domingo, 14 de dezembro de 2025

Curitiba em 1953: Um Retrato da Cidade em Ascensão — Publicidade, Progresso e a Alma de uma Capital em Formação

 Curitiba em 1953: Um Retrato da Cidade em Ascensão — Publicidade, Progresso e a Alma de uma Capital em Formação

Curitiba em 1953: Um Retrato da Cidade em Ascensão — Publicidade, Progresso e a Alma de uma Capital em Formação 🏙️📖

O ano de 1953 foi um marco na história de Curitiba. A cidade, ainda pequena mas cheia de ambição, começava a se transformar — deixando para trás o passado colonial e rumando para um futuro moderno, urbano e industrial. E o que melhor retrata essa transição do que as páginas dos jornais da época? Com anúncios em preto e branco, tipografias elegantes e ilustrações que parecem saídas de um conto de progresso, os classificados da imprensa curitibana daquele ano nos oferecem uma janela única para entender como era viver, trabalhar e sonhar em Curitiba há mais de sete décadas.

Vamos mergulhar nesse mundo — com imagens do Jornal de Curitiba de 1953 — e descobrir quais eram as empresas, os serviços e os sonhos que moldavam a capital paranaense.


1. Irmãos Thá & Cia. Ltda. — Os Construtores da Modernidade Urbana

"Especialistas em grandes edifícios"

A primeira imagem nos apresenta a Irmãos Thá & Cia. Ltda., uma das pioneiras no ramo da construção civil em Curitiba. O anúncio destaca um projeto arquitetônico impressionante: o Edifício Nova Senhora de Fátima, localizado na Av. Pres. Getúlio Vargas, 881 — uma das vias mais importantes da cidade.

Na década de 1950, Curitiba vivia um boom imobiliário. Edifícios de vários andares eram raridades, símbolos de status e modernidade. O anúncio mostra o prédio com linhas retas, varandas generosas e fachada simétrica — um estilo típico da arquitetura funcionalista da época. A empresa não apenas construía, mas criava o novo rosto da cidade.

📌 Curiosidade: A Av. Presidente Getúlio Vargas já era o centro financeiro e comercial da cidade — e hoje continua sendo um dos principais corredores urbanos de Curitiba.


2. Indústrias Langer Ltda. — A Madeira que Construiu o Paraná

"As Serras de Fita Langer diminuem a terço o desperdício de madeira..."

A segunda página é dedicada à Indústrias Langer Ltda., uma empresa que revolucionou o setor madeireiro no Sul do Brasil. Com sede na Rua João Negrão, 1157, a Langer prometia eficiência: suas serras de fita reduziam o desperdício de madeira em até ⅓, aumentavam a produção e garantiam qualidade em todo o território nacional.

As imagens mostram máquinas robustas, serrarias ao ar livre e florestas densas — tudo indicando que a indústria madeireira era o pilar econômico do Paraná naquela época. A Langer não apenas vendia equipamentos; oferecia assistência técnica permanente e tinha mais de 25 anos de experiência — um diferencial crucial em uma era de escassez de mão de obra especializada.

🌳 Contexto histórico: O Paraná era (e ainda é) um dos maiores produtores de madeira do país. Empresas como a Langer foram fundamentais para o desenvolvimento de cidades como Ponta Grossa, Telêmaco Borba e Irati.


3. Lysimaco da Costa & Irmão — O Poder da Máquina na Era do Progresso

"O fator TEMPO é a principal na realização das grandes obras."

O terceiro anúncio é uma verdadeira ode à engenharia e à tecnologia: a Lysimaco da Costa & Irmão, especializada em máquinas pesadas. A empresa fornecia equipamentos para grandes obras — estradas de rodagem, ferrovias, elevadores e instalações elétricas.

A ilustração mostra um trator gigante movendo terra e uma ponte arqueada sobre um rio — imagens que evocam a construção de infraestrutura essencial para o crescimento do estado. O texto enfatiza que “o homem não pode, com simples instrumentos, realizar com o que braçam as máquinas” — uma declaração poderosa sobre a mecanização como motor do desenvolvimento.

📍 Endereço: Rua Dr. Murici, 840 — um endereço que hoje está no coração do Centro Cívico, próximo ao Palácio Iguaçu.


