segunda-feira, 16 de janeiro de 2023

Mansão das Rosas

 

Mansão das Rosas


Mansão das Rosas

O portão. Isso é tudo que restou da “Mansão das Rosas”, em estilo toscano, construída por Francisco Fasce Fontana.
Ela foi demolida em 1979 para dar lugar a dois edifícios, restando apenas o portão da antiga casa dos Fontana.
No local o coronel Caetano José Munhoz (1817-1877) estabeleceu em 1834 o primeiro engenho de soque de erva-mate de Curitiba, conhecido como Engenho da Glória.
Após a morte do coronel Caetano José Munhoz o engenho pegou fogo e a família, em dificuldades, vendeu a empresa para Silva & Irmão, que reconstruíram o engenho.
Mansão das Rosas
Fonte: acervo Casa da Memória
A ervateira contraiu dívidas junto ao consignatário no Uruguai, Francisco Fasce Fontana, para quem vendiam a produção. Em 1880 Fontana decidiu vir para Curitiba cobrar a dívida pessoalmente. Acabou virando sócio e a empresa passou a chamar-se Silva, Irmão & Fontana, com a entrada de Fontana na sociedade. Mais tarde a sociedade foi desfeita e Fontana tornou-se o único dono do empreendimento e constituiu as Imperiais Fábricas Fontana.
Ao estabelecer-se em Curitiba, Fontana, um homem já maduro, ficou noivo de Maria das Dores de Leão (ou Maria Dolores de Leão), filha de Agostinho Ermelino de Leão (o número 2 com este nome no Paraná, conforme escrevi quando postei falando dos diversos Agostinho Ermelino de Leão), com quem casou em 09 de setembro de 1882.
Fontana ergueu tapumes em torno de sua fábrica e na véspera do casamento os derrubou, revelando não só uma fábrica completamente modernizada, mas também a velha chácara havia sido transformada em uma linda casa, com jardins e canais onde era possível navegar com pequenos barcos.
O terreno onde o engenho e a antiga chácara eram localizados ficava na beira de um banhado e era parcialmente alagado. Com a reforma o banhado foi drenado e canalizado.
No casamento de Fontana, o presidente da província, Alfredo d'Escragnolle Taunay (1843-1899), notou as obras e ficou especialmente impressionado com o saneamento que havia sido promovido no terreno. Como a região era problemática e o banhado representava um perigo constante à saúde da população, Taunay convidou Fontana para resolver o problema e assim surgiu o projeto do Passeio Público, que acabou sendo o primeiro parque da cidade.
Francisco Fasce Fontana além de tocar a obra, foi nomeado o primeiro diretor do Passeio Público.

Os vários Francisco F. Fontana


Esta família, como os Leão, também tem o hábito de ter uma pessoa com o mesmo nome a cada geração. São vários os Francisco F. Fontana, variando apenas o segundo nome.

Francisco Fasce Fontana (1849-1894)
Filho de José Fontana e Maria Jacintha Canevaro, nasceu em Gênova, na Itália em 13 de janeiro de 1949 e migrou para o Uruguai com a família em 1853. Veio para Curitiba em 1880. Entrou no negócio de engenho de erva-mate e fez o Solar das Rosas. Casou em 1882 com Maria das Dores de Leão. Foi um dos criadores do Passeio Público. Teve apenas um filho (casou tarde e morreu cedo) chamado Francisco Fido Fontana. Faleceu em Curitiba em 1894, possivelmente de um tumor no cérebro.

