quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Candói

 

Candói


Candói
   Município do Brasil  
Símbolos
Brasão de armas de Candói
Brasão de armas
Hino
Gentílicocandoiano
Localização
Localização de Candói no Paraná
Localização de Candói no Paraná
Candói está localizado em: Brasil
Candói
Localização de Candói no Brasil
Mapa de Candói
Coordenadas25° 34' 15" S 52° 03' 10" O
PaísBrasil
Unidade federativaParaná
Municípios limítrofesGuarapuavaCantagaloVirmondPorto BarreiroChopinzinho e Foz do Jordão
Distância até a capital320 km
História
Fundação27 de agosto de 1990 (32 anos)
Administração
Prefeito(a)Aldoino Goldoni Filho[1] (PSC, 2021 – 2024)
Características geográficas
Área total1 512,768 km²
População total (estimativa IBGE/2018[2])15 903 hab.
Densidade10,5 hab./km²
Climasubtropical (Cfb)
Altitude930 m
Fuso horárioHora de Brasília (UTC−3)
Indicadores
IDH (PNUD/2000 [3])0,712 — alto
PIB (IBGE/2005 [4])R$ 213.581 mil
PIB per capita (IBGE/2005 [4])R$ 14 104,00

Candói é um município do estado do Paraná, no Brasil. Sua população, conforme estimativas do IBGE de 2018, era de 15 903[2] habitantes.

Topônimo

O nome do município, de origem caingangue, é referência ao Rio Candói, afluente da margem direita do Rio Jordão (Paraná). Trata-se de uma homenagem ao líder Candoy, antigo chefe dos índios Votorões habitantes do local.[5]

História

As terras do município de Candói foram imemorialmente habitadas pelos índios votorões, um subgrupo da etnia kaingang que habitava a região compreendida entre os rios Cavernoso, Pinhão, Jordão e Iguaçu.

Segundo o pesquisador José Carlos Veiga Lopes "o índio Candoy" enfermou-se e foi batizado pelo padre Chagas com o nome de Hipólito no dia 13 de agosto de 1812, (o padre chamava-o pelo nome de Candoy)". Os terrenos de Candoy foram concedidos pelo governo ao tenente Manuel Elias de Araújo, também conhecido como Elias Manuel de Araújo, que se casou com Clara Madalena dos Santos em 12 de janeiro de 1783, indo os dois morar na Fazenda do Pugas, em Palmeira. O ato pioneiro de desbravamento da região do Candói por povos não índios coube ao mesmo Manoel Elias de Araújo e sua esposa, Clara Madalena dos Santos, donos de grande área de terras entre os rios Cavernoso, Jordão e Iguaçu. O casal não teve filhos e adotou uma criança, a quem batizaram de Ponciano José de Araújo e que, mais tarde, se tornaria padre. O padre Ponciano foi vigário da Freguesia de Nossa Senhora da Conceição do Tamanduá, hoje Palmeira, no período de 1825 a 1832. Elias faleceu em 10 de maio de 1829. No mapa dos campos de Guarapuava, organizado pelo padre Chagas em 1821, com a divisão das propriedades e seus respectivos donos, nenhuma está em nome de Manuel Elias de Araújo e, no lugar onde está, atualmente, o município de Candói, está escrito Campo Real e Campo do Norte. Como o casal não tinha filhos, foi o padre Ponciano que herdou a fazenda de Candoy.

Apesar de ser padre, Ponciano tinha filhos, que reconheceu. No dia 4 de outubro de 1855, Pedro Alexandre Penna, João de Abreu e Araújo e Cândido José de Almeida cadastraram, no lugar denominado Candoy, obtido por herança do padre Ponciano, uma sesmaria de campos de criar e logradouros de lavrar, medindo duas léguas de comprimento e quarto de fundo, delimitada ao sul pelo rio Jordão, ao norte pelo rio Cavernoso, a leste pelo ribeirão denominado Candói e a oeste por diversos, entre os quais o Rio Jordão e o Arroio Corvo Branco.

