Histórias de Curitiba - Soldados do fogo
Soldados do fogo
Alide Zenedin
Incêndio! Era o que anunciava o toque do sino da igreja.
Dotados de materiais e uniformes, sem quartel, fazendo e-xercícios na Rua Saldanha Marinho, em 1897 Emílio Verwiebe, Frederico Seegmuller, Ferdinando Poppe, Alberto Schoneweg, João e Rodolfo Schmidt, Rodolfo Ros-senau, João Rotlek, Antônio Pospissil e Venceslau Glaser, fundaram a Sociedade Teuto-Brasileira de Bombeiros Voluntários, objetivando com seus recursos a extinção de incêndios e outras calamidades.
Pessoal inexperiente e heterogêneo, mas que com bravura e abnegação cumpriu os de-veres do ofício.
Ao sinal dos sinos, acorriam de diferentes pontos da cidade, arrastando suas bombas ou as tra-cionando por muares para o local sinistro.
Brandindo suas machadinhas golpeavam as vigas carbonizadas, rompendo a muralha de fumaça com jatos d'água dentro de uma chuva de madeira em combustão, indiferentes às chamas que chamuscavam as mãos e faces.
Balançando, pendurados numa escada de corda, travavam com as labaredas uma luta sobrehumana.
Esses voluntários do dever, heróis anônimos, após relevantes serviços prestados à comunidade curitibana, dissolveram em 1901 a prestativa sociedade, por falta de recursos.
Em 23 de março de 1912, foi sancionada a Lei 1.133, que criou na Capital do Estado do Paraná o Corpo de Bombeiros.
Somente em
14 de julho foi inaugurado o quartel, na esquina das Ruas Cândido Lopes e Ébano Pereira.
Foi seu primeiro comandante o Major Fa-briciano do Rego Barros.
Em 04 de junho de 1951, re-alizou-se a mudança para a Av. Vise. de Guarapuava, esquina da Rua Nunes Machado.
Antigo alojamento do 14° Regimento de Cavalaria e 5o Batalhão de Engenharia do Exército Nacional e, pr último, sede da Guarda Civil do Estado.
Quem é da época não esquece as figuras carismáticas do saudoso Ten.
João Alexandre da Silva, dirigindo a "bomba a vapor"(alcunha de Maria Bufante) e do Ten.
José Theophilo da Silva, a auto bomba Merryweather, ainda em condições de prestar bons serviços.
Por quase três lustros fui bombeiro.
Agora, lembro que vi de perto a carreira de sacrifícios imposta aos soldados do fogo e o espírito desprendido que os anima nessa luta.
Dessas missões, por exemplo, ainda estão bem vivos, em nossa memória, os incêndios florestais ocorridos em setembro de 1963.
A operação "Paraná em Flagelo"contou além de praças e oficiais do Corpo de Bombeiros, da PMER do Exército, da Aeronáutica e da Marinha, com técnicos vindos de toda parte do Brasil, de Mr.
Lownder, Chefe dos Serviços de Combate a Incêndios Florestais dos EE.UU e sua equipe, da população civil das localidades mais antigas, de elementos do Centro de Adestramento Marques de Leão da Marinha de Guerra do Brasil, e dois helicópteros do Porta Aviões Minas Gerais.
Uma verdadeira operação de guerra
Atuando com todas as condições operacionais desfavoráveis, os bombeiros deixaram um exemplo marcante no socorro aos flagelados e no combate sem trégua ao fogo que, mesmo assim, fez vítimas e causou danos.
Nunca esquecerei tanta dedicação e tanto empenho na proteção dos valores fundamentais da pessoa e do meio ambiente.
Alide Zenedin é coronel engenheiro da Polícia Militar do Paraná, na reserva.
Alide Zenedin
Incêndio! Era o que anunciava o toque do sino da igreja.
Dotados de materiais e uniformes, sem quartel, fazendo e-xercícios na Rua Saldanha Marinho, em 1897 Emílio Verwiebe, Frederico Seegmuller, Ferdinando Poppe, Alberto Schoneweg, João e Rodolfo Schmidt, Rodolfo Ros-senau, João Rotlek, Antônio Pospissil e Venceslau Glaser, fundaram a Sociedade Teuto-Brasileira de Bombeiros Voluntários, objetivando com seus recursos a extinção de incêndios e outras calamidades.
Pessoal inexperiente e heterogêneo, mas que com bravura e abnegação cumpriu os de-veres do ofício.
Ao sinal dos sinos, acorriam de diferentes pontos da cidade, arrastando suas bombas ou as tra-cionando por muares para o local sinistro.
Brandindo suas machadinhas golpeavam as vigas carbonizadas, rompendo a muralha de fumaça com jatos d'água dentro de uma chuva de madeira em combustão, indiferentes às chamas que chamuscavam as mãos e faces.
Balançando, pendurados numa escada de corda, travavam com as labaredas uma luta sobrehumana.
Esses voluntários do dever, heróis anônimos, após relevantes serviços prestados à comunidade curitibana, dissolveram em 1901 a prestativa sociedade, por falta de recursos.
Em 23 de março de 1912, foi sancionada a Lei 1.133, que criou na Capital do Estado do Paraná o Corpo de Bombeiros.
Somente em
14 de julho foi inaugurado o quartel, na esquina das Ruas Cândido Lopes e Ébano Pereira.
Foi seu primeiro comandante o Major Fa-briciano do Rego Barros.
Em 04 de junho de 1951, re-alizou-se a mudança para a Av. Vise. de Guarapuava, esquina da Rua Nunes Machado.
Antigo alojamento do 14° Regimento de Cavalaria e 5o Batalhão de Engenharia do Exército Nacional e, pr último, sede da Guarda Civil do Estado.
Quem é da época não esquece as figuras carismáticas do saudoso Ten.
João Alexandre da Silva, dirigindo a "bomba a vapor"(alcunha de Maria Bufante) e do Ten.
José Theophilo da Silva, a auto bomba Merryweather, ainda em condições de prestar bons serviços.
Por quase três lustros fui bombeiro.
Agora, lembro que vi de perto a carreira de sacrifícios imposta aos soldados do fogo e o espírito desprendido que os anima nessa luta.
Dessas missões, por exemplo, ainda estão bem vivos, em nossa memória, os incêndios florestais ocorridos em setembro de 1963.
A operação "Paraná em Flagelo"contou além de praças e oficiais do Corpo de Bombeiros, da PMER do Exército, da Aeronáutica e da Marinha, com técnicos vindos de toda parte do Brasil, de Mr.
Lownder, Chefe dos Serviços de Combate a Incêndios Florestais dos EE.UU e sua equipe, da população civil das localidades mais antigas, de elementos do Centro de Adestramento Marques de Leão da Marinha de Guerra do Brasil, e dois helicópteros do Porta Aviões Minas Gerais.
Uma verdadeira operação de guerra
Atuando com todas as condições operacionais desfavoráveis, os bombeiros deixaram um exemplo marcante no socorro aos flagelados e no combate sem trégua ao fogo que, mesmo assim, fez vítimas e causou danos.
Nunca esquecerei tanta dedicação e tanto empenho na proteção dos valores fundamentais da pessoa e do meio ambiente.
Alide Zenedin é coronel engenheiro da Polícia Militar do Paraná, na reserva.
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