quarta-feira, 18 de janeiro de 2023

Sobrado da família Grisólia

 

Sobrado da família Grisólia


Sobrado da família Grisólia
Sobrado da família Grisólia
Sobrado da família Grisólia

Este casarão em estilo eclético na Rua Riachuelo é uma Unidade de Interesse de Preservação.
Foi adquirido em 1901 pelo italiano Braz Grisólia. Na parte inferior era uma loja de secos e molhados.
Mais recentemente o casarão tinha sido ocupado pelo Colégio Metropolitano, mas depois foi abandonado e no ano passado (2015) o teto caiu.
Apesar da situação em que está, o que resta tem potencial de virar um imóvel muito bonito. Tomara que seja restaurado.

Referências:

Sobrado Angélica Kurek do Amaral

 

Sobrado Angélica Kurek do Amaral


Sobrado Angélica Kurek do Amaral

Sobrado Angélica Kurek do Amaral

O sobrado Angélica Kurek do Amaral, localizado na Praça Generoso Marques, foi construído em 1914 e é uma Unidade de Interesse de Preservação.

De estilo eclético, tem uma platibanda com balaustras encimada por cinco urnas. No andar superior seis portas com arcos arrematadas com barras duplas com círculos no centro e figura humana no ápice. As portas abrem para quatro sacadas com grades de ferro fundido
No térreo duas portas em arco, uma em cada extremo e duas portas centrais maiores com decoração na parte superior. Repare nas duas colunas de ferro fundido no centro das duas aberturas maiores.

Água, malte e lúpulo – a trajetória da cerveja em Araucária

 Água, malte e lúpulo – a trajetória da cerveja em Araucária

Segundo a Reinheitsgebot - lei de pureza alemã instituída em 1516 pelo duque Guilherme IV, uma boa cerveja deve levar apenas os seguintes ingredientes básicos: água, malte e lúpulo. Na época, as leveduras eram desconhecidas e foram acrescentadas posteriormente, mas sem comprometer a qualidade da cerveja conhecida como puro malte. O malte, por sua vez, pode ser de cevada ou trigo, mas existem cervejarias que substituem a fonte de carboidrato por milho ou arroz (cereais não maltados), os belgas ainda acrescentam sabores frutados, mas o consenso do que não deve faltar em uma boa cerveja é o lúpulo.
Araucária iniciou a produção de lúpulo e cevada no início do século XX, após a Primeira Guerra Mundial. Embora o consumo de cerveja no Brasil tenha se ampliado com a imigração alemã, a partir da segunda metade do século XIX, em Araucária foram principalmente os poloneses que aqui se estabeleceram, por seu maior número, que difundiram uma receita simples de cerveja caseira, que preparavam apenas para consumo familiar, especialmente em épocas festivas como Natal e casamentos.
