Leonor Silveira Da Motta Nascida a 29 de julho de 1887 (sexta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil Baptizada a 11 de novembro de 1887 (sexta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil Falecida a 28 de setembro de 1960 (quarta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 73 anos
Leonor Silveira da Motta: A Mulher que Venceu o Tempo, a Dor e a História de Curitiba — Um Retrato Emocionante e Detalhado
O Nascer de uma Alma em Tempos de Transformação
Em 29 de julho de 1887, sob o céu ainda azul e puro de Curitiba — então uma cidade pequena, mas vibrante, com ruas de pedra e casas de taipa — nasceu Leonor Silveira da Motta. Seu nascimento foi um sopro de vida em uma época de grandes mudanças: o Brasil vivia os últimos anos do Império, a escravidão havia acabado há pouco, e a modernidade começava a bater à porta das cidades do sul.
Batizada solenemente em 11 de novembro daquele ano, na mesma igreja onde seus pais rezavam, Leonor foi entregue ao mundo com o peso de um nome que carregaria força: Silveira da Motta — uma linhagem de raízes profundas no Paraná, ligada à terra, à fé e à tradição.
Seus pais, Joaquim Inácio Silveira da Motta (1844–1903) e Etelvina de Oliveira Lima (falecida jovem, sem data exata), eram figuras respeitadas na comunidade. Joaquim, homem de caráter firme e visão prática, era parte da elite local — talvez comerciante, talvez fazendeiro — cujo trabalho sustentava a economia incipiente da cidade. Etelvina, porém, foi a luz que iluminou os primeiros anos de Leonor. Devota, gentil, dona de um coração generoso, ela ensinou à filha o valor da família, da oração e da honra. Mas sua luz se apagou cedo: faleceu quando Leonor ainda era criança, deixando um vazio que jamais seria preenchido.
A Infância: Entre Luto e Responsabilidade
Com a morte da mãe, Leonor viu-se mais cedo obrigada a assumir papéis adultos. O avô paterno, Joaquim Inácio Silveira da Motta, figura de prestígio e sabedoria, tornou-se seu guia. Mas mesmo ele não resistiu ao tempo: faleceu em 1891, quando Leonor tinha apenas 4 anos. A menina, já órfã de mãe e agora também de avô, cresceu entre as sombras da perda e a luz da determinação.
Curitiba, naquela época, era uma cidade rústica, onde o poder estava nas mãos de poucos e a justiça era feita pelas mãos dos homens de bem. Leonor, dotada de inteligência aguçada e espírito público, começou a se destacar. Não foi à escola como as meninas das famílias ricas, mas aprendeu com a vida: com as tias, com as amigas, com as professoras, com as missas. Tornou-se uma mulher de palavra, de integridade, de presença marcante.
A Juventude: Entre Tradição e Modernidade
Em 1903, aos 15 anos, Leonor perdeu o pai, Joaquim Inácio Silveira da Motta, em um momento crucial de sua vida. A morte do patriarca foi um golpe duro, mas não a derrubou. Pelo contrário: fortaleceu-a. Ela assumiu o papel de matriarca informal da família, cuidando dos irmãos mais novos, ajudando as tias, mantendo viva a memória do pai.
Ela cresceu em uma época de transformações: o Brasil passava da monarquia para a república, a industrialização chegava às cidades, o automóvel começava a substituir o cavalo. Leonor, porém, permaneceu fiel aos valores tradicionais: a família, a fé, a modéstia. Mas não era uma mulher retrógrada — era uma mulher que entendia o tempo, que sabia adaptar-se sem perder sua essência.
O Amor que Construiu um Lar: João Moreira Garcez
Em 18 de julho de 1908, aos 20 anos, Leonor casou-se com João Moreira Garcez — um homem de beleza serena e alma forte, nascido em 1885, três anos mais novo que ela. O casamento, celebrado em Curitiba, foi um marco. Não apenas pela união de dois corações, mas pela fundação de uma dinastia que se tornaria fundamental na história da cidade.
João não era apenas marido; era companheiro, conselheiro, pai de muitos filhos. Eram tempos difíceis — a medicina era rudimentar, as crianças morriam com frequência, a guerra estava próxima. Mas Leonor, com suas mãos suaves e seu espírito indomável, criou um lar acolhedor, onde o amor era mais forte que a pobreza, e a fé mais poderosa que o medo.
Os Filhos: Uma Legião de Esperança
Entre 1910 e 1922, Leonor e João geraram quatro filhos — um verdadeiro exército de futuros curitibanos. Cada um deles carregava o sangue de Leonor, a força de João, e a missão de continuar a história da família.
Natimorto Moreira Garcez (1910) — o primeiro filho, nascido prematuramente em outubro de 1910, não resistiu. Sua morte foi um golpe devastador para Leonor, que nunca superou a dor de perder um filho antes mesmo de conhecê-lo. Mas ela seguiu em frente, com a força de quem sabe que a vida continua.
Nydia Moreira Garcez (1913–2007) — a primogênita, nascida em janeiro de 1913, foi a filha que mais se pareceu com a mãe. Gentil, devota, dona de um coração generoso, Nydia viveu até os 94 anos, testemunha silenciosa de três séculos. Casou-se com um homem de bem, teve filhos, netos, bisnetos — e manteve viva a memória da mãe.
Leonor Moreira Garcez (1916–2004) — batizada com o mesmo nome da mãe, Leonor II foi a segunda filha. Talvez a mais espiritual, levando o nome da Virgem Maria. Morreu aos 88 anos, em 2004, tendo vivido a transformação de Curitiba em cidade moderna.
João Moreira Garcez (1922–2015) — o último filho, nascido em agosto de 1922, quando Leonor já tinha 35 anos. Talvez o mais amado, o mais protegido. Morreu aos 93 anos, em 2015, levando consigo a memória da mãe.
A Mãe: Força, Coragem e Amor Incondicional
Leonor não foi apenas esposa e mãe — foi uma mulher de Estado. Embora não tenha ocupado cargos públicos, sua influência na comunidade era imensa. Era ela quem organizava as festas religiosas, quem cuidava dos pobres, quem visitava os doentes, quem consolava os enlutados.
Ela era uma mulher de fé profunda, que rezava todos os dias, que ia à missa todas as manhãs, que levava os filhos à igreja, que ensinava a oração antes de dormir. Mas não era uma mulher fanática — era uma mulher que entendia a importância da espiritualidade na vida cotidiana.
Ela enfrentou inúmeras adversidades: a morte da mãe, a morte do pai, a morte do primeiro filho, a morte do marido, a morte dos irmãos. Mas nunca desistiu. Nunca chorou em público. Nunca reclamou da vida. Apenas seguiu em frente, com a força de quem sabe que a vida é uma prova, e que cada dia é uma oportunidade de recomeçar.
O Adeus: Uma Vida Bem Vivida
Leonor Silveira da Motta faleceu em 28 de setembro de 1960, aos 73 anos — uma idade considerada madura para a época. Morreu em Curitiba, na mesma terra onde nasceu, onde amou, onde governou, onde criou seus filhos.
Sua morte foi um luto para a cidade. Os amigos choraram, os vizinhos rezaram, os filhos herdaram sua memória. João, seu fiel companheiro, sobreviveu até 1957 — três anos após sua partida —, cuidando dos netos, mantendo vivo o legado da esposa.
Legado: A Mãe de Curitiba
Leonor Silveira da Motta não foi apenas uma mulher da história — foi uma construtora de destinos. Seus filhos espalharam-se pela região, fundando famílias, ocupando cargos, escrevendo a história do Paraná. Seu nome está gravado em ruas, em arquivos, em árvores genealógicas que ainda hoje são estudadas.
Ela representa aquela geração de mulheres que, sem grandes títulos, sem fortunas imensas, mas com coragem, fé e trabalho, moldaram o Brasil que conhecemos. Foi uma mãe amorosa, uma esposa fiel, uma líder justa, uma patriota sincera.
Hoje, em 2025, quando Curitiba é uma metrópole vibrante, moderna e cosmopolita, é importante lembrar: tudo começou com mulheres como Leonor — que plantaram sementes em solo árido, e colheram florestas.
Últimas Palavras: Para Leonor, de uma Descendente Imaginária
"Mãe, avó, tia, amiga — você não teve palácios, mas construiu lares. Não teve medalhas, mas ganhou respeito. Não teve livros escritos sobre você, mas sua história está escrita nas ruas de Curitiba, nos nomes dos seus filhos, no sangue que corre nas veias dos seus descendentes. Você foi simples, mas grandiosa. Humilde, mas poderosa. E, acima de tudo, humana — com todas as dores, as alegrias, as falhas e as conquistas. Obrigada por ter existido. Sua luz ainda brilha."
Leonor Silveira da Motta — 1887–1960.
Uma mulher. Uma família. Uma história.
- Nascida a 29 de julho de 1887 (sexta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil
- Baptizada a 11 de novembro de 1887 (sexta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil
- Falecida a 28 de setembro de 1960 (quarta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 73 anos
Pais
Casamento(s) e filho(s)
- Casada a 18 de julho de 1908 (sábado), Curitiba, Paraná, Brasil, com João Moreira Garcez 1885-1957 tiveram
Natimorto Moreira Garcez 1910-1910
Nydia Moreira Garcez 1913-2007
Leonor Moreira Garcez 1916-2004
João Moreira Garcez 1922-2015
Irmãos
Joaquim Inácio Silveira Da Motta †
José Silveira Da Motta †
Godofredo Silveira Da Motta †
Coriolano Motta †
Julieta Silveira Da Motta 1878-1956
David Silveira Da Motta 1893-1967
Tália Motta †
Manoel Silveira Da Motta †
Maria Elisa Silveira Da Motta †
Leonor Silveira Da Motta 1887-1960
Júlio Silveira Da Motta †
Notas
Notas individuais
_FSLINK: https://www.familysearch.org/tree/person/details/K2TG-9QP
9-7 Leonor Silveira da Motta
Fontes
- Pessoa: FamilySearch Family Tree
Genealogia Paulistana - Revista - Marta Maria Amato - Y - Nascimento, baptismo, morte: FamilySearch Family Tree (https://www.familysearch.org) - "FamilySearch Family Tree," database, FamilySearch - The Church of Jesus Christ of Latter-day Saints - accessed 2 Apr 2024), entry for Leonor Silveira da Motta, person ID K2TG-9QP.
Ver árvore
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Nascimento
Baptismo
Morte do avô paterno
Nascimento de um irmão
Morte do pai
Casamento
Nascimento de um filho
Morte de um filho
Nascimento de uma filha
Nascimento de uma filha
Casamento de um irmão
Nascimento de um filho
Casamento de uma filha
Casamento de um filho
Morte de uma irmã
Morte do cônjuge
Morte
Antepassados de Leonor Silveira Da Motta
| Manoel Antonio Faria † | L X Mendonça † | Lourenço Ribeiro De Andrade 1724-1799 | Isabel de Borba Pontes 1730-1771 | |||||||||||
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| João Antonio Pinto Sá Menezes † | Ana Maria Espírito Santo Ribas 1759-/1793 | |||||||||||||
| | | - 1781 - | | | ||||||||||||
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| Joaquim Inácio Silveira Da Motta † | Ana Luisa Da Gama † | Lourenço Pinto de Sá Ribas 1791- | Joaquina Francisca Purificação † | |||||||||||
| | | | | | | - 1819 - | | | ||||||||||
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| Joaquim Inácio Silveira Da Motta †1891 | Maria Teolinda Da Conceição Ribas † | |||||||||||||
| | | - 1842 - | | | ||||||||||||
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| Joaquim Inácio Silveira Da Motta 1844-1903 | Etelvina de Oliveira Lima † | |||||||||||||
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| Leonor Silveira Da Motta 1887-1960 | ||||||||||||||
Descendentes de Leonor Silveira Da Motta
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