segunda-feira, 17 de outubro de 2022

Quem foi Tereza da Silva Ramos?

 

Quem foi Tereza da Silva Ramos?


Tereza da Silva Ramos foi uma das primeiras professoras do Município de Matinhos. Nasceu no dia 19 de Junho de 1927 em Matinhos e começou a lecionar com 17 anos em uma escola improvisada no bairro do Sertãozinho, onde  alunos de 1ª a 4ª séries em uma única sala de aula (sala seriada). Em 1950 a professora é enquadrada no quadro próprio do Magistério de Paranaguá, município no qual Matinhos pertencia, em 1952 foi transferida para recém construída Escola Matinhos (local hoje da Câmara Municipal), e em 1957 atua na Escola Sertãozinho (atual 8 de maio). Após emancipação política e administrativa de Matinhos, os funcionários públicos fizeram opção para permanecer em Matinhos ou voltar para Paranaguá. E no ano de 1969 Tereza retorna a Paranaguá e assume sua função no Grupo Escolar Municipal do Rocio, escola hoje conhecida por "Costa e Silva". Em 10 de outubro de 1979, a Professora Tereza da Silva Ramos aos 52 anos se aposenta, tendo prestado mais de trinta e três anos a serviço da Educação do Litoral Paranaense. Após a aposentadoria a família volta a residir em Matinhos e em 22 de setembro de 1988, aos 61 anos de idade ela falece. Uma observação interessante é que Tereza da Silva Ramos foi tia da Professora Narcinda da Silva Ramos, que por sua vez é mãe do atual Diretor de Cultura, Professor Delcio Ramos.


A Saga da Caetana

 

A Saga da Caetana


Quando de boca em boca as historias são contadas, ao pé do fogo, na quentura do fogão a lenha, elas se tornam mais que historias, com o passar dos anos, elas tomam corpo e forma de lendas, todo povo tem as lendas passadas de pai para filho e assim seguidamente. Contam os mais antigos que quando em Matinhos tudo ainda era mato, quando tudo ainda era verde, o mar era para pesca e os rios pra matar a sede das pessoas, que pras bandas de Caiobá, morava uma professora de nome Caetana, que vinha todos os dias dar aula onde hoje é o centro de Matinhos, para sua locomoção, se utilizava de um cavalo, não muito veloz nem muito forte, mas que atendia aos anseios da jovem professora, levando e a trazendo nas aulas diárias. Era meados de 1900, a cidade como a conhecemos hoje nem passava na mente dos moradores, não havia estradas regulares, os trajetos eram feitos a beira mar e quando muito, por pequenos caminhos traçados pelo uso diário do caboclo.
Dona Caetana como era conhecida dentre todos, fazia esse trajeto diário, quase sempre solitária, uma vez que o único perigo que se tinha de morte violenta era cair do cavalo ou mesmo se afogar no mar, dessa forma, dia após dia, Professora Caetana montada em seu cavalo e com seu material a tira colo, ia e vinha de Matinhos com a naturalidade de que vai ao mercado comprar pão.
Numa dessas vindas, dona Caetana já chegava perto da sua casa, pelo avançar da hora deveria ser umas 8 da noite, o céu estrelado e quente, mostravam que o verão já estava a porta tomando lugar de mais um frio inverno que se passara.
Havia ali um riacho, onde vez ou outra dona Caetana parava para dar de beber o animal, sedento devido ao longo percurso e a noite quente que fazia, então ao se aproximar das águas puras do riacho, o cavalo para de imediato como que assombrado, dona Caetana ainda esporeia o animal que não sai do lugar, mau dizendo o animal, que mantinha pernas presas ao chão como que encantado, nesse instante, como que brotada da terra, uma onça da o bote no cavalo jogando Caetana longe, com a queda ela fica jogada ao chão como se a queda lhe tivesse tirado a vida.
A onça, querendo se aproveitar da ocasião, se lança na direção de dona Caetana que se tornara presa fácil ao animal em busca de alimento, quando estava a um passo da vitima, o cavalo, fiel companheiro se lança contra o animal num gesto heróico para salvar sua dona, dizem que o relincho do cavalo era semelhante a uma voz humana que no momento de medo e pavor gritava o nome da sua dona, “Caetana, Caetana”.
Ouvindo aqueles berros a onça de imediato sai em disparada, sem ao menos olhar para trás, deixando atrás de si um rastro de folhas e galhos erguidos com a sua fuga.
Dona Caetana, recobra os sentidos e não vendo mais a onça, monta em seu protetor e parte rumo a sua casa.
Dizem que Caetana no dialeto dos animais significa onça, e que para os caçadores Caetana também é onça, então, ao ouvir alguém gritar “Caetana” a onça se afastava, pois temia o assedio dos caçadores, e que foi isso que aconteceu, mas cavalo não fala, isso todos se perguntam ainda hoje, bem, como um milagre de Deus, dizem os mais crentes, que foi Deus que deu o poder da fala para que o animal pudesse falar, e salvar a vida da sua dona.
Pode ser que isso nem tenha realmente acontecido, que o cavalo assustado tenha derrubado sua dona, que não houvesse onça, nem perigo algum, mas o que torna a historia uma lenda é o fato de fascinar as pessoas com a facilidade que se fascina uma criança pelo brinquedo novo.
Já se passaram mais de 100 anos desde o fato com Dona Caetana, historia que foi passada de boca em boca, que foi passada de geração em geração, que se torna a cada vez que é falada, uma lenda ainda mais forte e presente na vida das pessoas, no coração dos Matinhenses.
Dizem que em certas noites de verão, quando se silencia o barulho dos carros, se ficar quietinho, só ouvindo, ainda pode-se ouvir a onça correndo desvairada, o cavalo que ainda sussurra em meio ao choro do mar, CAETANA, CAETANA!


