Histórias de Curitiba - Gangsters em Curitiba 2
Depois do misterioso telefonema, o esportista avisa a polícia.
Gangsters em Curitiba
(final)
Valêncio Xavier
No dia seguinte, depois de mandar cercar o quarteirão, o delegado Miguel Zacarias, de revólver em punho, invade a casa número 90, da 7 de Setembro.
Aos gritos de "mãos ao alto" rende dois jovens que já puxavam suas pistolas para reagirem. São presos, com eles é encontrada grande quantidade de armas e munição. São o húngaro ruivo Rudolph Kinder-man e o alemão João Papst.
A moça do telefonema era Martha Schamedek, linda alemã-zinha, belo corpo, cabelos loiros, olhos azuis.
Fora amante do esportista e, atualmente, vivia com Kinderman numa "boite". Ele dissera ser vendedor de diamantes mas, numa noite de paixão, confessara ter cometido os crimes.
Amava muito a Martha, diariamente dava-lhe presentes.
Com Papst pretendia assaltar o pagador da receita federal, em Curitiba, e, depois, encerrar a vida de crimes, casar com Martha e ir com ela viver em São Paulo.
Mas, Martha ainda amava o esportista.
Depois de muito hesitar, telefona ao antigo amado contando os crimes de seu novo amante.
Presos em celas separadas, interrogados os dois negam os crimes.
Num golpe de esperteza, o delegado Miguel Zacarias conta a Papst que Kinderman dissera tudo a Martha e fora ela quem os delatara.
Papst não acredita, Miguel Zacarias traz Martha e ela confirma tudo.
"É esse o amor que voce tem por Kinderman?"diz Papst.
Martha baixa os olhos.
Papst olha o delegado - "Já que ela contou, eu digo a verdade", e confessa tudo.
Na penitenciária do Ahú, enquanto esperam julgamento, Papst e Kinderman encabeçam uma revolta de presos para fugirem.
No tiroteio com os guardas, Kinderman é ferido.
Papst, que já chegara ao portão, volta para socorrer o amigo.
Os dois são pegos.
Na revolta morreram dois guardas e dois presos.
Vinte ficaram feridos.
Por iniciativa do esportista, a colônia alemã de Curitiba coleta dinheiro para Martha voltar à Alemanha, assim estaria livre da vingança se os bandidos fugissem.
Na parede da cela de Kinderman ferido, um desenho: é o autoretrato dele com uniforme listado de presidiário n° 195. Está abraçado com Martha, a amante traidora.
Em baixo, em alemão, a legenda: O EPÍLOGO DE UM AMOR.
Julgados, Papst e Kinderman são condenados à pena máxima.
Os dois são levados a Porto Alegre para responder pelos crimes que lá cometeram.
Algum tempo passado, Kinderman morre numa epidemia de tifo, na penitenciária.
Tempos depois, Papst também morre, segundo a polícia também da "doença".
Assim termina essa história de amor, crime, violência, traição, fraternidade entre bandidos, sus-pense e muito sangue.
Igualzinho aos filmes de gangsters de Holly-woood. E tem muito mais nessa história.
Um dia eu conto o resto.
Valêncio Xavier é escritor
Gangsters em Curitiba
(final)
Valêncio Xavier
No dia seguinte, depois de mandar cercar o quarteirão, o delegado Miguel Zacarias, de revólver em punho, invade a casa número 90, da 7 de Setembro.
Aos gritos de "mãos ao alto" rende dois jovens que já puxavam suas pistolas para reagirem. São presos, com eles é encontrada grande quantidade de armas e munição. São o húngaro ruivo Rudolph Kinder-man e o alemão João Papst.
A moça do telefonema era Martha Schamedek, linda alemã-zinha, belo corpo, cabelos loiros, olhos azuis.
Fora amante do esportista e, atualmente, vivia com Kinderman numa "boite". Ele dissera ser vendedor de diamantes mas, numa noite de paixão, confessara ter cometido os crimes.
Amava muito a Martha, diariamente dava-lhe presentes.
Com Papst pretendia assaltar o pagador da receita federal, em Curitiba, e, depois, encerrar a vida de crimes, casar com Martha e ir com ela viver em São Paulo.
Mas, Martha ainda amava o esportista.
Depois de muito hesitar, telefona ao antigo amado contando os crimes de seu novo amante.
Presos em celas separadas, interrogados os dois negam os crimes.
Num golpe de esperteza, o delegado Miguel Zacarias conta a Papst que Kinderman dissera tudo a Martha e fora ela quem os delatara.
Papst não acredita, Miguel Zacarias traz Martha e ela confirma tudo.
"É esse o amor que voce tem por Kinderman?"diz Papst.
Martha baixa os olhos.
Papst olha o delegado - "Já que ela contou, eu digo a verdade", e confessa tudo.
Na penitenciária do Ahú, enquanto esperam julgamento, Papst e Kinderman encabeçam uma revolta de presos para fugirem.
No tiroteio com os guardas, Kinderman é ferido.
Papst, que já chegara ao portão, volta para socorrer o amigo.
Os dois são pegos.
Na revolta morreram dois guardas e dois presos.
Vinte ficaram feridos.
Por iniciativa do esportista, a colônia alemã de Curitiba coleta dinheiro para Martha voltar à Alemanha, assim estaria livre da vingança se os bandidos fugissem.
Na parede da cela de Kinderman ferido, um desenho: é o autoretrato dele com uniforme listado de presidiário n° 195. Está abraçado com Martha, a amante traidora.
Em baixo, em alemão, a legenda: O EPÍLOGO DE UM AMOR.
Julgados, Papst e Kinderman são condenados à pena máxima.
Os dois são levados a Porto Alegre para responder pelos crimes que lá cometeram.
Algum tempo passado, Kinderman morre numa epidemia de tifo, na penitenciária.
Tempos depois, Papst também morre, segundo a polícia também da "doença".
Assim termina essa história de amor, crime, violência, traição, fraternidade entre bandidos, sus-pense e muito sangue.
Igualzinho aos filmes de gangsters de Holly-woood. E tem muito mais nessa história.
Um dia eu conto o resto.
Valêncio Xavier é escritor
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