Benedicta Leocádia Nascimento: Uma Vida de Amor, Maternidade e Resistência em Curitiba Antiga
Em meio às ruas de paralelepípedos, casas de madeira e bondes que cortavam a capital paranaense no final do século XIX e início do XX, viveu uma mulher cuja história silenciosa ecoa com força até hoje: Benedicta Leocádia do Nascimento. Nascida em 1878 em Curitiba, Paraná, ela encarnou, em sua breve existência de apenas 43 anos, a coragem discreta das mães que construíram famílias em tempos de poucos recursos e muita incerteza.
Raízes: Filha de João Alves e Maria Eliza Alves
Filha legítima de João Alves e Maria Eliza Alves, Benedicta cresceu em uma Curitiba ainda em formação — uma cidade que, apesar de ser a capital de um estado em pleno desenvolvimento agrícola e urbano, mantinha tradições profundas e valores familiares fortes. Pouco se sabe sobre sua infância, mas o contexto da época sugere uma educação doméstica voltada à fé, ao trabalho manual e aos deveres familiares — pilares que ela carregaria por toda a vida.
O Casamento com Natale La Banca: União e Separação
Em 21 de agosto de 1910, aos 32 anos, Benedicta contraiu matrimônio com Natale (ou Natal) La Banca, um homem nascido em 1881, também natural do Paraná. O casal estabeleceu-se na rua 13 de Maio, número 188, um endereço que, décadas depois, entraria para os registros históricos não por grandezas, mas por uma tragédia silenciosa.
O matrimônio foi fecundo, mas não duradouro. Apesar de terem cinco filhos juntos, o casal acabou se divorciando — um fato raro e socialmente delicado para a época, especialmente para uma mulher. Isso só reforça a ideia de que Benedicta possuía uma força interior rara: enfrentou não apenas os desafios da maternidade, mas também as complexidades de uma separação em uma sociedade profundamente conservadora.
Cinco Vidas Geradas, Cinco Legados
Benedicta dedicou seus últimos anos inteiramente à maternidade. Cada filho nascido foi uma prova de amor e resistência:
- João Leocádio La Banca (1910–1987) — seu primogênito, que viveria até os 77 anos, testemunhando grande parte do século XX.
- José Maurício La Banca (1911–1977) — nascido pouco depois do irmão, também viveu uma vida longa e plena.
- Jovito Labanca (1915) — cujo destino não está totalmente documentado, mas que carregou o nome da mãe em sua identidade.
- Maria Labanca Dotti (1917–2007) — viveu quase um século, tornando-se elo entre gerações e guardiã das memórias familiares.
- Walfrida Labanca Bayer (1919) — a mais nova, que tinha apenas 4 anos quando perdeu a mãe.
No atestado de óbito, registrado em 8 de outubro de 1921, o declarante Annibal Pires relata com precisão como Benedicta faleceu “provavelmente de úlcera de estômago” na véspera, aos 43 anos. O documento, além de triste, é comovente: detalha com clareza a idade de cada filho, como se a vida de Benedicta se resumisse, diante da morte, ao seu papel de mãe. E talvez tenha sido exatamente isso: sua grande missão.
O Legado de Benedicta Leocádia
Benedicta não deixou testamento, não deixou bens materiais registrados, mas deixou vidas. Cinco almas que seguiram o curso do tempo, fundaram famílias, perpetuaram nomes, histórias, tradições. Sua história, aparentemente comum à primeira vista, revela-se extraordinária ao ser observada com olhos sensíveis: ela viveu em um tempo em que a mortalidade materna era alta, os direitos da mulher eram mínimos e a separação era um estigma. Mesmo assim, ela amou, gerou, cuidou e resistiu.
Hoje, ao caminharmos pelas ruas do centro de Curitiba, ou ao passarmos pelo antigo Cemitério Municipal, onde seu corpo foi sepultado, podemos sentir a presença silenciosa de mulheres como Benedicta — invisíveis nos livros de história, mas fundamentais na construção da identidade familiar brasileira.
Para Lembrar e Honrar
Benedicta Leocádia Nascimento não foi uma heroína de capa de revista, mas foi heroína de uma casa, de uma rua, de uma linhagem. Sua memória merece ser celebrada, não apenas por seus descendentes, mas por todos que valorizam a força das mulheres comuns que, com mãos calejadas e corações generosos, moldaram o Brasil do cotidiano.
Que sua história inspire respeito pela maternidade, pela resiliência feminina e pela importância de preservar as memórias que nos conectam ao passado — e ao futuro.
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"Não foram os grandes feitos que fizeram Benedicta imortal, mas o amor com que criou seus filhos — e que, através deles, ainda hoje nos alcança."
- Nascida em 1878 - Curitiba, Paraná, Brasil
- Falecida a 7 de outubro de 1921 (sexta-feira) - Curitiba, Paraná, Brasil, com a idade de 43 anos
Casamento(s) e filho(s)
- Casada em 1910, Curitiba, Paraná, com Natal (Natale) La Banca 1881-1955 , divorciados tiveram
João Leocádio La Banca 1910-1987
José Maurício La Banca 1911-1977
Jovito Labanca 1915
Maria Labanca Dotti 1917-2007
Walfrida Labanca Bayer 1919
Notas
Notas individuais
Benedicta Leocádia do Nascimento Labanca, óbito em 7 de outubro de 1921, livro de óbitos de Curitiba de Julho de 1921 a fevereiro de 1922, Folha 85, óbito 29.439, imagem 96 no seguinte inteiro teor:
Número vinte e nove mil, quatrocentos e trinta e nove. Aos oito dias do mês de outubro do ano de mil novecentos e vinte e um, em meu cartório compareceu o Senhor Annibal Pires, que exibindo atestado médico do Dr. Vermond de Lima, declarou que ontem de dia, na rua 13 de maio número 188, faleceu provavelmente de úlcera de estomago Benedicta Leocádia do Nascimento Labanca com quarenta e três anos de idade, natural deste Estado, residente nesta cidade; que era casada com Natale Labanca natural deste Estado; que não deixou testamento e deixou cinco filhos legítimos, seguintes: José com quinze anos de idade, João com dez anos de idade, Maria com oito anos de idade, Jovito com seis anos de idade e Alfrida com quatro anos de idade; que era filha legítima de João Alves e de Maria Eliza Alves; que o corpo vai ser sepultado no Cemitério Municipal. Do que para constar mandei lavrar este termo que lido e achado conforme subscrevo e assino com o declarante.
Pelo óbito, José era de 1906, João de 1911, Maria de 1913, Jovito de 1915 e Alfrida de 1917.
É filha de João Alves e Maria Eliza Alves.
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Morte
Descendentes de Benedicta Leocádia Nascimento
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