A primeira fábrica a ter registro em Araucária foi a Cervejaria Favorita, que produzia a cerveja Diana, pertencente a Antônio Alves Pinto. Natural de Portugal, ele estabeleceu-se em Araucária em 1902 para montar a cervejaria em Botiatuva, após aprender as técnicas com o tio de sua esposa e proprietário da Cervejaria Providência, de Curitiba. A cerveja Diana era produzida com mão de obra familiar e levava rolha em sua vedação. Em 1912 a fábrica mudou para a área urbana de Araucária, no terreno onde na década de 1920 seria construído o Colégio Sagrado Coração de Jesus, e funcionou até 1918, quando, por conta da guerra, se tornou mais difícil importar a matéria-prima que vinha da Alemanha.
Foi justamente essa dificuldade na importação de gêneros necessários à produção de cerveja que a produção de cevada e lúpulo teve início em Araucária. O cultivo de cevada para maltagem teve como pioneiros os engenheiros agrônomos Zdenco e Carlos Gayer, em 1918, e, até a década de 1940 foram cultivados e testados 23 tipos de cevada na Escola de Agricultura Gayerovo, acompanhados de criteriosos estudos e experiências referentes à sua mais apropriada forma de produção, tudo cuidadosamente anotado em um relatório de experimentação. Na época, a variedade Hanna, procedente da Moldávia, foi considerada na Europa e aqui a melhor das variedades para a fabricação de cerveja.
Esses experimentos faziam parte de um contrato firmado com a Companhia Antártica Paulista, e eram acompanhados também pela Cervejaria Atlântica, de Curitiba, maior fábrica de cerveja do Paraná na época (tendo sido fundada em 1901, funcionou até 1942, quando foi comprada pela Brahma). A partir da década de 1930 constava nos Registros de Indústrias e Profissões da Prefeitura Municipal um depósito da cervejaria Atlântica no bairro Estação, e, em 1957 surge o nome da Cia Cervejaria Adriática S.A. Em entrevista ao Arquivo Histórico em 1990, a senhora Cecília Grabowski Voss contou que a família Voss, de origem alemã, possuía uma fábrica de cerveja em Guajuvira só para atender o consumo da família, tamanho era o apreço.
Após um longo período dominado pelas grandes redes de cervejaria, a partir do final da década de 1990 o consumidor brasileiro voltou novamente seus olhos para o mercado de cervejas artesanais, que passou a ganhar cada vez mais espaço, tanto que sua fabricação cresceu 130% nos últimos 5 anos. Atualmente existem várias opções entre pequenas e grandes fábricas investindo na bebida de qualidade, com menos conservantes, mais variedade de combinações e com preços variados, apostando tanto nas engarrafadas quanto no envase por growlers in loco, refletindo um consumo mais sustentável e o retorno à receita da boa cerveja tradicional.
(Texto escrito por Sebastião Pilatto dos Santos e Luciane Czelusniak Obrzut Ono - historiadora)
(Legendas das fotografias:
1 - Representante da Companhia Antartica Paulista em plantação de lúpulo no Gayerovo, s/d, coleção da família Gayer
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
2 - Produção de lúpulo na propriedade Gayerovo, década de 1930, coleção da família Gayer
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.)

