quarta-feira, 25 de janeiro de 2023

Açougue Garmatter

 

Açougue Garmatter


Açougue Garmatter

Açougue Garmatter

Açougue Garmatter

Açougue Garmatter

Açougue Garmatter

Açougue Garmatter

Açougue Garmatter

Açougue Garmatter

Localizado na esquina da Rua José Bonifácio com a Travessa Nestor de Castro, este prédio é uma Unidade de Interesse de Preservação.

No local ficava o Açougue Garmatter, de propriedade do Sr. Júlio Garmatter. O açougue era situado no térreo e os andares superiores eram residência. Nos fundos, em um terreno comprido com frente para a Nestor de Castro ficava a indústria do Sr. Garmatter, que fabricava banha, defumados e embutidos, como salames e presuntos.

No final dos anos 1800 já é possível encontrar no jornais notícias sobre um açougue Garmatter na Rua José Bonifácio. Imagino, mas não consegui confirmar, que fosse do pai do Sr. Júlio. Outra coisa que não consegui confirmar é se o local era o mesmo, uma vez que a numeração na rua sofreu alterações com o tempo.

No prédio atual está escrito na platibanda as iniciais JG e a data de 1920. Especulo que no local havia uma casa menor e foi reformada ou construíram esse prédio em 1920.

Em uma publicação futura o nome do Sr. Júlio Garmatter voltará a aparecer aqui no blog, quando mostrar as fotos da sede atual do Museu Paranaense.

O antigo Louvre

 

O antigo Louvre


O antigo Louvre

O antigo Louvre

O antigo Louvre

Em 20 de dezembro de 1909 o Sr. Bertholdo Hauer informou em anúncio no jornal “Diário da Tarde” que adquiriu em partilha social de Paulo Hauer & Cia. Ltda. a “secção de fazendas”, que até então estava sob a gerência dele e que a loja continuaria no mesmo prédio da Praça Tiradentes, 5 sob a denominação “Louvre Curitybano”. O local era conhecido como Palacete Franco, a antiga casa do Comendador Antonio Martins Franco. Aquela onde D. Pedro II ficou hospedado quando esteve em Curitiba em 1880. A casa já foi demolida.
Não consegui descobrir desde quando existia essa tal seção de tecidos da Paulo Hauer & Cia. Ltda.

No dia 18 de maio 1912 a empresa publico anúncio de alteração da razão social, que passou a ser B. Hauer & Braun, com a inclusão na sociedade do Sr. Otto Braun, que dirigia a loja como gerente e passou a ser sócio.

O Louvre mudou para a Rua XV de Novembro, no prédio mostrado na foto, e reabriu a loja no dia 16 de novembro de 1912.

Em 31 de outubro de 1913 o Sr. Bertholdo Hauer saiu da sociedade e entrou o Sr. Ernesto Quentel e a razão social foi alterada para Braun & Quentel. Mais tarde, considerando anúncios publicados nos jornais, a razão social da empresa parece ter sido alterada para Braun & Cia.

Em 1934 Miguel Calluf (ou Kalluf) e Leão M. Sallum aparentemente compraram o prédio e a marca “Louvre”. A casa foi reinaugurada no dia 3 de novembro de 1935 e abriu junto, nas instalações da loja um “Salão do Matte”. A partir daí a loja passou a usar o slogan “O rei da seda”. O mais interessante é que as notícias publicadas nos jornais da época é como se a reinauguração tivesse sido de uma loja nova, sem qualquer continuidade com a anterior.

No dia 28 de julho de 1983 o colunista Dino Almeida publicou em sua coluna no jornal “Diário da Tarde” a seguinte nota: “A  famosa loja Louvre (rua XV) um dos mais tradicionais endereços comerciais de Curitiba na Rua XV, (propriedade da familia Kalluf) foi vendida para o grupo das lojas “Marisa”, from São Paulo”.