Francisco Fido Fontana (1884-1947)
Francisco Fido Fontana foi a pessoa que trouxe o primeiro automóvel para Curitiba (parece também que foi o quarto no país) e abriu a primeira revenda de veículos da cidade. Ele também participou do que deve ter sido a primeira corrida de automóveis do Brasil, contra Washington Luís, mais tarde presidente de São Paulo e presidente do Brasil. Após o segundo casamento de sua mãe foi ele que, mais tarde, quando adulto, ficou com a Mansão das Rosas.
Foi responsável também por um fato curioso relacionado com a casa. Foi na Mansão das Rosas que ocorreu a primeira transmissão de rádio da cidade, às 11 horas do dia 27 de junho de 1924 foi ao ar a primeira transmissão da Rádio Clube Paranaense, ainda sem prefixo e de forma experimental. Os outros sócios da rádio eram Lívio G. Moreira, Ludovico Joubert, Euclides Requião, Bertholdo Hauer, os irmãos Alfredo e Oscar de Plácido e Silva, Gabriel Leão de Veiga, Olavo Borio e Alberto Xavier de Miranda. Naquele mesmo dia foi eleita a primeira diretoria da sociedade e Francisco Fido Fontana foi o primeiro presidente.
Francisco Fido casou com Iphigenia Correia - filha de Ildefonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul - com quem teve cinco filhos. Mais tarde, após ficar viúvo, casou com Mercedes Jardim, de tradicional família carioca, os Silva Jardim, com quem teve duas filhas.

Depois dos dois FFF, vieram Francisco Flavio Fontana, que não nomeou nenhum dos seus filhos com os 3Fs. Mas o seu irmão Idelfonso Correia Fontana continuou com a tradição, nomeado um dos seus filhos de Francisco Fernando Fontana, que tem um filho chamado de Francisco Fido Fontana (em homenagem ao bisavô), que por sua vez sem um filho chamado Francisco Felipe Fontana, chegando assim a sexta geração de Francisco F. Fontana.

Mate Real


A empresa fundada por José Caetano Munhoz em 1834 e adquirida por Francisco Fasce Fontana existe até hoje como uma empresa familiar dos Fontana. É uma das empresas familiares mais antigas do país e é conhecida pela marca Mate Real.

Referências:

Grande Hotel Moderno

 

Grande Hotel Moderno


Antigo prédio do Grande Hotel Moderno em Curitiba

Antigo prédio do Grande Hotel Moderno em Curitiba

O Grande Hotel Moderno ficava nesse prédio, na Rua XV de Novembro.

O edifício - uma Unidade de Interesse de Preservação - em estilo art déco foi reformado. Segundo notícias publicadas, não foi restaurado pela falta de informações. O que é bem estranho, considerando o número de fotos antigas que existem. Atualmente o térreo é ocupado pela filial de uma rede de lojas mexicanas dedicada a venda de eletrodomésticos.

Durante muito tempo o Grande Hotel Moderno foi o hotel mais luxuoso de Curitiba.
Foi adquirido em 1923 pela família proprietária do Hotel Johnscher, outro hotel charmoso da cidade. No local já funcionava o antigo Hotel Zanqueta, do italiano Gino Zanqueta, que passou por uma ampla reforma.
A partir da aquisição pela família Johnscher, o hotel foi gerenciado por Francisco Lourenço Johnscher, que deixou a administração do primeiro hotel da família ao seu cunhado.
A família tinha jeito para a coisa, pois os dois hotéis eram os melhores da cidade.
O Grande Hotel Moderno hospedou desde presidentes, como Getúlio Vargas a artistas, como Henry Fonda. Passando por figuras ilustres como Santos Dumont.
Além dos hóspedes, o bar em estilo inglês e restaurante era frequentado pela sociedade curitibana. Com uma decoração de fim do século passado, um conjunto de violinos, o Grande Hotel era endereço elegante da cidade.

O Grande Hotel Moderno foi fechado em setembro de 1975.

Francisco Lourenço Johnscher 


Nasceu em Curitiba em 22 de abril de 1895 e faleceu também em Curitiba em 29 de abril de 1962.
Primeiro assumiu a administração do Hotel Johnscher e a partir de 1923 passou a dedicar a maior parte do seu tempo a administração do Grande Hotel Moderno.
Em 1933 participou ativamente da criação do Rotary Club de Curitiba, sendo um dos sócios fundadores da instituição.
Em 1949 fundou o Sindicato dos Hotéis e Similares e Curitiba, sendo o seu primeiro presidente, cargo que ocupou até 1957.
Foi membro da Associação Comercial do Paraná, do Conselho de Turismo do Paraná e do Conselho Rodoviário de Curitiba.