4. Expresso Princesa dos Campos — Conectando Cidades, Unindo Pessoas

"Conforto • Segurança • Pontualidade"

Quem pensa que o transporte interestadual só virou realidade nos anos 80 está enganado. Em 1953, a Expresso Princesa dos Campos já operava rotas entre Curitiba, Ponta Grossa, Guarapuava, Laranjeiras do Sul e Pitanga — com ônibus modernos e carros de luxo para quem queria viajar com estilo.

O anúncio mostra um ônibus elegante, com design aerodinâmico e janelas amplas, e um automóvel clássico — o Hudson Hornet — que simbolizava o conforto e o status da época. A empresa destacava segurança, pontualidade e conforto — valores que ainda são prioritários no transporte público e privado.

🗺️ Rota histórica: Essa linha conectava o interior do Paraná à capital, facilitando o comércio, a migração e o turismo regional — uma rede que ajudou a integrar o estado.


5. Firma Empreiteira J. O. Maciel — Construindo o Futuro da Capital

"Iniciada em Março de 1953"

Por fim, o anúncio da Firma Empreiteira J. O. Maciel nos revela o lado humano da construção civil. Fundada em março de 1953, a empresa já estava envolvida em projetos-chave, como:

  • A construção do Centro Cívico
  • O Monumento do Centenário (na Praça do Palácio)
  • O Acampamento do Centro de Letras do Paraná
  • Reforma do Quartel de Bombeiros de Maremo
  • E até a oficina para beneficimento de mármore no Bairro do Boqueirão

A imagem mostra o monumento do Centenário — um obelisco erguido em homenagem aos 100 anos da fundação da cidade — que ainda hoje está na Praça Tiradentes. A firma também atuava em parceria com o governo estadual, participando de obras públicas importantes.

✍️ Assinatura final: "Escritório e Oficinas: Rua Marechal Hermes, defronte do Centro Cívico" — um endereço que remete diretamente ao núcleo político e administrativo da cidade.


Curitiba em 1953: Uma Cidade em Movimento

Esses anúncios não são apenas publicidade — são documentos históricos. Eles nos mostram:

✅ Um setor da construção civil em expansão, com empresas especializadas em edifícios e obras públicas.
✅ Uma indústria madeireira forte e tecnológica, com foco em eficiência e sustentabilidade (mesmo que implícita).
✅ Um transporte coletivo moderno, conectando cidades e promovendo a mobilidade regional.
✅ Uma engenharia em ascensão, com máquinas que desafiavam a natureza e construíam o futuro.
✅ E, acima de tudo, uma cidade que sonhava grande — e estava disposta a construir esse sonho, tijolo por tijolo, máquina por máquina, estrada por estrada.


#Curitiba1953 #HistóriaDeCuritiba #ParanáEmFoco #ArquiteturaBrasileira #PublicidadeHistorica #JornalDeCuritiba #CidadeEmAscensão #AnunciosAntigos #EngenhariaDoPassado #TransporteInterurbano #MadeiraEProgresso #CentroCivico #MonumentoDoCentenario #LysimacoDaCosta #IrmãosThá #ExpressoPrincesadosCampos #MacielEmpreiteira #CuritibaQueFoi #MemóriaUrbana #BrasilDosAnos50 #RetratosDoPassado










HQ: "Um Novo Anjinho"

 

HQ: "Um Novo Anjinho"


Mostro uma história em que o Anjinho precisou ensinou boas maneiras para um outro anjo que havia chegado no Céu. Com 5 páginas, foi publicada em 'Chico Bento Nº 16' (Ed. Globo, 1983).

Capa de 'Chico Bento Nº 16' (Ed. Abril, 1983)

Um anjo apresenta o Manoel, um novo anjinho que veio ficar com eles e quer que o Anjinho ensine o Manoel como agir. Anjinho agradece pela confiança e o Anjo fala é que não tinha outro anjo à disposição. Anjinho começa pelo que não se deve fazer, Manoel acha chato e Anjinho diz que primeiro é não interromper os outros quando eles tiverem falando e enquanto descem do céu diz também que tem que respeitar o próximo, nada se ser malcriado, tem que ajudar os outros, etc.