As vitrines do Louvre (e de outras lojas na XV)


Hoje quando você quer divulgar alguma coisa, coloca na internet. Mas durante muito tempo, quando você queria divulgar alguma coisa na cidade, colocava na vitrine do Louvre (ou de alguma outra loja na Rua XV de Novembro).
Enquanto pesquisava para fazer este texto, chamou atenção a quantidade de notas e notícias dizendo que poderia ser visto na vitrine do Louvre (e o mesmo acontecia com outras lojas) tal coisa. As coisas expostas ia desde medalhas, até avião. Passando por esculturas, coroas de flores, planta do novo prédio a ser construído para a Universidade do Paraná, motocicletas, quadros, fotografias, mapas e muitas outras coisas. No Louvre também vendiam ingressos para os mais diversos eventos, de peça no Teatro Guaíra a bailes.

O prédio do antigo Louvre é uma Unidade de Interesse de Preservação.
texto alterado em 4 fev. 2018

Publicações relacionadas:
O interior do antigo Louvre
O prédio ao lado do antigo Louvre
Palácio Hauer

Referências:

VASP - Uma Cegonha no ar!

 

VASP - Uma Cegonha no ar!

Miguel, o Anjo da Vasp !


Maria Alice Lepeco posa com o bebê Miguel Vaspeano Lepeco, minutos após o parto a bordo.
(O Jornal de Maringá – 1957)

Naquela manhã fria do final de outono, no dia 10 de junho de 1957, chega ao Aeroporto de Guaíra*, um velho Ford 29 conduzindo um modesto casal até a porta do avião, um Douglas DC-3 da VASP prefixo PP-SQA** na pista pronto para decolar com destino a Maringá, com escala em Campo Mourão. O marido acompanha sua esposa Maria Alice Lepeco no nono mês de gravidez, com risco apontado pelo seu medico em Guaíra, que não tinha recursos para um parto cesariana, por isso recomendou ir a Maringá.
Durante o voo, próximo ao pouso em Campo Mourão, a sra. Maria Alice sentiu os primeiros sintomas de parto. O comandante Eleud suprimiu a escala em Campo Mourão e seguiu direto para Maringá. Agindo mais que rapidamente, o comissário  Celso Schmidt improvisou uma cama e cortinas com mantas de bordo. Convocou duas passageiras para ajudar no serviço de parto, transformando-se em obstetra. Poucos minutos depois, um choro de bebê chegava até a cabine do piloto.

“É um menino!” – anunciou o comissário.

Os passageiros e tripulação contagiados pela emoção, aplaudiram e choraram de  alegria ao ver o novo passageiro chegar em pleno ar. Por radio o comandante passou o relato onde solicitou um medico e uma ambulância.
Aterrisagem perfeita, o novo e demais passageiros desembarcaram em Maringá, onde uma ambulância e vários repórteres aguardavam os protagonistas do belo acontecimento. Os bebê com seus pais foram encaminhados para a Maternidade São José.

A mãe, muito feliz e agradecida, disse: “Pois, por causa da VASP, vai se chamar Vaspeano!”.

Não se sabe, se foi o pai que adicionou o primeiro nome de  Miguel (nome de anjo, por nascer no céu). Batizado como Miguel Vaspeano Lepeco com as honras do  comandante Eleud Ziolkowski  como  padrinho,
No Brasil, foi o primeiro caso de parto em voo. No exterior já havia relatos nos tempos da Segunda Guerra.

(*) Os aeroportos de Guaíra e Campo Mourão foram autorizados a operar voos comerciais em 1955.
(**) A aeronave Douglas DC-3 da VASP prefixo PP-SQA sofreu acidente durante pouso no Aeroporto de Rondonópolis, no estado de Mato Grosso, em 29 de janeiro de 1973, sem relato de vítimas.



*


Vaspeano, perpétuo!


Da esquerda para direita, Comandante (e padrinho) Eleud Ziolkowski, Miguel Vaspeano Lepeco, o Chefe do Serviço Médico, José Gonzaga F. de Carvalho e o presidente da VASP, José Alfredo de Almeida, durante almoço anual da empresa em São Paulo. (Diário da Noite, São Paulo, 1963).
 Aos seis anos de idade, em dezembro de 1963, o garoto Miguel Vaspeano Lepeco, morador de Guaíra, Paraná, foi o convidado de honra no almoço anual da VASP com toda a direção da empresa, jornalistas e agentes de turismo em São Paulo. Miguel recebeu um “Passe-Livre Perpétuo” (passagem grátis  em todos os voos pela companhia).

