quinta-feira, 24 de julho de 2025

Tersilla Tomaselli Cecilia (Tersilla Tenedini - Tenadini) (Tersilla Tomaselli) Nascida a 2 de dezembro de 1849 (domingo) - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Lombardia, Itália Falecida a 17 de abril de 1932 (domingo) - Piraquara, Paraná, Brasil, com a idade de 82 anos

 Tersilla Tomaselli Cecilia (Tersilla Tenedini - Tenadini) (Tersilla Tomaselli)   Nascida a 2 de dezembro de 1849 (domingo) - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Lombardia, Itália Falecida a 17 de abril de 1932 (domingo) - Piraquara, Paraná, Brasil, com a idade de 82 anos

Tersilla Tomaselli

Feminino  Tersilla Tomaselli Cecilia

(Tersilla Tenedini - Tenadini)
(Tersilla Tomaselli)

  • Nascida a 2 de dezembro de 1849 (domingo) - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Lombardia, Itália
  • Baptizada a 3 de dezembro de 1849 (segunda-feira) - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Lombardia, Itália
  • Falecida a 17 de abril de 1932 (domingo) - Piraquara, Paraná, Brasil, com a idade de 82 anos
  • Enterrada - Piraquara, Parana, Brasil
1 ficheiro disponível


 Pais

 Casamento(s) e filho(s)

 Irmãos

(esconder)

 Acontecimentos

2 de dezembro de 1849 :Nascimento - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Lombardia, Itália
3 de dezembro de 1849 :Baptismo - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Lombardia, Itália
31 de julho de 1869 :Casamento - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Itália
(31 de jul de 1869) :Casamento (com Luigi (Luis) Luiz Tanadini (Tenedini, Tenadini)) - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Lombardia, Itália
17 de abril de 1932 :Morte - Piraquara, Paraná, Brasil
--- :Enterro - Piraquara, Parana, Brasil


 Fontes

  • Pessoa:
    - Árvore Genealógica do FamilySearch - https://www.myheritage.com.br/research/collection-40001/arvore-genealogica-do-familysearch?itemId=882579382&action=showRecord -

    Sra Tersilla Tanadini (Tenedini, Tenadini) (Sol. Tomasselli Tanadini)
    Gênero: Feminino
    Nascimento: 1850 - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Lombardia, Itália
    Casamento: 31 de Jul de 1869 - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Lombardia, Itália
    Morte: 17 de Abr de 1932 - Piraquara, Paraná, Brasil
    Pais: Sr Antonio Tomaceli (Tomacheli), Sra Paschoa Tomaceli (Tomacheli) (Sol. Balholg)
    Esposo: Sr Luigi (Luis) Tanadini (Tenedini, Tenadini)
    Filhos: Sra Emilia (Palmira) De Moraes (Sol. Tanadini), Sra Raquel (Rachele) Peixoto de Mattos (Sol. Tanadini), Sr Francisco Tanadini, Sr Alberto Luiz (Abele Federico) Tanadini, Sra Maria Rosa Tanadini Mugiatti, Sra Luiza Tanadini, Sr Ernesto Tanadini, Sr Manoel Tanadini


    - LELIANA DE PAULA MATTOS - TANADINI Web Site (Smart Match)
    - Árvore Genealógica do FamilySearch - https://www.myheritage.com.br/research/collection-40001/arvore-genealogica-do-familysearch?itemId=882579382&action=showRecord - Tersilla Tanadini (nascida Tomaselli)&lt;br&gt;Gênero: Feminino&lt;br&gt;Nascimento: 2 de dez de 1849 - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Lombardia, Itália&lt;br&gt;Batizado: 3 de dez de 1849 - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Lombardia, Itália&lt;br&gt;Casamento: 31 de jul de 1869 - Acquanegra sul Chiese, Mantova, Lombardia, Itália&lt;br&gt;Morte: 17 de abr de 1932 - Piraquara, Paraná, Brasil&lt;br&gt;Parece haver um problema com os parentes desta pessoa. Veja esta pessoa no FamilySearch para ver esta informação.&lt;br&gt;&nbsp;&nbsp;Informação adicional: <br> <br>ProfissCAo: Tecelã
    - Brasil, Batismos, 1688-1935 - https://www.myheritage.com.pt/research/collection-30059/brasil-baptismos-1688-1935?itemId=756605&action=showRecord - Tercilla Tomacelli&lt;br&gt;Género: Masculino&lt;br&gt;Nascimento: 4 de nov de 1888&lt;br&gt;Crisma: 10 de nov de 1888 - Nossa Senhora Da Luz Da Catedral, Curitiba, Paraná, Brazil&lt;br&gt;Residência: 1888 - Curitiba, Paraná, Brazil&lt;br&gt;&nbsp;&nbsp;Nascimento: 4 de nov de 1888&lt;br&gt;Filho: Francisco Tonadini&lt;br&gt;Pai do cônjuge: Luiz Tonadini&lt;br&gt;Mãe do cônjuge: Tercilla Tomacelli&lt;br&gt;Número de Projeto de Indexação (lote): C03928-4&lt;br&gt;Origem do sistema: Brazil-EASy&lt;br&gt;Número do filme: 1251736&lt;br&gt;ID de referência: v 38 p 26


