domingo, 29 de setembro de 2019

Vilinha

Em 1649Ébano Pereira teria comandado uma expedição exploratória para subir os rios e atingir o Primeiro Planalto Paranaense em busca de ouro além da Serra do Mar; recrutou homens de Paranaguá e estabeleceram-se, inicialmente, na margem esquerda do rio Atuba[1].
Ponte sobre o rio Atuba, dando acesso ao Parque.
Inúmeras "vilinhas" de garimpeiros portugueses foram criadas na região; porém, com o fim do ouro de aluvião, muitas delas desapareciam[2].
A história possui poucos registros documentais e é, portanto, bastante controversa[3], mas segundo a Lenda de Nossa Senhora da Luz dos Pinhais (padroeira de Curitiba), todas as manhãs uma imagem da santa estava voltada para uma dada direção. Interpretando como uma vontade divina, os portugueses teriam feito um contato com o cacique dos índios tingüi "Tindiquera", que teria localizado o novo local e colocado uma vara no chão, dizendo "Coré Etuba", com o significado de "muito pinhão". Desta vara teria brotado uma frondosa árvore, sendo este o marco zero (hoje a Praça Tiradentes) da cidade de Curitiba[1].
A área destinada ao parque foi doada pelos seus então proprietários Max Sesselmeier Aichner e sua mulher Irene Trentin Aichner, e Anacleto Busato e sua mulher Terezinha Próspero Busato à prefeitura de Curitiba em 1967. Em 23 de março de 1972 o então prefeito Jaime Lerner assinou um decreto que determinava a criação do Parque Histórico de Curitiba[2]. O monumento em homenagem aos portugueses foi construído em 2007 e após muitos anos de abandono[4], o Centro Cultural Vilinha foi finalmente entregue em 2011, reinaugurado mediante revitalização da área

Palácio São Francisco

A edificação foi erguida como residência de Júlio Garmatter, então próspero empresário do ramo frigorífico, que em meados da década de 1920, em viagem a Alemanha, se encantou por uma mansão situada na cidade de Wiesbaden.
Após adquirir a planta da mansão de Wiesbaden e comprar um terreno no Alto São Francisco (no bairro São Francisco), local muito valorizado na Curitiba do início do século XX, iniciou a construção de sua residência em 1928, entregando a responsabilidade técnica para o engenheiro Eduardo Fernando Chaves[3].
Concluída em 1929, o então Palacete Garmatter foi ocupado por Júlio e sua família até 1938, data que o edifício foi adquirido pelo governo do Estado do Paraná para ser transformado no Palácio São Francisco, sede[4] do governo estadual [5].
Foi sede do governo até 1953, ano em que foram inaugurados o Centro Cívico e o Palácio Iguaçu, e após esta data, foi transformado em sede do Tribunal Regional Eleitoral e na década de 1980, transformou-se no almoxarifado do Museu de Arte do Paraná[6].
Em 2002 o prédio sofreu uma grande reforma e restauração para ser transformada na sétima sede do Museu Paranaense.

Palácio Rio Branco

Sua construção foi contratada ao engenheiro italiano Ernesto Guaita em 6 de maio de 1891, já aprovado no ano anterior. Em 1895 ainda não se achava concluído, devendo ter ocorrido entre este ano e o seguinte, 1896, não havendo registros de sua inauguração em publicações locais, embora Arthur Dias informe que "… O Congresso dispõe, também, de um bonito edifício, novo e nobre, de linhas ao estylo italiano… Foi inaugurado em 1896".[2][1]
O então chamado "Congresso Estadual" (atual Assembleia Legislativa) ali se instala após a Proclamação da República do Brasil, ali permanecendo até sua mudança para o Centro Cívico. Sofreu danos com uma explosão ocorrida na estação férrea, em 1913. Em 1957 foi cedido para a instalação da Câmara Municipal, efetivada em 1963, recebendo então o nome que homenageia o Barão do Rio Branco.[1]
Em 1978 o Palácio Rio Branco foi tombado pelo patrimônio histórico do Paraná

