quarta-feira, 17 de dezembro de 2025

O Palacete de Julio Garmatter: Um Monumento da Elegância e da Memória em Curitiba

 Denominação inicial: Projecto do Palacete para o Snr. Julio Garmatter

Denominação atual: Museu Paranaense

Categoria (Uso): Residência
Subcategoria: Residência de Grande Porte

Endereço: Rua Dr. Kellers (Alto São Francisco)

Número de pavimentos: 2 (mais sótão e porão)
Área do pavimento: 1.145,31 m²
Área Total: 1.145,31 m²

Técnica/Material Construtivo: Concreto Armado

Data do Projeto Arquitetônico: 1928

Alvará de Construção: 

Descrição: Projeto Arquitetônico para a construção do Palacete Garmatter e fotografia do imóvel.

Situação em 2012: Existente


Imagens

1 - Projeto da Fachada Principal.
2 - Projeto da Fachada Lateral para a Rua Ébano Pereira.
3 - Corte transversal e implantação.
4 - Planta baixa do terraço e primeiro pavimento.
5 - Planta baixa do pavimento térreo e subsolo.
6 - Projeto do muro na Rua Dr. Kellers.
7 - Fotografia do Palacete na década de 1930.
8 - Fotografia do Palacete em 2008.

Referências: 

1, 2, 3, 4, 5 e 6 - PARANÁ. DEPARTAMENTO DE OBRAS E VIAÇÃO. Secção Técnica. Projecto do Palacete para o Snr. Julio Garmatter à Rua Dr. Kellers (Alto São Francisco). Curitiba, 14 de outubro de 1937. Plantas, cortes e fachadas apresentadas em seis pranchas. Cópia autentica executada pela Secção Técnica do Departamento de Obras e Viação. Levantamento arquitetônico, em cópia heliográfica.
7 - Coleção Palacete Garmatter.
8 - Fotografia de Elizabeth Amorim de Castro (2008).

Acervo: Secretaria de Estado da Cultura do Paraná; Denise G. Rupollo.

O Palacete de Julio Garmatter: Um Monumento da Elegância e da Memória em Curitiba

Na colina do Alto São Francisco, onde o horizonte se abre entre pinheirais e telhados coloniais, ergueu-se nos anos 1930 uma das mais sofisticadas residências da capital paranaense. Concebido para abrigar o empresário Julio Garmatter, o palacete que hoje abriga o Museu Paranaense é muito mais do que um edifício: é um testemunho arquitetônico de uma era de prestígio, inovação e gosto pela grandiosidade europeia adaptada à alma curitibana.


Um Projeto de Sonho: A Visão Arquitetônica de 1928

Em 1928, em meio ao florescimento urbano de Curitiba, foi concebido o Projeto do Palacete para o Snr. Julio Garmatter, encomendado por um dos nomes mais respeitados da sociedade local. Julio Garmatter — cujos negócios ligavam-se ao comércio e à indústria emergente do Paraná — desejava uma residência que refletisse seu status, mas também sua visão cosmopolita.

Assinado por arquitetos ainda não identificados nos registros oficiais (embora possivelmente ligados aos escritórios que moldavam o novo rosto de Curitiba na Primeira República), o projeto foi formalmente apresentado ao Departamento de Obras e Viação do Estado do Paraná em 14 de outubro de 1937, contendo seis pranchas detalhadas com:

  1. Fachada principal — imponente, com simetria clássica, janelas altas, balaustradas de concreto e um frontão central que evocava os palacetes parisienses;
  2. Fachada lateral voltada à Rua Ébano Pereira — mais discreta, porém harmoniosa;
  3. Corte transversal e implantação — revelando o diálogo cuidadoso entre o edifício e o terreno acidentado do Alto São Francisco;
  4. Planta do terraço e primeiro pavimento — com salões de recepção, varandas panorâmicas e quartos de hóspedes;
  5. Planta do térreo e subsolo — onde se localizavam a cozinha, dependências de serviço, porão técnico e áreas de convívio íntimo;
  6. Projeto do muro na Rua Dr. Kellers — um elemento de delimitação e elegância, integrando o palacete ao entorno urbano sem perder sua privacidade.

Construído em concreto armado, técnica moderna para a época, o palacete rompia com as estruturas de alvenaria tradicional e demonstrava o avanço técnico da engenharia paranaense. Com dois pavimentos principais, mais sótão e porão, distribuía 1.145,31 m² de área construída em um único bloco de planta generosa, pensada para o conforto e a representação social.


