terça-feira, 24 de janeiro de 2023

Expresso Nordeste - História

 Expresso Nordeste - História


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Nos anos 50, um jovem carroceiro enfrentava as dificuldades da vida, comercializando frutas, verduras e cereais para sustentar sua família. Mas, ele tinha dentro de si um grande sonho: ter uma empresa que transportasse pessoas, reduzindo as distâncias entre as cidades, facilitando a vida de quem precisava percorrer as estradas do Paraná.

Esse jovem de espírito empreendedor era Vassílio Boiko, nascido em setembro de 1913, em Prudentópolis, no interior do Paraná. Ele, que trabalhava desde os 7 anos de idade na lavoura com o pai, ganhou dele uma carroça e uma parelha de animais para o transporte de lenha. Depois adquiriu uma carroça maior para transportar frutas, principalmente laranjas.

A partir de 1945, ele começou a viajar pelos sertões vendendo medicamentos, roupas e sal; além de prestar outros serviços. Assim, ele foi economizando dinheiro, conseguindo adquirir um caminhão Ford 1946, com o qual continuou no ramo de mascate, até 1951, quando instalou um armazém na localidade de Macacos, em Roncador – PR, onde trabalhava com sua esposa, Verônica Boiko.

Como os negócios prosperavam cada vez mais, em 1952 ele resolve, em sociedade com o irmão Nicolau Boiko adquirir o Expresso Oeste, empresa constituída por dois carros Ford, com capacidade para 12 passageiros, que fazia apenas a linha Campo Mourão – Pitanga.

Em 1958, adquiriu a parte da sociedade do irmão Nicolau e no ano seguinte se mudou para Campo Mourão, onde instalou um hotel, que era ao mesmo tempo: sede da Empresa, ponto de ônibus, alojamento dos colaboradores, bem como, de sua família. Nessa época adquiriu três ônibus e também a linha Pitanga – Guarapuava. Dois anos depois, ao adquirir a linha Goioerê – Cascavel, precisou adquirir outros três ônibus, que foram pagos à prestação, com muito trabalho e dificuldade.

Acreditando no potencial de crescimento da região, Vassílio sempre buscou potencializar seus serviços de transporte de passageiros para toda esta rica região do Paraná, que na época começava a se desenvolver com a colonização de muitas cidades impulsionadas pela cafeicultura, hortelã e outras culturas.

Em pouco tempo já eram 15 ônibus rodando pelas estradas do Paraná, além de possuir uma matriz administrativa e garagem própria, sediadas em Campo Mourão, e já contavam com agências em outras cidades que estavam em seu roteiro.

As cidades fundadas na região possuíam estrutura precária, além de muito mato e pinheiro e a mão de obra também era escassa. Por isso, Vassílio foi buscar nos conterrâneos das famílias amigas de Prudentópolis, trabalhadores de confiança, que pudessem colaborar para o crescimento da Empresa e consequentemente de toda região. Esses vinham de mala e cuia trabalhar na Empresa, chegando inclusive a morar nas instalações.

É o que conta José Macohin, o Macuco, com 71 anos, um dos primeiros funcionários da empresa. “Vim chamado pelo Vassílio que era conhecido do meu pai em Prudentópolis. Comecei como cobrador. Passei muitas noites nas estradas com os carros encalhados no barro, ou à beira dos rios da região à espera de balsas. Morava na Empresa que fornecia tudo o que precisávamos. Depois fui pelo interior ajudando nas garagens que estavam começando e precisavam de peças para os carros, também trabalhava prestando socorro aos carros à noite, quando era necessário. Já fui controlador do estoque de peças, almoxarife, entregador e recebedor de peças. Considero a Empresa como se fosse minha casa, e minha família também considera assim”, afirma.

Muitos desafios foram enfrentados nas estradas até a Empresa se consolidar. Sem asfalto ou mesmo pontes sobre os rios, uma viagem tornava-se uma aventura. As chuvas traziam barro e faziam os carros ficarem dias na estrada. Seguir viagem, só quando se colocava correntes nos pneus. Também havia a poeira vermelha nas épocas secas, e muitas balsas sobre os rios. Se faltavam estradas e veículos, o jeito muitas vezes era transportar o máximo possível de passageiros, muitos destes migrantes, famílias inteiras com as mudanças em busca de uma vida nova e prosperidade no interior do Paraná. Pessoas com seus sonhos, sendo transportados pelos carros da Nordeste.