Palácio da Liberdade

Na década de 1870, o engenheiro (de origem italiana) Ernesto Gaita[2] foi contratado para construir uma residência para o seu colega Leopoldo Ignácio Weiss (a quem atribui-se, em parte, a arquitetura do imóvel), ao qual foi concluída no final dos anos de 1880 e estando, esta, localizada numa das ruas mais movimentadas da Curitiba do final do século XIX: a Rua da Liberdade (atual Rua Barão do Rio Branco).
A então residência de Ignácio Weiss mudou de proprietário em 1890[3], quando o recém governo republicano brasileiro adquiriu, para a União (mais precisamente, a Fazenda Nacional), o imóvel, transformando-o no Palácio da Liberdade, sede do Governo Estadual e residência para o presidente do estado. Em pouco tempo, o imóvel passou a ser propriedade definitiva do Estado do Paraná e até 1937 foi sua sede[2]. As décadas seguintes, o palácio abrigou vários departamentos públicos, como a Secretaria do Interior e Justiça, a COSIPE, a Secretaria de Obras Públicas e em 1989[3] transformou-se em sede do MIS-PR (Museu da Imagem e do Som do Paraná), estando, a partir de 2002, fechado ao público e aguardando reformas em toda a sua estrutura[1].
Em 20 de junho de 1977[1], o Palácio da Liberdade foi tombado pelo Patrimônio Histórico e Cultural do Estado do Paraná, como edifício de referência histórica do século XIX para a cultura local e estadual[2].
O imóvel, além de apresentar suas linhas arquitetônicas de época, possui um grande vitral, no centro do prédio, e um mural de artista Poty Lazzarotto[3], localizado no pátio externo.

Palácio Garibaldi

História[editar | editar código-fonte]

Com a fixação de imigrantes italianos próximo a Curitiba, os interesses do governo provincial e dos próprios imigrantes, fizeram com que surgisse a ideia de um movimento associativo que resultou na criação, em primeiro de julho de 1883,[1] da Sociedade Italiana Dimituo Scorso Giuseppe Garibaldi.[2]
Em 1887 iniciou-se a construção do edifício para ser sede da associação, com projeto do engenheiro Ernesto Guaita e sua finalização ocorreu somente em 1904, em terreno doado pelo governo municipal. Quanto a fachada do palácio, suas linhas arquitetônicas foram desenvolvidas pelo arquiteto João de Mio e finalizada somente em 1932.[2]
Em 1906, o local foi sede do I Congresso Estadual, que resultou na criação da Federação Operária no Paraná e em 1942, em virtude da Segunda Guerra Mundial, o palácio foi desapropriado pelo Governo do Estado, que utilizou como sede da Liga da Defesa Nacional, Centro de Letras do ParanáAcademia Paranaense de Letras e Tribunal de Justiça do Estado. Somente na década de 1960 que o edifício foi devolvida para a Associação Giuseppe Garibaldi (ou Sociedade Beneficente Garibaldi).[2]

Arquitetura e tombamento[editar | editar código-fonte]

O prédio possui estilo eclética, com destaque para as características neoclássicas da fachada, em seus arcos e janelas ornamentadas nos seus dois pavimentos,[1] além de platibanda com coruchéus, cornijas, sobrevergas, vãos em arco pleno guarnecidos de bandeiras, muro adornado com balaústres e com aparelho à bossagem.[3][2]
O palácio foi tombado pelo Patrimônio Estadual em 1988 e integra a lista de Unidades de Interesse de Preservação (UIP’s) da prefeitura de Curitiba.

Castelo do Batel

Castelo do Batel é um palácio localizado no bairro do Batel, na cidade de Curitibacapital do estado brasileiro do Paraná. Atualmente funciona como centro de eventos. Construído em 1924 pelo cafeicultor e cônsul honorário da Holanda Luiz Guimarães, foi comprado por Moysés Lupion, ex-governador do Paraná, em 1947, ano em que foi tombado pelo Patrimônio Histórico; teve outros usos até ser apontado como local adequado para um centro de eventos, em 2003.
Tal obra segue o estilo eclético, e é uma réplica dos castelos do Vale do Loire, na França. Destacam-se na mansão um torreão cilíndrico de cobertura cônica, os portais de arco pleno e as mansardas da cobertura; o telhado, de fonte inclinação, aparenta, de longe, ser feito com ardósia. Os paramentos de cor cinza, das paredes externas, são tratados à bossagem. Frontões em arco interrompido e triangulares na platibanda, colunetas ombreando a entrada principal, portas almofadadas de madeira entalhada, vitrais, pisos de mármore no adro, são os detalhes externos de acabamento mais expressivos. Com amplas garagens, quadra de tênis, destaca-se pela ampla arborização e pelos jardins, entrevistos através dos magníficos portões e gradis de ferro forjado, foi o castelo durante muitos anos a principal referência arquitetônica da cidade e cenário de recepções e festas de grandes repercussões nos abastados meios curitibanos.

