sábado, 21 de janeiro de 2023

O que fazer no Parque São Lourenço

 

O que fazer no Parque São Lourenço

O parque São Lourenço é uma excelente opção para praticar esportes, curtir a natureza e admirar a arte paranaense.

Curiosidade

Nos anos 70, houve o rompimento da represa de São Lourenço, paralisando um curtume e a fabrica de cola, que funcionava no local e que deu forma a um grande lago das águas do rio Belém.

Para conter as cheias do rio e recuperar a área alagada, foi construído o parque São Lourenço que oferece um espaço com muito verde, pista para carrinhos de rolimã, churrasqueiras, cancha de vôlei, ciclovia, playground e um memorial da arte paranaense.

Prepare-se para descobrir as inúmeras opções de lazer para fazer no parque. Vamos lá ?

PARQUE SÃO LOURENÇO VISTO DE CIMA.

Atividades

A pista de rolimã, tem uma pista especialmente construída para andar de carrinho de rolimã e se você não tem o carrinho, sempre tem uns guris gente fina que deixam o pessoal dar uma voltinha.

PISTA DE ROLIMÃ. FOTO DANIEL CASTELLANO/ SMCS

O parque traz uma longa ciclovia que interliga outros locais da cidade e ainda uma pista de caminhada, que você pode para levar o seu pet que ele vai amar o passeio .

Não para por aí, o parque ainda possui canchas de futebol e vôlei, para curtir o fim de semana. E, claro, as crianças não ficam de fora: no playground os pequenos podem brincar ao ar livre. Se a criançada é mais radical, não tem problema, o local é ótimo para andar de skate, bike ou patins.

CICLOVIA PARQUE SÃO LOURENÇO. FOTO MAURILIO CHELI SMCS

Os idosos não ficam sem opção, o parque possui academia ao ar livre para pratica de exercícios leves. O melhor é que o parque São Lourenço oferece opções para toda a família de forma gratuita!

Arte e criatividade

O local onde fica o parque anteriormente era de uma fábrica, que após o estouro da barragem, não foi derrubada! Hoje, abriga o Memorial Paranista, Jardim das Esculturas e o Centro de Criatividade, uma casa de incentivo às atividades culturais.

MEMORIAL PARANISTA. FOTO GUILHERME LUCHINA SMCS

Você vai encontrar no espaço: ateliers, oficinas, exposições, loja Curitiba sua linda e tudo que apoia à arte e à criatividade.

CENTRO DE CRIATIVIDADE. FOTO DANIEL CASTELLANO SMCS

Até mesmo máquinas e a caldeira foram mantidas, mas com um novo olhar: como peças decorativas que integram o passado e o presente.

PARQUE SÃO LOURENÇO. FOTO RICARDO MARAJÓ SMCS

No Memorial Paranista, um corredor que leva a conhecer pela arte o movimento de emancipação política do Paraná e logo após o Jardim das Esculturas uma homenagem ao artista João Turin, um grande precursor da escultura no Paraná e que foi um dos fundadores da Escola de Belas Artes.

ENTRADA DO MEMORIAL. FOTO DIVULGAÇÃO

São 12 obras espalhadas pelo Jardim que tão bem representam o homem, a fauna e a flora, repare que todas elas foram feitas em bronze que são um espetáculo à parte e dão um tom totalmente diferente ao parque.

JARDIM DAS ESCULTURAS. FOTO: PEDRO RIBAS/SMCS

Natureza

De longe, você já percebe que São Lourenço possui uma imensa área verde para aproveitar ao redor do lago centralizado no parque. O que oferece uma excelente opção para relaxar em meio a correria ou simplesmente conhecer um pouco mais a flora e fauna.

Para aproveitar o clima de lazer, após a caminhada, imersão cultural e um tempinho só com a natureza, você ainda pode utilizar uma das churrasqueiras do parque para preparar uma excelente refeição ao lado de toda a galera.

PINHÃO SÍMBOLO DO ESTADO. FOTO PEDRO RIBAS SMCS

Dica MCities: você está no meio da natureza, vale lembrar de passar um protetor solar, levar  água e o repelente, principalmente no verão.

