sábado, 29 de abril de 2023

UMA HISTÓRICA DESCRIÇÃO DO PARANÁ DE 1913

 UMA HISTÓRICA DESCRIÇÃO DO PARANÁ DE 1913


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UMA HISTÓRICA DESCRIÇÃO DO PARANÁ DE 1913
A publicação "Impressões do Brazil no Seculo Vinte", editada em 1913 e impressa na Inglaterra por Lloyd's Greater Britain Publishing Company, Ltd., com 1.080 páginas, descreve com preciosos detalhes as vias de comunicação do Paraná daquela época:
"Diversos rios formam, na sua foz, baías, portos e enseadas que facilitam muito a navegação fluvial. A principal destas baías é a de Paranaguá, vasto e pitoresco porto que, de Leste a Oeste, tem a extensão de 30 milhas. À sua entrada fica a Ilha do Mel, que divide a baía em dois canais, cada um dos quais com profundidade bastante para dar passagem a navios com 5 ou 6 pés de calado. No interior da baía encontra-se, além dos portos de Paranaguá e Antonina, que comerciam diretamente com a Europa e a América, o de Guaraqueçaba, que serve de quartel-general aos navios costeiros.
Paranaguá tem um movimento considerável de erva-mate, arroz e madeira, sendo que, em Antonina, distante 10 quilômetros ao Noroeste de Paranaguá, também se embarca grande quantidade de erva-mate. Esses portos são servidos por vapores que fazem a navegação de cabotagem e que pertencem ao Lloyd Brasileiro, Companhia Nacional de Navegação Costeira, Serviço Marítimo Joaquim Garcia e Companhia Comércio e Navegação do Rio de Janeiro. As comunicações com o Uruguai, a Argentina e o Paraguai são feitas por linhas do Lloyd Brasileiro. As relações comerciais com a Europa são mantidas por meio de navios da companhia do Lloyd Austríaco.
Os rios do Paraná são, atualmente, mais utilizados como elementos de irrigação e de produção de energia, do que como vias de navegação. Os transportes fluviais estão, na verdade, limitados a duas passagens dos rios Iguaçu e Negro. No primeiro navegam os barcos entre Porto da União e Porto do Amazonas, onde vai ter um ramal da Estrada de Ferro do Paraná.
O estado do Paraná conta diversas estradas de rodagem extensas e bem construídas. Entre elas, notam-se:
A estrada de Ponta Grossa a Guarapuava, com 178 quilômetros
A estrada de Mato Grosso, com 122 quilômetros
A estrada do Serro Azul, com 99 quilômetros
A estrada de Tijuca a S. José, com 66 quilômetros
A estrada de Castro a Tibagi, com 67 quilômetros
A estrada de Mandirituba, Tietê e Areia Branca, com 67 quilômetros
A estrada da Lapa, com 56 quilômetros
A estrada de Jaguariaína a S. João da Boa Vista, com 51 quilômetros
A estrada de Colombo e Bocaiuva, com 36 quilômetros
A estrada de Conchas a Ipiranga, com 27 quilômetros
A estrada de Fernandes Pinheiro a Imbituba, com 27 quilômetros
A estrada de Graciosa a Quatro Barras, com 21 quilômetros
A estrada de Quatro Barras a Campina Grande, com 9 quilômetros
A estrada de Barras a Piraguara, com 9 quilômetros
A estrada de Barreirinha a Tamandaré, com 9 quilômetros
Há também as seguintes, que foram melhoradas em 1907: de Porto da União a Palmas, de Porto de Cima a Morretes e Colônia Marques, de Campina Grande a Bocaiuva, de Lapa à Colônia Antonio Olyntho, de Castro a Serro Azul, de Campo Eré a Bela Vista e Dionisio Cerqueira, de Palmeira a Triumpho e outras.
O estado tem perto de 850 quilômetros de estradas de ferro, dos quais quase metade pertencem à Estrada de Ferro Paraná. Esta linha é especialmente destinada a servir a parte oriental do estado, enquanto que o Oeste é servido pela S. Paulo-Rio Grande, que liga Paraná a S. Paulo e a Santa Catarina. Estão em construção as estradas de ferro de Assungui, Norte do Paraná e Curitiba.
O estado está bem servido pelo sistema federal de correios e telégrafos e conta atualmente 350.000 metros de linhas telefônicas, ligadas a 400 aparelhos."
Na foto da década de 1920, vemos o guincho remanescente dos bons tempos em que as primeiras riquezas produzidas no Paraná eram escoadas pelo antigo Porto de Paranaguá, instalado às margens do rio Itiberê, antes Taguaré, na língua Tupi-Guarani.
(Foto: Acervo IHGPguá)
Paulo Grani

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