Chegando na Terra, Manoel precisa mostrar na prática o que aprendeu. Veem um menino amarrando lata no rabo do cachorro, Manoel se aproxima e dá um nó mais apertado, falando para o menino que assim é que se dá nó, deixando o cachorro doido para tirar as latas. Anjinho quer saber o que fez, Manoel fala que estava ajudando o próximo e Anjinho conta que é para ajudar, mas não a fazer maldades. Depois, Manoel vê um menino jogando graveto para o cachorro pegar e vai tomar satisfação de por que atirar coisas nos cachorrinhos. 

Em seguida, ele tenta ajudar uma velhinha  a atravessar a rua e ela diz que não queria atravessar, só estava olhando. Depois tenta ajudar um homem a se livrar de uma caixa cair na cabeça dele, mas faz o homem cair no buraco com o empurrão. Manoel pergunta como foi no primeiro dia, Anjinho diz que nem vai falar e Manoel acha que ele foi muito bem assim. Voltam para o céu, o Anjo pergunta ao Manoel como foi o primeiro dia, ele fala que foi ótimo e aprendeu muita coisa. O Anjo diz que então vai deixar o Anjinho com ele por mais alguns dias, Anjinho desmaia e no final, o Anjo apresenta ao Manoel o novo Anjinho que vai cuidar dele, pelo menos até o Anjinho melhorar, já que ficou doente só em saber de aturar o Manoel por vários dias.

História engraçada em que o Anjinho é encarregado de ser professor do Manoel, um novo anjinho que entrou no céu, para ensiná-lo boas maneiras e como se comportar bem. O Manoel entende tudo errado e ajuda de maneira torta, em vez de ajudar, acaba atrapalhando mais ainda. Depois que o Anjinho descobre que vai ter que ensiná-lo por mais alguns dias, fica doente e é preciso um outro anjinho para ensinar o Manoel.

As ajudas do Manoel foram do estilo Nico Demo, que tinha tentativa de fazer boas ações e piorava tudo com diferença que o Manoel fazia por inexperiência e o Nico Demo muitas vezes fazia de caso pensado, sabendo que era maldade. No caso do cachorro da lata no rabo, Manoel não sabia que era para ajudar o cachorro, mas bem que podia sacar que o cachorro estava sofrendo. Foi até engraçada a cara do cachorro aliviado com a presença dos anjinhos e se decepcionando quando o Manoel deixou o nó mais apertado. Com o menino jogando graveto, inocência do Manoel adverti-lo, com a velhinha, teria que perguntar se ela queria ajuda para atravessar a rua e com o homem da caixa na cabeça foi empurrão muito forte. Em todos os casos dava para consertar depois, fazendo a ajuda que deveria ter feito ou pedindo desculpas, mas não fez, deixou por isso mesmo.

Engraçado ver Anjinho subordinado, recebendo ordens de um Anjo superior e as tiradas como o Anjo dizer que só chamou o Anjinho porque não tinha outro anjo disponível e não pela competência dele,  a expressão "Vai ser dureza!" no mesmo momento que o Manoel cai no chão e o tradicional "Blá! Blá! Blá"" substituído por "Papapá-Tititi!" Tiveram absurdos de se o Manoel era anjo e foi parar no céu, já mostrava que era bom e consequentemente sabia das boas ações quando era vivo, não precisava receber aulas para isso, e também o Anjinho, por ser  entidade celestial, não devia ficar doente, assim como o Manoel ter sentido dor ao cair no chão. Absurdos que deixam mais divertidas as histórias. 

Impublicável hoje em dia pelas maldades do Manoel e nem se corrigir depois, principalmente do cachorro com rabo na lata, que inclui maltrato de animais, e o do homem cair no buraco, o que é uma pena, sem dúvida a gente aprendeu mais sobre boas maneiras assim como foi do que jeito didático atual. Também implicariam com expressões populares como "Papapá-Tititi!" e "Vai ser dureza!", tudo que der duplo sentido e fora da norma culta de linguagem. 