Julio Garmatter: O Morador Ilustre

Embora poucos detalhes biográficos sobre Julio Garmatter tenham sobrevivido aos arquivos públicos, seu nome está indissociavelmente ligado a essa residência monumental. Empresário de visão, provavelmente de origem germânica ou italiana (como muitos imigrantes que moldaram a economia paranaense), Garmatter escolheu o Alto São Francisco — bairro nobre desde o final do século XIX — como endereço de prestígio.

Sua casa não era apenas um lar: era um salão de encontros, um símbolo de estabilidade econômica e um gesto de pertencimento à elite cultural da cidade. Nas fotografias da década de 1930 (referência 7), vê-se o palacete em todo seu esplendor: jardins bem cuidados, automóveis estacionados na frente, cortinas pesadas nas janelas — tudo a indicar uma vida de requinte e disciplina burguesa.


Da Residência ao Museu: A Transformação de um Patrimônio

Com o passar das décadas, o palacete passou por diferentes destinos. Após o período em que foi residência particular, foi incorporado ao patrimônio público e, desde então, abriga o Museu Paranaense — instituição fundada em 1876, mas que encontrou neste edifício um lar à altura de sua importância histórica.

A fotografia de Elizabeth Amorim de Castro (2008) (referência 8) mostra o edifício ainda bem conservado, com suas linhas arquitetônicas intactas, embora adaptado às exigências museológicas modernas. Janelas que antes iluminavam salas de jantar hoje iluminam vitrines com relíquias da história do Paraná: roupas de índios Kaingang, móveis do século XIX, documentos da Colônia, e artefatos da Revolução Federalista.

A transição de residência de grande porte para espaço cultural foi natural: o palacete, por sua própria natureza, sempre foi um guardião de histórias.


Patrimônio Vivo: O Palacete em 2012 e Além

Em 2012, o edifício estava existente, funcional e protegido — não apenas por leis de preservação, mas pelo afeto da cidade. Embora os muros tenham sofrido pequenas alterações e o jardim tenha sido adaptado para acessibilidade, a essência arquitetônica permanece fiel ao projeto original de 1928.

O Museu Paranaense, hoje vinculado à Secretaria de Estado da Cultura do Paraná, continua a cumprir sua missão: contar a história do estado através de objetos, imagens e narrativas — muitas delas agora ecoando pelos mesmos corredores por onde um dia caminhou Julio Garmatter.


Conclusão: Entre o Passado e o Futuro

O Palacete Garmatter é um marco de transição — entre o privado e o público, entre a arquitetura doméstica e a institucional, entre a memória familiar e a memória coletiva. Ele representa um momento em que Curitiba, ainda tímida diante das metrópoles do Sudeste, ousava erguer palácios para seus cidadãos comuns — homens que, com trabalho e visão, ajudaram a transformar uma capital interiorana em um centro de cultura e inovação.

Que este edifício continue a resistir ao tempo, não apenas como estrutura de concreto, mas como templo da memória paranaense — onde cada degrau, cada janela, cada parede sussurra: “Aqui, viveram sonhos. Aqui, nasceu a história.”


“Os edifícios não guardam só pessoas. Guardam épocas.”
— Anônimo

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Theophilo Garcez Duarte (Theophilo Garcez Duarte Júnior) Nascido em 1911 - Bacacheri, Curitiba, Paraná, Brasil Falecido a 19 de setembro de 1987 (sábado) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 76 anos Enterrado - Cemitério Municipal São Francisco de Paula, Curitiba, Paraná, Brasil

  Theophilo Garcez Duarte (Theophilo Garcez Duarte Júnior)   Nascido em 1911 - Bacacheri, Curitiba, Paraná, Brasil Falecido a 19 de setembro de 1987 (sábado) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 76 anos Enterrado - Cemitério Municipal São Francisco de Paula, Curitiba, Paraná, Brasil

Theophilo Garcez Duarte Júnior (1911–1987): Uma Vida Entrelaçada com a História de Curitiba

Por entre as ruas de terra do Bacacheri, entre os ecos das primeiras fábricas de Curitiba e os sussurros das encostas paranaenses, nasceu um homem cuja trajetória refletiu a própria evolução da capital paranaense no século XX. Sua vida, marcada por perdas precoces, responsabilidades familiares e silêncios amorosos, é um testemunho íntimo de uma era em transformação.