Cronologia de Tersilla Tomaselli Cecilia

1851
2 anos

Baptismo de uma irmã

186931 jul.
19 anos
18712 abr.
21 anos

Nascimento de uma filha

 
Notas

UFFICIO DELLO STATO CIVILE ESTRATTO PER RIASSUNTO DAL REGISTRO DEGLI ATTI DI NASCITA ANNO 1871 - ATTO N. 43 - UFFICIO UNICO.


COMUNE DI ACQUANEGRA SUL CHIESE - PROVINCIA DE MANTOVA.

187319 jan.
23 anos

Nascimento de um filho

 
Notas

UFFICIO DELLO STATO CIVILE ESTRATTO PER RIASSUNTO DAL REGISTRO DEGLI ATTI DI NASCITA ANNO 1873 - ATTO N. 15


COMUNE DI ACQUANEGRA SUL CHIESE - PROVINCIA DE MANTOVA.

187616 dez.
27 anos
187728 mar.
27 anos

Nascimento de uma filha

 
Notas

Conforme documento encontrado no Arquivo do Estado de Mantova.

Minha Avó Rachele sempre contava histórias para minha Mãe Libia, e uma dessas histórias era que tinha nascido no Navio quando vinham da Itália. Como não tínhamos nenhum documento dela, não havia como comprovar a veracidade do fato.
Quando, em Agosto/2015, pesquisando no site do Family Search, encontramos a digitalização do seu Atti Di Nascita, no livro de registros da Provincia de Mantova, Comune de Acquanegra Sul Chiese.

18793 jul.
29 anos

Nascimento de um filho

 
Baptismo a 22 de julho de 1879 (Morretes)
cerca1880
~ 31 anos
18831 set.
33 anos

Nascimento de uma filha

 
Baptismo a 20 de abril de 1884 (Catedral, Curitiba, Paraná, Brasil)
Notas

Batismo folha 101, livro Suplementar de Batismo. Catedral Metropolitana de Curitiba.

18877 jan.
37 anos

Nascimento de uma filha

188810 nov.
38 anos
188811 nov.
38 anos
189117 ago.
41 anos

Nascimento de um filho

 
Notas

Cartório Leão - Livro A-007 - Folha 182 - Termo 2672 - Às vinte e duas horas

189721 fev.
47 anos

Nascimento de um neto

189828 jul.
48 anos

Nascimento de uma neta

189923 abr.
49 anos

Morte da mãe

19016 jun.
51 anos
190224 jan.
52 anos
190330 nov.
53 anos
190424 maio
54 anos
190429 jul.
54 anos
190429 jul.
54 anos
191014 jun.
60 anos

Morte do cônjuge

 
Enterro a 15 de junho de 1910 (Curitiba, Paraná, Brasil)
Notas

Causa : Derrame
Certidão de óbito Nº 17109

192110 ago.
71 anos
192417 out.
74 anos

Morte de um filho

19272 ago.
77 anos

Morte de um filho

1931
82 anos

Enterro de uma irmã

193217 abr.
82 anos

Antepassados de Tersilla Cecilia Tomaselli

Descendentes de Tersilla Cecilia Tomaselli

    













Construção da 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Curitiba - 1934

 

Construção da 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Curitiba - 1934



Nessas fotografias, que datam provavelmente do início da década de 1930, vemos registros da construção do templo da 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Curitiba, localizada até os dias de hoje na rua do Rosário.