Endereço: Rua Mateus Leme, esquina com Rua Nilo Brandão – São Lourenço.

Acesso ao parque: Rua Barão do Serro Azul / Trav. Nestor de Castro / Rua do Rosário / Rua Duque de Caxias / Rua Barão de Antonina / Rua Mateus Leme. Horário de funcionamento: todos os dias, das 6h às 22h. A entrada é gratuita e o parque possui estacionamento.

Alerta Covid-19

O parque São Lourenço segue aberto ao público, porém com atenção aos cuidados para impedir a disseminação do novo coronavírus. Mantenha o distanciamento social, use máscara, passeie sozinho ou com poucas pessoas, e procure não permanecer no parque por um longo espaço de tempo.

Que tal conhecer o que as 3 praças com nomes de países, têm para nos oferecer?

 

Que tal conhecer o que as 3 praças com nomes de países, têm para nos oferecer?

Entre as mais de 900 praças que existem por aqui, várias delas foram batizadas em homenagem a diferentes países. Selecionamos três delas mais famosas e exploramos o que cada uma tem de mais legal. Descubra a programação que rola nessas praças.

Da terra do sol nascente para Curitiba

A Praça do Japão chama a atenção logo de cara pelo seu visual oriental super autêntico: combinação dos lagos de carpas, estátua do buda, cerejeiras e o Memorial ao estilo dos templos de Kyoto, enchem os olhos. Mas os atrativos da praça vão muito além das aparências.

A Praça é uma Homenagem aos filhos do “Sol Nascente” que aqui se radicaram dedicando-se à agricultura. Você vai encontrar o Portal Japonês, lago de carpas, 30 cerejeiras enviadas do Japão  e o Memorial da Imigração Japonesa.

PRAÇA DO JAPÃO. FOTO DANIEL CASTELLANO

No Memorial você pode emprestar livros de literatura japonesa, comprar artesanatos típicos e praticar atividades como a meditação zen-budista e aulas de ábaco japonês.

Nas quintas-feiras, é realizada uma tradição milenar: a cerimônia do chá. Um momento de espiritualidade compartilhado pelo preparo e degustação de chás. Mas se quiser participar tem que agendar um horário por telefone. Também acontece feira de orgânicos na praça.

Aos sábados o professor Levis Litz dá aulas gratuitas de Tai-Chi ao ar livre. Prepare-se para relaxar e curtir a praça.

ESPAÇO DE MEDITAÇÃO. FOTO MCITIES

Endereço: Av. Sete de Setembro, s/n – Água Verde | Telefone Memorial: (41) 33351230

Cultura e gastronomia no coração do Batel

Praça da Espanha construída em homenagem aos imigrantes espanhóis que vieram para Curitiba e fica bem no meio de um dos polos gastronômicos da cidade.  Na região tem vários restaurantes, bares e bistrôs para curtir do almoço ao happy hour.

Todos os sábados, das 10h às 17h, tem feira de antiguidades que reúne itens raros e de colecionador. Tem de tudo! Desde selos, moedas, brinquedos até eletrodomésticos dos anos 70, divertido e curioso.

PRAÇA DA ESPANHA. FOTO MCITIES

 Além disso, durante a tarde sempre tem exposições de carros antigos e  aulas de yoga gratuitas. A praça oferece parquinho para as crianças e um Farol do Saber que oferece um acervo de mais ou menos 300 livros de autores espanhóis que você pode emprestar gratuitamente.

FEIRINHA DA PRAÇA DA ESPANHA. FOTO: CIDO MARQUES/ FCC

Endereço: R. Cel. Dulcídio – Bigorrilho.

Volta ao mundo culinária

A Praça da Ucrânia é uma homenagem aos imigrantes e colonizadores ucranianos de Curitiba. A praça conta com banca de revista, floricultura, uma estátua de bronze do poeta ucraniano Tarás Schevtechenko.

Todas às sextas-feiras na Praça da Ucrânia, é realizada uma feira que reúne várias barracas com pratos da culinária de diversos países. Você vai encontrar por lá: acarajé, pastéis, empanadas, crepes, tapioca, waffles, sushi, pratos peruanos e muito mais .

