Para os curitibanos a ponte preta é conhecida visualmente e desconhecida historicamente. Por ser tão próxima a ferroviária, ao shopping estação e a rodoviária, seus arredores é conhecido por quem frequenta esses locais.
Esta é a segunda ponte construída no local. A primeira foi inaugurada em 2 de fevereiro de 1885 e era conhecida como Ponte da Rua Schmidlin, pois passava sobre a via assim denominada em homenagem ao proprietário dos terrenos do local. Ela foi a última etapa da construção da ferrovia ligando Paranaguá a Curitiba.
Com o aumento do tráfego ferroviário e do peso das composições, ela foi substituída pela atual ponte, inaugurada em 1944, com estrutura metálica importada dos Estados Unidos (naquela época não havia produção de aço no Brasil) e pedras talhadas em formas geométricas. Ela foi montada sob a supervisão do seu projetista, o engenheiro Oscar Machado da Costa.
Considerada uma obra de arte da engenharia ferroviária, a Ponte Preta é única no mundo. Sua arquitetura foi especialmente desenvolvida, já que naquela época não existia o conceito de protensão (tensões prévias no concreto).
A empresa que fabricou a ponte nos Estados Unidos exigiu um documento que garantisse a estabilidade da obra, pois nunca tinha construído algo semelhante. A Ponte Preta foi desativada nos anos 70, devido à inauguração da nova estação rodoferroviária, e tombada como patrimônio histórico estadual em 1976.
A ponte custou 271 contos de réis, 132 mil réis e 102 réis e nela foram empregadas 21.178 toneladas de material. O superintendente do IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Paraná), José La Pastina Filho, conta que a ponte até já foi de outra cor. “Originalmente a ponte era na cor prata. Com os anos ela foi pintada na cor preta e com isso surgiu o apelido Ponte Preta. O apelido se popularizou de tal forma que o viaduto da João Negrão até hoje é conhecido como Ponte Preta”, explica.
Uma situação muito comum na ponte preta devido a sua altura, são acidentes com veículos menores que 3,60m.
Desde o início do mês de julho de 2011, os motoristas que circulam pela Rua João Negrão e pela Avenida Sete de Setembro, próximas à Ponte Preta, no centro de Curitiba, recebem avisos luminosos através de sensores para evitarem acidentes. Os veículos com mais de 3,60m agora são alertados quando se aproximam do local.
Segundo a assessoria de imprensa da Urbanização de Curitiba (Urbs), outros projetos já foram feitos no local para evitar acidentes, mas sem êxito. A Ponte Preta, inaugurada em 1944, é tombada pelo Patrimônio Histórico Nacional e já sofreu danos por causa de inúmeras colisões que envolvem veículos com mais de 3,60m.
Uma das medidas discutidas foi o rebaixamento da pista sob a ponte, mas os estudos mostraram que isso seria inviável. Rebaixar a pista significaria alterar todo o sistema viário do entorno, porque o motorista que saísse, por exemplo, da Sete de Setembro já entraria numa pista rebaixada o que poderia criar situações de risco. Outro motivo seria o risco de enchentes no local rebaixado.
No ano de 2012 iniciou-se a restauração da ponte, numa ação conjunta entre a Secretaria de Estado da Cultura (SEEC), Prefeitura Municipal de Curitiba e a Thá Incorporadora, responsável pela obra de revitalização. A restauração da Ponte Preta será o primeiro exemplo de uma parceria público-privada que irá unir a preservação da memória ferroviária com a preservação de um bem tombado. E o mais interessante é que essa junção permitirá que Curitiba receba um bem restaurado que servirá como passarela aos seus cidadãos. Ou seja, a restauração afetará diretamente a cidade. A ponte ligará o empreendimento da THÁ localizado na Avenida Sete de Setembro ao campus da Universidade Federal do Paraná, que fica do outro lado da ponte.
DADOS DA PONTE:
Comprimento: 32,89 metros
Altura do vão central: 21,28 metros
Altura dos vãos laterais: 5,80 metros
FONTE:
amantesdaferrovia.com.br
circulandoporcuritiba.com.br]
tha.com.br
gazetamaringa.com.br
curitiba.pr.gov.br
gazetadopovo.com.br
vidadmaquinista.blogspot.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário