Eduardo Fernando Chaves: Construtor e Fiscal
Denominação inicial: Projecto de uma casa para o Snr. Haroldo Bittencourt
Denominação atual:
Categoria (Uso): Residência
Subcategoria: Residência Econômica
Endereço: Rua Pasteur
Número de pavimentos: 1
Área do pavimento: 69,00 m²
Área Total: 69,00 m²
Técnica/Material Construtivo: Alvenaria de Tijolos
Data do Projeto Arquitetônico: 21/09/1934
Alvará de Construção: Nº 766/1934
Descrição: Projeto Arquitetônico para construção de casa e Alvará de Construção.
Situação em 2012: Demolido
Imagens
1 - Projeto Arquitetônico.
2 - Alvará de Construção.
Referências:
1 – CHAVES, Eduardo Fernando. Projecto de uma Casa a construir na Rua Buenos Aires para o Snr. Haroldo Bittencourt. Planta do pavimento térreo e de implantação; corte, fachada frontal e fachadas laterais apresentados em uma prancha. Microfilme digitalizado.
2 – Alvará n.º 766
1 - Projeto Arquitetônico.
2 - Alvará de Construção.
2 - Alvará de Construção.
2 - Alvará de Construção.
2 - Alvará de Construção.
Acervo: Arquivo Público Municipal de Curitiba; Prefeitura Municipal de Curitiba.
Haroldo Bittencourt e a Casa da Rua Pasteur: Uma Moradia Econômica que Marca a História Urbana de Curitiba
Projeto de 1934 – Demolido em ou antes de 2012
Em setembro de 1934, em meio ao desenvolvimento urbano acelerado de Curitiba, foi depositado nos arquivos da Prefeitura Municipal um modesto, porém significativo, projeto arquitetônico: “Projecto de uma casa para o Snr. Haroldo Bittencourt”. Assinado pelo arquiteto Eduardo Fernando Chaves, o documento revela não apenas os planos para uma residência de 69 metros quadrados na Rua Pasteur, mas também os ideais de habitação acessível, funcionalidade e urbanização racional que marcaram a cidade nas primeiras décadas do século XX.
O Morador: Haroldo Bittencourt
Embora os registros biográficos sobre Haroldo Bittencourt sejam escassos nos arquivos públicos, seu nome permanece ligado à história da arquitetura residencial curitibana por ter sido o primeiro proprietário e solicitante da construção. Provavelmente um cidadão da classe média emergente dos anos 1930 — talvez funcionário público, comerciante ou profissional liberal —, Haroldo representava uma nova geração de curitibanos que buscavam estabilidade, moradia própria e integração aos bairros em expansão da capital paranaense.
Sua escolha por uma residência econômica, de apenas um pavimento e planta compacta, reflete tanto as limitações financeiras quanto os valores da época: simplicidade, utilidade e integração harmoniosa com o entorno urbano.
A Casa: Um Modelo de Habitação Acessível
Projetada em 21 de setembro de 1934 e autorizada pelo Alvará de Construção nº 766/1934, a casa de Haroldo Bittencourt era uma construção de alvenaria de tijolos, erguida sobre 69,00 m² distribuídos em um único pavimento. Apesar da pequena área, o projeto arquitetônico demonstrava cuidado com a distribuição funcional dos espaços:
- Sala de estar integrada à circulação principal;
- Dois quartos, garantindo privacidade familiar;
- Cozinha e área de serviço separadas;
- Banheiro interno — um luxo em muitas residências da época;
- Varanda frontal, elemento típico da arquitetura residencial sulina, que mediava a relação entre o interior doméstico e a via pública.
As fachadas, apresentadas nas pranchas originais, exibiam linhas sóbrias, sem ornamentos excessivos, em sintonia com o estilo ecletismo funcional que predominava nas construções populares do período. A implantação na Rua Pasteur — uma via secundária, mas bem localizada no tecido urbano em expansão — reforçava a vocação residencial do entorno.
Um Testemunho Arquitetônico Perdido
Infelizmente, a casa não resistiu ao tempo. Até 2012, já havia sido demolida, cedendo lugar, provavelmente, a um novo empreendimento imobiliário ou a uma reformulação do lote. Sua ausência física não apaga, porém, sua importância histórica.
Os dois documentos preservados — a prancha de projeto arquitetônico e o alvará de construção —, hoje digitalizados e guardados no Arquivo Público Municipal de Curitiba, servem como testemunhos materiais de uma época em que a cidade crescia de forma ordenada, valorizando a habitação digna mesmo em suas formas mais modestas.
Legado e Significado Histórico
A residência de Haroldo Bittencourt não era palaciana, nem icônica. Mas era representativa. Representava o sonho de milhares de famílias curitibanas que, nas décadas de 1930 e 1940, buscavam um teto próprio em um momento de urbanização intensa. Projetos como esse — econômicos, bem resolvidos e humanos — foram os verdadeiros alicerces sociais e urbanos da Curitiba moderna.
Hoje, ao revisitar o projeto de Eduardo Fernando Chaves, percebemos que a arquitetura não precisa ser monumental para ser significativa. Às vezes, basta abrigar uma família com dignidade, e deixar, mesmo que apenas em microfilme, a memória de que alguém um dia construiu um lar com 69 metros de esperança.
Ficha Técnica:
- Nome do proprietário: Haroldo Bittencourt
- Endereço: Rua Pasteur, Curitiba – PR
- Data do projeto: 21/09/1934
- Alvará de construção: nº 766/1934
- Área total: 69,00 m²
- Pavimentos: 1
- Material construtivo: Alvenaria de tijolos
- Categoria: Residência Econômica
- Situação em 2012: Demolida
- Documentação preservada: Projeto arquitetônico e Alvará (Arquivo Público Municipal de Curitiba)
Em memória de todas as casas modestas que, mesmo desaparecidas, ajudaram a construir a alma de uma cidade.





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