Nenhuma descrição de foto disponível.
Representante da Companhia Antartica Paulista em plantação de lúpulo no Gayerovo, s/d, coleção da família Gayer.
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Produção de lúpulo na propriedade Gayerovo, década de 1930, coleção da família Gayer.
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

A primeira fábrica de palhões do Brasil foi construída em Guajuvira, em 1902, pelo alemão Carl Gustav Koehler, com o nome Koehler-Asseburg. Alguns anos mais tarde, Koehler abriu mais uma fábrica no Barigui, mais próxima da Colônia Thomaz Coelho

 A primeira fábrica de palhões do Brasil foi construída em Guajuvira, em 1902, pelo alemão Carl Gustav Koehler, com o nome Koehler-Asseburg. Alguns anos mais tarde, Koehler abriu mais uma fábrica no Barigui, mais próxima da Colônia Thomaz Coelho

Procurando história no palheiro
Você já parou pra pensar em como era a vida antes de existir o plástico? O plástico, obtido através do refino do petróleo, está presente em nossas vidas de forma significativa desde a década de 1950, quando começou a substituir maciçamente as mais diversas formas de embalagem. Até então muitos produtos eram acondicionados em embalagens de vidro, produto de fácil quebra. Agora pense em como era feito o transporte dos mais variados produtos embalados em vidro, quando não existiam os engradados como conhecemos hoje.
Em Araucária até a década de 1950, antes da exploração industrial do petróleo, o meio de transporte que imperava eram as carroças. Vamos considerar que o asfalto também é produzido a partir do petróleo, e que até então as estradas eram basicamente de chão, ou, no máximo, pavimentadas com paralelepípedos. Agora vamos imaginar as carroças passando por essas estradas, transportando garrafas de vidro. Imaginou chegando tudo em caquinhos? Mas para isso dava-se um jeito.
Após a chegada dos imigrantes europeus, no final do século XIX, a produção de trigo e centeio aumentou vertiginosamente em Araucária, e a palha que restava era descartada. Visando aproveitar essa matéria-prima tão abundante, surgiram as primeiras “fábricas de palhões”, que produziam invólucros de palha para acondicionar as embalagens de vidro para transporte.
A primeira fábrica de palhões do Brasil foi construída em Guajuvira, em 1902, pelo alemão Carl Gustav Koehler, com o nome Koehler-Asseburg. Alguns anos mais tarde, Koehler abriu mais uma fábrica no Barigui, mais próxima da Colônia Thomaz Coelho, e, portanto, da matéria-prima. Sua fábrica em Guajuvira, por sua vez, foi adquirida em 1939 por Bogdan Wagner e passou a produzir, também, esteiras de palha para transportar frutas, vindo a encerrar suas atividades somente em 1986.
No Barigui, na década de 1930, a fábrica de palhões de Casemiro Batori iniciou suas atividades, e, alguns anos depois, passou para as mãos de Vitório Sfendrych, cujo nome ficou bastante conhecido na região, e dá nome à escola do bairro, criada em 1970 em terreno doado pelo próprio. Existiram, ainda, as fábricas de palhões da família Pianoski no Barigui, da família Jess e da família Wzorek no bairro Estação, de Ladislau Nowitski em Thomaz Coelho, e na colônia Ipiranga a fábrica Kuhn & Wagner.
As fábricas de palhões, além de gerar renda aos agricultores, também empregavam mão de obra em diversas funções, como a de costurar, amarrar, limpar as palhas, prensar, além dos mecânicos que faziam a manutenção das máquinas. O senhor Henrique Czaikowski, em entrevista ao Arquivo Histórico em 2011, contou que seu pai era mecânico da fábrica de palhões de Bogdan, e ele próprio trabalhou ali transportando esteiras de palha.
Atualmente restam poucas das construções que abrigavam as fábricas de palhões, que permanecem como testemunhas de um tempo em que o mundo era mais sustentável e menos dependente do plástico.
(Texto escrito por Luciane Czelusniak Obrzut Ono - historiadora)
(Legendas das fotografias:
1 - Henrique Czaikowski demonstrando invólucro de palha para transportar garrafa, 2011
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
2 - Fábrica de palhões de Bogdan Wagner, 1939
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
3 - Fábrica de palhões de Vitório Sfendrych, sem data
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
4 - Fábrica de palhões da família Wzorek, década de 1950
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
5 - Carregamento de palhões da fábrica de Bogdan Wagner, 1982
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.)

Pode ser uma imagem de 1 pessoa
Henrique Czaikowski demonstrando invólucro de palha para transportar garrafa, 2011
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Pode ser uma imagem em preto e branco de ao ar livre
Fábrica de palhões de Bogdan Wagner, 1939
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Pode ser uma imagem de 7 pessoas
Fábrica de palhões de Vitório Sfendrych, sem data
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas, pessoas em pé e ao ar livre
Fábrica de palhões da família Wzorek, década de 1950
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Carregamento de palhões da fábrica de Bogdan Wagner, 1982
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

No dia 18 de junho de 1908, chegava ao Brasil o navio japonês Kasato Maru, trazendo os primeiros imigrantes oriundos das terras do sol nascente para esse país.

 No dia 18 de junho de 1908, chegava ao Brasil o navio japonês Kasato Maru, trazendo os primeiros imigrantes oriundos das terras do sol nascente para esse país.

No dia 18 de junho de 1908, chegava ao Brasil o navio japonês Kasato Maru, trazendo os primeiros imigrantes oriundos das terras do sol nascente para esse país. Eram 761 japoneses que se aventuraram para tão longe buscando uma vida melhor nas lavouras paulistas de café, em um acordo migratório entre Brasil e Japão, na época em que esse representava o maior produto de exportação do Brasil. Uma década depois, o número de japoneses vivendo em terras brasileiras já havia saltado para 15 mil e seguiu aumentando ano a ano.
Com o passar do tempo, os japoneses e seus descendentes acabaram se deslocando de forma espontânea para outras regiões do Brasil. Em 1912 chegaram ao norte do Paraná, e na década de 1950 as primeiras famílias de japoneses chegaram à Araucária, integrando-se à cultura e economia local através da produção agrícola, da fruticultura e do estabelecimento de granjas de criação de galinhas. Foram tão bem sucedidos que na década de 1970 organizaram na colônia Fazendinha as festas do pêssego e do ovo, que tornaram-se por muito tempo tradição no município. Oriunda do outro lado do mundo, a cultura japonesa tornou-se bem conhecida no Brasil, de forma que tornou-se comum ao nosso vocabulário, como através do cultivo de árvores em miniatura (bonsais), dos arranjos florais (ikebanas), das dobraduras (origamis), dos desenhos (animes), e, especialmente, da culinária, chegando a fundir pratos e misturar costumes.
Para comemorar o centenário da chegada dos primeiros japoneses ao Brasil, em 2008 o Museu Tingüi Cuera, com apoio do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres, lançou a exposição “Japoneses”. Essa exposição contou com fotografias cedidas pelas famílias Tanaka, Takada, Nishimura, Uchino, Namikata e Suzuki, além de objetos característicos da cultura japonesa, que foram disponibilizados por Yoshiko Tazoe. Também integraram a exposição desenhos e trabalhos em cerâmica com temas japoneses, feitos pelos alunos do Centro Juvenil de Artes Plásticas de Curitiba.
(Texto escrito por Luciane Czelusniak Obrzut Ono – historiadora)
- Foto 1: Gincana na Fazendinha em 1957-prova do cigarro. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.
- Foto 2: Família Tanaka em lavoura de tomates na Fazendinha em 1958. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.
- Foto 3: Grupo de japoneses reunidos no bairro Capela Velha na década de 1960. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.
- Foto 4: Granja Tanaka-1966. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.
- Foto 5: Pavilhão de pêssegos na 1ª Festa do Pêssego na Fazendinha em 1971. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.
- Foto 6: Comemoração no Clube dos Japoneses em Fazendinha – década de 1970. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.
- Foto 7: Escola Ana Néri na Fazendinha em 1976. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.
- Foto 8: Imigrantes japoneses no desfile de 100 anos de Araucária em 1990. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.
- Foto 9: Reunião da Família Tanaka em Fazendinha-sem data. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.
- Foto 10: Comunidade Japonesa na Festa de 90 anos do município de Araucária em 1980. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.

Pode ser uma imagem de texto
Cartaz da Exposição "Japoneses" em 2008. Acervo: Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas, pessoas em pé e ao ar livre
Gincana na Fazendinha em 1957-prova do cigarro. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Família Tanaka em lavoura de tomates na Fazendinha em 1958. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Grupo de japoneses reunidos no bairro Capela Velha na década de 1960. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Granja Tanaka-1966. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Pavilhão de pêssegos na 1ª Festa do Pêssego na Fazendinha em 1971. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Comemoração no Clube dos Japoneses em Fazendinha – década de 1970. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Escola Ana Néri na Fazendinha em 1976. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.

Pode ser uma imagem de uma ou mais pessoas, pessoas em pé e ao ar livre
Imigrantes japoneses no desfile de 100 anos de Araucária em 1990. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.

Pode ser uma imagem de criança, em pé e ao ar livre
Reunião da Família Tanaka em Fazendinha-sem data. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Comunidade Japonesa na Festa de 90 anos do município de Araucária em 1980. Acervo do Arquivo Histórico Archelau de A. Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Exposição "Japoneses" no Museu Tingüi-Cuera em 2008. Acervo: Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Entre 1870 e 1930, época do auge da atividade madeireira no estado, se destacaram em Araucária as serraria de Pedro Hey, Emílio Voss, Albino Suckow, João Sperandio, Teolindo Ferreira, Pedro Pizzatto, Emílio Vargas e Ernesto Buchmann.