Fonte: http://www.webartigos.com/articles/53032/1/A-saga-da-Caetana/pagina1.html#ixzz1K5v4iYXP

— Ônibus transitando pela Rua Comendador Araújo, em frente ao Nro 343, nos anos 40.

 — Ônibus transitando pela Rua Comendador Araújo, em frente ao Nro 343, nos anos 40.


Pode ser uma imagem em preto e branco de 2 pessoas, rua e estrada

— ***Avenida República Argentina em Março de 1958 ***

 — ***Avenida República Argentina em Março de 1958 ***


Pode ser uma imagem em preto e branco de 1 pessoa, árvore e estrada

domingo, 16 de outubro de 2022

Corpo de Bombeiros em Matinhos

 

Corpo de Bombeiros em Matinhos



As atividades de bombeiro em Matinhos teve início em Fevereiro de 1954 com a nomeação de guarda-vidas civis nomeados pelo então Governador do Estado Dr. Bento Munhoz da Rocha Neto e pelo Secretário do Interior e Justiça Dr. Renato Valente. O encarregado de fiscalizar os trabalhos foi o Sr. Alabo Muller, Juiz de Paz de Matinhos, cargo não remunerado e que providenciava os meios para o bom andamento da missão de guarda-vidas. Foram acionados, na época, os postos de Matinhos e Caiobá, sendo o pessoal assim distribuídos:

Matinhos:
Sr. João Júlio Viana
Sr. Florisvaldo da Silva
Sr. Alexandre Leocádio Santana

Caiobá:
Sr. Máximo Ricardo da Silva
Sr. Cesário da Silva
Sr. Francisco Inácio Moreira
Sr. Orlando Ferreira

Mais tarde o Sr. Cesário da Silva foi deslocado para a Praia Mansa devido ao aumento de movimento de banhistas. os Srs. Francisco Inácio Moreira e Orlando Ferreira trabalharam poucos meses e, não de adaptando ao serviço, pediram demissão. O Pessoal Civil trabalhou por cerca de seis anos. Só em 1960 e 1961 que vieram o Sargento Nelson Cordeiro, Cabo Frorzico e o Soldado Otacílio, bombeiros militares que haviam feito curso de guarda-vidas no Rio de Janeiro. Ficaram hospedados no hotel São José sendo, posteriormente, recolhidos. No verão de 62/63 e 63/64 o Corpo de Bombeiros começou a fazer o serviço de guarda-vidas de temporada, não mais deixando o litoral desguarnecido. A partir de 1964 ficou um efetivo destacado em Matinhos tendo como atividade fim o serviço de guarda-vidas e com moradias fixas. A primeira temporada foi comandada pelo então Tenente Almir Moreira e teve como integrantes os seguintes militares: 