Em 2008, a empresa VASP encerrou suas atividades após muitos problemas administrativos e dívidas.

Relação dos funcionários da VASP em 1975 (jornal Correio Braziliense - 1975)
*


Um Anjo caiu! 

Miguel, agora adulto, foi funcionário da VASP e piloto por 34 anos. Durante sua vida profissional, na maior parte na região amazônica, passou por muitas situações de perigo e acidentes, sem vítimas.
Em 13 de maio de 2010, num voo fretado pela Secretaria de Educação do Estado do Amazonas, o O avião Embraer EMB-810C Seneca II prefixo PT-EUJ decolou do aeródromo de Flores, Manaus, em direção a Maués , também no Amazonas, a cerca de 365 km.

O piloto perdeu o controle do avião, mas conseguiu desviar de um bairro populoso de Zumbi dos Palmares, na zona leste de Manaus. Todos os seis ocupantes faleceram na queda:  Miguel, o piloto, a Secretária de Estado e demais funcionários desta secretaria. O governador decretou luto oficial por três dias. Miguel deixou esposa e filhos.


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É uma menina! - Socorro no Ar!  


No dia 30 de setembro de 1965, o casal Maria e Luciano Trovisco, voava em um DC-4, partindo do Rio de Janeiro, Guanabara com destino a  Manaus, Amazonas. Maria, 26 anos, gestante pelo nono mes, dá à luz em pleno voo de carreira. Assim nascia  Maria do Perpétuo Socorro Trovisco. O rádio-operador Castanhola fez o parto com grande sucesso. Muita alegria a bordo.


Atualmente, a Dra. Maria do Perpétuo Socorro Trovisco Caldas é médica em Curitiba, estado do Paraná.

Duque Estrada: Um dia para não esquecer!

 

Duque Estrada: Um dia para não esquecer!



"Não se pode fugir ao medo, mas aprende-se a dominar o pânico!" 
 Jorge Ferreira Duque Estrada (1916-1983)

12 de dezembro de 1952: O lendário e multifacetado (advogado, escritor, aviador, comerciante ...)  Jorge Ferreira Duque Estrada, figura que marcou a velha Maringá da década de 1950, relata como foi o dia onde solenemente receberia sua  diplomação a vereador eleito para  primeira Câmara da Cidade. 


"Logo cedo, fui acordado pelo sr. Dr, Luiz Lemos Quaglia, médico, que desejava voar até sua fazenda nas proximidades de Santa Izabel, quase na confluência do Rio Ivaí com o Rio Paraná. Iríamos de "Piper", prefixo PP-GII, do Aero Clube de Maringá.  
Decolamos de Maringá cerca de sete horas e a viagem decorreu normalmente. Sobrevoamos a fazenda,  pousamos e ele foi tratar de seus afazeres. Cerca das onze horas voltou e pediu-me para comandar o "Piper"  
viajando na frente. Eu o ajudaria no pouso com os comandos de trás. Bem, ele era "brevetado" , nenhum inconveniente haveria nisso, pensei. Decolamos. O Ivaí ia ficando à nossa  direita, enquanto lá embaixo a mata se apresentava em toda sua majestade.

Voamos cerca de quarenta minutos, ou seja, 100 quilômetros. Ao atingirmos as proximidades de um patrimônio denominado Floriano, mantínhamos a altitude de 200 metros. Repentinamente, o "Piper" começou a "soluçar".
Eu voava atrás, como já disse, de modo que embora o comando seja duplo, os indicadores do painel ficam mais visíveis para quem pilota na frente. Debrucei-me no ombro do meu companheiro e reparei que a rotação caíra para 1.500, sofrendo bruscas alterações. Como o dia estivesse frio, abri o ar quente, pensando em gelo no carburador. Nada adiantou. Experimentei um e outro magneto. Nenhum resultado. Gasolina: daria para chegar em Maringá. Fiz uso do "primer": nada. E fomos perdendo altura. 

  O Luiz gritou para mim:
  _ "Comandos com você!..."

