A Rua Riachuelo é, assim como a Marechal Deodoro, uma das mais antigas de Curitiba. Juntamente com a Rua Barão do Serro Azul, constituía-se, durante o século XIX, na porta de entrada em Curitiba dos que vinham do litoral, pelo Caminho da Marinha ou do Oceano Pacífico e mais tarde pela Estrada da Graciosa. Possuiu várias denominações e as primeiras foram "Rua dos Veados", "Rua do Campo" e "Rua do Lisboa".
No Mapa de 1857, a então Rua da Carioca delimita o pequeno quadro urbano de Curitiba a leste. Neste período, conta em algumas das 22 edificações ali existentes com a presença de comércio de fazenda, ferragens, secos e molhados.
Em 3 de novembro de 1871, recebe seu nome atual, Riachuelo, e encontra-se integrada ao cotidiano da cidade. Nos anos seguintes, a região recebe grande impulso, primeiramente com a inauguração da Estrada da Graciosa (1873); em seguida, com a instalação do Mercado Público na atual Praça Generoso Marques (1873); com a construção da Estrada de Ferro e o prolongamento da rua Leitner, depois Liberdade, que passa ligar a Estação Ferroviária (1885) com o coração da cidade; com a implantação do Passeio Público (1886) nas suas proximidades; e, por fim, com o início da circulação dos bondes (1887), uma vez que a linha Estação-Boulevard 2 de Julho passava pela Riachuelo. Paralelamente, a hegemonia de moradores de origem lusa é quebrada e muitos imigrantes alemães e italianos escolhem a Riachuelo para estabelecer residência e negócios. Surgem novas atividades, entre as quais relojoarias, litografia, lojas de louças, calçados, armarinhos, além de diversos serviços como barbearia, alfaiataria, serralheria e marcenaria.
Novos melhoramentos são realizados na região da Riachuelo durante a década de 1910, com a instalação da rede hidrossanitária, nova pavimentação, a circulação de bondes elétricos, a transferência do Mercado Público para a Praça 19 de Dezembro e a construção do Paço Municipal no lugar do antigo mercado.
Até meados do século XX, a Riachuelo é endereço do comércio elegante, beneficiado pela proximidade com a Prefeitura Municipal, instalada na Praça Generoso Marques. Neste momento, a paisagem da rua que permanece em continua renovação, ganha dois arranha-céus: os edifícios residências Rosa Ângela Perrone e Galeria Andrade. Estes - com seus 15 e 18 andares, respectivamente - modificam a escala da rua, que até então contava com construções de até três pavimentos.
A partir do final da década de 1960 e início da de 1970, a Riachuelo passa por um processo de deterioração. Contribuem para isso a transferência da Prefeitura Municipal para o Centro Cívico e o tráfego dos ônibus expressos, que ali permaneceu até 1995. O comércio elegante, uma das grandes características da Riachuelo, perde sua força e as lojas populares, os vendedores informais, o tráfico de drogas, a violência e a prostituição ocupam a Riachuelo.
Há algum tempo, a Riachuelo vem recebendo ações de revitalização e requalificação de seu espaço, retomando sua importância dentro do contexto do centro de Curitiba.
Destacam-se na paisagem da Rua Riachuelo: o Palacete Joaquim Augusto de Andrade (1915); o edifício da esquina com a Travessa Tobias de Andrade (1926) e o Palácio São Francisco (1929), esquina com a Rua São Francisco.
Nenhum comentário:
Postar um comentário