“O grande problema era quando chovia. O Rio Piquiri subia, a balsa parava e nós ficávamos presos. Havia necessidade de esperar o rio baixar. E quando não era chuva, era poeira. Chegávamos em Maringá empoeirados, a terra era vermelha e mesmo com banho não saía toda a sujeira”, lembra Germano Boiko.

Mesmo entre tantas dificuldades, os colaboradores e proprietários não deixavam de transportar as pessoas e suas histórias. “No percurso da viagem de Campo Mourão a Guarapuava levava-se uma semana. Era meio dia de sol e chovia de novo. A estrada não secava em meio dia. Por isso, conhecíamos todos os moradores nas estradas. Andávamos de 5 a 10 quilômetros para encontrar alguém e pedir comida ou pouso. Muitas vezes todo mundo dormia dentro do ônibus, porque não passava ninguém”, conta Germano Boiko.

O Sr. Vassilio Boiko, juntamente com sua esposa Verônica, satisfeitos com o sucesso da Empresa, registram a Empresa no dia 27 de junho de 1963, com o nome de “EXPRESSO NORDESTE LTDA”.

Exultantes com a Empresa, em 1970 o pioneiro Vassílio instalou a Sede Administrativa da Empresa na cidade de Campo Mourão. Com uma área de 51.200 metros quadrados, sendo 2.000 m² de área construída para a Administração, 5.000 m² para a manutenção e mais 326 m² incluindo alojamento e serviços gerais e associação esportiva. A Sede Administrativa dá apoio às demais garagens, pessoal e frota.

Com o falecimento de seu fundador em fevereiro de 1980, a Empresa Expresso Nordeste passou a ser administrada por seus filhos, dando continuidade desta grande Empresa no mercado a qual atualmente tem destaque nos seus segmentos de atuação por oferecer sempre um ótimo atendimento, modernidade em sua frota e profissionais capacitados e treinados para que sua viagem seja especial.

A Expresso Nordeste administrada por Teófilo Boiko e Germano Boiko, juntamente com seus filhos, já conquistou 52 anos de sucesso, viajando pelo Brasil, levando gente, levando histórias e beneficiando direta e indiretamente milhares de brasileiros.

“Cada época tem suas peculiaridades. Hoje, nossa atividade mudou, porque os meios de transportes mudaram, e o poder aquisitivo aumentou bastante. Então temos que procurar inovar sempre, frotas novas, condições de pagamento. Temos que proporcionar satisfação a partir do momento da compra da passagem. Garantir tanto na origem quanto no destino, pontualidade, segurança, conforto e bom atendimento”, afirma Teófilo Boiko.

Essa é a história de Vassílio Boiko, história de sua família, história da Nordeste… Enfim são 57 anos somando esforços, multiplicando conquistas e aproximando pessoas!

Nosso lema é “Viver é viajar”! 

RFFSA 1000 A locomotiva #157 subindo a Serra do Mar em uma parada na estação de Marumbí aguardando a liberação da via. Ao lado uma G22U (Macosa) com trem de lastro.

 RFFSA 1000 A locomotiva #157 subindo a Serra do Mar em uma parada na estação de Marumbí aguardando a liberação da via. Ao lado uma G22U (Macosa) com trem de lastro.


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Igreja Batista, construída por missionários americanos em Xambrê-PR, na década de 60, infelizmente ela foi demolida em 1980.

 Igreja Batista, construída por missionários americanos em Xambrê-PR, na década de 60, infelizmente ela foi demolida em 1980.