 Entre 1870 e 1930, época do auge da atividade madeireira no estado, se destacaram em Araucária as serraria de Pedro Hey, Emílio Voss, Albino Suckow, João Sperandio, Teolindo Ferreira, Pedro Pizzatto, Emílio Vargas e Ernesto Buchmann.

Araucária e sua estrutura em madeira
As habitações com estruturas de madeira já eram utilizadas desde a pré-história e em muitas partes do mundo foram substituídas pelas pedras e peças de olaria já no início da idade antiga. Na Mesopotâmia e na Roma Antiga se utilizavam tijolos, enquanto egípcios, maias e chineses utilizavam em construções as pedras. Nas regiões mais ao norte, porém, onde as florestas de coníferas eram mais abundantes, as construções com madeira tornaram-se culturais. No Japão os mais antigos templos budistas eram construídos em madeira maciça, na Polônia ainda existem as milenares casas de pesados troncos encaixados sem a utilização de pregos, no Canadá ainda utiliza-se madeira para a estrutura de casas, e nos Estados Unidos a maioria das casas ainda são feitas em
madeira e paredes de compensado.
No Brasil colonial as primeiras casas eram feitas de taipa – mistura de madeira e barro, substituídas com o tempo pelas de alvenaria. Embora tenham nomes de árvores, o Brasil e Araucária colonizados por portugueses só viriam a mudar a concepção sobre casas de madeira com a vinda de imigrantes europeus de diversas origens e asiáticos, a partir da segunda metade do século XIX. Foi então que nas colônias do cinturão verde de Curitiba muita madeira precisou ser derrubada para dar lugar a estradas carroçáveis e lavouras, o que aqueceu o desenvolvimento de serrarias em Araucária. Quando os imigrantes poloneses chegaram, por exemplo, trouxeram a técnica da construção de casas com troncos encaixados – algumas ainda existentes - aproveitando a abundância do pinheiro araucária, mas a adaptação ao clima brasileiro possibilitou que adotassem as construções utilizando madeira serrada em tábuas e sarrafos. Os pinheiros eram de tal tamanho que com apenas um rendia madeira para construir quase que uma casa inteira.
Entre 1870 e 1930, época do auge da atividade madeireira no estado, se destacaram em Araucária as serraria de Pedro Hey, Emílio Voss, Albino Suckow, João Sperandio, Teolindo Ferreira, Pedro Pizzatto, Emílio Vargas e Ernesto Buchmann. Além de possibilitarem a primeira produção de energia elétrica do município com suas máquinas a vapor, as serrarias também viabilizaram a chegada do telefone, pois já na década de 1910 as maiores delas contavam com esse tipo de comunicação. Com a queda da produção madeireira pela diminuição de matéria prima, a partir da década de 1930, Araucária só voltaria a contar com linha telefônica na década de 1950.
Fato é que as casas construídas com madeira serrada se tornaram muito populares no Paraná, nos mais diversos estilos, mas, massivamente substituídas pelas de alvenaria, atualmente estão ficando cada vez mais difíceis de serem encontradas, configurando o estilo de uma época que ficou marcado na história de Araucária.
(Texto escrito por Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono - historiadoras)
(Legendas das fotografias:
1 - Serraria de Emilio Voss, localizava-se ao final da rua Cel. João Antônio Xavier, final do séc XIX. Coleção de Cecília Voss
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
2 - Serraria de Emilio Voss, que contava com um barco a vapor para fazer o transporte das toras. Coleção de Cecilia Voss
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
3 - Serraria de Ernesto Buchmann, década de 1920
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
4 - Serraria de João Sperandio, no Campo Redondo. Construída em 1896, funcionou até a década de 1960. Coleção da família Valentini
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
5 - Última casa feita em madeira remanescente na Avenida Victor Do Amaral, 2018
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.)