Estabilizei o "teco-teco", enquanto, lá embaixo, toco "era mato". Nenhum campinho onde pudéssemos "depejar".
A viabilidade, para quem pilotava atrás, na iminência de uma aterrisagem forçada, não era lá grande coisa e o terreno era o pior possível, cheio de tocos e árvores recém-derrubadas. O Luiz, com fisionomia de transtornada, virou-se para mim e falou em desespero:

 _ Duque, uma perna para sair vivo!

 _ Flaps, Luis!

A estradinha surgiu na nossa frente. "Arredondo o "Piper". As rodas tocam o chão. Nada vejo pela frente. Olho lateralmente. A estradinha se estreita velozmente. A asa esquerda, encontra uma peroba queimada. Um baque duro. O avião faz 180 graus. Quebra-se o trem. A cabine se "almoga" e um suporte passa entre minha cabeça e a do Luiz. 
Paramos, afinal. Desapertamos os cintos e saltamos.
As pernas do Luiz continuam incólumes, felizmente. Estamos salvos.
Às 14 horas, ainda emocionado - guardando, bem nítidas, as sensações de ter estado, face a face, com a morte. Recebi meu diploma."


Recurso extremo.

"Um cheiro de qualquer coisa queimando, vem do motor. Fecho a gasolina e desligo os magnetos, por via das dúvidas. Silêncio. Estamos planando. Lá adiante uma estradinha aparece como um fio de esperança. Ah! se eu conseguir "esticar o planeio"!  Sim, eu sei, é perigoso, podemos "estolar". Mas não! Estou de olho vivo na velocidade! O silêncio é enorme e nos envolve completamente. Olho a direção do vento e falo ao Luiz:

  _ Quando eu pedir, puxa a alavanca dos flaps!

Ele balança a cabeça, assentindo. A terra vem chegando, chegando...

Que se sente num momento desses? Muita gente que piloto não tem medo. É mentira! Todo ser humano normal está sujeito ao medo diante de uma situação inesperada, que põe em fogo a existência física ou mesmo a integridade moral. O que a gente aprende é a dominar o pânico, relaxar os músculos e educar o raciocínio para as providências a serem tomadas nessas ocasiões. Isto não impede, todavia, que o cérebro sofra um processo de aceleração - e as ideias apareçam com grande rapidez. A vida surge diante de nós, digamos como um grande painel, cujos relevos maiores são os fatos que melhor guardamos na memória. Saltamos de um para outro e, por mais estranho que pareça, esse trabalho mental vai colocando nosso corpo à parte. Já não é ele que nos preocupa tanto, é algo maior, diferente talvez da multiplicidade e grandeza com que a vida se manifesta em tal momento - a luz, as coisas, a gente, tudo se agiganta, dando o sentido real da perda, da vida que nos foge, enquanto seguimos, inexoravelmente, o caminho do desconhecido."

Fotografia do acidente (autor) - livro Terra Crua
Este evento foi descrito também no livro "Terra Crua" por Jorge Ferreira  em 1957 e lançado em 1961.


Anúncio do escritório de advocacia de Jorge Ferreira - O Jornal de Maringá (década de 1950)

















LIvros editados do autor: Terra Crua (1961) / Isto é Voce, Maria... (1974)

Nota: 
Em 2014, o livro Terra Cruz foi reeditado em versão comentada pela EDUEM (UEM) 

Fonte: Relato ao repórter Eugênio Lyra Filho (Curitiba, 1957)
Acervo: J.C. Cecilio 

1957 - Acidente aéreo no centro de Maringá

 

1957 - Acidente aéreo no centro de Maringá









Imagens/fragmentos de filme  original das manobras dos aviões da FAB durante a semana comemorativa do 10º aniversário da cidade de Maringá. Dia 11 de maio de 1957 em pleno centro da cidade. Fotógrafo: Renato Melito 

Eram 10:30 horas da manhã, quando uma esquadrilha composta de seis aviões das bases aéreas de São Paulo e Curitiba começaram a fazer evoluções sobre a cidade, como parte das comemorações ao 10º aniversário da cidade de Maringá. Incríveis evoluções e acrobacias em voos rasantes á pequena e perigosa altura, o que deixavam os expectadores aflitos mas também animados  naquele dia festivo.   