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Uma rara foto de Cine Xambrê no início da Década de 70, essa casa de cinema foi por muitos anos o ponto de encontro da juventude de Xambrê

 Uma rara foto de Cine Xambrê no início da Década de 70, essa casa de cinema foi por muitos anos o ponto de encontro da juventude de Xambrê


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Quermesse realizada nos fundos da Sociedade Garibaldi. Avista-se ao fundo a Praça João Cândido, as Ruínas de São Francisco e o Belvedere. Início da década e 1920

 Quermesse realizada nos fundos da Sociedade Garibaldi. Avista-se ao fundo a Praça João Cândido, as Ruínas de São Francisco e o Belvedere. Início da década e 1920


Pode ser uma imagem de 1 pessoa, em pé, monumento e ao ar livre

segunda-feira, 23 de janeiro de 2023

Preparamos um roteiro cheio de riquezas e magia da cultura japonesa dentro de Curitiba.

 

Preparamos um roteiro cheio de riquezas e magia da cultura japonesa dentro de Curitiba.

Tradição nipônicas, sabores e os mangás para explorar em Curitiba.

Japantown. Modelo: Marilyn Ribas. Fotógrafo: André Sanches

JAPANTOWN. MODELO: MARILYN RIBAS. FOTÓGRAFO: ANDRÉ SANCHES

Em 1908, quando os primeiros imigrantes japoneses chegaram ao Brasil a bordo do navio Kasato Maru, parecia improvável que duas culturas tão diferentes pudessem conviver tranquilamente. Hoje, as tradições desse povo estão tão naturalizadas no nosso dia-a-dia, que é possível experimentar um pouco do Japão sem sair de Curitiba.

A cidade está cheia de pequenos tesouros que traduzem e carregam toda a beleza da cultura oriental. Por isso preparamos este trajeto com 14 pontos, para você passear com muita histórias, provar sabores inesquecíveis e curtir experiências de tirar o folego!

Então, prepare a bateria extra no bolso, pois será difícil escolher um só local para fotografar ou filmar cada experiência deste roteiro.

Vamos começar ?! ?

  • 1Mercado Municipal
    Mercado Municipal

    Inicie o roteiro pelo Mercado Municipal, localizado no centro de Curitiba. As primeiras famílias de imigrantes japoneses, que chegaram por aqui nos anos 1930, trabalhavam com agricultura e comércio. Não demorou para que eles migrassem suas quitandas e casas de secos e molhados, das feiras livres para o Mercado Municipal.

  • 2Mercearias de Produtos Típicos Japoneses no Mercado Municipal
    Mercearias de Produtos Típicos Japoneses no Mercado Municipal

    E até hoje eles estão presentes no Mercado Municipal, onde você encontra produtos típicos, nos quais você pode levar para casa sabores vindos diretamente do Japão e você ainda encontra uma loja que vende quimonos super tradicionais. Reserve 1 hora para conhecer e prossiga para o próximo ponto da rota.
    Mercado Municipal |Segunda: 7h às 14h Terça a sábado: 7h às 18h | Domingo: 7h às 13h.

  • 3Praça do Japão
    Praça do Japão

    A Praça do Japão, localizado no Batel , é um jardim de Kyoto cravado entre duas grandes avenidas e cercado de vários prédios. Inicie a caminhada pelo Portal Japonês, (vale uma foto deste portal), você irá observar que a praça é repleta de cerejeiras, que foram presenteadas pelo próprio império japonês, para acreditarmos que estamos no Japão.
    Caminhe tranquilamente entre os lagos cheios de carpas, ouça o barulho das cascatas e siga até o próximo ponto .

  • 4Lanterna na Praça do Japão
    Lanterna na Praça do Japão

    Enquanto passeia, repare nos detalhes: nada está aqui por acaso. Como a lanterna esculpida em pedra, que fica em um dos lagos da praça. Ela é um elemento muito comum nos jardins japoneses e representa os 50 e 100 anos de imigração japonesa no Brasil, um presente da cidade de Hyogo para Curitiba.