Nenhuma descrição de foto disponível.
Serraria de Emilio Voss, localizava-se ao final da rua Cel. João Antônio Xavier, final do séc XIX. Coleção de Cecília Voss
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Serraria de Emilio Voss, que contava com um barco a vapor para fazer o transporte das toras. Coleção de Cecilia Voss
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Serraria de Ernesto Buchmann, década de 1920
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Serraria de João Sperandio, no Campo Redondo. Construída em 1896, funcionou até a década de 1960. Coleção da família Valentini
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Última casa feita em madeira remanescente na Avenida Victor Do Amaral, 2018
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Cineteatro Ouro Verde, Londrina - Anos 50. Acervo IMS

 Cineteatro Ouro Verde, Londrina - Anos 50. Acervo IMS


Pode ser uma imagem em preto e branco de 1 pessoa e rua

Casa de alvenaria onde funcionava a prefeitura municipal de Londrina,Pr em 1935. Localizava-se na Avenida São Paulo com a Rua Benjamin Constant. Corrigido pequenas manchas pela ação do tempo.

 Casa de alvenaria onde funcionava a prefeitura municipal de Londrina,Pr em 1935. Localizava-se na Avenida São Paulo com a Rua Benjamin Constant. Corrigido pequenas manchas pela ação do tempo.


Pode ser uma imagem de ao ar livre

Fábrica Trevisan

 

Fábrica Trevisan


Fábrica Trevisan

Fábrica Trevisan

Esta casa localizada na Rua Emiliano Perneta é uma Unidade de Interesse de Preservação e é o que restou da “Fábrica de louças, refratário e vidro João Evaristo Trevisan”, fundada em 25 de agosto de 1927. No local era a indústria e a casa da família Trevisan. As instalações da fábrica eram maiores, com barracões atrás e ao lado da casa que restou.
Um dos filhos do Sr. João virou uma personalidade da cidade, o famoso contista Dalton Jérson Trevisan, que havia nascido dois anos antes da abertura da empresa, em 14 de junho de 1925.
O jovem Dalton trabalhou na empresa da família.
Em março de 1945 houve uma explosão na fábrica e Dalton, então estudante de Direito, sofreu ferimentos no crânio e ficou um mês hospitalizado.
Mais tarde, já um escritor reconhecido, comentou: “Olhei pela primeira vez a morte dentro dos olhos e mais que o sofrimento físico, doeu a revelação de que era mortal. Nesse dia, nasceu o escritor”.

Outra postagem sobre Dalton Trevisan:
A casa de Dalton

Referências:

Antigo Hotel São João

 

Antigo Hotel São João


Antigo Hotel São João

Antigo Hotel São João

As ruínas desse casarão na Rua Riachuelo indicam que foi muito bonito no passado.
Estão construindo nos fundos um prédio e faz parte do projeto a restauração da casa, que é uma Unidade de Interesse de Preservação.
Não consegui encontrar muitas informações. Parece ser ainda do século XIX. Há unanimidade na indicação de que por algum tempo abrigou o antigo Hotel São João.
Encontrei uma fonte que indica também que ele foi originalmente residência da família de Francisco Britto. Não consegui confirmar isso com uma outra fonte.
Francisco Britto (ou Brito) seria um comerciante de charutos que vendeu em 1893 o imóvel para o Sr. Roberto Raeder instalar a sua relojoaria, que ficava bem próxima deste.

Quando restaurado, tudo indica que o casarão ficará bem bonito. Repare na platibanda com balaústres, na janela e portas com sobrevergas bem decoradas com frontões em semicírculo e figuras de faces humanas (femininas no térreo e masculinas no andar superior), gradil de ferro nas sacadas e friso sob a cornija. Repare também guirlandas (corroas de flores e folhas) sob as janelas.

Referência: