Passeio Público - o primeiro parque da cidade
O Passeio Público foi inaugurado no dia 2 de maio de 1886 e é o primeiro parque da cidade.
Há controvérsias sobre a propriedade das terras onde ele foi construído. A própria Coordenação do Patrimônio Cultural apresenta versões diferente. Em um livro editado por eles dizem que o terreno foi doado por Francisco Fasce Fontana (1849-1894). No mesmo livro e no site deles, dizem que o parque foi construído em terrenos (na verdade, banhados) de propriedade da municipalidade.
No início a área tinha uns 48.000 m². Para ampliar, foram desapropriadas algumas terras no entorno e o parque tinha a disposição mais ou menos 95.000 m². Porém, com o tempo, parte do terreno foi doado. Uma parte para construírem o Colégio Estadual, outra para a Casa do Estudante Universitário e uma terceira, a que correspondia ao Largo do Bittencourt, onde anteriormente havia sido o engenho Bittencourt, foi doada para uso particular, ou seja, para o Circulo Militar, que instalou a sua sede no local. Após as doações o parque ficou com as suas dimensões atuais, de aproximadamente 70.000 m².
Independente da questão da origem do terreno, uma coisa é certa. O parque foi construído com o objetivo principal de sanear a região, que era um enorme banhado e fonte de doenças. De brinde, a cidade ganhou o seu primeiro parque.
O Passeio Público é tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná e é Unidade de Interesse de Preservação.
Quando foi feito o zoológico da cidade, lá no Parque Iguaçu, parte dos animais que estavam no Passeio Público foram transferidos. Lembro-me de um pobre leão e de outros felinos de grande porte, em umas jaulas minúsculas. Uma das histórias que ouvi naquela época dizia que nem todos os animais seriam transferidos, pois a família que havia doado a área para o Passeio Público tinha determinado que deveria sempre ter animais ali, do contrário o terreno voltaria para os descendentes. Provavelmente, mais uma lenda urbana.
Quando vim morar em Curitiba, tive de revalidar o meu diploma do secundário. Para isso, foi necessário algumas provas, que foram feitas no Colégio Estadual. Durante as provas caiu uma chuvarada, mas quando terminei, já tinha passado e havia sol. Sai em direção ao centro, mas ao lado do Estadual, na esquina do Passeio Público, estava tudo alagado. Naquela época era comum alagar naquela região e boa parte da Cândido de Abreu ficava debaixo de água também. E a chuva não precisava ser muito grande. Parado, na esquina, esperando a água baixar, vi um senhor com um guarda-chuva fechado, usando-o como uma espécie de arpão, tentando fisgar algumas carpas que haviam “fugido” do lago do Passeio Público. Não conseguiu, mas foi inusitado e divertido ver aquilo.
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