  • 5Buda na Praça do Japão
    Buda na Praça do Japão

    No centro deste outro lago, um Buda medita calmamente. Mais do que representar uma das religiões mais populares entre os japoneses, a estátua marca a irmandade entre Curitiba e a cidade de Himeji.
    Continue caminhando pela praça que você encontra:

  • 6Escultura da Paz Nº 30.31 da Paz na Praça do Japão
    Escultura da Paz Nº 30.31 da Paz na Praça do Japão

    A Escultura da Paz, feito no granito pode passar despercebida em um primeiro momento, mas ela também carrega um significado muito forte. Baku Inoue, um artista plástico japonês, fez essa obra em referência a bomba de Hiroshima, para simbolizar a urgência da paz entre as nações.
    Ótimo local para sentar e ouvir os pássaros desacelerar um pouco do dia a dia.
    Seguindo em frente você vai ver :

  • 7Memorial da Imigração Japonesa na Praça do japão
    Memorial da Imigração Japonesa na Praça do japão

    O Memorial da Imigração Japonesa chama a atenção por sua arquitetura tradicional. O monumento é uma réplica do Templo Dourado de Kyoto, templo zen-budista folheado a ouro, um dos mais famosos no Japão.
    Antes de entrar no memorial olhe para o topo do telhado, há uma garça feita de bronze, igual a do templo original no japão, um presente dado por nossa cidade-irmã, Himeji.
    Endereço: Avenida Sete de Setembro, 5170| Batel

    Preparado para o próximo ponto? Saindo da praça, vá para o bairro do Portão.

  • 8Escultura Tomie Ohtake
    Escultura Tomie Ohtake

    Na frente do Portal Cultural- Museu Municipal de Arte (MuMA) a escultura, sem título, pode passar batida em um primeiro momento, mas ela é uma obra de Tomie Ohtake. A artista japonesa, naturalizada brasileira, está entre os maiores nomes da arte contemporânea. Este seu trabalho foi instalado em 1996, a obra tem onze metros de altura e celebra o centenário da amizade Brasil-Japão.
    O espaço onde está a obra, possibilita tirar fotos de vários ângulos diferentes. Não seja tímido, quanto mais extravagante, mais divertido será.
    Endereço: Av. República Argentina, 3430,|Terminal do Portão

    Próxima parada: o almoço. Humm!

  • 9The Coffee
    The Coffee

    The Coffee, é uma cafeteria inspirada nos espaços minúsculos dos estabelecimentos do Japão, chama a atenção pelo seu tamanho estreito e pelo serviço que é super prático "grab and go", onde você escolhe o seu café quente ou gelado pelo tablet, passa o cartão e o atende entrega o café.
    Endereço: R. Prudente de Moraes, 1.227| Batel |
    Segunda á sexta das 07:30 -18h | Sábados 12h - 19:30

    Saindo do The Coffee, siga para o Rebouça no:

  • 10Itiban Comics Shop
    Itiban Comics Shop

    Itiban Comics Shop não é apenas o melhor lugar para se comprar quadrinhos, mas também tem um belo acervo de mangás dos clássicos aos mais recentes. Aproveite a visita para falar com a dona e curadora da loja, a Mitie Taketani. Com alguns minutos de conversa, é certeza que você vai sair com ótimas recomendações de leitura.
    Endereço: 
Av. Silva Jardim, 845 |Rebouças |
    Segunda a sexta: 10h às 19h |Sábado: 10h às 17h| Telefone (41) 3232-5367

    Próxima parada:

  • 11Centro Ásia Tomodachi
    Centro Ásia Tomodachi

    No Centro Ásia Tomodachi, você encontra palestras, cursos de línguas, mangá e origami. Se quiser apenas conhecer um pouco dessas práticas e trocar uma ideia, no sábado na hora do almoço e prove o udon (um macarrão grosso servido como sopa) que eles fazem.
    Endereço: R. Mal. Deodoro, 1418 |Centro| Segunda e quarta-feira: 13h30 às 18h.
    Terça, quinta e sexta-feira: 13h30 às 19h30 |Sábado: 08h às 18h | Telefone: (41) 3022-3477

    Agora que você se encantou com os origamis, vá em direção ao Jardim Social:

  • 12Templo Sukyo Mahikari
    Templo Sukyo Mahikari

    No Templo Sukyo Mahikari, a saúde, prosperidade e harmonia são os valores da chave para a renovação espiritual pregada pelo Makihari, um novo movimento religioso japonês que tem adeptos no mundo inteiro. Aprecie a imponência desse templo, que consegue misturar traços tradicionais e modernos da arquitetura japonesa, e aproveite para conhecer um pouco mais dessa tradição que conversa com diversas crenças.
    Endereço: Av. Mal. Humberto de Alencar Castelo Branco, 411| Jardim Social |
    Segunda a sexta: 09h às 20h30| Sábados, domingos e feriados: 09h às 18h.