A igreja foi fundada em 1904 com 69 pessoas, entre homens e mulheres, e seus primeiros membros atuavam como missões que acreditavam no poder do Evangelho e tinham o desejo de compartilhar a vida em Cristo.

O templo, no entanto, só foi inaugurado no ano de 1935, após uma campanha iniciada em 1922 para a sua construção. Esta iniciativa movimentou toda a comunidade da igreja. As crianças na Escola Dominical levavam moedas para a compra de um “tijolinho” e os adultos realizavam chás e festas beneficentes.

Fontes: Acervo Curitiba Histórica / Acervo 1ª Igreja Presbiteriana Independente de Curitiba

quarta-feira, 23 de julho de 2025

A precária Rua XV de Novembro, no Centro de Colombo, contemplando ao fundo, a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário por volta de 1900.

 A precária Rua XV de Novembro, no Centro de Colombo, contemplando ao fundo, a Igreja Matriz Nossa Senhora do Rosário por volta de 1900.


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POUSO DE EMERGÊNCIA NA ILHA DO MEL

POUSO DE EMERGÊNCIA NA ILHA DO MEL

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"(*) No idos de 1932, existiu o primeiro correio aéreo entre a França e a América Latina , chamado Aeropostale . Tal correio aéreo usava aviões providos de rodado, ou seja, não podiam aterrizar nos oceanos e rios. Nessa rota trabalhou, também o piloto francês Antoine de Saint-Exupéry, autor do livro 'O Pequeno Príncipe'.
Numa manhã de junho , estava Olavo na casa de seu avô na Ilha do Mel. Era uma manhã de tempo muito fechado e pesadas nuvens. Um ruído de aeronave foi ouvido! Nessa época, contava a Aeropostale com uma pista para emergências em Pontal do Sul, pois a rota não contemplava a cidade de Paranaguá e as aeronaves rumavam diretamente de Florianópolis para Santos. O ruído era cada vez mais próximo, de repente a surpresa... o pequeno avião fazia uma aterragem de emergência.
Como a maré estava alta, o pequeno aeroplano teve uma desastrada aterrissagem indo parar dentro da água. Houve uma correria dos ilhéus e de todos os que faziam temporada na ilha. Com uma canoa , uma corda foi estendida e o avião rebocado pelos populares até terra. Havia na época na Ilha do Mel, um posto de correios e uma estação de telégrafo , local onde o piloto se dirigiu para pedir ajuda.
Dias mais tarde apareceu outro avião que veio com as peças sobressalentes para os reparos. Parecia que a onda de azar estava só começando... eis que quando da aterrissagem do segundo aeroplano, apesar da maré favorecer uma extensa faixa de areia, o piloto da segunda aeronave bateu em um toco de árvore e praticamente capotou. Mais uma vez foi acionado o telégrafo para pedir ajuda.
Enquanto esperavam, foram feitos os reparos no primeiro avião, e logo tínhamos um terceiro, maior e cabinado para o transporte de passageiros. Os reparos foram concretizados com sucesso e os pilotos partiram com seus respectivos aparelhos.
Fato curioso! Apesar da Ilha do Mel nem aeroporto ter, em uma só temporada reuniu-se três aviões ao mesmo tempo."
(*) Relato de Olavo Scherrer, que estava na Ilha do Mel durante os acontecimentos.
SAINT-EXUPÉRY PILOTAVA ENTRE A FRANÇA E BRASIL/ARGENTINA
"Entre 1929 e 1931, Antoine, nascido em Lyon em 29/06/1900, na altura dos seus 30 anos, era aviador e voava entre a França, o Marrocos e o Senegal. Como era, também, ótimo escritor, estreou em 1929 com seu primeiro romance, "Correio Sul".
Em seguida, passou a fazer parte da Compagnie Générale Aéropostale, companhia de aviação pioneira dedicada à entrega de correspondências, nas linhas de serviço postal na América do Sul, rota que incluía voos para cidades brasileiras, como Recife, Rio de Janeiro, Santos, Florianópolis e Porto Alegre, e depois rumo a Buenos Aires e ao extremo sul argentino. Nas passagens por Porto Alegre, era comum que Saint-Exupéry e seus colegas, como os igualmente pioneiros Mermoz e Guillaumet, fossem vistos circulando pela Rua da Praia, no início da década de 30.
O jornalista gaúcho Nilo Ruschel, nascido em Estrela em 1911 e que se mudou para Porto Alegre em 1922, cita em seu livro de memórias 'Rua da Praia', fatos pitorescos da mais popular via pública da capital gaúcha, onde menciona que Saint-Exupéry podia ser visto instalado a uma mesa no Café Colombo, que funcionava na esquina da Rua da Praia com a Ladeira, imediatamente à esquerda, tomando uma hidrolitol, espécie de refrigerante da época. Ao lado de seus conhecidos, chamava a atenção com seu clássico casaco de couro que os aviadores usavam.
Em outra ocasião, teria sido convidado para um churrasco na zona sul da cidade, além de ter dado um mergulho no Rio Gravataí. Saint-Exupéry gostava muito do céu de Porto Alegre – enquanto, acrescenta, Mermoz gostava era das mulheres da capital. Porto Alegre é referida, por exemplo, em seu segundo romance, Voo noturno, lançado em 1931, quando, em viagem à noite, vindo de Buenos Aires (a orientação noturna ainda era quase tabu mundial para a aviação), um piloto diz já enxergar 'as brumas para o lado de Porto Alegre'." (Condensado de gaz.com.br)
Paulo Grani

