sexta-feira, 30 de março de 2018

Colégio Estadual do Paraná

O Colégio Estadual é a escola mais antiga do Paraná, datada de 1846. Ao longo desta longa trajetória, teve várias denominações e algumas sedes. Na década de 1940, as instalações da Rua Ébano Pereira estavam acanhadas, devido ao grande número de alunos. Inicialmente, foi cogitada uma nova sede na Praça Santos Andrade, onde hoje encontra-se o Teatro Guaíra. A pedra fundamental da obra chegou a ser assentada, mas ela não foi iniciada uma vez que o terreno não comportava as instalações esportivas.
Outra área foi escolhida, na Avenida João Gualberto ao lado do Passeio Público, com 43.137,63m² de superfície. A Companhia Construtora Nacional ficou responsável pela obra e o novo projeto, concebido pelo arquiteto Francisco Basile, contou com programa arquitetônico mais completo que o anterior: edifício principal, ginásio de esportes, piscina olímpica, piscina de aprendizagem, campo de esportes e casa do zelador.
A construção, iniciada em 1944, foi concluída seis anos depois, demora justificada pela dificuldade financeira, falta de mão-de-obra qualificada e escassez de material construtivo. A cerimônia de inauguração, em 29 de março de 1950, dia do aniversário de Curitiba, contou com a presença do então Presidente da República, Eurico Gaspar Dutra, do Ministro da Educação, Clemente Mariani, do então Governador do Paraná, Moysés Lupion, e de secretários estaduais, entre os quais Erasmo Pilotto, da Educação e da Cultura.
A grandiosidade da obra pode ser percebida sob vários ângulos: são 20.000m² de área construída, custo de Cr$ 48.653.925,10; 56 salas de aula (incluindo laboratórios e anfiteatros); capacidade para atender 1.950 alunos por turno; salão nobre com 317,88m²; auditório para 900 pessoas; biblioteca de 383,76 m²; sete salas de desenho, sala de música e quatro de trabalhos manuais.
Até hoje o Colégio Estadual do Paraná mantém a posição de maior e mais importante escola pública do Paraná. É tombado pelo Patrimônio Estadual desde 1994 e está classificado como Unidade de Interesse de Preservação (UIP) do município.

Colégio Estadual Lysimaco Ferreira da Costa

A construção da sede do Grupo Escolar Lysimaco Ferreira da Costa teve início em setembro de 1943. Em 4 de dezembro de 1946 ocorreu a inauguração da escola, com a presença de diversas autoridades. O Jornal O Dia saúda a iniciativa:
"Grupo - Escolar Lysimaco Costa - Inaugurado ontem o modelar educandário
Revestiram-se de excepcional brilhantismo as solenidades ocorridas, na manhã de ontem, da inauguração do grupo escolar “Lysimaco Costa”, localizado no Bairro do Água Verde.
Com instalações moderníssimas que obedecem aos requintes da mais adequada técnica, otimamente aparelhado, esse estabelecimento de ensino primário, de enorme valor educacional para a nossa terra; situa-se como uma casa modelar, no gênero, em todo o Estado."
O edifício com suas linhas neocoloniais é um importante exemplar da diversidade formal que a arquitetura curitibana apresentava naquele momento. É tombado pelo patrimônio estadual desde 2012.

Colégio Estadual Prieto Martinez

Em 1910, foi inaugurada a Escola Isolada Vila Agostinho na região do atual Bairro Bom Retiro. 22 anos depois, passou a denominar-se Grupo Escolar Prieto Martinez. Funcionando em instalações modestas, a escola ganha uma nova sede em 19 de dezembro de 1955, no aniversário de 102 anos da Emancipação Política do Paraná. O projeto arquitetônico de orientação modernista é do engenheiro-arquiteto Romeu Paulo da Costa, autor da Biblioteca Pública do Paraná e do Grupo Escolar (atual Colégio Estadual) Barão do Rio Branco, obras relevantes da arquitetura e do patrimônio de Curitiba.

Colégio Estadual Barão do Rio Branco

No início da década de 1910, inaugurou-se a primeira sede do Grupo Escolar Rio Branco. Em 27 de julho de 1953, a escola ganha novas instalações. O novo edifício, assim como o Centro Cívico e as demais obras do Centenário da Emancipação Política do Paraná, inaugurou a linguagem modernista na arquitetura oficial paranaense e curitibana. O projeto arquitetônico é de autoria de Romeu Paulo da Costa.

Grupo Escolar do Cristo Rei em construção, 1950.

Curitiba em 1927

Curitiba em 1927

Curitiba em 1927

Em 1920, Curitiba possui 78.986 habitantes! Sua malha urbana é formada por 240 ruas, 13 alamedas, 23 avenidas, 25 praças, 10 largos e 10 travessas. Dos 5.700 prédios existentes na cidade, 2.978 possuem ligação de água e esgoto (53% do total) e 240, somente de água. As quatro linhas de bondes elétricos estendem-se por 25 quilômetros e transportaram durante todo o ano 2.625.230 passageiros. Dois anos depois, em 1922, a prefeitura registra 2.615 veículos circulando na cidade, dos quais 183 são automóveis particulares e do governo, 867 carroças de quatro rodas, 131 bicicletas, 15 motocicletas, 130 aranhas e 43 carros de praça.