    Final de tarde chegando, siga para:

  • 13Izakaya Hyotan
    Izakaya Hyotan

    Para um happy hour tipicamente japonês o Izakaya Hyotan. O bar abre ás 18h e imita os izakayas (“lugar para sentar e beber saquê”) onde os japoneses se reúnem para beber e comer depois do trabalho. O Izakaya não serve sushis e sashimis (nada cru), são servidos espetinhos variados, bolinho de polvo e guioza, além de uma seleção de saquês.
    Entrando no bar observe os detalhes da decoração, os aromas, a música vão te transportar direto para a terra do sol nascente.
    Endereço: Al. Augusto Stellfeld, 1.281| Centro|
    Terça a sábado: 18h às 23h| Telefone: (41) 3224-1910

  • 14CHō Street Bar
    CHō Street Bar

    Finalize o dia no CHō Street Bar é um bar descolado de comida de rua. Todo decorado como lanternas, espadas, gueixas, lutadores de sumô, carpas, figuras de mangás e animes japoneses, transforma o lugar em uma galeria aberta. O local serve espetinhos e o Bao, um sanduíche feito com pão cozido no vapor e recheio de carne de porco, costela bovina, tsukune ou cogumelos. A casa possui uma cerveja especial e saques.
    Endereço: Rua Comendador Araújo 891 | Batel

A antiga Impressora Paranaense

 

A antiga Impressora Paranaense


A antiga Impressora Paranaense

A antiga Impressora Paranaense

Este casarão situado na Rua Comendador Araujo, 731 foi durante muitos anos a sede da antiga Impressora Paranaense. O terreno, e as instalações, eram bem maiores e iam até a Rua Benjamin Lins e ocupavam boa parte da quadra. Hoje em dia parte do terreno é ocupado por um centro comercial.
O casarão é uma Unidade de Interesse de Preservação.

A Impressora Paranaense


Em 1853 quando Zacarias de Goés e Vasconcelos chegou em Curitiba para ser o primeiro presidente da província do Paraná, trouxe junto o jornalista Cândido Martins Lopes (1803-1871).
Cândido Lopes antes residia em Niterói, onde tinha uma pequena gráfica. Chegando aqui, abriu novamente uma gráfica e fundou o jornal “O Dezenove de Dezembro” (mais tarde a letra “o” foi retirada do titulo do jornal) que circulou pela primeira vez no dia 1º de abril de 1854. A sede do jornal era na Rua da Imperatriz, 87 (atual Rua XV de Novembro) e mais tarde na edição de 9 de agosto de 1885 o jornal indica um novo endereço para “typographia e escriptorio” a Rua do Imperador - Travessa da da Imperatriz, 1. (A Rua do Imperador era a atual Rua Marechal Deodoro. Qual seria a Travessa da Imperatiz?)
Depois da morte de Cândido Lopes  o jornal e a gráfica passaram a ser propriedade de sua viúva. A partir de 23 de setembro de 1884 passa a constar como editor e proprietário o Sr. Jesuino da Silva Lopes e depois (edição de 5 de setembro de 1885) constava no jornal como proprietário o Sr. Jesuino Lopes & Pinheiro.