O Restaurante Embaixador, de Leonardo Werzbitzki, ficou conhecido em Curitiba como Restaurante Onha.

 O Restaurante Embaixador, de Leonardo Werzbitzki, ficou conhecido em Curitiba como Restaurante Onha.

RELEMBRANDO O RESTAURANTE EMBAIXADOR, DO ONHA

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O Restaurante Embaixador, de Leonardo Werzbitzki, ficou conhecido em Curitiba como Restaurante Onha. Em entrevista com seu filho, João José, este explicou a origem do nome: "Onha, significa rápido, é uma palavra de origem cigana. Os ciganos deram esse apelido para meu pai. Queriam dizer que ele era rápido como um relâmpago. Ele jogava bola, era goleiro. E o apelido pegou."
O sr. Leonardo, ainda jovem, trabalhou com seu pai José na primeira churrascaria de Curitiba, na Praça Osório, onde atualmente funciona o Mercadorama. Mais tarde, no Churrasco Curitibano, que ficava na Rua Ébano Pereira, onde hoje é a Loja Fedatto.
Em 1950 casou e resolveu montar o seu restaurante, o Restaurante Embaixador, na rua Riachuelo. Uma rua central, durante o dia tinha um comércio intenso e à noite era uma rua pouco familiar. Apesar dessas características do local, o Embaixador sempre teve grande movimento, de dia e à noite. João Jos, filho do seu Leonardo, conta: "minha mãe tocava as prostitutas com vassoura. Elas não entravam no restaurante."
O Restaurante Embaixador tinha um cardápio à la carte e pratos-do-dia:
Cardápio diário: 2ª feira, Virado à paulista; 3ª feira, Rabada com tutu (não era com polenta); 4ª feira, Feijoada; 5ª feira, Mocotó e à noite costela assada; 6ª feira, Dobradinha com feijão branco e Sábado, Feijoada.
No cardápio à la carte eram servidos: filé simples, temperado com sal e acompanhado de salada de cebola, tomate, alface e feijão-cavalo, temperado e servido com caldo; churrasco simples, churrasco acebolado, com cebola frita por cima e o churrasco bifado, com molho de tomate, cebola, ovo frito e arroz. Não era costume servir sobremesas, nem cafezinho, para poder aumentar a rotatividade das mesas.
Como se percebe no cardápio diário, nas quintas-feiras à noite, o restaurante servia costela assada. Segundo João José, a costela era assada do jeito que seu avô fazia:
A costela era colocada cedo 110 fogo, temperada com sal e pimenta do reino. O tempo todo, era molhada com um pincel grande feito de palha de milho. Este era mergulhado num panelão que continha cachaça, vinagre, pimenta vermelha, pimenta do reino e sal. O osso da costela ficava para baixo, e ela era molhada por cima. A dois metros do fogo, era colocado, no alto da churrasqueira, jornal, para conservar o calor. E um jeito diferente do gaúcho, que faz com sal grosso.
Todos os dias tinha um grupo de pessoas que, no final da tarde, compareciam ao Embaixador para aperitivar. O sr. Leonardo e sua esposa preparavam: carne-de-onça (carne crua temperada), petiscos de vina (salsicha) com pepino azedo, de ovo com picles, e bolinhos de carne fritos na hora. Dessa turma de fregueses, alguns tinham cadeira cativa no restaurante.
João José contou, também, que seu pai preparava a famosa "carne de onça", na forma como a conhecemos hoje, desde a década de 1950 em seu primeiro restaurante, o Embaixador. “Ninguém sabe ao certo a origem do nome do prato que, na verdade, não tem relação com onça ou qualquer felino, mas, dizia meu pai, o nome ficou assim porque o ‘bafo é de onça’, depois de comer aquela iguaria, preparada com carne crua, cebolas e temperos”.