Curitiba em 1894

Curitiba em 1894

Curitiba em 1894

No final do século XIX, Curitiba apresenta um acentuado crescimento. A comparação do Mapa de 1894 com o de 1857 revela a expansão da malha urbana, que ultrapassa os limites impostos pelos rios Ivo e Belém. Em 1894, a cidade já possui escolas, clubes, teatros, quarteis, residências imponentes e edifícios públicos de relevância, como os palácios do Governo (hoje, da Liberdade) e do Congresso (Rio Branco). As estradas da Graciosa (rodagem) e Curitiba-Paranaguá (de ferro) ligam a cidade ao litoral, exportando nossas riquezas (em especial, a erva-mate) e trazendo pessoas, tecnologia e progresso. Em 1890, somos 24.553 curitibanos e na década seguinte, 50.124! Quatro anos antes, a prefeitura contabiliza 1.273 prédios na cidade.

Curitiba em 1857


Curitiba em 1857

Curitiba em 1857

Curitiba é uma cidade muito pequena! As poucas e irregulares ruas desenvolvem-se em torno do Largo da Matriz (hoje, Praça Tiradentes). Os rios Ivo e Belém e suas margens alagadiças cercam o diminuto núcleo urbano e impõem a nefasta presença dos pântanos e de seus miasmas. Durante toda a segunda metade do século XIX e boa parte do XX, serão realizadas obras para eliminar este grande problema, que além de comprometer a questão sanitária e de higiene pública, limita o crescimento urbano. Nesta data, Curitiba contava com 6.791 habitantes. Segundo Romário Martins, 'somente possuía duas escolas de primeiras letras para meninos e uma para meninas. Tinha 27 quarteirões, (...) 308 casas e 52 em construção'.

Rua Riachuelo

A Rua Riachuelo é, assim como a Marechal Deodoro, uma das mais antigas de Curitiba. Juntamente com a Rua Barão do Serro Azul, constituía-se, durante o século XIX, na porta de entrada em Curitiba dos que vinham do litoral, pelo Caminho da Marinha ou do Oceano Pacífico e mais tarde pela Estrada da Graciosa. Possuiu várias denominações e as primeiras foram "Rua dos Veados", "Rua do Campo" e "Rua do Lisboa".
No Mapa de 1857, a então Rua da Carioca delimita o pequeno quadro urbano de Curitiba a leste. Neste período, conta em algumas das 22 edificações ali existentes com a presença de comércio de fazenda, ferragens, secos e molhados.
Em 3 de novembro de 1871, recebe seu nome atual, Riachuelo, e encontra-se integrada ao cotidiano da cidade. Nos anos seguintes, a região recebe grande impulso, primeiramente com a inauguração da Estrada da Graciosa (1873); em seguida, com a instalação do Mercado Público na atual Praça Generoso Marques (1873); com a construção da Estrada de Ferro e o prolongamento da rua Leitner, depois Liberdade, que passa ligar a Estação Ferroviária (1885) com o coração da cidade; com a implantação do Passeio Público (1886) nas suas proximidades; e, por fim, com o início da circulação dos bondes (1887), uma vez que a linha Estação-Boulevard 2 de Julho passava pela Riachuelo. Paralelamente, a hegemonia de moradores de origem lusa é quebrada e muitos imigrantes alemães e italianos escolhem a Riachuelo para estabelecer residência e negócios. Surgem novas atividades, entre as quais relojoarias, litografia, lojas de louças, calçados, armarinhos, além de diversos serviços como barbearia, alfaiataria, serralheria e marcenaria.
Novos melhoramentos são realizados na região da Riachuelo durante a década de 1910, com a instalação da rede hidrossanitária, nova pavimentação, a circulação de bondes elétricos, a transferência do Mercado Público para a Praça 19 de Dezembro e a construção do Paço Municipal no lugar do antigo mercado.
Até meados do século XX, a Riachuelo é endereço do comércio elegante, beneficiado pela proximidade com a Prefeitura Municipal, instalada na Praça Generoso Marques. Neste momento, a paisagem da rua que permanece em continua renovação, ganha dois arranha-céus: os edifícios residências Rosa Ângela Perrone e Galeria Andrade. Estes - com seus 15 e 18 andares, respectivamente - modificam a escala da rua, que até então contava com construções de até três pavimentos.
A partir do final da década de 1960 e início da de 1970, a Riachuelo passa por um processo de deterioração. Contribuem para isso a transferência da Prefeitura Municipal para o Centro Cívico e o tráfego dos ônibus expressos, que ali permaneceu até 1995. O comércio elegante, uma das grandes características da Riachuelo, perde sua força e as lojas populares, os vendedores informais, o tráfico de drogas, a violência e a prostituição ocupam a Riachuelo.
Há algum tempo, a Riachuelo vem recebendo ações de revitalização e requalificação de seu espaço, retomando sua importância dentro do contexto do centro de Curitiba.
Destacam-se na paisagem da Rua Riachuelo: o Palacete Joaquim Augusto de Andrade (1915); o edifício da esquina com a Travessa Tobias de Andrade (1926) e o Palácio São Francisco (1929), esquina com a Rua São Francisco.

Rua Riachuelo, em 1942