Histórias de Curitiba - Lembranças da CIC
Lembranças da CIC
Rui Rótolo de Moraes
A Cidade Industrial de Curitiba é um empreendimento que semeou os mais variados comentários e, é claro, também arranjou seu espaço na História de nossa cidade.
Lançado pela prefeitura em janeiro de 1973, a CIC ocupa 44Km2 (quase 10% de toda a área urbana da capital) na região oeste de Curitiba.
Localizada em faixa extensa, de baixa densidade populacional, e situada entre as rodovias BR-277 e BR-1 16, portanto de fácil acesso, também é servida por estrada de ferro e cortada pelo Rio Barigüi.
Numa época em que o Brasil ainda vivia os anos do milagre econômico e a economia mundial não conhecia o primeiro choque do petróleo, acontecia uma série de instalações de grandes empresas nacionais, estrangeiras e relo-cações de indústrias curitibanas na CIC. Elogios e/ou críticas à parte, lembramos aqui dois fatos, que se não chegarem a ser relevantes para a história da Cidade Industrial e de Curitiba, se mostram, ao menos, curiosos. A Passagem do Presidente:
Aconteceu quando o presidente Ernesto Geisel veio a Curitiba.
Fomos informados que ele iria cruzar o canteiro de obras da CIC. A segurança do presidente exigiu que todo o percurso pelo qual ele transitasse estivesse ao menos ensaibrado, senão a passagem aconteceria apenas pela Refinaria de Araucária.
Foi uma semana de árduo trabalho.
As ruas estavam sendo abertas.
Caminhões pesados e tratores faziam obras de implantação também das indústrias.
Mas o trabalho podia ser feito.
Um dia antes da visita, a segurança apareceu para inspecionar o serviço e exigiu ainda que o saibro fosse compactado, por causa das motocicletas de grande porte dos batedores da comitiva, que não poderiam trafegar com o saibro solto.
Boa parte da noite levamos para ajeitar tudo.
Logo pela menhã, às 7h30, o presidente Ernesto Geisel passou. A toda...! Política da Boa Vizinhança.
A firma Castelo S/A, vizinha da Sidepar (Siderúrgica Paranaense Ltda) na CIC, estava realizando obras junto da divisa das duas empresas. O trabalho acontecia num final de semana, quando um guincho quebrou.
Por acreditarem política de boa-vizinhança, o encarregado da obra foi até a Sidepar pedir ao japonês de plantão, um guincho emprestado.
Falando com muita dificuldade o português, o japonês teria dito; "péra pouquinho, precisar autorização", e, entrou no escritório.
O encarregado já cansara de esperar quando o japonês voltou gritando: "Não poder, não poder! Tóquio não atender, Tóquio não atender!"...
Rui Rótolo de Moraes foi coordenador de implantação das obras da CIC (Cidade Industrial de Curitiba).
Rui Rótolo de Moraes
A Cidade Industrial de Curitiba é um empreendimento que semeou os mais variados comentários e, é claro, também arranjou seu espaço na História de nossa cidade.
Lançado pela prefeitura em janeiro de 1973, a CIC ocupa 44Km2 (quase 10% de toda a área urbana da capital) na região oeste de Curitiba.
Localizada em faixa extensa, de baixa densidade populacional, e situada entre as rodovias BR-277 e BR-1 16, portanto de fácil acesso, também é servida por estrada de ferro e cortada pelo Rio Barigüi.
Numa época em que o Brasil ainda vivia os anos do milagre econômico e a economia mundial não conhecia o primeiro choque do petróleo, acontecia uma série de instalações de grandes empresas nacionais, estrangeiras e relo-cações de indústrias curitibanas na CIC. Elogios e/ou críticas à parte, lembramos aqui dois fatos, que se não chegarem a ser relevantes para a história da Cidade Industrial e de Curitiba, se mostram, ao menos, curiosos. A Passagem do Presidente:
Aconteceu quando o presidente Ernesto Geisel veio a Curitiba.
Fomos informados que ele iria cruzar o canteiro de obras da CIC. A segurança do presidente exigiu que todo o percurso pelo qual ele transitasse estivesse ao menos ensaibrado, senão a passagem aconteceria apenas pela Refinaria de Araucária.
Foi uma semana de árduo trabalho.
As ruas estavam sendo abertas.
Caminhões pesados e tratores faziam obras de implantação também das indústrias.
Mas o trabalho podia ser feito.
Um dia antes da visita, a segurança apareceu para inspecionar o serviço e exigiu ainda que o saibro fosse compactado, por causa das motocicletas de grande porte dos batedores da comitiva, que não poderiam trafegar com o saibro solto.
Boa parte da noite levamos para ajeitar tudo.
Logo pela menhã, às 7h30, o presidente Ernesto Geisel passou. A toda...! Política da Boa Vizinhança.
A firma Castelo S/A, vizinha da Sidepar (Siderúrgica Paranaense Ltda) na CIC, estava realizando obras junto da divisa das duas empresas. O trabalho acontecia num final de semana, quando um guincho quebrou.
Por acreditarem política de boa-vizinhança, o encarregado da obra foi até a Sidepar pedir ao japonês de plantão, um guincho emprestado.
Falando com muita dificuldade o português, o japonês teria dito; "péra pouquinho, precisar autorização", e, entrou no escritório.
O encarregado já cansara de esperar quando o japonês voltou gritando: "Não poder, não poder! Tóquio não atender, Tóquio não atender!"...
Rui Rótolo de Moraes foi coordenador de implantação das obras da CIC (Cidade Industrial de Curitiba).
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