História[editar | editar código-fonte]

Em 1923, o rico cafeicultor e cônsul honorário da Holanda, Luís Guimarães, adquiriu das famílias Gomm e Whithers e da Mitra Diocesana uma área de 10.500 m², encomendando ao arquiteto Eduardo Fernando Chaves "uma residência parecida com algumas das mais magníficas que fiquei conhecendo...", conforme ele mesmo depôs ao Patrimônio do Paraná. Seu desenho, inspirado nos castelos franceses da região do Loire, na França, resultou de viagens que Guimarães e o engenheiro Eduardo Carvalho Chaves fizeram à Europa. Iniciada a construção em 1924, terminou só quatro anos depois, pelas dificuldades de execução dos requintados detalhes de acabamento e pelo emprego de variada gama de materiais e peças importadas da Europa. Em 1928, 2.200 m² estavam erguidos; tudo seguiu os melhores padrões de luxo europeu da época. O jardim, com mais de 3.000 m² , chegou a ter dois profissionais diários para sua manutenção. Segundo relatos do próprio Guimarães, a maioria das pinturas em parede até hoje existentes no local foram feitas por um suíço e um alemão. As telhas planas de fibrocimento, Eternité, vieram da Bélgica, as louças sanitárias, do fabricante francês Jacob de Lafont, e a tapeçaria e ornamentação interna, de Paris.
Em 1947, o castelo passou a ser residência da família do governador do Paraná, Moysés Lupion, que havia vencido as eleições naquele ano. Em seus tempos áureos, Lupion atuou como mecena de vários artistas paranaenses, sendo que alguns deles deixaram marcas no Castelo do Batel. Foram os casos de Miguel Bakun (que, inclusive, viveu por alguns meses no castelo e decorou as paredes do sótão com pinturas singulares), Alfredo AndersenTeodoro De BonaJoão TurinPoty LazzarottoArtur Nísio e Guido Viaro. Na era de Moysés Lupion, passaram pelo castelo figuras ilustres como Assis Chateaubriand, os presidentes Juscelino KubitschekEurico Gaspar DutraJânio Quadros e João Goulart, o vice-presidente dos Estados Unidos Nelson Rockfeller, o Príncipe Bernard da Holanda e o Príncipe Oshio (sobrinho do Imperador do Japão), dentre outros.
A partir de 1973, o Castelo do Batel passou a abrigar a sede da TV Paranaense, na época, chamado apenas de Canal 12. A emissora funcionou no prédio até meados de agosto de 2003, quando a emissora se transferiu para um novo prédio no bairro das Mercês.
Em 2003 iniciou-se o processo de restauração e ampliação, e atualmente abriga um centro de eventos. O projeto desenvolvido pelo arquiteto Humberto Fogassa propôs a construção de um salão de 659 metros quadrados e a recuperação da edificação original, a partir do levantamento de dados de documentação, registros, cadastros, desenhos, iconografias e metragem do local.
O Castelo do Batel tem oito salas de reuniões com capacidade para até 60 pessoas, um salão de 650 m², business center, acesso à Internet em todas as salas por meio do sistema wireless e espaço para estacionamento interno com 1.500 m².
O Castelo do Batel é tradicionalmente um ponto turístico no Natal de Curitiba, juntamente com as apresentações do Palácio Avenida. Anualmente recebe iluminação especial para as festividades natalinas, além de ser palco de inúmeras atrações em tal período do ano. Sua localização na capital paranaense é na avenida do Batel, 1323.