Referências:

PASSEIO PELA MATEUS LEME Esta importante via se estende desde o Largo da Ordem até imediações da Rodovia dos Minérios. Faço um convite para fazer comigo uma caminhada de recordações, entremeada com momentos vividos por mim e outros tantos de minha geração!

 

PASSEIO PELA MATEUS LEME

Esta importante via se estende desde o Largo da Ordem até imediações da Rodovia dos Minérios. Faço um convite para fazer comigo uma caminhada de recordações, entremeada com momentos vividos por mim e outros tantos de minha geração!

https://afamiliadonascimento.com/passeio-pela-mateus-leme/

Publicado por: Iara

Partindo do Largo da Ordem mais precisamente ao lado da Igreja do mesmo nome, lembro-me de uma casa comercial chamada de “CASA ORION” na confluência com São Francisco. A referida confeccionava na época, os famosos aventais para uso das donas de casa curitibanas; tratava-se de peças especiais ( bordados e babados com muita renda ).

Ressaltamos que nossa querida amiga Loide Guimarães quando jovem ainda, teve seu primeiro emprego neste local. Logo a seguir no outro lado da via, havia uma pequena oficina da “SINGER” muito procurada pelas senhoras costureiras. Na esquina em frente teve início no passado, um dos maiores teatros de Curitiba. Tratava-se do “TEATRO HAUER” ( anos 20 à 30 ) muito frequentado por meus pais e amigos, o qual trazia grandes atrações estrangeiras. O referido, depois de desativado se tornou no antigo Cine Marabá conhecido ainda por alguns de minha idade cujo imóvel ainda existente. Ao lado ficava uma sorveteria cujo dono, um italiano muito alegre, sofria com a criançada que diariamente lá estava presente, a fim de saborear os picolés e sorvetes, que de gostoso não tinha nada por se tratar de gelo puro! Mas para nós crianças, era o máximo.

Já em frente havia um moinho de cereais da família “WEIGERT” onde os moradores se abasteciam com, grãos, farinhas e cereais; tratando-se daqueles estabelecimentos, onde se comprava à granel. Estamos agora na esquina da Carlos Cavalcanti, onde há uma descida acentuada onde no passado, meninos brincavam com seus carrinhos de rolimãs. Chegando à esquina da Paula Gomes à esquerda, havia um estabelecimento com o nome de ”ARMAZÉM DO GAERTNER”. Pois bem, neste local morou mais tarde a família “MAZZA” cujos descendentes aí estão no jornalismo, na política, esporte, judiciário Lembrando Luiz Geraldo Mazza muito amigo de meu irmão Osmar e frequentador de nossa casa. ( excelente comentarista da CBN )

Andando um pouco mais e chegando quase na Inácio Lustosa, deparamos com a casa do ilustre “ALFREDO ANDERSEN” um ícone da pintura Paranaense. Ao lado última casa ficava o famoso “AÇOUGUE ASSUNGUÍ” que fornecia as carnes frescas oriundas do abatedouro Jorge Bonn no Bacacheri. Em frente havia uma padaria de nome “PADARIA AUSTRÍACA” ainda do tempo de entrega de pães em carroças puxadas a cavalos.

Estamos agora nos fundos do atual “SHOPPING MUELLER” antiga Fundição Mueller Chegamos agora no final do quarteirão à Barão de Antonina, onde ainda existe um imóvel que foi ( década de 40 a 50 ) residência paroquial dos arcebispos de Curitiba, mais conhecida naquele tempo como “CASA DO BISPO”

Chegando agora perto da confluência com a Lysimaco da Costa, onde quero externar minhas saudades de infância numa casa de uma pessoa muito querida que foi “DONA FELICIDADE GUIMARÃES” nossa querida “Vó Dade. Neste cantinho de amor, íamos quase diariamente eu , meus irmãos, junto aos seus netos, brincar e gozar da bondade desta grande senhora que nos acolhia com muita paciência e muita alegria. Tenho a ressaltar que meu querido sobrinho Flamarion nasceu nesta residência.