Em 21 de dezembro de 1892, foi criado o Distrito Policial de Candoy. No dia 5 de abril de 1913, através da Lei 1 316, foi criado o Distrito Administrativo. Em 30 de dezembro de 1948, através da Lei 199, foi alterada a grafia de Candoy para Candói.

Emancipação

Em 27 de agosto de 1990, pela Lei Estadual 9 553, foi criado o município, com o território desmembrado do município de Guarapuava. A instalação oficial deu-se em 1º de janeiro de 1993.

Política

Administração

Ex-prefeitos

Festa Nacional do Charque

Ver artigo principal: Festa Nacional do Charque

Referências

  1.  «Candidatos a vereador Candói-PR». Estadão. Consultado em 25 de junho de 2021
  2. ↑ Ir para:a b «Estimativa populacional 2018 IBGE». Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 29 de agosto de 2018. Consultado em 6 de outubro de 2018
  3.  «Ranking decrescente do IDH-M dos municípios do Brasil»Atlas do Desenvolvimento Humano. Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD). 2000. Consultado em 11 de outubro de 2008
  4. ↑ Ir para:a b «Produto Interno Bruto dos Municípios 2002-2005» (PDF). Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). 19 de dezembro de 2007. Consultado em 11 de outubro de 2008
  5.  «Línguas Indígenas no Brasil, seus troncos e famílias» (PDF). Portal Kaingang. Consultado em 6 de outubro de 2018
  6.  «Câmara de Vereadores Candói»Câmara de Vereadores Candói. Consultado em 31 de dezembro de 2019

Ligações externas

Histórias de Curitiba - O mímico da XV

 

Histórias de Curitiba - O mímico da XV

O mímico da XV
Luiz Beauchamp

Ele já levou até murro na boca.
Por amor à arte. Tá certo que nem todo mundo gosta de ser imitado, acham que é deboche.
Mas afinal, estava trabalhando.
Enquanto o teatro não o convida... o jeito é fazer do calçadão um palco.
Curitiba tem isso. A Rua das Flores é o cenário do cotidiano, que muitas vezes ganha pitadas adicionais de bom humor e irreverência.
Tem quem não goste, apesar do esforço que ele faz para agradar.
Antes era chute, pontapé, cassetada.
Mas agora o povo participa mais", acalma-se Ailton Júnior dos Santos, mímico de profissão, e, por opção
O espaço está aberto, pessoas por todos os lados contemplam o mímico e sua presa. A sensação é de estar sendo seguido, ou, no mínimo, observado. São dezenas de olhos que sorriem.
Alguns, gargalham.
Depende do espaço, ou melhor, da abertura concedida pelo transeunte.
Algumas moças saem de braço dado com o Júnior, outras aceitam a gentileza de ter um carregador de pacotes.
Em cada momento está presente o bom humor, apesar da irritação, nervosismo e vergonha do curitibano.
Não é todo mundo que considera uma brincadeira. "Pra cima de mim?!"... Júnior então disfarça, olha para cima, acena para o lado. É ligeiro.
Pena que não foi rápido o bastante para se desviar daquele soco. A família do artista quer 10 milhões de cruzeiros pelo pedaço do dente - senão não retira o processo.
É... fora do palco a vida do mímico foge à piada.
Também carrega seus dramas pessoais, que transparecem na forma de dialogar , no olhar perdido em meio a uma conversa.
Na rua, o personagem se solta.
Irradia bom humor e confessa que recebe generosas doses de alegria.
Ao menos isso, porque a hora de correr o chapéu não é sempre satisfatória.
"Tem aquele senhor do charuto, que chega todas as tardes, entre três e meia e quatro horas", recorda. Dá uma paradinha, bate as cinzas no chão, coloca os óculos, olha para o alto. O mímico acompanha tudo. É uma relação curiosa, que se repete diariamente.
Sem violência.
As vezes, há até casos românticos. A mulher, Júnior conheceu no palco.
Na rua, onde a arte imita a vida.
Casaram e ele não saiu mais de Curitiba, onde chegou há seis anos. Júnior é carioca, mas acha que o curitibano está se soltando.
Apesar da maioria guardar uma distância segura, tem quem cumprimente, acene e trave com o mímico uma cumplicidade artística.
Que seria dele sem a colaboração coadjuvante?
Teve uma vez que conheceu a outra face da moeda.
Estava no Rio quando foi surpreendido por colegas mímicos.
Um chegou pela frente, outro posicionou-se mais atrás.
Outros dois acompanharam. "Saímos andando em cinco pela rua", alegra-se Júnior.
Aqui ainda não tem disso.
Mas o curitibano está mais relaxado. Só é preciso cuidar com os mais nervosinhos...Afinal, sorrir também é uma arte.

Luiz Beauchamp é cronista.

Histórias de Curitiba - O Gato de energia

 

Histórias de Curitiba - O Gato de energia

O "Gato" de energia
Ayrton Ricardo dos Santos

No fim da década de 50 era crítico o abastecimento de energia elétrica em Curitiba.
Com o passar dos anos a situação se agravou.
Houve necessidade de rigoroso racionamento.
O quadro só modificou depois que Ney Braga encampou a "Força e Luz" e a Copel instalou as usinas diesel no Capanema.
A solução definitiva só veio mais tarde, com as hidrelétricas do rio Iguaçu.
Em 1962, um dos internos do corpo clínico do Hospital N. Sr das Graças foi acometido por uma neuro-virose com paralisia da musculatura respiratória.
Felizmente, dispunha-se de um pulmão de aço onde o moço foi colocado. O mecanismo podia mantê-lo respirando artificialmente.
Num sábado ao meio-dia, entretanto, teria início o racionamento de energia na zona das Mercês.
Fizeram, o impossível para sustá-lo!
"Mr. Brown", o diretor da Companhia "Força e Luz", mostrou-se irredutível.
Foi acionado, então, o último cartucho: o governador.
Ney tinha ido almoçar no Cangüiri...
Chamado ao telefone, às 11:30, inteirou-se da situação e agiu.
Teve de apelar para sua autoridade afim de demover o gringo
O racionamento foi suspenso e o rapaz se salvou. É hoje um dos mais brilhantes radiologistas de Curitiba.
Uma das causas para termos chegado a tão grave situação
- afora o natural e previsível aumento da demanda energética -deve ter sido o costume, generalizado a partir dos últimos anos de 1930 e que adentrou a década de 40: Uma pessoa contava para a outra... Indicava... Providenciava... finalmente vinha o "técnico" (em geral funcionário da própria empresa, interessado em traí-la por alguns cruzeiros).
Estava instalado o "gato": um pedaço de arame ou de celofane introduzido no "contador", de modo a sustar o consumo de
quilowates.
Dentro em pouco era difícil encontrar uma casa em que o "gato"não funcionasse.
E aconteciam casos!...
O fiscal, certa vez, interpelou com energia um descuidado proprietário que esquecera de remover o "gato" no tempo devido:
- "O senhor não gastou sequer um quilovate?!"
O cidadão, desajeitado, procurava justificar:
_ "E que passamos o mês inteiro fora... viajando..."
E arrematava, generoso:
_"O senhor pode cobrar a
taxa mínima..."
Outra vez o funcionário foi recebido por uma senhora, atenciosa e tensa, que o acompanhou enquanto procedia a leitura do contador e anotava o consumo.
Pela porta entreaberta divisava-se o interior da sala, onde um magnífico siamês, nédio e tranqüilo, ronronava satisfeito sobre uma poltrona.
O fiscal, querendo ser amável, comentou:
_ "Bonito gato tem a senhora!..."
Ela empalideceu, vacilou e tombou desmaiada sobre o sofá...

Ayrton Ricardo dos Santos é médico.