João José relatava que seu pai Leonardo “Onha” Werzbitzki preparava a carne de onça, na forma como conhecemos hoje, desde a década de 1950 em seu primeiro restaurante, o Embaixador. “Ninguém sabe ao certo a origem do nome do prato que, na verdade, não tem relação com onça ou qualquer felino, mas, dizia meu pai, o nome ficou assim porque o ‘bafo é de onça’, depois de comer aquela iguaria, preparada com carne crua, cebolas e temperos".
O Embaixador não fechava durante o dia, ficava aberto a tarde toda, por causa dos fornecedores. A reposição de carnes e de bebidas era diária, pois a geladeira não era muito grande.
O restaurante tinha nove metros de comprimento por quatro metros de largura. Havia um corredor no meio e as mesas, com toalhas xadrezinhas e louças brancas, ficavam dos dois lados do salão, que comportava até sessenta pessoas. No final desse corredor estava o balcão de mármore e o bar, com uma coleção de cachaças com ervas: mentruz, losna, capim-do-padre, guaco, carqueja e frutas: pitanga, araçá, coquinho, abacaxi etc. Logo a seguir vinha a cozinha, que em termos de espaço físico era bem maior que o salão do restaurante. Nela ficava uma churrasqueira e um fogão movidos à carvão; não se usava lenha.
Apesar de ser um local não muito grande, o restaurante ficou famoso e conhecido pela sua especialidade: a feijoada. A feijoada do Onha, como se falava, tinha todo um ritual para a sua preparação.
Em entrevista, João José descreveu todos os passos seguidos pelo seu pai no preparo da feijoada, que era servida no sábado:
A feijoada começava a ser preparada na quarta-feira, quando chegava o porco, já cortado, proveniente do Frigorífico Catei. O couro do porco era queimado à vela, para tirar os pelinhos e raspado com faca, peça por peça: focinho, rabo, máscara etc. Tudo era bem lavado e colocado para fazer o primeiro cozimento, cuja água ia fora.
Na quinta-feira o pai cozinhava todos os defumados: costelinha, charque, lingüiça, e trocava as águas várias vezes. Eram cozidos e reservados. Não comprava defumado muito forte, para não prevalecer o gosto do defumado sobre o resto.
Na sexta-feira ele cozinhava o feijão, amassava o feijão com um macete bem grande, para o caldo ficar mais grosso. Colocava nesse feijão: alho, cebola, sal, pimenta, tudo em pedacinhos pequenos, e juntava os defumados e a carne de porco para cozinhar junto com o feijão. Cozinhava sexta-feira o dia inteiro, em vários panelões: oito a dez .
No sábado cedo ele montava potinho por potinho. Ele tinha a panela de pé de porco, a panela de máscaras (de focinhos), de rabinho, de lingüiça, de costelinha, tudo já cozido no feijão, mas daí ele tirava, e era com a mão, e geralmente estava quente. Então ele montava os oitenta a cem potes à prova de fogo, que já estavam em cima da grelha. Botava pezinho, pezinho, pezinho, costelinha, costelinha, costelinha, charque, charque, charque, lingüiça .... Se o freguês dissesse que no seu pote não veio charque, por exemplo, meu pai ficava p...: fui eu que pus! Ele não admitia outra pessoa, ele é quem fazia esse ritual. Daí ele punha o feijão e deixava no fogo fervendo. Não grudava, não queimava.
Quando o freguês recebia a feijoada na mesa, recebia um pote fervendo, e todas as coisas estavam cozidas juntas naquele pote. O último cozimento era no pote de barro, tudo junto.
Servia com couve, torresminho, que ele fritava no sábado, e arroz branco. E na mesa tinha pimenta vermelha e uma pimenta que ele fazia, era uma pimenta mais suave, um vinagrete com pimenta vermelha, de leve, pra gente que queria uma pimenta mais fraca. E farinha branca Pinduca. Também servia pão.
Esse esquema funcionou de 1950 a 1971, quando meu pai mudou para o Bacacheri. Daí passou a se chamar Restaurante Onha. O logotipo eram quatro potinhos de feijoada escritos ONHA.