Seguindo deparamos atualmente com o “BOSQUE DO PAPA” muito aprazível, rodeado com seu verde sempre presente um espaço de serenidade ímpar. No passado havia neste local um curtume da família “PILATTI” onde meu pai foi contador do mesmo por vários anos.

Agora iremos mais adiante, e encontraremos o antiguíssimo “CARTÓRIO DO TABOÃO” e logo mais o famoso “PARQUE SÃO LOURENÇO” com seus encantos mil. Neste espaço há uma biblioteca que leva o nome do ilustre músico “AUGUSTO STRESSER”. Neste local existiu uma Cerâmica muito importante, cuja chaminé imponente ainda é conservada.

Vemos a seguir o famoso “COLÉGIO S. MARIA” localizado ao lado oposto do referido parque.

Seguindo pela via encontraremos bem adiante, o final desta que vai se encontrar com a Rodovia dos Minérios. Nesta altura da caminhada, vou deixar você descansar, porém te convido para outro dia qualquer continuarmos, por estes inesquecíveis lugares que amei e continuo sentindo o mesmo, nos dias atuais.

RECORDAR É VIVER!

SEGURANÇA NOS VELHOS TEMPOS

 

SEGURANÇA NOS VELHOS TEMPOS

Milton Stresser Polícia Civil

Você já parou para pensar em algum momento, em deparar com um estranho em seu lar ou melhor fazer sala para o mesmo? Pois foi o que se deu nos idos tempos em nossa casa da Barão, com minha saudosa mãe.

Lá pela década de 40 a 50 tendo eu meus sete ou oito anos ainda me recordo do acontecido. Pela manhã de um dia útil mamãe ao se dirigir ao seu quarto situado na parte frontal da casa, notou ao passar, um vulto na sala de jantar. No mesmo instante se deparou com um senhor moreno, alto muito bem trajado com terno e gravata de boa qualidade que veio ao seu encontro, perguntando se ali era a residência do Capitão Albuquerque; ao que minha mãe respondeu que não, pois o referido morava na Rua Treze de Maio.

Pois bem, a partir dai, o senhor pediu imensas desculpas e educadamente pediu um instante para sentar, a fim de anotar o endereço do mencionado Capitão. Muito bom de papo, entabulou conversa com minha mãe, e ao despedir pedindo novamente desculpas osculou respeitosamente sua mão. Lembro-me bem deste acontecimento muito observadora como sempre, guardo até hoje, a imagem desta figura. Seu terno era xadrez.

Até ai tudo bem, só que tratava-se de um larápio (ladrão) que mais tarde andou pela vizinhança aprontando, e esteve até em casa de meus avós paternos na Inácio Lustosa, sempre com a mesma conversa. Onde era oportuno, se apoderava de quantias ou outros valores. Ressaltemos que até os ladrões de antigamente eram corteses e educados.

Quero agora, a partir desta narrativa, dar umas pinceladas como era a segurança no passado.

Em nossa casa e nas demais vizinhas, as portas não eram chaveadas e dormia-se com as janelas abertas pois não se ouvia falar de roubos ou coisas similares. De vez em quando ouvi-se falar em ladrões de galinheiros (quem os tinha) na época.

Na calada da noite, ouvia-se o apito do guarda noturno que era a autoridade maior do bairro. Aquele som todas as noites era um embalo para um sono tranquilo das famílias.

Ah! Velhos tempos que nós ainda pequenos, corríamos por toda redondeza sem preocupação em ser molestados, desfrutando de nossa infância muito feliz. O único medo que se fazia presente era em deparar com bêbados cambaleantes, com seus discursos nas esquinas.

Quando já na minha juventude, recordo das idas a cinemas e teatros acompanhada com minha mãe e vizinhas amigas e ao voltarmos a segurança era presente em todos momentos!

Vejam bem que para chegar até ao Teatro Guaíra seguíamos pela Rua do Riachuelo, na ocasião uma via normal como outra qualquer do centro e ao regressar, muitas vezes já era madrugada. Ouvia-se falar de batedores de carteira e outros furtos acontecidos em centros como Rio de Janeiro ou São Paulo, porém aqui nunca se deu.

Da década de sessenta em diante começaram a acontecer tais episódios em nossa cidade, até então tudo era uma tranquilidade só.

Temos a lamentar nos dias atuais, o padecimento de nossa infância e juventude com suas liberdades tolhidas, confinadas a pequenos espaços longe da natureza e acalentada pelos aparelhos digitais que em nada substituem o universo que a nós foi proporcionado no passado.

Não lamentemos e continuemos nossa caminhada diária, sempre indicando aos mais jovens que no final do caminho, há sempre uma luz chamada “ESPERANÇA”.

VIVER É RECORDAR!

Ao final do século XIX muitos imigrantes europeus chegaram ao Paraná atraídos pela política imigratória empreendida pelo governo brasileiro para assentar colônias de produção agrícola.

  Ao final do século XIX muitos imigrantes europeus chegaram ao Paraná atraídos pela política imigratória empreendida pelo governo brasileiro para assentar colônias de produção agrícola.