Traços ficaram muito bons, típicos de histórias de miolo dos anos 1980 e destaque a partir de 1983 o Anjinho ficou com auréola em definitivo, antes não colocavam auréola nele. História do Anjinho em um gibi do Chico Bento porque era comum nas primeiras edições do chico na Editora Abril terem histórias de secundários do Limoeiro como Titi, Jeremias, Humberto, Anjinho, etc, além de Bidu e Papa-Capim já que tinham poucas histórias do Chico produzidas e colocavam para preencher os gibis e ainda ajudava a presença da Turma do Limoeiro para identificarem que o Chico era personagem do Mauricio de Sousa por não ser muito conhecido antes de ter gibi próprio.

Neste ano, comemora-se 60 anos de criação do Anjinho. Criado em 1964 nas tiras de jornais do Cebolinha como um anjinho que foi passar uns dias na Terra por fazer travessuras no Céu. No início da fase dos gibis, ele não era tão santinho, participava até de brincadeiras com a turma e em planos infalíveis contra a Mônica. Na Editora Abril podia ajudar qualquer pessoa na Terra que estivesse com problema e também era comum o Anjinho ter sua própria turma no céu, mas não eram personagens fixos, apareciam só em uma história, como foram com esses três anjos que apareceram nessa, além de Anjinho ser subordinado por um superior que poderia ser Deus, São Pedro ou um outro anjo adulto. Também era normal histórias com Anjinho recebendo novos anjos no céu, assim como o Penadinho recebia as novas almas no cemitério, erma boas histórias nesse estilo. Hoje, tudo isso foi abandonado, Anjinho é mais focado de ajudar só os personagens da Turminha do Limoeiro, principalmente a Mônica, com histórias mais bobinhas e repetitivas para prevalecer o politicamente correto.

Essa história "Um Novo Anjinho" foi republicada depois em 'Almanaque do Chico Bento Nº 11' (Ed. Globo, 1990). Termino mostrando a capa desse almanaque.

Capa de 'Almanaque do Chico Bento Nº 11' (Ed. Globo, 1990)

Mônica: HQ "O homem que veio de longe"

 

Mônica: HQ "O homem que veio de longe"


Mostro uma história em que um mago quer roubar o Sansão da Mônica para dar para a filha do Rei que estava doente.  Com 10 páginas, foi história de abertura publicada em 'Mônica Nº 24' (Ed. Globo, 1988).

Capa de 'Mônica Nº 24' (Ed. Globo, 1988)

Em um reino do passado, aparece um feiticeiro para salvar a filha do Rei que estava muito doente. O Rei, desacreditado na cura da filha, deixa o Mago Merlão entrar, apesar de já ser o décimo a tentar, um a mais ou a menos não vai fazer diferença. Merlão quer o peso do Rei como recompensa porque é mais gordinho e o Rei o leva até ao quarto da filha.

No quarto, Merlão faz feitiços, palavras mágicas, tomar poção que é capaz até pedra ficar de pé e nada resolve. Até que a menina começa a falar que quer o coelhinho azul que viu no sonho. O Mago estranha já que nunca viu coelhinho azul e invoca seus poderes ocultos para saber onde acha e vê a visão da Mônica com o Sansão e acha que é feio e encardido. Como é o único azul que existe e pensando na grana, resolve ir para o futuro buscar o Sansão para a filha do Rei.

Chegando em 1988, o Mago Merlão surge diante de um motoqueiro em alta velocidade, que desvia e bate em um poste. Merlão acha que a moto é um cavalo esquisito perigoso que não tem arreio, depois vê um avião achando que é um pássaro enorme e barulhento e não admira ter coelhos azuis naquele mundo.  

Em seguida, pergunta ao Cebolinha uma informação e ele diz que não sabe de festa a fantasia ali. Merlão diz que não está fantasiado, Cebolinha pergunta se vai à reunião anual dos bruxos, o Mago fala que foi mês passado e quer saber sobre um coelhinho azul. 

Cebolinha conta que de azul só o coelhinho da Mônica e por pensar que o Mago não gosta dela, o ajuda a pegar o Sansão, desde que deixe dar uns nós nele. Depois, avistam a Mônica brincando com o Sansão, Cebolinha tenta pegar de fininho e entrega ao Merlão, que leva surra junto com o Cebolinha e ainda Mônica dá nó na barba dele. 