Histórias de Curitiba - O Monge do Cajuru

 

Histórias de Curitiba - O Monge do Cajuru

O Monge do Cajuru
Luiz Henrique Weber

Com um movimento lento ergue o corpanzil cansado, fatigado até, após longo dia de trabalho.
No poente já se despede o sol, deixando como lembrança um céu avermelhado, sinal de bom tempo.
Amanhã será outro dia seco para a lavoura, quente para o trabalho.O verão se aproxima.
Esta é mesmo uma especialidade do ancião: a previsão do tempo.
Raramente erra, quem sabe uma ou duas vezes nesses setenta e poucos anos. A vista falha um pouco, mas a percepção não o engana. É hora de recolher o corpo exausto, sentar pela varanda da casa e contemplar o final do espetáculo - a partida da luz espalha pelo palco as estrelas.
Não gosta da lua o anacore-ta.
Isolado convive com o sol, trabalha na plantação, venerando a brisa e respeitando vento e tempestade, bastante distantes nessa época do ano.
Logo é hora de dormir, de esticar as costas largas, proporcionais a altura de quase dois metros.
A barba e os cabelos imundos acompanham a proporção, derramados sobre o peito robusto, igualmente sujo.
Difícil lembrar a última vez que tomou banho. Não é por acaso que o apelidaram de monge, "O Monge do Cajuru".
A descrição até pode ser e-xata da figura lendária que viveu em Curitiba no começo deste século.
Era André Helar, catarinense que com seis meses viu transferido o domicílio para a capital paranaense.
Do mundo ficou isolado. Não só porque Curitiba fosse um lugarejo, uma vila com poucos habitantes, também pelo temperamento esquivo.
Vivia na chácara "Quaresma", apelidado popularmente de "O Campo do Monge", lugar pitoresco, rodeado de pi-nheioros e cravejado de flores campestres.
Ali, resguardado das preocupações mundanas, cresceu, experimentou idade adulta e aguardou a velhice - sempre com saúde e resistência.
Teve ocasião em que procurou a convivência humana.
Também já foi jovem, e encontrou o casamento. Não resistiu.
Na mesma noite de núpcias abandonou o leito conjugal para dormir na estrebaria. A esposa fugiu, algum tempo depois.
Também experimentou o desenho, chegando a fazer regularmente alguns trabalhos.
Desistiu em função da agricultura.
Sempre de subsistência, para evitar envolvimento com a sociedade.
André não temia as pessoas.
Era receptivo até com os que o procuravam pela curiosidade de conhecer a mítica figura e mesmo com os que queriam-no apenas para memória, na irrespeituosa ânsia de fotografar um "urso humano e urbano".
Quem sabe a todos tolerasse, ou ainda, ignorasse.
Mas a muita gente prestava serviço, emprestando a capacidade natural de lidar com a difícil arte da meteorologia.
Os agricultores da região, vizinhos de onde hoje é o enfurnado bairro do Cajuru, sabiam de antemão quando 1a chover ou quando o sol castigaria ferozmente a lavoura.
Uma previsão do tempo com até uma semana de antecedência, coisa que atualmente muitos curitibanos famosos arriscam fazer.
Mas só arriscam...

Luiz Henrique Weber é jornalista.

Vista da Região do Bairro Água Verde [Foto tirada de cima da Fábrica Todeschini], no ano de 1928

 Vista da Região do Bairro Água Verde [Foto tirada de cima da Fábrica Todeschini], no ano de 1928


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***Foto tirada ao lado do Viaduto, no Trevo do Cajuru. Avenida Afonso Camargo, esquina com a Benedito Guil e Antônio Olivio Rodrigues no (balão do Cajuru). Anos 50 ***

 ***Foto tirada ao lado do Viaduto, no Trevo do Cajuru. Avenida Afonso Camargo, esquina com a Benedito Guil e Antônio Olivio Rodrigues no (balão do Cajuru). Anos 50 ***


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Foto tirada da Rua Luiz França, esquina com a Rua Professor Nivaldo Braga do lado esquerdo. Avista-se uma das primeiras casas do quarteirão, por volta de 1965. A antiga casa de Lourdes Quinalha de Souza. Acervo Lourdes Quinalha de Souza

 Foto tirada da Rua Luiz França, esquina com a Rua Professor Nivaldo Braga do lado esquerdo. Avista-se uma das primeiras casas do quarteirão, por volta de 1965. A antiga casa de Lourdes Quinalha de Souza. Acervo Lourdes Quinalha de Souza

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