Essas acrobacias, naturalmente, constavam do programa oficial das comemorações e que a Cia. Melhoramentos Norte do Paraná, entregaria naquele dia, como entregou mais tarde comovidamente, na palavra de um dos seus diretores, deputado federal Hermann Moraes de Barros, o campo de pouso dessa cidade à administração do Ministério da Aeronáutica, doando os terrenos e benfeitorias  ao mesmo - representado aqui pela presença de seis brigadeiros - depois de inverter a Cia. em suas obras, mais de 4 milhões de cruzeiros.

O avião T6-1634 se destacava dos demais, pelo arrojo e, mesmo, imprudência dos seus aviadores, que sobrevoavam à baixa altura os telhados das casas, deixando a população em frenesi. Já uma vez havia esse avião passado à baixa altura pela moderna Praça Raposo Tavares com sua belíssima fonte luminosa. Voltando a sobrevoá-la  novamente, agora num longo voo rasante, iniciado à altura do Grande Hotel Maringá e, continuado no curso da Avenida Getúlio Vargas, aconteceu a tragédia.

Na área principal e de entrada  dessa praça transformada em monumental jardim, tendo ao centro a estonteante fonte luminosa, erguem-se dois mastros finos, de aço, ambos com 9 metros cada um. Num destes mastros, o avião, em louca velocidade, coincidiu chocar sua asa, que imediatamente se desgarrou , tomando ambos, no espaço sentidos de queda diferentes. O avião desgovernado, sem uma das asas, ricocheteou no ar, caindo ao solo imediatamente, de rodas para cima, 200 metros além, sobre o casinhoto  que abrigava o motor hidráulico  da caixa d'agua  da estação ferroviária. A asa, como uma folha seca, tal qual o corpo do avião caia na esquina da Rua Bandeirantes (atual Joubert de Carvalho) com a Praça Raposo Tavares, completamente cortada pelo mastro de aço.

Fonte: Acervo particular da família Jorge Abrão/Seravalli  - Fotografia datada "10-05-57", sem crédito do autor.  -  Jaime de Oliveria Machado - A Gazeta Esportiva (sem crédito)
 Acervo particular da família Jorge Abrão/Seravalli  - Fotografia datada "10-05-57", (sem crédito)

Jaime de Oliveira Machado   - A Gazeta Esportiva, 1957 (sem crédito)

Por quase um milagre ninguém, em solo, se feriu, uma vez que a praça estava repleta de populares, devido a uma prova ciclística de dias e noites de resistência que se realizava ali , o "campeão mundial de ciclismo" Jaime de Oliveira Machado tentando quebrar um recorde de 72 horas pedalando sem parar.

Por uma singularidade do destino, os dois mastros erguidos na praça estavam sem as bandeiras, retiradas horas antes para servi-las em outras diversas solenidades naquele dia. Daí a pouca visibilidade dos mastros finos e pintados de verde, cuja cor, na distância, se perdia com o vasto gramado, gerando um "golpe de vista" trágico.

No pátio da ferroviária, ao lado da grande caixa d'água, o avião completamente estraçalhado em ardentes chamas.
Antes houve um grande estrondo, a fumaça e as chamas eram envolventes, devorando o amontoado de destroços metálicos da aeronave com as rodas para cima, completamente retorcido, o motor com a hélice destroçada, tendo no bojo os corpos dos dois aviadores em seu fardamento de paraquedistas totalmente carbonizados.
 
Caminhões tanque da Prefeitura Municipal e extintores ajudaram a apagar as chamas da aeronave carbonizada, avião de caça da FAB, prefixo T6-1634 a poucos metros da praça central onde havia grande aglomeração que assistia ao show aéreo. Os dois pilotos morreram instantaneamente no choque com o solo a 350 km/h. Um mineiro, de Campo Belo, 2º tenente Afonso Ribeiro de Melo, de 24 anos e um paraense, de Belém, 1º tenente Dagoberto Seixas dos Anjos de 26 anos. 
Modelo similar do caça North American T6-D 1617 Texan
 (Museu Aeroespacial Brasileiro, RJ) 

Tenente Aviador Dagoberto Seixas dos Anjos.

Publicação da Aeronáutica para a missa de 7º dia nos jornais do Rio de Janeiro.





Fonte: Reportagem e foto de Soares de Faria Júnior (1957)