LENDAS DO POÇO DO CEMITÉRIO DE SANTA CÂNDIDA
LENDAS DO POÇO DO CEMITÉRIO DE SANTA CÂNDIDA
Reza a lenda que o Cemitério do Bairro Santa Cândida, em Curitiba, foi inaugurado em 1957 e que no século dezenove ele foi uma fazenda, onde existia um poço que as pessoas diziam ser mágico.
Há uma lenda de que uma menina milagreira gostava de brincar por aquelas bandas. Certo dia, numa brincadeira, ela caiu naquele poço e por isso passou a ouvir os desejos das pessoas através deste túnel cheio de água.
Em meados dos anos cinquenta, quando aquele sítio virou campo-santo, o poço permaneceu no meio do cemitério e passou a ser usado para lavar os defuntos, antes de serem colocados no caixão.
Porém, interessantes mesmo, são os causos que surgiram sobre aquele túnel cheio de água. Dizem que quando existe um poço no meio de um campo-santo, algumas almas enterradas neste cemitério não vão para o além e, sim, permanecem dentro deste túnel cheio de água. Segundo o mito, com o poço do cemitério do bairro Santa Cândida não foi diferente.
O Espírito do Mendigo e a Alma do Supersticioso: Em 1958, na cidade de Curitiba, existia um mendigo chamado Carlos que vivia dizendo: - Morro por uma montanha de moedas! Um certo dia ele bebeu demais e foi parar no Cemitério de Santa Cândida. Por causa da bebida, ele olhou para o poço e viu uma montanha de moedas. Assim, o maltrapilho se jogou para dentro dele e faleceu afogado. Naquela mesma cidade havia um moço muito supersticioso chamado Alvaro, que sempre jogava moedas em tudo quanto era chafariz, fonte e poço que via. Um certo dia, sua empresa foi à falência no mesmo dia em que sua avó faleceu. Então, o rapaz entrou em depressão, mas mesmo assim foi ao enterro da sua parenta querida que aconteceu no cemitério de Santa Cândida. Lá ele viu o poço, jogou uma moeda e exclamou: - Quero ficar rico e ter minha firma de volta! Na mesma noite, o rapaz sonhou com um espírito que falou: - Sou a alma de Carlos, um mendigo louco por moedas. - Como você jogou uma moedinha no poço do campo-santo, realizarei seu pedido. No dia seguinte, Alvaro descobriu que ganhou na loteria. Assim, ele conseguiu a sua empresa de volta.
A Noiva do Cemitério: Em 1958, havia uma moça chamada Marília que era fã da lenda da santinha do poço do cemitério do bairro Santa Cândida. Um dia, a sua avó falou que a donzela do campo-santo gostava de pétalas de rosas. Ao saber disto, Marília comprou um buquê de flores e jogou para dentro daquele túnel com água. O tempo passou e em 1960 Marília tornou-se uma noiva grávida. Porém, descobriu que foi abandonada pelo noivo no altar. Desse jeito, ela correu até o campo-santo de Santa Cândida e tentou se atirar para dentro do poço. Porém, naquele mesmo instante, a alma da santinha surgiu e devolveu o corpo da moça de volta à terra. Então, a pequena falou: - Como você me deu pétalas de rosas há alguns anos atrás, lhe salvarei de cometer essa besteira. Desta maneira, a santinha tirou uma corrente com um pingente de coração, do seu bolso e explicou-lhe: - Coloque este amuleto no seu pescoço que você encontrará o seu verdadeiro amor. - Pois, aquele noivo que abandonou você no altar, não lhe merecia. Marília obedeceu à santa. Então, depois de um ano esta moça casou-se.
O Poço da Água Milagrosa: Nos anos setenta, minha avó Mirtes tinha um amigo chamado Souza que sofria de problemas de estômago. Um certo dia, ela e este colega foram a um enterro no cemitério de Santa Cândida. Lá, como estava calor, Souza sentiu sede e resolveu beber da água do poço do campo-santo. Após beber este líquido, ele nunca mais teve problemas de estômago.
(Por Luciana Do Rocio Mallon, autora do livro “Lendas Curitibanas”)
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