Sub Ten Alceu Gonçalves
Sgt. Nelson Cordeiro
Sgt. Aldonir Célio Soares 
Sgt. Muniz Rosa Cardoso
Cb. Vicente Carvalho
Sd. Izaul de Camargo
Sd. Pedro Pacheco
Sd. Idevaldo de Paula Cunha
Sd. Leonel dos Santos Vaz.

Esse pessoal ficou alojado em uma escola municipal onde hoje se encontra a Câmara Municipal. O Serviço de guarda-vidas tomou maior corpo com a construção do posto de guarda-vidas nº 7, inaugurado em 1966. Nesta época os militares destacados ficaram residindo em suas próprias residências, exceto dois soldaos: Luiz Carlos Micalhoski e Francisco de Souza.

Nomes de Escolas: Quem foi Pastor Elias Abrahão?

 

Nomes de Escolas: Quem foi Pastor Elias Abrahão?



Natural de Franca Estado de São Paulo, nascido em 28 de Maio de 1941 Líder estudantil atuante, tendo sido presidente do "Centro Acadêmico Oito de setembro" da Faculdade de Teologia da Igreja Presbiteriana do Brasil em Campinas, São Paulo, onde se graduou em 1965; e membro da diretoria da UEE paulista (1964). Casou-se com Magali Sahn em 1966, de cuja união teve três: filhos Luciana, Paula e Ricardo. Cursou Pó-graduação (mestrado) em teologia no Piptsburgh Theological Seminary Pennsylvania, EEUU (1966-1968). Cursou também extensão em Psicologia e História. Exerceu o pastorado na Igreja Presbiteriana de Weirton USA (1967 1971). Em 1972 fez defesa de tese em nível de doutorado no campo de Teologia Moral sobre o tema “Ética Cristã e Violência", um estudo sobre o uso dos meios de força (guerras e revoluções) como meio de resolver conflitos nacionais e internacionais. Em 1973, cursou complementação Filosófica em Florianópolis-SC. Lecionou História (Brasil - PR), inglês, sociologia e psicologia na escola normal do Colégio Americano em 1973. Lecionou Inglês de 1973 - 1990 no (curso positivo preparatório para o vestibular). Cursou administração de Empresa na FACE, 1975 - 1976. Exerceu a Presidência do Presbítero de Curitiba, anos 1975, 1976, 1982 e 1986, tendo sido Presidente do Sínodo meridional da Igreja do Brasil, 1977 - 1979. Elegeu-se Pastor efetivo da Igreja de Curitiba de 1974 - 1990. Presidiu a sociedade Evangélica Beneficente mantedora ao Hospital Evangélico de Curitiba da faculdade Evangélica de Medicina e Colégio de Enfermagem 1980 - 1982. Foi um dos fundadores e presidente da ASSINTEC, 1973, órgão interconfecional que coordena o ensino religioso nas escolas públicas de Curitiba e após 1985 em todo o estado do Paraná. Em 1985 fez curso de Extensão em Bioenergética - Núcleo de Curitiba. Teve vários artigos publicados sobre Teologia, Filosofia, Ecologia, Política e Educação. Manteve uma coluna dominical no Diário do Paraná, no ano de 1977 e um programa diário na rádio Ouro Verde, 1984 - 1985. Foi secretário executivo da FEARAB - Federação Árabe de Curitiba. Exerceu como secretario do meio ambiente da Prefeitura Municipal de Curitiba de 1986 - 1988, e como coordenador da Secretaria do Estado de desenvolvimento urbano e meio ambiente, 1989 - 1990. Foi secretario do estado da Educação do Paraná de 1991 - 1994. Elegeu-se Deputado federal em 1994, cujo cargo exerceu até 1996, quando faleceu num acidente automobilístico. 

Nomes de Rua: Quem foi Dr. ROQUE VERNALHA??