Além disso, tem banca com frutas, verduras, cereais, bolachas, massas e doces, realmente tem de tudo por ali. E para os colecionadores de álbuns de figurinhas, ali na praça é também um ponto de encontro da galera que quer trocar as repetidas.

A feira gastronômica da Praça da Ucrânia atrai milhares de pessoas por mês. Foto: Levy Ferreira/SMCS]

A FEIRA GASTRONÔMICA DA PRAÇA DA UCRÂNIA.FOTO: LEVY FERREIRA/SMCS

Endereço: Rua Padre Anchieta, 1350, Mercês.

Confeitaria das Famílias

 

Confeitaria das Famílias


Confeitaria das Famílias

Confeitaria das Famílias

Confeitaria das Famílias

Fundada em 1945 pelo espanhol Jesus Alvarez Tarzado, a Confeitaria das Famílias é um dos estabelecimentos mais antigos em atividade na Rua XV de Novembro.
De uma época em que não havia tanta concorrência, a confeitaria permanece firme na XV por mais de setenta anos. Famosa pelos doces com receitas criadas pelo seu fundador, a confeitaria hoje tem também uma casa de chá no segundo andar e conta com uma freguesia fiel.
A torta Martha Rocha, conhecida nacionalmente, foi criada na confeitaria para homenagear a Miss Brasil que em 1954 quase virou Miss Universo (dizem que perdeu o título por causa de duas polegadas no quadril).

Em estilo eclético, o prédio que abriga a confeitaria é uma Unidade de Interesse de Preservação. Provavelmente construído no início do século XX, já abrigou anteriormente um salão de snooker e um estúdio fotográfico.
O prédio é bem bacana, repare nos diversos detalhes da decoração e na sacada com grade em ferro fundido.

Referências:

Solar do Rosário

 

Solar do Rosário


Solar do Rosário

Solar do Rosário

Solar do Rosário

Solar do Rosário

Solar do Rosário

O Solar do Rosário, localizado na Rua Doutor Claudino do Santos, esquina com a Rua Duque de Caxias, foi construído nos anos 1890 como residência da família de Ignácio de Paula França, proprietário da Fábrica de Cerâmica Mercês e que exerceu diversos cargos públicos na cidade (presidente da Câmara Municipal, prefeito, tesoureiro da Delegacia Fiscal).
O casarão era conhecido com “Solar da Sinhá França”, mas acabou ficando conhecido pelo nome atual devido a sua proximidade com a Igreja do Rosário.

O casarão assobradado em estilo eclético é muito bonito e o frontão, especialmente, chama muito a atenção. Merecedor de todos os elogios é o ótimo trabalho de restauro e conservação. É uma Unidade de Interesse de Preservação.

Já foi propriedade do colecionador de arte e historiador Newton Carneiro e por alguns anos sede do Instituto Goethe do Paraná. A partir de 1989 passou a ser propriedade de João e Regina Casilli (proprietários também da Casa Emílio Romani) e após o restauro inauguraram em maio de 1992 um espaço de arte e cultura que “tem por objetivo regimental a promoção da cidadania através da difusão da arte e da cultura no Estado do Paraná.”
“O espaço abriga café e livraria, galeria de arte, restaurante, casa de chá e jardim de esculturas. Conta com extensa grade de cursos, oficinas e ateliês, além de ser palco de palestras, lançamentos de livros e eventos culturais.”
É um centro cultural que vale muito ser visitado. Além de apreciar todos os detalhes do casarão, com certeza, você encontrará lá alguma atividade do seu interesse. A oferta de cursos relacionados às artes é bem grande.

Referências:

Em 1920 era comum em Araucária a presença de moinhos, onde se podia triturar os grãos produzidos na agricultura tais como milho, trigo e centeio.

 Em 1920 era comum em Araucária a presença de moinhos, onde se podia triturar os grãos produzidos na agricultura tais como milho, trigo e centeio.

Do grão ao pão
O pão como um alimento dos mais tradicionais e conhecidos de todos os tempos, passa por inúmeras variações na sua feitura e se apresenta como uma forma das mais conhecidas de manutenção de uma tradição alimentar. Em Araucária, ao menos desde o século XIX, sempre foi forte a tradição de fazer e comer broa ou o pão caseiro.
Trabalho artesanal, o ato de fazer o pão pode envolver tanto o
trabalho familiar como o trabalho de artífices padeiros.
Em 1920 era comum em Araucária a presença de moinhos, onde se podia triturar os grãos produzidos na agricultura tais como milho, trigo e centeio. Em seguida, tanto se utilizando do trigo como do centeio, o processo tinha continuidade com o trabalho familiar de produção caseira das chamadas broas, que envolvia amassar, aguardar o crescimento, sovar e finalmente assar em forno à lenha. Conhecimento transmitido de geração para geração, ainda nos dias atuais, encontramos na região quem dedique um dia todo da semana para a produção artesanal de broas para consumo familiar.
Já da forma mais modernizada, de produção semi-artesanal, também algumas famílias produzem broas para vender e neste quesito são muitas as modificações no processo de produção, o que no entanto não compromete a tradição e contribui para a preservação do costume de comer broa entre famílias que por morar hoje em dia na região de Araucária, foram aos poucos incorporando este hábito alimentar.
O popularmente chamado “pão de padeiro“, vendido nas padarias, também é muito apreciado pela população, especialmente urbana, desde meados da década de 1930. As primeiras padarias as quais encontramos registros em documentos preservados no Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres, foram de propriedade de Henrique Cantador (1936) e Ludovico Kaminski (1937), ambas no Bairro Centro.
Em biografia publicada em novembro de 1994, na Coluna do Jornal Folha de Araucária – Personagens de Araucária em Gente que fez, Gente que faz, assinada por Cezar Trauczynski, o senhor Alceu Cantador conta que:
“Na sua infância estudava e ajudava o seu pai Henrique nos serviços de padaria, que se localizava na Praça Dr. Vicente Machado, (...). Lembra(...) a entrega de pães que fazia pela madrugada aos comerciantes da época Jorge Mansur, Miguel Zdaniak, João Cichon, Michel Saliba, Luiz Karas e outros.
Conta que a entrega era feita diariamente em carrocinha puxada por um cavalo e ainda ia até a estação ferroviária despachar pães, para os seus tios Sílvio Brunatto, de Guajuvira de Baixo e Paulo Cantador, de Balsa Nova.
Essas remessas eram feitas regularmente, não podia falhar, para não prejudicar a freguesia dos seus tios, das vizinhas localidades, que aguardavam diariamente a chegada do trem para comprarem pães fresquinhos e tomarem café.(...)“
(Texto escrito por Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono - historiadoras)
(Legendas das fotografias:
1 - Antigo Moinho de Salomão Jorge, Colônia Ipiranga, déc.1940
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
2 - Padeiros na Padaria Rosália, de João Kaminski, 1963
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
3 - Irene Baideski amassando broa, 2011
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.)

Nenhuma descrição de foto disponível.
Antigo Moinho de Salomão Jorge, Colônia Ipiranga, déc.1940
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Padeiros na Padaria Rosália, de João Kaminski, 1963
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Irene Baideski amassando broa, 2011
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Mulheres operárias e seu cotidiano na fábrica de tecidos

 Mulheres operárias e seu cotidiano na fábrica de tecidos

Um dos trabalhos mais significativos e gratificantes que o Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres realiza desde a década de 1990, é o de coletar depoimentos entre os antigos moradores do município que são posteriormente disponibilizados como fonte para pesquisas, exposições e demais publicações referentes principalmente a história local.
Atualmente, o Arquivo conta com mais de trezentas entrevistas e ou depoimentos que foram realizadas levando em conta a metodologia da história oral, que consiste na realização de entrevistas com indivíduos que participaram ou testemunharam acontecimentos e conjunturas do passado e do presente.
A partir de temas previamente definidos, os técnicos do Arquivo Históricos partem em busca de preciosas memórias que possam contribuir para reconciliar o saber científico com o povo.
Em 2017, tivemos a satisfação de resgatar algumas memórias que acrescentaram muito a nosso acervo já tão rico. Visitamos quatro mulheres: Geny Hinça Druszcz, Adelina Pires, Philomena Furman e Ana Falat, todas testemunhas da vivência em um mesmo ambiente de trabalho, que ainda entre as décadas de 1940-60 envolveu especialmente o feminino. Todas as quatro foram operárias na antiga tecelagem – Cia São Patrício Fábrica de Tecidos de Linho. Sabemos que muitas outras também foram, e suas memórias ainda nos aguardam para resgate, entretanto o importante é que o trabalho já foi iniciado. Muitos trechos das entrevistas com elas merecem destaque, porém, neste momento, procurando contribuir para o debate com relação à condição feminina em nossa sociedade, disponibilizamos trechos de seus depoimentos que podem remeter o leitor a muitas reflexões pertinentes e atuais com relação às mulheres, suas lutas e sua história. O que elas nos disseram:
“Chegava com o pagamento em casa, não pegava nenhum real. Dava tudo pro meu pai. Ele dava dinheiro pra mim comprar uma gasosa e um chineque pra levar no outro dia. [risos] Eu lembro… e daí aquele dinheiro ele ajudava a família. Ele guardava pro meu casamento, comprar enxoval. Tudo pro pai, nunca fiquei com um real meu.” (…)(Geny Hinça Druszcz)
“Naquele tempo era muito difícil (…)… era acompanhado por contramestre e não podia se faltar nunca, horas nenhuma. Era muito vigiado, era muito difícil trabalhar naquela época. (…) Tinha que ter uma produção(…). por dia. Ah, eu tinha que encher … umas 8 vezes uma massaroqueira de fio… (…) era trabalhado em máquina. Neste setor eram umas 20 mulheres. (…) Ajudavam, uma ajudava a outra e tinha mais várias máquinas naquele setor.” (…)
(…)achavam que a mulher que trabalhava na fábrica não merecia aquele respeito sabe? Era um preconceito muito grande.(…) tinha muito preconceito com funcionária, empregada, porque eles não diziam funcionária como hoje se diz funcionária. Era empregada, as empregadinha da fábrica. (…)” (Philomena Furman)
“(…) Tinha mulheres que pegavam, por exemplo: Eu vou trabalhar da uma às dez, da uma às dez da noite, mas tem uma que mora comigo que vai trabalhar das 5 da manhã até uma e meia. Então ela sai, e vem cuida dos meus filhos e ela… a mãe dos filhos vai trabalhar. Então as mulheres se arrumavam assim pra poder trabalhar né. Era do interior (…) e vinha morar com uma pessoa que trabalhava já na fábrica e ela pegava serviço e daí cuidava dos filhos (…)(Philomena Furman)
"(…)Era uma turma de mulheres, daí saía aquela turma de mulheres e entrava outra turma. (…) Ir tomar uma água, ir pro banheiro podia. Só que tinha um tempo limitado. É, senão o contramestre já ia atrás ver o que que estava acontecendo." (Philomena Furman).
(Texto escrito por Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono - historiadoras)
(Legendas das fotografias:
1 - Sala de penteação da Companhia São Patrício, década de 1940
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
2 - Foto aérea da Fábrica de Linho São Patrício, década de 1950
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
3 - (esq. para dir.) Ana Falat, Philomena Furman, Adelina Pires, Geny Hinça, 2017
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.)

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Sala de penteação da Companhia São Patrício, década de 1940
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

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Foto aérea da Fábrica de Linho São Patrício, década de 1950
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

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(esq. para dir.) Ana Falat, Philomena Furman, Adelina Pires, Geny Hinça, 2017
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

O Paraná, que havia se emancipado da Província de São Paulo em 1853, buscava atrair os imigrantes oferecendo o custeio da passagem de vinda e condições especiais de pagamento pelos lotes concedidos (até dez anos para pagar).

  O Paraná, que havia se emancipado da Província de São Paulo em 1853, buscava atrair os imigrantes oferecendo o custeio da passagem de vinda e condições especiais de pagamento pelos lotes concedidos (até dez anos para pagar).

Como é que eles vieram parar no Brasil?
Como já abordamos em colunas passadas, Araucária foi formada por diferentes povos, e entre os símbolos locais que marcam essa diversidade vemos alguns que fazem referência aos poloneses, como o Portal Polonês e o Memorial da Imigração Polonesa, já que aqui se estabeleceram em grande número. Mas o que muita gente se pergunta é: como é que eles vieram parar no Brasil? Para buscar a resposta vamos voltar um pouco no tempo e analisar o contexto da época.
A economia do Brasil nos séculos XVIII e XIX caracterizava-se pelo resquício da produção açucareira no nordeste, exploração de ouro no sudeste e centro-oeste, criação de gado e atividade tropeira no sul, onde também ocorria a indústria extrativa de erva-mate e madeira, e no sudeste produção cafeeira latifundiária, atividades que, em sua maioria, eram voltadas para a exportação e utilizavam em larga escala a mão de obra escrava africana. Era, portanto, insignificante a produção agrícola voltada para a subsistência, o que levava à necessidade de importação de diferentes gêneros agrícolas.
A utilização de mão de obra escrava, por conta de pressões vindas da Inglaterra – potência industrial da época em busca de mercado consumidor - passava, ao longo do século XIX, por um processo de afrouxamento, que culminaria com a abolição, em 1888. Tal fato levou ao início da exploração de novas fontes de mão de obra, atraídas pela política imigratória empreendida pelo governo brasileiro.
Enquanto isso, no século XVIII a Polônia sofria invasões e acabaria dividida entre a Rússia, a Prússia e o Império Austro-Húngaro, sumindo do mapa como nação até o fim da Primeira Guerra Mundial, em 1918. Além desse cenário de dominação, as terras cultiváveis na Polônia estavam concentradas nas mãos da nobreza e latifundiários, tornando-se impossível ao pequeno agricultor a posse de terras e ascensão social. Os pequenos proprietários que tentavam resistir viam-se forçados a vender suas terras por conta dos altos impostos, tornando-se proletários rurais. Somado a isso, a Revolução Industrial, que teve início na Europa na segunda metade do século XVIII, mecanizava a agricultura e substituía muitos trabalhadores rurais, que migravam para as cidades levando uma vida de miséria.
Sendo assim, a política imigratória brasileira, que começou no início do século XIX, significou uma chance real de fuga da condição em que encontravam-se os poloneses, à qual agarraram-se com unhas e dentes, vindo aos milhares para o Brasil, ainda que
implicasse deixar tudo para trás, inclusive alguns familiares. Cartas eram enviadas aos seus entes queridos com relatos de dificuldades, misturadas a sonhos e esperança, a tristeza de algumas perdas, as maravilhas naturais que viam por aqui, a saudade e a promessa de levá-los para junto deles. Porém, muitas dessas correspondências foram interceptadas pelos governantes, sem nunca terem chegado ao seu destino, deixando uma lacuna de dúvidas e preocupações, que desligaram para sempre laços familiares.
No Brasil do início do século XIX existiram duas políticas imigratórias distintas. No sudeste brasileiro, especialmente São Paulo, o interesse em trazer mão de obra europeia visava substituir o trabalho escravo nas lavouras de café. Os imigrantes, em maior número os italianos, trabalhavam para os latifundiários em troca de salário e viviam em cortiços. Já na região sul como um todo os governantes atraíam imigrantes europeus diversos e mais tarde asiáticos, a fim de desbravar e colonizar áreas até então despovoadas, e produzir gêneros alimentícios com base na agricultura familiar para abastecer os centros urbanos, assentando-os em colônias onde teriam a posse da terra.
O Paraná, que havia se emancipado da Província de São Paulo em 1853, buscava atrair os imigrantes oferecendo o custeio da passagem de vinda e condições especiais de pagamento pelos lotes concedidos (até dez anos para pagar). Os lotes eram demarcados e distribuídos pelo governo do Estado, sendo estabelecidas colônias de acordo com cada etnia em torno da capital Curitiba, formando um “cinturão verde”, e, posteriormente, mais ao interior do estado, sendo os poloneses os que chegaram em maior número. Em Araucária foram criadas as colônias polonesas de Cristina e Thomaz Coelho, essa última fundada em 1876, caracterizou-se como a maior colônia polonesa do Brasil, sendo chamada de Nova Polska. Sendo assim, a maioria dos poloneses que vieram ao Brasil chegaram antes ainda das fugas proporcionadas pela Segunda Guerra Mundial, iniciada em 1939.
Nas colônias o trabalho era árduo, era preciso adaptar-se ao clima e desbravar a mata virgem para abrir espaço para as lavouras e construir estradas para escoar a produção. Por aqui as matas eram repletas de pinheiros araucária, que eram comercializados com as serrarias que já existiam na região. De início construíam casas com troncos encaixados, sem a utilização de pregos, depois passaram a usar ripas, mais leves, frescas, fáceis de manejar e econômicas, pois com um pinheiro era possível construir uma casa
inteira. O colorido começava a tomar conta das paredes das casas simples, mas enfeitadas com lambrequins nos beirais. Surgiam flores ao redor da casa. Os primeiros telhados, feitos de madeira falquejada, eram aos poucos substituídos pelos produzidos nas olarias, que surgiam às beiras do rio Passaúna. O trigo e o centeio
começavam a produzir bem, e era preciso construir moinhos para processar a farinha para a broa, e as palhas eram levadas até as fábricas de palhões para que fossem confeccionados invólucros para o transporte de garrafas de vidro. Aos poucos, essas pessoas de fala e sotaque estranhos eram incorporadas à economia local e começavam a influenciar a cultura da região.
(Texto escrito por Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono - historiadoras)
(Legendas das fotografias:
1 - Família de Nicolau Makuch, estabelecida na colônia Thomaz Coelho, em pose no navio que a transportou em 1928 para o Brasil
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
2 - Malhação de centeio mecanizada no Instituto São Vicente de Paulo, em Thomaz Coelho, 1935, coleção da família de Estefano Jablonski
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
3 - João e Sophia Gawlak em plantação de batata doce em Thomaz Coelho, déc. 1940, coleção da família de Estefano Jablonski
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.)