Raízes em Bacacheri: O Início de uma História

No dia 20 de maio de 1911, em Bacacheri — então um distrito rural ao norte de Curitiba, cercado por pinheirais e promessas de progresso — veio ao mundo Theophilo Garcez Duarte Júnior. Filho de Theophilo Garcez Duarte (nascido por volta de 1879) e Elfrida Garcez do Nascimento (1886–?), Theophilo Júnior foi inserido em uma família de raízes profundas no tecido social e econômico da região. Seu pai, talvez um comerciante ou profissional ligado às atividades emergentes da cidade em crescimento, faleceria cedo, em 1º de março de 1924, deixando Theophilo com apenas 13 anos de idade — uma idade frágil para assumir o peso da ausência paterna.

Sua mãe, Elfrida, tornou-se, então, o pilar familiar. Mulher de força e resiliência, ela criou sozinha os filhos em um período marcado por mudanças rápidas: a industrialização começava a tomar forma, o café ainda ecoava nas conversas dos fazendeiros, e Curitiba se preparava para deixar para trás sua condição de vila provinciana.


Irmãos: Uma Fraternidade Formada no Caldeirão da História

Theophilo Júnior cresceu cercado por irmãos, cada um com seu destino único, mas todos compartilhando o mesmo sobrenome e a mesma luta:

  • Eduardo Garcez Duarte (nascido por volta de 1890), talvez o mais velho, que viveu em outra geração, talvez envolvido nos primeiros passos da modernização curitibana;
  • Theophilo Garcez Duarte, seu homônimo (possivelmente um irmão gêmeo ou erro de registro — algo não raro na época);
  • Alberto Garcez Duarte, nascido em 4 de outubro de 1914, que cresceu ao seu lado nos anos formativos;
  • Elfrida Garcez Duarte, nascida em 13 de maio de 1916, que viria a viver até 2010, tornando-se guardiã viva da memória familiar por quase um século.

Havia também outro Eduardo Garcez Duarte, nascido em 1911 — possivelmente gêmeo de Theophilo Júnior ou registrado duas vezes devido a erros administrativos comuns na época. Seja como for, a família Garcez Duarte era numerosa e unida, uma rede de apoio essencial em tempos de incerteza.


Amor, Perda e Recomeço: Os Casamentos de Theophilo

A vida sentimental de Theophilo Júnior teve dois capítulos distintos, separados por uma dor silenciosa.

Em 14 de fevereiro de 1950 — um dia que hoje celebramos como Dia dos Namorados, mas que para ele foi um ato de coragem após o luto —, casou-se com Iracema Simas, nascida em 1912. No entanto, o destino foi cruel: Iracema faleceu antes mesmo do casamento ser celebrado, em 19 de março de 1949, aos 37 anos. A data do casamento consta nos registros oficiais, mas parece mais um tributo póstumo, um gesto simbólico de amor e promessa não cumprida em vida. Dessa união, nasceu Mariana Simas Garcez Duarte, herdeira da memória de uma mãe que partiu cedo demais.

Anos depois, Theophilo encontrou novo companheirismo ao lado de Enneh Macedo da Costa, com quem compartilhou os últimos anos de sua vida. Embora os registros não detalhem filhos desse segundo matrimônio, é evidente que Enneh foi sua companheira nos tempos de maturidade, oferecendo-lhe o aconchego que a vida lhe negara em tantos momentos.


Um Homem do Seu Tempo

Embora os arquivos não revelarem sua profissão com clareza, Theophilo Garcez Duarte Júnior viveu em um período em que Curitiba se transformava radicalmente: do transporte por bondes ao surgimento dos primeiros ônibus urbanos; da economia agrária à ascensão da indústria e do comércio. É provável que tenha trabalhado em alguma dessas frentes — talvez nas indústrias têxteis, nas oficinas mecânicas do bairro Alto da Glória, ou até mesmo no setor público, que crescia junto com a cidade.

Sua vida foi discreta, mas não menos significativa. Homens como Theophilo construíram a Curitiba moderna não com discursos, mas com trabalho cotidiano, com fidelidade à família e com a capacidade de seguir em frente mesmo diante das intempéries.