Em 1883 o Sr. Ildefonso Pereira Correia (mais tarde Barão do Serro Azul), tendo como sócio Jesuíno Lopes, assumiu o controle da “Typographia Paranaense”, que passou a ser conhecida como Impressora Paranaense.
Imagino que o Sr. Ildenfonso tinha interesse no jornal como apoio as suas ambições políticas, imagino também que o interesse principal era a produção de rótulos para os seus produtos de erva-mate. Logo após a aquisição ele implantou junto à gráfica uma litografia. A impressora não atendia só as necessidades das indústria do barão, fazia rótulos para diversas empresas e impressos em geral, inclusive de livros.
Com o assassinato do Barão em 1894 a impressa passou para a sua viúva, Maria José Pereira Correia, a Baronesa do Serro Azul.
No início do século 20 (não descobri exatamente quando) o litógrafo Francisco Folch, que trabalhava na empresa, adquiriu a empresa e passou a dirigi-la até 1912.
Em 1912, entrou na sociedade o Sr. Max Schrappe, passando a razão social para Folch & Schrappe e Cia., mas continuando com o nome comercial de Impressora Paranaense.
Em 1922 , após o falecimento do Sr. Francisco Folch, o Sr. Max Schrappe comprou a parte do sócio.
A empresa permaneceu com a família Schrappe, que foi tocada pelo senhor Max e depois pelos seus filhos até 1996.

Em 1996 (já instalada no Pinheirinho) a empresa foi adquirida por uma multinacional, que acabou fechando-a em 2012, pondo fim ao que era uma das empresas mais antigas da cidade.

Referências:

Paço da Liberdade

 

Paço da Liberdade


Paço da Liberdade

Paço da Liberdade

Paço da Liberdade

Paço da Liberdade

Paço da Liberdade

Paço da Liberdade

O Paço da Liberdade é o único prédio da cidade considerado Patrimônio Cultural Brasileiro, tombado pelo IPHAN - Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, inscrito no Livro do Tombo das Belas Artes em outubro de 1984.
O prédio também é tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná (inscrito no Livro do Tombo em janeiro de 1966) e é uma Unidade de Interesse de Preservação.

Foi construído entre 1914 e 1916, quando Cândido de Abreu (1856-1919) estava exercendo o seu segundo mandato de prefeito. Inaugurado no dia 24 de fevereiro de 1916, data da promulgação da Constituição Federal e era chamado na época de Paço Municipal.
Ganhou o nome de Paço da Liberdade em 3 de fevereiro de 1948, para comemorar a retomada do regime democrático no pós-guerra, com uma nova constituição ao final da era Vargas.

O local


O prédio, para abrigar a prefeitura e câmara de vereadores, foi uma encomenda feita pelo governador Carlos Cavalcanti de Albuquerque (1864-1935).
A Lei Municipal nº 348 de 29 de novembro de 1912, assinada por João Antonio Xavier, que ocupava o cargo de prefeito naquele ano, autorizava o prefeito “… a emittir apolices até a importancia de seiscentos contos de réis (600:000$00) ao typo de 90 e juros de 6 %, para a construcção do palacio municipal, na praça Santos Andrade. na parte comprehendida entre as ruas João Negrão e Senador Laurindo. …”

Mais tarde o local escolhido acabou sendo a atual Praça Generoso Marques, onde estava instalado o Mercado Municipal, que foi transferido provisoriamente para um chalé de madeira localizado na atual Praça 19 de Dezembro. Não encontrei qualquer informação indicando o motivo da troca de local.

A escolha gerou alguma polêmica. O jornal “Diário da Tarde” publicou a seguinte nota no dia 28 de fevereiro de 1914:

“Um dos jornaes desta capital noticiou que o sr. Prefeito municipal resolveu construir o paço municipal na praça Municipal, no local actualmente existe o mercado. Deve haver um equivoco na notícia:– o sr. prefeito não podia tomar essa resolução, havendo como ha uma lei recente da Camara, designando o local onde deve ser construido o predio, á Praça Santos Andrade, entre as ruas João Negrão e Senador Laurindo.
Enquanto não for revogada a lei, esse deve ser o local definitivo”

O mesmo jornal “Diário da Tarde”, no dia 14 de julho de 1914 publicou uma matéria de primeira página com o título “A Prefeitura estará violando uma lei municipal, ás escondidas? - É preciso que o caso seja esclarecido”, onde entre outras coisas escreveu: “ … uma turma de trabalhadores está lançando, dentro do mercado velho, os alicerces do edifício destinado a Paço Municipal. …”. A material continua em tom crítico, defendendo que a tal lei de 1912 deveria ser antes revogada e que os camaristas (vereadores) deveriam ter sido consultados antes de iniciarem as obras.

O Projeto


Existe alguma polêmica em torno de quem foi o autor do projeto do prédio, mas tudo indica é o autor é o próprio Cândido de Abreu. Como ele era o prefeito, possivelmente não fez o projeto de forma detalhada, desenhando plantas e tudo o mais. O detalhamento foi feito pela equipe da Comissão de Melhoramentos.

No dia 29 de julho de 1913 o jornal “A República” visitou a Câmara e a Prefeitura, instaladas então no Palacete Zacarias. Foram recebidos pelo próprio prefeito, Cândido de Abreu. No dia seguinte, 30 de julho de 1913, publicaram um relato da visita, entre outras coisas, escreveram sobre os planos do prefeito para o parque municipal (Passeio Público), o novo teatro (Teatro Guaíra), a avenida de contorno (não sei qual seria), o palácio municipal (o Paço Municipal), o novo mercado e sobre alguns outros projetos. Sobre o Paço Municipal escreveram o seguinte:

“Uma planta que está em mãos de habil desenhista, é a do Paço Municipal. Como se sabe, a Camara havia autorisado a Prefeitura a pôr em concorrencia o projecto desse edifício, estabelecendo tres premios que sommavam em 8:000$.
Entretanto, dada a competencia comprovada do nucleo technico com que hoje conta a administração municipal, o sr. Prefeito fez por seus proprios auxiliares executar, sob sua direcção, o referido projecto, que está digno dos maiores encomios. Assim poupou-se um dispendio de quantia relativamentente avultada, sem quebra das boas intenções dos srs. edis e com sorprehendente resultado.
O projecto do Paço Municipal, de estylo art nouveau, é de felicissima inspiração, valendo seguramente pelo predio mais bello da cidade. Brevemente daremos em cliché, o que a nossa penna imprecisamente descreveria.
O novo Paço vae ter uma invejavel collocação, pois será construído na Praça Santos Andrade, fora do alinhamento da rua Garibaldi, de maneira a ficar com a linha da fachada ajardinada. A sua frente dará para o palacio da Associação Comercial, e a sua banda lateral esquerda para o novo Palacio da Justiça.”

Nos anais da Câmara Municipal está registrado em 13 de outubro de 1913 um relatório feito por Adriano Goulin, engenheiro-chefe de obras municipais, onde consta a relação de plantas elaboradas pela Divisão de Trabalhos Técnicos da Comissão de Melhoramentos.

Na edição do jornal “Diário da Tarde” do dia 25 de de fevereiro de 1916, noticiando a inauguração ocorrida no dia anterior, entre outras coisas diz: “… foi construido sob planta confeçoada pelo habil desenhista engenheiro Michel, funccionario da construccão ferroviara e construido pelo experimentado architecto sr. Roberto Lacombe, sob as vistas do diretor de obras urbanas …”

Os construtores


Em 9 julho de 1913 o prefeito Cândido de Abreu criou através do decreto nº 66 A a “Commissão de Melhoramentos de Coritiba”. Esta Comissão projetou e coordenou diversos trabalhos de urbanismo e construções na cidade, entre eles o Paço Municipal.

O primeiro edital (contratação de mão-de-obra) que encontrei foi publicado no “Diário da Tarde” no dia 15 de janeiro de 1914.

O jornal “Diário da Tarde” publicou uma longa matéria nos dias 17 e 18 de janeiro de 1916, descrevendo o prédio em pormenores e tecendo elogios. Na matéria do dia 18 entre outras coisas está escrito o seguinte:

“… Os trabalhos de marcenaria foram executado nas officinas dos srs. Maderna & Bonne.
A esculptura e ornamentação foi feita pelo distincto architeto modelador sr. Roberto Lacombe.
A cantaria foi toda trabalhada por artistas portugueses e italianos.
As pinturas foram executadas pelos srs. J. Orttolani e João Guelffi, sendo que a este se devem as grandes decorações.
Os trabalhos de estuque e tingimento são dos artistas vindos de S. Paulo.
A direcção dos trabalhos esteve a cargo dos architectos constructores srs. Angelo Bottechia e cav. André Petrelli e a fiscalização foi feita pelo nosso conterraneo sr. Eduardo Chaves.
A superintendencia de todos os trabalhos nunca foi descurada pelos srs. prefeito municipal dr. Candido de Abreu e engenheiro chefe de obras municipaes dr. Adriano Goulin, que diariamente acompanhavam os serviços de forma que ficasse bem feita essa obra admiravel que tanto honra o povo coritibano.”

Participaram também diversos artesãos nos trabalhos de cantaria, marcenaria, carpintaria e acabamentos diversos, cujos nomes ficaram esquecidos no tempo.

Referências:

Palacete da Família Ross

 

Palacete da Família Ross


Palacete da Família Ross

Esta casa localizada na Rua Comendador Araújo, esquina com a Alameda Presidente Taunay é uma Unidade de Interesse de Preservação.
A casa é bem bonita e tem um estilo diferente das grandes casas antigas da cidade na região, destacando-se principalmente pela torre quadrada.

Esta casa pertenceu ao Sr. Carlos Ross e a Sra. Adelaide Glaser Ross. A Sra. Adelaide recebeu a casa de presente de seu pai, Wenceslau Glaser, quando casou com o Sr. Carlos.

O Sr. Carlos era engenheiro civil formado na Escola Politécnica de São Paulo. Trabalhou na estrada de ferro, no estado (Secretaria de Estado dos Negócios de Agricultura, Viação e Obras Públicas) e foi também um empreendedor. Participou como sócio de diversas empresas, entre elas a Cia. Constructora Curitybana.
Dizem que era uma pessoa muito reservada, competente e que formou-se em primeiro lugar na faculdade.
Participou da fundação de Nova Fátima (PR) e Matinhos (PR). Em Nova Fátima tem uma Praça Engenheiro Carlos Ross e o Colégio Estadual Adelaide Glaser Ross. Em Matinhos, o Sr. Carlos teria sido a primeira pessoa a construir uma casa lá, por volta de 1926 e tem uma rua chamada Engenheiro Carlos Ross lá.

Uma coisa curiosa que descobri sobre o Sr. Carlos, que era filho de Augusto Rossdeutscher, é que ele trocou o sobrenome. Encontrei no jornal “A República” de 8 de novembro de 1917 uma declaração com os seguintes dizeres:

“Declaração
Carlos Rossdeutscher, brazileiro, nascido nesta capital, engenheiro civil, pela Escola Polytechina de S. Paulo, declara que de hoje em diante passará a se assignar Carlos Ross.
Coritiba, 5 de Novembro de 1917.
Carlos Ross.”

O sobrenome original da família era Ross (possivelmente de origem judaica) e eles viviam na Irlanda. Em algum momento pelo menos alguns deles migraram. Os que foram para a Alemanha adotaram o sobrenome Rossdeutscher (algo como os Ross alemães). O que o Sr. Carlos fez foi retomar o sobrenome original da família.
Fica difícil saber os motivos, mas especulo que a animosidade contra os alemães em função da I Guerra Mundial teve um papel. Lendo jornais de edições anteriores a declaração do Sr. Carlos e possível observarmos o clima que havia sido criado na cidade (e no Brasil em geral) em função da guerra. Em 5 de abril de 1917 o vapor “Paraná” foi torpedeado por submarinos alemães e em 11 de abril o Brasil rompeu relações diplomáticas com a Alemanha. Na sequência, outros navios brasileiros foram afundados, navios alemães nos portos brasileiros foram confiscados e, em 26 de outubro de 1917 o Brasil declarou guerra ao Império Alemão. Houve muita agitação nacionalista no país e Curitiba não ficou de fora.

Texto alterado em 1 set. 2017.

Referências:

FERROVIA CURITIBA PARANAGUÁ - 1988

 FERROVIA CURITIBA PARANAGUÁ - 1988


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