 

Nomes de Rua: Quem foi Dr. ROQUE VERNALHA??



Dr. Roque Vernalha, nasceu em São Roque, Estado de São Paulo, a 12 de outubro de 1894, filho de Domingos Vernalha e de D. Rosália Vernalha. Fez os estudos primários e secundário no Colégio Arquidiocesano de São Paulo e o superior na Faculdade de Medicina da Universidade do Paraná, diplomando-se a 19 de dezembro de 1921, porém o Dr. Roque havia iniciado o curso superior em São Paulo. Exerceu os seguintes cargos: médico da Profilaxia Rural do Estado do Paraná (1922), tendo sob a sua responsabilidade todo o litoral paranaense, vereador à câmara Municipal de Paranaguá, de cuja Casa foi seu presidente; prefeito de Paranaguá por duas vezes. A primeira por nomeação e a segunda por eleição (1952), quando Matinhos ainda pertencia à Paranguá. Pela sua prolícua gestão e considerado um dos grandes prefeitos de nossa terra. Durante quase 40 (quarenta) anos exerceu a medicina servindo-a com honra e dignidade. Grande era o seu coração bem formado. A pobreza ainda chora a sua falta pelos bens que recebeu de suas mãos. Caridoso, todo o bem que fazia, conservava-o no íntimo de sua alma, sem dêle fazer alarde. O Dr. Roque “fez de sua vida um apostolado, da ciência um sacerdócio e, da sua bolsa uma sacola com a qual minorava o sofrimento dos desaventurados”. Paulista de nascimento, era paranaense de coração e paranaense e parnaguara. Honesto e probo, amigo de todos que o estimavam e respeitavam pelas suas qualidades morais. Faleceu em Curitiba, a 28 de janeiro de 1956, porém os seus despojos foram inhumados no Cemitério Nossa Senhora do Carmo de Paranaguá, conforme o seu desejo.

Nomes de Escolas: Quem foi Mustafá Salomão?

 

Nomes de Escolas: Quem foi Mustafá Salomão?




·          MUSTAF SALOMÃO- como consta em sua carteira de Identidade para estrangeiros.
·         MUSTAFÁ SALOMÃO- como em seu registro de Casamento.
·         MUSTAFA SALOMÃO- como em sua certidão de Óbito.
Ele era conhecido como “Seu Mustafá”, que nasceu em 16/03/1895 na Síria e se casou com Dona Orlandina Maria Negrélio em 18/12/1937 na Cidade de Curitiba-Paraná, que passou a ser chamada de Orlandina Maria Salomão, todos a conhecem e a tratam carinhosamente como “Dona Iolanda”. Desta união nasceram oito filhos: Jamil, Osmen, Azis, Abdo, Nain, Zaine, Zuleide e Zeneida. Em 1950 a família se transferiu para Matinhos como arrendatária da “Casa do Banhista”, iniciou sua vida de comerciante na cidade. Nesta época Matinhos/Caiobá era apenas uma praia deserta onde as famílias Curitibanas construíram suas casas à beira-mar perto do Pontão de Pedras de Matinhos, na “Casa do Banhista”, funcionava o bar, o cinema e o salão de bailes com “luz elétrica”, isto porque tinha gerador próprio. Em 1955, a família adquiriu o local e passou a explorar as instalações como “Pensão Sol Levante”. Atualmente no local ainda de propriedade da família funciona o “ RESTAURANTE MUSTAFÁ”, cujo endereço é Rua Primeiro de Maio nº 25, no centro de Matinhos. Comandado por Dona Iolanda e por suas filhas Zuleide e Zeneida. O “Seu Mustafa” sempre foi uma figura muito querida tanto por moradores como pelos veranistas, e desta convivência amistosa com seu jeito todo especial de ser, alguns fatos pitorescos sempre surgem em nossa mente quando recordamos de nosso querido “Guaratuba”, apelido que o acompanhou durante vários anos, e que lhe foi dado pelos amigos quando após uma travessia até a cidade de Guaratuba, ainda sem os serviços de Ferry-boat o motor de sua canoa o deixou à deriva na baia, claro que ele nunca gostava das brincadeiras que o relembravam do episódio. Outro fato pitoresco que consta dos anais da história da cidade que ele tanto gostava, foi o corte das gravatas, onde segundo consta, em plena cerimônia da visita de dois políticos (Ney Braga e Paulo Pimentel) à cidade por não admitir o uso de gravatas na praia, ele simplesmente passou a mão em uma tesoura e as cortou sem cerimonias. Algumas condecorações já foram dadas a este homem que tanto contribuiu para o desenvolvimento da cidade, dentre elas citamos aqui a condecoração com uma placa de prata, onde a comunidade Matinhense em 12 de junho de 1985 através da Prefeitura e câmara Municipal lhes agradeceram “Pelos relevantes serviços prestados à comunidade”. Nosso querido “Seu Mustafa” sempre foi um dos mais legítimos Embaixadores da Cidade, onde quer que ele estivesse, e com certeza, onde quer que esteja sempre continuará sendo.
MUSTAFÁ SALOMÃO - 16 de Março de 1895/ 04 de Setembro de 1988.

Nome da Biblioteca Municipal: Quem foi Darcy de Oliveira?

 

Nome da Biblioteca Municipal: Quem foi Darcy de Oliveira?



Sr. Darcy de Oliveira (1929-1996), formado em Odontologia, chegou em Matinhos em 1957 para exercer sua profissão em consultório anexo à Loja Capri e ao Cine Matinhos que eram propriedades dos sogros Francisco Brenner  e Valentina Barbé Brenner, que abriram o comércio em  1956.  A Partir de então começou a participar da atividade comercial, juntamente com sua esposa, Srª Dolores Brenner de Oliveira, gerenciando a Loja Capri onde tornaram-se sócios do estabelecimento em 1968. Participou ativamente de vários movimentos em prol de nossa cidade, como a reivindicação da emancipação política de Matinhos e a criação da Escola Estadual Gabriel de Lara, hoje Colégio, sendo seu primeiro diretor. Lá exerceu, por mais de 10 anos, a função de professor, ministrando as disciplinas de “Ciências” e de “Saúde e Higiene”. A biblioteca do município leva seu nome: ”Professor Darcy de Oliveira”. Foi vereador na primeira legislatura de Matinhos, de 1968 a 1971. Na Igreja Católica participou por vários anos da Comissão Organizadora da Festa de São Pedro para arrecadação de fundos para construção da Igreja Matriz, desde a instalação da Paróquia em 1968. Participou dos movimentos cristãos, sendo nomeado o primeiro Ministro Extraordinário de Eucaristia. Primou por conduzir sua vida profissional e particular com seriedade e determinação, deixando seu legado de conduta aos seus filhos Hélio Brenner de Oliveira (esposa Nelly), Rita de Cássia de Oliveira Braga (esposo: Olívio) e Elisabete de Oliveira feliz (esposo: Hamilton).

Rua Ébano Pereira, em 1905, vista a partir do Alto São Francisco. Nota-se total ausência de prédios além da pouco ocupação humana dos arredores. (Foto: Arquivo Gazeta do Povo) Paulo Grani.

 Rua Ébano Pereira, em 1905, vista a partir do Alto São Francisco. Nota-se total ausência de prédios além da pouco ocupação humana dos arredores.
(Foto: Arquivo Gazeta do Povo)
Paulo Grani.

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sábado, 15 de outubro de 2022

Antonina – Fonte da Carioca

 

Antonina – Fonte da Carioca


A Fonte da Carioca, em Antonina-PR, servia à população na pedreira onde se descia pela ladeira da Fonte, bem próxima ao quartel do Tiro de Guerra 186.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Fonte da Carioca
Localização: Largo da Carioca (R. Coronel João Gualberto, esquina com R. Padre Pinto) – Antonina-PR
Número do Processo: 22/69
Livro do Tombo: Inscr. Nº 22-II, de 23/04/1969

Descrição: A fonte que servia à população era a existente na pedreira, onde se descia pela ladeira da Fonte, bem próxima ao quartel do Tiro de Guerra 186.
Segundo consta no volume 1 página 373 do livro Memória Histórica de Paranaguá e seu Município, de Antonio Vieira dos Santos: “Em 2 de fevereiro de 1765, a Câmara mandou por em praça (sic.) (concorrência pública) A Obra da Fonte a qual foi arrematada por Mathias Gomes da Silva pela quantia de R$ 78.000 para fazer as paredes de cantaria para reparação dos lados que havia de passar por Cima do nível d’água, e todas as mais obras d’albanária, com uma bica de pedra coberta de lages largas e grossas tendo uma porta para que sendo preciso limpar-se esta seria de cantaria com meio fio, para ajustar a porta, com seu betume, e os dois olhos de água que se achavam desencaminhados se deveria manter dentro da mesma fonte ficando uma escada superior do assento para todos os lados”.
Devido à parca documentação, 1765 é a data que se dispõe sobre as melhorias da Fonte da Carioca, mas a existência desta fonte natural certamente influenciou décadas antes à demarcação da área onde a cidade deveria ser construída. O uso de suas águas dataria do início da ocupação de Antonina no final do século XVII e início do XVIII possibilitando o assentamento dos colonizadores europeus.
Fonte: CPC.

Descrição: Desconhece-se qualquer documentação a respeito da Fonte da Carioca, tal como ela hoje se apresenta, isto é, quando e por quem foram realizadas as obras de canalização e aproveitamento do manancial hídrico para fins de abastecimento da população, uma vez que sua existência é mencionada desde a primeira concessão de sesmarias, outorgada no ano de 1646 por Gabriel de Lara a Pedro de Uzeda, Manoel Duarte e Antônio de Leão, tidos como os iniciadores do povoamento das terras do litoral que hoje correspondem ao município de Antonina. Antônio Vieira dos Santos, em sua Memórias Históricas de Paranaguá, sobre ela tece comentário, dizendo ser “a fonte que vindo da pedreira servia à população da Vila”.
Atualmente, três bocas (torneiras) deitam água em tanque de forma quadrangular fechado em uma das extremidades por empena afetando forma barroca, arrematada por curvas e contracurvas, sobre a qual, no interior, de formato losangular, avultam as armas do Império, executadas em massa. (Havia, anteriormente, lajota de cerâmica, hoje pertencente a acervo particular, com data de 9 de novembro de 1865 nela incisa e que devia referir-se à conclusão de alguma obra então realizada na fonte). A empena é ornamentada por quatro coruchéus de inspiração oriental.
Da Fonte da Carioca existe excelente registro na forma de óleo sobre tela medindo 54 x 73 cm, pertencente ao acervo do Museu Nacional de Belas-Artes e executado pela artista Djanira da Motta e Silva no ano de 1973. (A propósito da incidência de “fontes”, ao longo da baía de Paranaguá, ver verbete “Fonte Velha”, cidade de Paranaguá).
Fonte: Espirais do Tempo.

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Antonina – Igreja do Bom Jesus do Saivá

 

Antonina – Igreja do Bom Jesus do Saivá


A Igreja do Bom Jesus do Saivá, em Antonina-PR, tem nave, capela-mor e torre. Construída em alvenaria de pedra.

CPC – Coordenação do Patrimônio Cultural
Nome Atribuído: Igreja do Bom Jesus do Saivá
Localização: Antonina – Igreja do Bom Jesus do Saivá – Antonina-PR
Número do Processo: 25/70
Livro do Tombo: Inscr. Nº 25-II, de 15/12/1970

Descrição: Em 1970, quando foi tombada, fez-se o seguinte registro no Livro Tombo II: Igreja com nave, capela-mor e torre. Construída em alvenaria de pedra.
Nas observações do Livro Tombo consta: encontra-se em mau estado de conservação apresentando grandes rachaduras nas paredes laterais e posterior. A torre é evidentemente posterior. Há sinais claros de ter havido um campanário que provavelmente ruiu.
É o único exemplar antigo de arquitetura religiosa de Antonina que não sofreu modificações irreparáveis.
Durante século XVIII, várias irmandades religiosas surgiram no Paraná. Os que estavam ligados a elas não eram páreas na sociedade pois, mesmo as irmandades dos pretos escravos e alforriados conferiam a seus componentes uma dignidade social e deixava claro o lugar social de cada membro numa sociedade nobiliárquica e religiosa. Esta afirmação social dos membros, o culto religioso ao santo padroeiro e o auxílio mútuo eram as principais funções que as irmandades exerceram no Brasil. Neste período as corporações de ofícios com suas irmandades e capelas já entravam em decadência da Europa e, embora tenham existido aqui, eram descabidas na sociedade brasileira escravocrata.
Era comum uma agremiação de pessoas iniciar uma irmandade utilizando um altar lateral de uma igreja que era a sede de outra irmandade melhor estruturada. Neste altar faziam o culto ao santo padroeiro que popularmente tinha poderes para resolver esta ou aquela questão. Assim como na hierarquia celeste, também havia uma hierarquia nos assentos das igrejas e capelas segundo a dignidade social dos reais súditos, bem como cada camada social identificava-se mais com este ou aquele santo.
As igrejas das irmandades ligadas às hierarquias celestes superiores como o Divino Espírito Santo, Nossa Senhora e Bom Jesus eram normalmente as igrejas matrizes das cidades e sediavam da associação das elites locais.
Mesmo as procissões, eram como uma pantomima na qual a sociedade desfilava para si própria, indo à frente os mais honrados socialmente com seus santos e estandartes da irmandade, até os últimos que pertenciam às camadas mais baixas da sociedade e, se pudessem, tinham sua irmandade e um altar lateral emprestado na igreja da irmandade daqueles que socialmente eram mais afortunados.
Quando já havia uma igreja matriz consagrada a uma das hierarquias celestes superiores, que era sede da irmandade da nata das elites locais, se outros ricos locais quisessem constituir outra irmandade e construir uma igreja para sediá-la, certamente ela seria consagrada a outra das hierarquias celestiais superiores.
Em Antonina, como já havia a igreja matriz e irmandade principal que era a de Nossa Senhora do Porto, a outra igreja das elites teria que ser consagrada ou ao Bom Jesus ou ao Divino Espírito Santo; jamais a São Benedito, Santo Antônio, São Francisco ou a outros santos de devoção popular.
O Capitão-mór Manoel José Alves, nascido em 1762 na freguesia de São Salvador da Fonte Boa em Portugal, era carpinteiro da ribeira e armador que enriqueceu com um estaleiro naval que estabeleceu em Paranaguá. Nele construía embarcações de dois mastros denominadas sumacas de média tonelagem utilizadas como navios negreiros.
Como era rico, também estava ligado à política e à milícia onde galgou os postos desde Sargento-mor até Capitão-mor e ocupou elevados cargos no governo de Paranaguá e de Antonina.
Quando a esposa, Dona Serafina Rodrigues Ferreira alcançou a graça de ser curada de uma enfermidade, ele mandou construir a Igreja como agradecimento ao Senhor Bom Jesus.
A Igreja do Bom Jesus do Saivá é um caso historicamente atípico, pois na maioria das vezes era constituída uma irmandade que se reunia no altar lateral de outra igreja até que conseguirem dinheiro para construírem a igreja sede da irmandade. O Capitão-mór Manoel José Alves, patrocinador da construção, havia falecido em 1837, deixando donativos para as obras da igreja, assim como fizera em testamento o Juiz de Órfãos Capitão Pereira do Amaral em 1831 e posteriormente Benigno Pinheiro Lima.
Apesar dessas doações as obras ficaram inacabadas e a irmandade foi constituída em 1866 com o intuito de concluí-las.
A igreja funcionou regularmente entre 1866 a 1900 comemorando no mês de agosto a festa do Senhor Bom Jesus do Saivá. Após 1900 a irmandade entrou em decadência e não havia fundos suficientes para a manutenção do templo até que foi fechado para o uso público na década de 1910, quando ocorreu o desmoronamento parcial da fachada.
Em 1970, o prefeito municipal e a SEEC/CPC deram início ao processo de tombamento e iniciaram as obras de restauro em 1972, concluídas em 1976, quando a igreja foi reinaugurada no dia 28 de julho com uma grande festa.
Fonte: CPC.

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