Nenhuma descrição de foto disponível.
Família de Nicolau Makuch, estabelecida na colônia Thomaz Coelho, em pose no navio que a transportou em 1928 para o Brasil
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Malhação de centeio mecanizada no Instituto São Vicente de Paulo, em Thomaz Coelho, 1935, coleção da família de Estefano Jablonski
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
João e Sophia Gawlak em plantação de batata doce em Thomaz Coelho, déc. 1940, coleção da família de Estefano Jablonski
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

SÃO JOÃO P.R. História

 SÃO JOÃO P.R. História


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Em 1925 chegaram à região João Vieira dos Santos, Francisco Felix e Fabrício Marcondes. Liderados por João Vieira, iniciou-se a abertura da estrada que liga a Chopinzinho, antiga picada na mata, que serviu por muito tempo aos propósitos do povo da região. O nome da cidade é em homenagem ao pioneiro João Vieira dos Santos. Sendo lugar de mata virgem, as primeiras casas eram construídas de pau-a-pique ou de madeira lascada. Aos poucos foi se formando um povoado com gente vindo de diversas partes, principalmente de Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Nesta época entrava em decadência o ciclo da erva-mate e os colonos dedicavam-se à criação de porcos e lavouras de subsistência. Aos colonos recém-chegados, era vantajoso adquirir terrenos de antigos safristas, pois sendo tradicionais agricultores, já encontravam a terra desmatada e via de regra, queimada. .Formação Administrativa
Elevado à categoria de município com a denominação de São João, pela lei estadual nº 4245, de 25-07-1960, desmembrado do município de Chopinzinho. Sede no atual distrito de São João (ex-localidade). Constituído de 2 distritos: São João e Nova Lourdes, ambos desmembrados de Chopinzinho. Instalado em 15-11-1961.
Em divisão territorial datada de 31-12-1963, o município é constituído de 2 distritos: São João e Nova Lourdes.
Pela lei estadual nº 5264, de 13-01-1966, é criado o distrito de Vila Paraíso e anexado ao município de São João.
Pela lei estadual nº 5500, de 26-05-1967, é criado o distrito de Dois Irmãos e anexado ao município de São João.
Em divisão territorial datada de 31-12-1968, o município é constituído de 4 distritos: São João, Dois Irmãos, Nova Lourdes e Vila Paraíso.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2001.
Em divisão territorial datada de 2003, o município é constituído de 5 distritos: São João, Dois Irmãos, Nova Lourdes, Ouro Verde e Vila Paraíso.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.