Últimos Dias e Legado

Theophilo Garcez Duarte Júnior faleceu no dia 19 de setembro de 1987, um sábado, em Curitiba, aos 76 anos. Foi sepultado no Cemitério Municipal São Francisco de Paula, um dos mais antigos e simbólicos da capital paranaense — lugar onde repousam muitos dos que ajudaram a erguer a cidade.

Seu legado permanece vivo em sua filha Mariana, em sua irmã Elfrida (que viveu até 2010 e talvez tenha preservado álbuns de fotos, cartas e histórias), e em todos os descendentes que carregam o sobrenome Garcez Duarte. Mais do que um nome, é uma linha do tempo: a de uma família que atravessou o século XX com dignidade, amor e persistência.


Epílogo: Memória como Resistência

Hoje, ao caminhar pelas ruas do Bacacheri — agora um bairro urbano, com aeroporto, universidades e shoppings — é difícil imaginar o mundo de Theophilo: um mundo de poeira, de lamparinas, de missas dominicais e promessas feitas aos santos. Mas ele esteve lá. Viveu, amou, perdeu, recomeçou. E, ao fazê-lo, deixou uma marca silenciosa, porém profunda, na história de Curitiba.

Que sua memória seja honrada não apenas em registros civis, mas nos corações daqueles que sabem que toda grande cidade é feita de pequenas vidas corajosas — como a de Theophilo Garcez Duarte Júnior.


“Ninguém morre enquanto houver quem pronuncie seu nome.”
— Provérbio africano

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(Theophilo Garcez Duarte Júnior)

  • Nascido em 1911 - Bacacheri, Curitiba, Paraná, Brasil
  • Falecido a 19 de setembro de 1987 (sábado) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 76 anos
  • Enterrado - Cemitério Municipal São Francisco de Paula, Curitiba, Paraná, Brasil

 Pais

 Casamento(s) e filho(s)

 Irmãos

(esconder)

 Acontecimentos

1911 :
Nascimento - Bacacheri, Curitiba, Paraná, Brasil
20 de maio de 1911 :
Nascimento - Curitiba, Paraná, Brasil
14 de fevereiro de 1950 :
Casamento (com Iracema Simas) - Curitiba, Paraná, Brasil
19 de setembro de 1987 :
Morte - Curitiba, Paraná, Brasil
--- :
Enterro - Cemitério Municipal São Francisco de Paula, Curitiba, Paraná, Brasil


 Fontes

  • Pessoa: Árvore Genealógica do FamilySearch - <p>Theophilo Garcez Duarte Junior<br />Gênero: Masculino<br />Nascimento: Bacacheri, Curitiba, Paraná, Brasil<br />Nascimento: 20 de maio de 1911 - Curitiba, Paraná, Brasil<br />Casamento: Cônjuge: Iracema Simas - 6 de abr de 1937 - Curitiba, Paraná, Brasil<br />Casamento: Cônjuge: Enneh Macedo da Costa - 14 de fev de 1950 - Curitiba, Paraná, Brasil<br />Morte: 19 de set de 1987 - Curitiba, Paraná, Brasil<br />Enterro: Cemitério Municipal São Francisco de Paula, Curitiba, Paraná, Brasil<br />Pais: Theophilo Garcez Duarte, Elfrida Garcez do Garcez Duarte (nascida Nascimento)<br />Cônjuges: Iracema Garcez Duarte (nascida Simas), Enneh Macedo da Garcez Duarte (nascida Costa)<br />Filha: Mariana Simas Garcez Duarte<br />Irmãos: Alberto Garcez Duarte, Elfrida Albuquerque Maranhão (nascida Garcez Duarte), Eduardo Garcez Duarte, Eduardo Garcez Duarte<br />Esta pessoa parece ter parentes duplicados. Veja no FamilySearch para ver a informação completa.</p> - Record - 40001:1718706258:

 Árvore genealógica (visão geral)

   
Theophilo Garcez Duarte ca 1879-1924 Elfrida Garcez Do Nascimento 1886-
||



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Theophilo Garcez Duarte 1911-1987


191120 maio
19144 out.
3 anos

Nascimento de um irmão

 
Baptismo a 14 de março de 1916 (Curitiba, Paraná, Brasil)
191613 maio
5 anos
19241 mar.
13 anos
194919 mar.
38 anos
195014 fev.
39 anos
198719 set.
76 anos

Antepassados de Theophilo Garcez Duarte

Descendentes de Theophilo Garcez Duarte