quinta-feira, 27 de abril de 2023

UM DESASTRE ECOLÓGICO, QUASE O FIM DE UM ECOSSISTEMA

 UM DESASTRE ECOLÓGICO, QUASE O FIM DE UM ECOSSISTEMA


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Sobre os trilhos recém-implantados, as composições ferroviárias transportavam as toras em direção às madeireiras da Lumber.

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Caboclos e imigrantes derrubavam as árvores como meio de subsistência, buscando adquirir o solo para plantar.

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Maquinários da Lumber aceleravam a derrubada das árvores.

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Árvores centenárias que as gerações futuras jamais verão semelhantes em pé.

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Destemidos trabalhadores orgulhosos posam em íntima parceria com a máquina.

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Integrantes da família Muller posam em meio à mata.

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Na serraria, as toras eram transformadas em vigas e tábuas para abastecer o mercado interno em expansão, além das exportadas.

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A quantidade de tábuas prontas para o consumo, dá uma ideia da epopéia havida.

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Maquinário da serraria da Lumber em Tres Barras.

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Conjunto de casas construídas para os trabalhadores.

UM DESASTRE ECOLÓGICO, QUASE O FIM DE UM ECOSSISTEMA
Históricas fotos registram a extração, o transporte ferroviário e a industrialização das madeiras extraídas pela "Colonizadora Lumber" na região de Três Barras, no começo do século 20.
Percival Farquhar montou a Southern Brazil Lumber & Colonization em Três Barras, quando a região ainda pertencia ao Paraná. Com um capital inicial de 100 mil dólares logo ampliado para 12 milhões de dólares, foi o maior empreendimento econômico no Sul à epoca.
A cidade recebia gente do mundo inteiro. Madeireira e depois colonizadora, a Lumber promoveu uma devastação ecológica inédita até então. Dois anos depois de sua inauguração em 1910, dispunha de uma reserva de mais de 2 milhões de pinheiros (araucária angustifólia), sem contar imbúias, cedros e outras madeiras nobres.
A grande madeireira serrava 300 metros cúbicos por dia com sistemas totalmente automatizados empregando mão de obra predominantemente estrangeira. Construía ramais ferroviários no meio da mata de onde ia arrancando as árvores com guindaste, de maneira célere.
Ligada ao processo de industrialização e urbanização brasileira, a demanda por madeira exerceu forte pressão sobre a floresta de araucárias e grande parte desta fabulosa riqueza natural foi destinada aos incipientes centros urbanos como São Paulo e Rio de Janeiro. No plano externo, o mercado da madeira se expandiu com as exportações, principalmente pelos portos de São Francisco e Paranaguá, de onde o pinho retirado desta Região ganhava os mercados mundiais.
Da primitiva área de mais de 200.000 quilômetros quadrados no Sul do Brasil, no inicio do século 20, coberta de araucárias, após um século, encontramos nos mesmos locais apenas 3% da cobertura original.
A Lumber operou por 40 anos até que fosse literalmente abandonada pelos americanos e sua área incorporada ao Exército Brasileiro. Não deixou um único exemplar das magníficas espécies nativas encontradas nas áreas onde atuou. Um desastre ecológico, o fim de um ecossistema que tinha como fundamento a gigante árvore de pinhas, com sementes nutritivas para a fauna, índios e caboclos.
Como prova do seu poderio, a Lumber, mesmo em terras contestadas por dois estados, estabelece Três Barras como município pertencente ao Paraná. Em 1917, a cidade torna-se catarinense com a assinatura do acordo de fronteiras no final da guerra do Contestado.
Paulo Grani

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