"Oui"! Araucária também tem DNA francês
Ao final do século XIX muitos imigrantes europeus chegaram ao Paraná atraídos pela política imigratória empreendida pelo governo brasileiro para assentar colônias de produção agrícola. Foi assim que muitos europeus acabaram chegando até Araucária, mas não foi o caso dos franceses, que chegaram ao Brasil e se integraram por conta ao convívio e à sociedade local. Dessa forma, mesmo não contando com uma colônia francesa, existem registros de sua presença em Araucária desde o início do século XX.
Aqui se estabeleceram as famílias Belache, Charvet, Bècue, Deschrevel e Laquet. Mesmo em menor número em relação a outras etnias, os franceses foram essenciais para o progresso da industrialização em Araucária, principalmente por seu pioneirismo, pois foram os responsáveis pela instalação de uma das primeiras indústrias de grande porte no município – a Companhia São Patrício.
Fundada em São Paulo, no ano de 1938, por Alfred Charvet e Auguste Salmon, imigrantes franceses, a indústria atuava na fabricação de tecidos, cuja matéria-prima essencial era o linho. Tudo mudou em Araucária na década de 1940 quando a Companhia de Beneficiamento de Linho São Manoel - da qual também Charvet era sócio - que fornecia o linho beneficiado para a Cia São Patrício, mudou-se para Araucária. Logo em seguida, a própria São Patrício seguiu o mesmo rastro. Tal mudança se deu quando a indústria começou a sentir os efeitos da Segunda Guerra Mundial através da dificudade em importar o linho da Europa e seus proprietários perceberam que Araucária reunia condições favoráveis para o cultivo dessa matéria-prima, pois além do clima propício, muitos descendentes de europeus que aqui viviam em colônias já possuíam conhecimentos do cultivo dessa planta.
Dessa forma, fazia-se um contrato entre a indústria e os colonos, que recebiam as sementes e depois forneciam o produto de volta com garantia de preço mínimo. Dessa forma, a Companhia São Patrício empregou direta e indiretamente boa parte da população de Araucária, tanto no cultivo do linho quanto no seu beneficiamento e na linha de produção do tecido, além de incrementar o número de imigrantes atraindo mão de obra especializada da França. Além disso, a Companhia São Patrício também foi pioneira dando oportunidade de trabalho para muitas mulheres de Araucária, pois muitas delas foram empregadas em sua linha de produção.
A família Charvet também foi uma das principais colaboradoras para a construção do Hospital São Vicente de Paulo, o primeiro do município, e também para a presevação do patrimônio histórico ao tombar por lei estadual, na década de 1970, um imóvel de sua propriedade. Esse imóvel, construído em 1870 e adquirido pela família Charvet em 1943, atualmente é o mais antigo em alvenaria do município ainda em pé, além de representar um marco referencial turístico e cultural para sua região entorno, sendo conhecido como a Casa do Cavalo Baio. Esse apelido foi dado de forma popular por conta de um dos cavalos da família (o baio) que ficava ao lado da casa e chamava a atenção por seu porte e beleza.
Além disso, após ter encerrado as atividades da Cia São Patrício, no final da década de 1960, um dos prédios onde ela se localizava, anos mais tarde abrigou o recém criado Museu Tingüi-Cuera, sendo ali a sua primeira sede entre os anos de 1980 e 1982, antes de ser transferido para o Parque Cachoeira, onde se encontra até os dias atuais. É, portanto, de inestimável valor a contribuição que os franceses trouxeram ao município de Araucária, permanecendo sua marca até os dias atuais.
(Texto escrito por Luciane Czelusniak Obrzut - historiadora)
(Legendas das fotografias:
1 - Casamento de Alfred Charvet e Maria Luiza Cintra, São Paulo, 28/06/1939
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
2 - Primeira comunhão na casa da família Charvet, década de 1960
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
3 - Vista aérea da Companhia São Patrício, década de 1950
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
4 - Colonos trazendo linho em carroças para a Companhia São Patrício, sem data, coleção de Fabiene Charvet
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
5 - Sr. Luis Becue no interior da Companhia São Patrício, sem data
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
6 - Sala de penteação da Companhia São Patrício, década de 1940
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
7 - Quebradeira de linho a força motriz, sem data, coleção de Waldomiro Gayer Jr.
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
8 - Inauguração do Hospital São Vicente de Paulo com a presença da família Charvet, 1946
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
9 - Casa do Cavalo Baio, 2006.
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Pode ser uma imagem em preto e branco de uma ou mais pessoas e pessoas em pé
Casamento de Alfred Charvet e Maria Luiza Cintra, São Paulo, 28/06/1939
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas, pessoas em pé e ao ar livre
Primeira comunhão na casa da família Charvet, década de 1960
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Vista aérea da Companhia São Patrício, década de 1950
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas, pessoas em pé, cavalo e ao ar livre
Colonos trazendo linho em carroças para a Companhia São Patrício, sem data, coleção de Fabiene Charvet
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Sr. Luis Becue no interior da Companhia São Patrício, sem data
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e pessoas em pé
Sala de penteação da Companhia São Patrício, década de 1940
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas e pessoas em pé
Quebradeira de linho a força motriz, sem data, coleção de Waldomiro Gayer Jr.
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas, pessoas em pé e ao ar livre
Inauguração do Hospital São Vicente de Paulo com a presença da família Charvet, 1946
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Pode ser uma imagem de ao ar livre e árvore
Casa do Cavalo Baio, 2006.
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

