
foi, porém, uma agressão ingênua, inconsciente até, pois denotava sinais de debilidade mental.
Ao cantar, emitia sons ininteligíveis.
Mas, divertia a galera com suas piadas e comicidades.
Venceu por “status” a citar, junto com Crushes na crônica Mazza, o Adherbal Forte e com certeza, o Tre-visan de Dalton. Mereceu muitas páginas antológicas o livro de Valério Hoerner Jr., publicado em
1989, “Ruas de Curitiba e histórias”. corpo de mulher. Esses tipos populares vêm e vão, com pássaros de passagem. Faltam, porque operam no dia-a-dia como parte da própria rotina.
Compreendendo também uma história da cidade, pois definem os contrastes que identificam as misérias da condição humana.
foi assim que um dia desapareceu o Cavaquinho de Maria. não voltou mais.
vazio deixado na avenida, as perguntas levantadas são ressentidas: O que aconteceu com você? Sem resposta, por muitos anos, ficou em um canto da memória a frustração da curiosidade insatisfeita.
Perdeu-se por sua ausência um elo dessa corrente sentimental que se aproximava, o milagre da fantasia, como pessoas diferentes.
De repente, eis que o reencontro, por acaso, vagueia pelas ruas históricas da Lapa. parece não ser o mesmo, murcho pela velhice prematura.
Vidas Irmãs de Caridade Asilo São Vicente.
Apagou sua imagem turbulenta e mágica.
divertido não se lembra dessa figura, capaz de travessuras e insolências.
Balbucia poucas palavras, recolhe-se ao silêncio, prisioneiro de si mesmo.
Defronto-me com o passado e reviso-o no centro das evocações.
Posso imaginá-la recuperando aqueles blocos infantis da adolescência, para reinar à sua maneira, através dos enfeites de palhaços de circo em sua arena particular e exclusiva.
E ela, coitada, olha-me indiferente e distante, sem saber se, diante dos meus olhos, virou saudade...
Túlio Vargas é Academia Paranaense de Letras.
Francisco Brito Lacerda
Tico é o nome do papagaio que vive numa floricultura do Cristo Rei. a menina que prepara buquês conhece sua história.
Ele é velho, tem 22 anos, mas continua forte, glutão.
quase não fala.
Para que não pense que é bobagem, solte três ou quatro palavras Curtinhas.
O silêncio deles é traumático.
Antes o papagaio vivia em Ba-cacheri, integrando uma casa equipada com pequeno quintal.
Recebeu os cuidados dos filhos e da empregada, esta voz ecoando perfeitamente.
A senhora das flores não garante, mas quem conheceu Tico em tempos bons diz que o papagaio sabia cantar com um ritmo invejável.
De "Cielito Lindo", a versão brasileira, curtiu o refrão, sem errar uma nota.
'Ai, ai, ai, ai / Está chegando a hora / Já amanheceu o dia, querido / Tenho que ir. " Emocionou -
se com a própria vista, às vezes engasgando com as palavras "bebê". Num domingo de janeiro, ambos na cantoria caprichou tiveram um ataque. cápsula branca na água de beber. Ainda dias depois o bichinho teve outro ataque ao mostrar as visitas. guri A casa percebeu que ele encenou o doente para chamar atenção. No momento em que o conheceu, notou seus olhos verdes cerrados, teatrais e coraçãozinho ainda estava batendo 200 por minuto.
Uma senhora das flores que informa os proprietários Tico saiu da casa Bacacheri.
estavam morando em um apartamento, onde é proibida a presença de bichos, não falando papagaio.
A dona da floricultura teve dois meses para entregar as chaves do Bacacheri onde o Tico estava fechado em ambiente sombrio, recebendo apenas um pouco de luz para a bandeira.
A cada três dias vinha gente da família para trocar a água da panela, trazer comida.
Tico havia esquecido todo o passado glorioso.
Não conseguia mais falar.
Se pediu para ele cantar "Cielito Lindo", virou a cara, ofendido.
flores A menina estava morta quando a pena de papagaio veio morar na loja.
decidiu resgatá-lo.
Também não foi necessário chamar o psiquiatra.
As próprias birras aprenderam o animal.
Tico adora gaiola limpa, lavava o chão pelo menos duas vezes por semana.
Sua comida preferida é o que as pessoas chamam de semente de girassol, misturada com a fruta.
bago Ele também gosta de pimenta ardidinha.
Não rejeite a banana.
odeia migalhas.
Ele é, em suma, um velho guloso.
Sentir-se bem atendida, até looks lindos.
Não faz muito tempo, deu a primeira resposta à menina das flores, que celebrava todas as manhãs.
"Dormiu bem, Tico?" É bom, querida? "(No inverno, a gaiola é o terraço onde o sol bate...). Da varanda, entretida em colocar água em baldes, a menina chamou o papagaio." Tico!
Tico! "Ao ouvir sua resposta, gritou de alegria.
Uma voz profunda, o
velho, retorquiu: "O quê?
O quê? "Tico voltou a falar.
O safado ficou muito tempo sem progresso vocal. Por ser morena, a moça é tratada por Nega por outros funcionários da loja.
tanto De ouvir o apelido, Tico decidiu usá-lo.
Quer esteja faltando, precisando de companhia, libere na hora certa, colocando a sílaba no final. "nega!
Nega!... 1
Ela está convencida de que Tico tem alma.
Não se limita a imitar os outros.
expressa suas emoções, como aconteceu outro dia.
A garota pegou a gaiola.
Guthrie Ele estava na mesa, esperando para enxugar o chão.Nega
aproveitou a pausa para agradar seu camarada fazendo autêntico-você acaricia o topete.
De tão feliz, Tico estremeceu, virando a cabecinha.
Nega então anunciou: "Chega de carícias. Volte para sua jaula."
Bem que Otante-ins, digno de estar entre as histórias de Curitiba, Tico largou a terceira palavra desta nova fase;
tom excitante, voluptuoso, dizia: "Mais!..."
Advogado de Francisco Brito Lacerda.