Merlão fica furioso, ninguém pode fazer mal a ele e lança uma ave gigante para atacar a Mônica, mas a Mônica a derruba com uma coelhada. Merlão concentra todos os seus poderes para conseguir o coelho e faz o Sansão se transformar em um monstro gigante perigoso. Primeiro ele grunge e depois de transformado, persegue a Mônica, que fica com medo e não quer mais saber dele. Merlão faz o Sansão voltar ao normal e o leva para o passado.  

No Reino, a menina fica saudável e feliz com o coelhinho azul e Merlão vai pegar a recompensa do peso do Rei em ouro, com o manto, a coroa e tudo. Os anos passam, a Princesa vai crescendo, até ficar adulta e conhece um Príncipe e joga o Sansão no baú. Depois do casamento, se mudam para outro reino, o baú cai da carroça e Sansão fica na estrada. Passam-se os anos e séculos e Sansão fica sempre ali quase enterrado até que em 1988 a Mônica, chorando que nunca será a mesma sem o Sansão, o encontra e termina com ela feliz que reencontrou logo o seu coelhinho.

História legal em que o Mago Merlão vai para o futuro buscar o Sansão da Mônica para tirar a filha do Rei de depressão por querer um coelhinho de pelúcia azul. Merlão tem ajuda do Cebolinha para roubar o Sansão e Mônica até faz não conseguirem seus objetivos, mas com o Merlão transformando o Sansão em um monstro, consegue levá-lo para a filha do Rei. Quando cresce, ela não quer saber mais do coelhinho e na caída na mudança, Sansão fica enterrado por séculos até Mônica consegui-lo de volta.

O sonho da filha do Rei foi uma visão já que não existia coelhinhos de pelúcia azul na época dela. Cebolinha tinha interesse em Merlão ficar com o Sansão para poder conseguir derrotar a Mônica. Podemos perceber que o Reino no passado ficava no Bairro do Limoeiro, bem próximo do local onde a Mônica estava brincando com o Sansão, dá pra concluir que o Reino ficava exatamente de onde o Mago Merlão surgiu diante do motoqueiro, foi parar onde ele estava só que no futuro. Tanto que depois que o Mago levou o Sansão, a Mônica conseguiu recuperar poucos minutos depois. 

Foi engraçado ver o Merlão querendo a recompensa com o peso do Rei por ser gordo e mais pesado, o Merlão estranhando os veículos do futuro como moto e avião que não conhecia, o diálogo do Cebolinha pensar que o Merlão estava fantasiado, só descobrindo que era Mago de verdade depois, Merlão fazendo dupla com o Cebolinha para roubar o Sansão e até apanhar junto com o Cebolinha, Mônica bater no Merlão, um adulto, e na ave gigante e dar nó na barba do Mago. Era muito bons esses absurdos e explorações da força da Mônica. Narrador-observador, que representa o próprio roteirista, contando a história, principalmente nas de fábulas, sempre era legal. O nome do Mago Merlão foi uma paródia do Mago Merlin.

Foi legal também que foi uma mistura de fábula e realidade atual por causa da viagem ao futuro do Mago Merlão, não ficou restrita ao Reino de época. Antes de priorizarem Magali com histórias de fábulas depois que ela ganhou gibi próprio, histórias assim podiam ser com qualquer personagem, sendo com mais vezes com a Mônica e o Cascão. Inclusive, em 1988 e 1989, tiveram bastantes histórias de fábulas e ambientadas em outras épocas protagonizadas pela Mônica e pelo Cascão.

Incorreta hoje em dia por mostrar menina doente com depressão sofrendo para ter coelhinho, Mago Merlão quase ser atropelado e acidente do motoqueiro e estar sem capacete, Merlão surrado e Cebolinha com olho roxo com surra da Mônica, Sansão como monstro que podem achar que traumatiza crianças e fora a palavra "Diacho!" ser proibida atualmente.

Os traços ficaram muito bons, típicos de histórias da segunda metade dos anos 1980 e as cores nesse estilo com um rosa mais voltado para o roxo davam um charme a mais. De erro foi o olho do roxo do Cebolinha sumir depois da Mônica bater na ave, embora isso acontecia muitas vezes, considero mais absurdo de olho roxo recuperar rápido do que erro em si. Já o Merlão aparecer sem nó na barba no quadrinho com ele chamando o Sansão monstro e logo depois voltar a ter nó, foi erro mesmo.