sábado, 21 de janeiro de 2023

Até o final dos anos 1970 os trens transportavam cargas e também passageiros, até o próprio Getúlio Vargas, quando presidente, passou em um trem por Araucária acenando para o povo.

 Até o final dos anos 1970 os trens transportavam cargas e também passageiros, até o próprio Getúlio Vargas, quando presidente, passou em um trem por Araucária acenando para o povo.

Ferroviários de Araucária: a história que ajudaram a trilhar
Há tempos atrás os trens representavam o mais significativo meio de transporte do Brasil. Sua história iniciou-se ainda na época do império, através de um sistema de concessões, e se expandiu durante a república, quando foi gradualmente transferida para o
controle do governo federal. Durante o governo de Getúlio Vargas foi criada a Rede Ferroviária Federal S.A. – a RFFSA, e, entre sua malha encontrava-se a Rede de Viação Paraná-Santa Catarina - RVPSC, que atravessava os trilhos de Araucária e empregou muita
gente dessas terras, até voltar a ser concessionada, a partir de 1992, o que levou à dispensa da maior parte de seus funcionários e à liquidação da RFFSA, em 1999.
Até o final dos anos 1970 os trens transportavam cargas e também passageiros, até o próprio Getúlio Vargas, quando presidente, passou em um trem por Araucária acenando para o povo. E para mover esses trens eram necessários os trabalhos de toda uma equipe, de gente que ficava nos trens, nas estações e nas oficinas (o que deu o nome à Vila Oficinas, em Curitiba). O foguista, como podemos deduzir, alimentava o fogo para produzir vapor na
locomotiva, carinhosamente chamada de “maria fumaça”. Mas você sabe o que fazia um guarda-chaves? Não tem nada a ver com fechadura, se é o que imaginava. Esse profissional era o responsável por acionar a chave de desvio de trilhos na estação através de uma alavanca, de acordo com a direção que deveriam seguir. Muita prática e disposição física deveria ter o guarda-freio, pois antes de existirem os trens com freios à vácuo, os vagões eram freados por manivelas, só que elas ficavam na parte de cima do vagão, e o guarda-freio deveria se deslocar de um vagão para outro, por cima do trem, para freá-los à mão. Uma verdadeira aventura!
Antes da era do telefone a comunicação entre as estações era feita via telégrafos, e o telegrafista tinha que ter o ouvido tão treinado a ponto de ouvir os códigos como se ouvisse alguém falando. Para tanto, eram meses de treinamento não remunerado antes de tornar-se um telegrafista. Já o maquinista só podia seguir viagem depois de receber o “pode”, através da informação que chegava via telégrafo de uma estação para outra, informando a posição dos trens para que não se encontrassem, provocando grave acidente. Por falar em maquinista, segundo o relato de testemunhas da época, alguns deles quando passavam perto das casas das namoradas, “choravam” o apito para elas saberem que seu amor estava passando. Essas histórias encontramos nas memórias de quem vivenciou a magia dessa época, e que desvendamos como verdadeiros tesouros, que aos olhos de quem valoriza o passado reluzem ao serem reveladas.
(Texto escrito por Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono - historiadoras)
(Legendas das fotos:
1 - Funcionários em locomotiva na Estação Araucária. Recordação de José Perine (ex guarda-chave da Estação)/ sem data
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres
2 - Estação de Guajuvira, 1950
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres
3 - Antiga Estação de Guajuvira, sem data
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres
4 - Antiga Estação Araucária, no atual bairro Estação, 1926
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres)

Nenhuma descrição de foto disponível.
Funcionários em locomotiva na Estação Araucária. Recordação de José Perine (ex guarda-chave da Estação)/ sem data
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres

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Estação de Guajuvira, 1950
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres

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Antiga Estação de Guajuvira, sem data
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres

Nenhuma descrição de foto disponível.
Antiga Estação Araucária, no atual bairro Estação, 1926
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres

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