No sábado, as pessoas que aguardavam na calçada a sua vez de entrar no restaurante, para saborear a feijoada, eram agraciadas com aperitivos, tipo batidinha de limão, servidos pelos filhos do Onha. Ao mesmo tempo, escutavam música, da mais alta qualidade, proveniente da Orquestra do Genésio, conhecido músico em Curitiba, e que no prédio ao lado, ensaiava todos os sábados com o seu grupo: cinco saxofones, três pistões, três trombones, piano, baixo, bateria e três cantores (dois homens e uma mulher). Com tantos atrativos, não havia reclamações das pessoas, que tinham até às 18 horas a certeza de que comeriam "a melhor feijoada de Curitiba".
O Onha tinha esquemas com os jornalistas. Estes não pagavam a conta e em troca, de vez em quando, davam notícias nas colunas dos jornais. Era uma forma de se divulgar, ainda mais, a fama do restaurante.
Segundo o seu filho, João José, o que atraía as pessoas para o Onha eram basicamente duas coisas: a qualidade da comida e do atendimento. Em termos de marketing, produto e serviço.
As opiniões das pessoas entrevistadas referendam essa colocação:
"Quando se fala em feijoada, não se pode deixar de citar o Restaurante Onha. Levou muitos anos na Riachuelo. Na quarta-feira e no sábado, fazia uma feijoada que era famosa na cidade e reunia muitos amigos. Depois, quando desativou-se a rua, em função do ônibus Expresso, ele abriu no Bacacheri e levou anos com essa feijoada no Bacacheri, que era muito boa", conforme Nireu Teixeira."
Segundo Antonio Souza Cunha, "O que marcava o Onha é que era um restaurante que a gente se sentia muito à vontade. O Onha era uma pessoa muito simples, comunicativa, conhecia muita gente, tratava todos muito bem. E a gente já conhecia a clientela, o ambiente era tranqüilo, isso era um fator que pesava. A comida era boa e ele tinha uma coleção de cachaças com guaco, agrião etc. que a gente tomava e ao mesmo tempo servia de remédio. Eram ótimas! Ele gostava de futebol e música, conversava com a gente, pegava o violão, tocava. Terminado o jantar a gente ficava cantando no restaurante. O que me atraía no Onha, além da comida boa, era esse ambiente."
Em 07/03/1983, na comemoração dos 50 anos de trabalho do sr. Wezbitzki, o jornal Gazeta do Povo publicou uma pequena nota:
"Onha, há 50 anos o rei da feijoada em Curitiba - Na história do roteiro gastronômico da cidade, Onha é uma figura das mais queridas e conhecidas [...] Mas pouca gente sabe que o Onha está comemorando nesta semana seus 50 anos como 'o rei da feijoada' em Curitiba. Seu filho, o comunicólogo João José Werzbitzki, teve a paciência e o carinho de fazer o cálculo: nestes 50 anos o Onha cozinhou mais de 150 mil quilos de feijão, 'com todo capricho' e chegou a servir aproximadamente 800 mil feijoadas!"
Em 29 de fevereiro de 1971, o sr. Leonardo Werzbitzki inaugurou o seu novo restaurante, na avenida Monteiro Tourinho, no Bacacheri, que passou a se chamar Restaurante Onha. Manteve a tradição da feijoada, mas aos poucos, foi introduzindo novos pratos. Nesse esquema ele permaneceu até 1987 quando, cansado e doente, colocou à venda seu estabelecimento.
Pelo menos quatro gerações de glutões e boêmios curitibanos foram fregueses do velho Onha - apelido que ganhou em seus tempos de craque da segunda divisão. Quando lhe perguntam o que significa, ele diz: "Foi uma cigana que me apelidou. Onha significa rápido, lépido ..."
(Compilado de: teses.ufpr.gov.br / Maria do Carmo Marcondes Brandão Rolim Bares e Restaurantes de Curitiba)
Paulo Grani