Palácio Avenida

Histórico[editar | editar código-fonte]

Palácio Avenida ao fundo
A edificação, construída a partir de 1927 e inaugurada em 1929, foi erguida pelo imigrante e empresário sírio-libanês Feres Merhy, com projeto arquitetônico original de Valentim Freitas, Bernardino Assumpção Oliveira e Bortolo Bergonse[1].
Ao longo de sua história, o imponente complexo de cerca de 18 mil metros quadrados, abrigou escritórios, lojas, cafés (como o folclórico Café Guairacá) e o Cine Avenida, uma das primeiras salas de exibição da capital paranaense[2].
Em 1968, o prédio foi adquirido pela banco Bamerindus[3] e desde esse momento, o local foi sendo desocupado parcialmente ao longo de anos, até que no final da década de 1980 estava abandonado e atingiu seu ponto de maior degradação estrutural, com apenas sua fachada relativamente intacta. É neste período que o banco iniciou sua reforma, reconstruindo a parte interna e restaurando toda sua fachada original. Em 5 de março de 1991, foi reinaugurado para ser a sede do banco[4].
Com a extinção do Bamerindus, toda sua estrutura, inclusive o prédio, foi vendida para o Hong Kong and Shanghai Banking Corporation, e desta maneira, tornou-se a sede nacional do HSBC Bank Brasil

Igreja Ortodoxa Antioquina São Jorge

Nos anos 1950, a comunidade ortodoxa antioquina de Curitiba sentia a necessidade em ser assistida por uma igreja própria, assim em 17 de fevereiro de 1954 foi adquirida pela comunidade uma casa de madeira onde poderia ser celebrar a Divina Liturgia, que até então era realizada nas casas de membros da comunidade, tendo a sua conclusão em 1960 e consagração, por Dom Ignatios Ferzeli, Metropolita Ortodoxo de São Paulo e do Brasil, em 1962[2]. A liderança religiosa dos trabalhos foi inicialmente encabeçada pelo Padre Lázaro Nehme e posteriormente por seu sucessor o Padre Antonio Ward, que permaneceu à frente da paróquia de 1965 a 1998. Atualmente ali se encontra o Padre Samaan Nasry

Igreja da Ordem Terceira de São Francisco das Chagas

Originalmente foi a Igreja de Nossa Senhora do Terço, construída por imigrantes portugueses e concluída em 1737. Recebeu o nome atual após a chegada da Ordem de São Francisco em Curitiba, no ano de 1746.[2]
Abrigou um convento franciscano entre 1752 a 1783 e foi a paróquia dos imigrantes poloneses, no Século XIX. Por volta de 1834, uma parte da igreja desabou, mas sua completa restauração se deu apenas em 1880, por ocasião da visita do imperador D. Pedro II.
A torre do templo e a instalação dos sinos foi concluída em 1883. Nessa época a igreja era frequentada principalmente por imigrantes alemães. A Igreja da Ordem sofreu nova restauração entre 1978 a 1980. Em 1981 passou a abrigar o Museu de Arte Sacra de Curitiba.[3]
Durante uma nova reforma em 1993, um opúsculo, com dados históricos do templo, foi encontrado entre suas paredes

Igreja do Rosário

Igreja de Nossa Senhora do Rosário de São Benedito é um templo católico brasileiro, localizado no Largo da Ordem, defronte à Praça Garibaldi, no Centro Histórico de Curitibacapital administrativa do estado do Paraná.[1]
De estilo barroco, foi inaugurada em 1946, erguida no mesmo local da antiga igreja, demolida em 1931.[2]
Tombada pelo município de Curitiba, é uma UIP (Unidade de Interesse de Preservação), pois mantém as características da arquitetura neocolonial da cidade.[2]

História[editar | editar código-fonte]

A primeira igreja do Rosário foi construída por e para os escravos, inaugurada em 1737, em estilo colonial. Foi o terceiro templo de Curitiba, depois da Matriz e da Igreja da Ordem. Denominada Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos de São Benedito,[2] com a abolição da escravatura passou a ser conhecida como Igreja dos Mortos e, atualmente, também é conhecida por Santuário das Almas, títulos originados da tradição de realização das missas de corpo presente, quando a igreja era o caminho natural para os cortejos fúnebres a caminho do Cemitério Municipal e, nos atuais dias, pela missa diária pelos falecidos das últimas 24 horas.[2]
Serviu de matriz da cidade entre 1875 a 1893, durante a construção da Catedral de Curitiba, na Praça Tiradentes.[2] A sua fachada atual ainda têm azulejos da igreja original. Seu interior abriga azulejos portugueses, com os Passos da Paixão, além do túmulo de Monsenhor Celso, antigo pároco de Curitiba, falecido em 1931.