segunda-feira, 16 de outubro de 2023

Cacique Tibiriçá Nascido cerca 1475 - Terra 'Brasilis', Terra da Santa Cruz, atual Brasil Falecido cerca 25 de dezembro de 1562 - São Paulo, Brasil, com cerca de 87 anos

 

M  Cacique Tibiriçá

    • Nascido cerca 1475 - Terra 'Brasilis', Terra da Santa Cruz, atual Brasil
    • Falecido cerca 25 de dezembro de 1562 - São Paulo, Brasil, com cerca de 87 anos

 Casamento(s) e filho(s)

 Notas

Notas individuais

  • Nota (1):

    Cacique Tibiriçá Nascimento: ~ 1475 Origem: Piratininga, SP

    Nasceu por volta de 1475, provavelmente no planalto de Piratininga.

    Tibiriçá significa "vigilante da terra" ou "aquele que vê longe".

    Filho do CACIQUE M.... Tibiriçá era o cacique ou "maioral" da tribo dos Guaianás da nação Tupiniquim. Era o chefe da aldeia de Inhapuambuaçu, a principal aldeia indígena dos campos de Piratininga, situada na colina que se ergue na confluência dos rios Anhangabaú e Tamanduateí.

    Era irmão do Cacique Piqueroby, que vivia no vale de Ururaí, e do Cacique Caiuby, da região de Geribatiba.

    Provavelmente por volta de 1514, Tibiriçá tornou-se amigo de João Ramalho adotando-o como membro da tribo.

    Em 30 de Abril de 1531, Martim Affonso entrou na baía da Guanabara. Nos dias seguintes, quatro homens foram enviados para explorar o interior. Viajaram cerca de 400 quilômetros, até encontrar a aldeia de um grande chefe, "senhor daqueles campos", que os acompanhou de volta ao Rio de Janeiro. É possível que tenham chegado aos campos de Piratininga e que esse chefe seja o Cacique Tibiriçá. Nessa ocasião, o cacique ofereceu "muito cristal e deu novas de que no rio Paraguai havia muito ouro e prata" a Martim Affonso de Sousa, que, em retribuição, "lhe fez muita honra e lhe deu muitas dádivas, e o mandou tornar para suas terras".

    Em 22 de Janeiro de 1532, quando a esquadra de Martim Affonso de Sousa chegou ao litoral de São Vicente, Tibiriçá reuniu 200 homens armados com arcos e flechas, preparados para rechaçá-los. João Ramalho, reconhecendo que as naus eram portuguesas, convenceu o cacique a desarmar seus índios e acolher os recém-chegados, garantindo um desembarque tranqüilo aos colonizadores.

    O primeiro encontro entre Martim Affonso de Sousa e Tibiriçá deu-se em Bertioga; mais tarde encontraram-se novamente, na presença de João Ramalho, em Cubatão. Tibiriçá logo tornou-se um forte aliado dos jesuítas e grande amigo dos portugueses. Provavelmente, esta aliança envolvia interesses estratégicos de Tibiriçá, para suplantar a força de seus inimigos (carijós, tamoios e tupinambás).

    Foi convertido pelos jesuítas José de Anchieta e Leonardo Nunes, sendo batizado com o nome cristão de Martim Affonso Tibiriçá (em homenagem ao donatário Martim Affonso de Sousa).

    Tibiriçá auxiliou os portugueses na fundação da vila de Santo André da Borda do Campo. Nos primeiros anos, havia mais índios do que brancos habitando a povoação.

    Em 1554, acompanhou os jesuítas Manoel da Nóbrega e José de Anchieta nas obras da fundação de São Paulo. Estabeleceu-se onde hoje se ergue o Mosteiro de São Bento, instalando seus índios pelas imediações. Por este motivo, a Rua São Bento era antigamente denominada Rua Martim Affonso (em homenagem ao nome de batismo do cacique). O local onde construiu sua taba deu lugar a um largo, onde, em 1598, se construiu uma capela em homenagem a Nossa Senhora de Montserrat. Em 1660, iniciou-se neste mesmo local a construção do Mosteiro de São Bento.

    Graças à sua influência e proteção, os jesuítas puderam agrupar as primeiras cabanas de neófitos para a catequese, nas proximidades do colégio. Certa vez os jesuítas impediram à força um ritual antropofágico, no qual a honra de sacrificar o prisioneiro caberia ao próprio Tibiriçá. Apesar da reação violenta, os índios depois pediram perdão aos jesuítas por seus excessos.

    Em 9 de Julho de 1562, Tibiriçá auxiliou João Ramalho e os jesuítas a defender a vila de São Paulo contra o ataque da "Confederação dos Tamoios", uma união de tribos tupis, guaianás e carijós. Este ataque foi liderado por Jaguanhoaro, filho do Cacique Piqueroby. A desprotegida vila só escapou da destruição graças à intervenção de Tibiriçá, que lutou com uma espada pintada com as cores de Portugal. Durante os violentos combates, Tibiriçá matou seu irmão (Piqueroby) e seu sobrinho, líderes do ataque.

    Tibiriçá manteve-se fiel aos portugueses até o fim de sua vida.

    Tibiriçá faleceu em 25 de Dezembro de 1562, em São Paulo, vítima de uma das muitas epidemias que dizimavam os índios naquela época.

    Recebeu os últimos sacramentos do jesuíta Fernão Luiz. Foi sepultado com toda a solenidade na capela onde mais tarde se ergueu o Mosteiro de São Bento. Posteriormente seus restos mortais foram transferidos para a cripta da Catedral da Sé, em São Paulo.

    O padre José de Anchieta escreveu sobre ele: "Foi enterrado em nossa igreja com muita honra, acompanhando-o todos os cristãos portugueses com sua confraria. Ficou toda a Capitania com grande sentimento por sua morte, pela falta que sentem, porque este era que sustentava os outros. Conhecendo-se-lhes muito obrigados pelo trabalho que tomou de defender a terra, mais que todos cremos que lhe devemos nós, os da Companhia. Por isso, determinou-se dar-lhe em conta não só de benfeitor, mas ainda de fundador e conservador da Casa de Piratininga e de nossas vidas".

    Segundo o Padre Anchieta, Tibiriçá faleceu "com mais de cem anos de idade".

    Foi pai de pelo menos três filhas:

    1.1. BARTYRA (M'BICY), "casada" por volta de 1515, com o náufrago português JOÃO RAMALHO, filho de JOÃO VELHO MALDONADO e de CATHARINA AFFONSO DE BALBODE. Bartyra foi batizada com o nome cristão de Isabel Dias.

    1.2. BEATRIZ DIAS (MACHADO), casada com o português CAPITÃO LOPO DIAS MACHADO.

    1.3. MARIA DA GRÃ (TEREBÊ), casada com o jesuíta português PEDRO DIAS. Terebê foi batizada com o nome cristão de Maria da Grã ou Maria da Graça. Após a morte de Terebê, Pedro casou-se pela segunda vez, com Antonia Gomes da Silva, filha do português PEDRO GOMES (AFFONSO) e da brasileira ISABEL AFFONSO (GOMES). Após a morte de Pedro, Antonia casou-se pela segunda vez, com Gaspar Nunes.

 Fontes

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