sexta-feira, 11 de agosto de 2023

ENTRANDO NO TÚNEL DO TEMPO A Estação de Roça Nova possui na sua história, um marco extraordinário para esta ferrovia

 ENTRANDO NO TÚNEL DO TEMPO
A Estação de Roça Nova possui na sua história, um marco extraordinário para esta ferrovia


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Estação Roça Nova, década de 1920.

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Estação Roça Nova, década de 1970.

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O velho túnel e o novo inaugurado em 1969 e ativo.

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Entrada principal do túnel Cave.

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O interior com o estoque dos espumantes em maturação. O trilho original conduz um vagão onde os visitantes percorrem a extensão apreciando um roteiro próprio.

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Estação de Roça Nova e a vila formada no seu entorno, na década de 1910. Notar que a plataforma era bastante alta e os desvios não ficavam à frente da estação, mas abriam-se após ela, sentido Paranaguá (ver à esquerda na foto). Parece haver uma linha do triângulo de reversão saindo para a direita (Acervo Thomas Correa).
ENTRANDO NO TÚNEL DO TEMPO
A Estação de Roça Nova possui na sua história, um marco extraordinário para esta ferrovia, o último túnel do percurso da viagem de Paranaguá a Curitiba.
O túnel dista 140 metros da estação. Os trabalhos de perfuração do túnel foram iniciados em 10 de janeiro de 1883, diante da presença do presidente da Província do Paraná, Dr. Carlos de Carvalho.
Foram usadas perfuratrizes a ar comprimido, tendo equipes de trabalho em ambos os lados da montanha, usando-se técnicas avançadas de cálculos para que as trajetórias em curva coincidissem no eixo da perfuração.
No dia 24 de junho de 1883, pela parte da manhã, foi concluída a perfuração do Túnel de Roça Nova, garantindo-se assim, a penetração dos trilhos da ferrovia no planalto.
Situado no contraforte da serra da Boa Vista, o maciço da serra do Mar, na altitude de 955 metros ( ponto culminante do trecho), no quilômetro 80,033 da ferrovia, o Túnel de Roça Nova, o maior túnel da ferrovia é uma escavação em curva com raio de 160 metros, comprimento de 457 metros, dos quais 135 revestidos em alvenaria de pedra, tendo 5 metros de altura e 3,5 metros de largura.
A estação de Roça Nova foi inaugurada em 02 de fevereiro de 1885, como parada de serviços. O predinho original foi demolido em data desconhecida.
O túnel foi desativado em 1969, quando as novas locomotivas e vagões de maior porte necessitavam de maior largura para transitarem, porém os trilhos e a estrutura foram mantidos. Então foi perfurado um novo túnel, agora em linha reta.
Em 1999, o empresário Ari Portugal adquiriu uma área de 45 hectares localizada nos fundos da Estação Roça Nova, a fim de construir uma pousada ecológica. No ano seguinte, foram adquiridos em leilão público, da extinta Rede Ferroviária Federal S.A - RFFSA, a estação, o túnel ferroviário desativado e uma litorina sucateada. Todos foram arrematados com a intenção de integrar o projeto de pousada/restaurante.
"Foi por impulso, eu nem sabia o que fazer com tudo isso”, se diverte Ari ao contar como teve a ideia de transformar as velhas estruturas da R.F.F. em um restaurante e uma adega. Ele diz que “um dia estava andando pela área, e um senhor apareceu vindo do túnel, e disse que as vinícolas da França estavam escavando túneis para armazenar espumantes, por conta da temperatura. Aí surgiu a ideia de usar o que já estava pronto aqui”. “E, de repente, o homem sumiu”, lembra Ari sobre o começo da Cave Colinas de Pedra.
Após a aprovação de todos os projetos, surgiu a ideia de viabilizar a adaptação do túnel em cave de maturação de espumantes.
A partir de então, o túnel foi todo adaptado para servir como adega, com uma porta de cofre na entrada e uma temperatura interna de 16°C no inverno e, no máximo, 17°C no verão, com capacidade para armazenar até 50 mil garrafas, além de uma área para degustação.
"Tunnel" foi o sugestivo nome dado ao espumante, vendido nas versões Nature, Brut, Extra Brut, Brut Rosé, Moscatel e Moscatel Rosé.
(Fotos: gazetadopovo.com.br, Acervo Paulo José Costa, museuparanaense.pr.gov.br, cavecolinasdepedra.com.br, Wikipedia)
Paulo Grani

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