"E que linda Colônia": A passagem da princesa Isabel por Araucária em 1884

 "E que linda Colônia": A passagem da princesa Isabel por Araucária em 1884

"Muito bonitas matas claras de pinheiros e outras árvores", foi o que escreveu a princesa Isabel sobre a vila Iguaçu (atual Araucária), em sua carta-diário, no dia 10 de dezembro de 1884. A princesa havia acabado de sair da Lapa e, no caminho para Curitiba, passou pela nossa cidade, se encantando com os colonos e as paisagens repletas de pinheiros.
Quando chegou à colônia Thomaz Coelho, Isabel visitou a Igreja São Miguel, construída em 1882 em terreno doado por Aleixo Trauczynski. Os colonos a esperavam com flores, uma bandeira encarnada e branca e espadas desembainhadas, esperando animados pela princesa em frente à igreja, que descreveu como "bonitinha, mas horrivelmente pequena para os 3000 colonos que existem em Tomaz Coelho". É importante ressaltar, porém, que a igreja passou por reformas, recebendo, entre 1948 e 1952, um altar de mármore Carrara e um espelho de mármore nacional, bem como um a pintura do início da década de 1950 e outros elementos decorativos, preservados até hoje.
Ainda no mesmo dia, Isabel continuou sua viagem direto para Curitiba, mas prestou elogios à Thomaz Coelho e seus moradores: "E que linda colônia, com suas plantações de centeio, todas douradas [...]. Lindas matas. Bonitos campos. Pinheiros gigantescos. Casinhas pitorescas e muito limpas e fortes raparigas. As mais lindas criancinhas". Em Curitiba, visitou a fazenda do Comendador Martins Franco, a fábrica de mate do Sr. Taborda e a Estrada de Ferro, que havia sido instalada a poucos dias, onde "bastante gente se achava junta, para ver uma locomotiva, que tinha aí passando havia pouco, pela primeira vez, e ia voltar".
A princesa Isabel aproveitou a esplendorosa paisagem do Paraná e parte de sua cultura, com manifestações dos colonos, cantorias, discursos, arquiteturas da época, entre outras, uma estadia que, assim como ela relatou, foi "Muito brilhante!"
(Texto escrito por Natalia Piccoli - estudante de História)
Referência:
CARNEIRO, David. Visita da Princesa Isabel ao Paraná. Apud Boletim Especial do Instituto Histórico, Geográfico e Etnográfico Paranaense comemorativo ao sesquicentenário de Independência do Brasil, 1822-1972. Curitiba, 1972. Vol, XV, s/e.
Fotos:
1- [Isabel, Princesa do Brasil. [S.l.: s.n.], [18--]. 1 foto, papel salinizado, color., oval 21 x 18. Disponível em: http://acervo.bndigital.bn.br/sophia/index.asp.... Acesso em: 22 out. 2021.
2- PACHECO, Joaquim Insley. [Isabel, Princesa do Brasil]. [S.l.: s.n.], [18--]. 30 x 24cm. Disponível em: http://acervo.bndigital.bn.br/sophia/index.asp.... Acesso em: 22 out. 2021.
3- Igreja de São Miguel, 1904. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres
4- Vista da Igreja de São Miguel do colégio São Vicente, sem data. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres
5- Igreja São Miguel, reforma 1948 a 1952. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.
6- Igreja São Miguel após a reforma. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres
7- [Isabel, Princesa do Brasil]: retrato]. [S.l.: s.n.]. 1 foto : carte-de-visite, papel albuminado, p&b, 9 x 6. Disponível em: http://acervo.bndigital.bn.br/sophia/index.asp.... Acesso em: 22 out. 2021.

Nenhuma descrição de foto disponível.

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas

Igreja de São Miguel, 1904.
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres

Pode ser uma imagem de ao ar livre
Vista da Igreja de São Miguel do colégio São Vicente, sem data.
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres

Pode ser uma imagem de ao ar livre
Igreja São Miguel, reforma 1948 a 1952.
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres

Pode ser uma imagem de área interna
Igreja São Miguel após a reforma.
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres

Posto Chaparral em 1975 esquina das ruas Brigadeiro Franco com Brasílio Itiberê, fotos do acervo da família

 Posto Chaparral em 1975 esquina das ruas Brigadeiro Franco com Brasílio Itiberê, fotos do acervo da família


Pode ser uma imagem de 2 pessoas e rua


Pode ser uma imagem de 4 pessoas, pessoas em pé e ao ar livre

— ***Linda vista do alto, contemplando o complexo do Colégio Estadual do Paraná, a Casa do Estudante, o Passeio Público e parte do Bairro Alto da Glória, na década de 1950 ***—

 — ***Linda vista do alto, contemplando o complexo do Colégio Estadual do Paraná, a Casa do Estudante, o Passeio Público e parte do Bairro Alto da Glória, na década de 1950 ***—


Pode ser uma imagem de ao ar livre


— ***A Avenida Luiz Xavier Paramentada em alusão ao Carnaval de 1952 ***—

 — ***A Avenida Luiz Xavier Paramentada em alusão ao Carnaval de 1952 ***—


Pode ser uma imagem em preto e branco de 7 pessoas