Residência Guilherme Withers Junior
Essa casa na Avenida do Batel é uma Unidade de Interesse de Preservação.
O projeto dela foi apresentado à Prefeitura, pelo engenheiro Eduardo Fernando Chaves, e aprovado em julho de 1921, como residência para o Sr. Guilherme Withers Junior.
O Sr. Guilherme era proprietário de um frigorífico.
No livro “As virtudes do bem-morar”, encontrei um depoimento da Sra. Maria Elena Withers Pessoa, transcrito abaixo:
“A casa era muito grande e os aposentos, enormes. As paredes eram grossas, com madeira nas janelas, no assoalho e na parede da escada de acesso ao primeiro andar, onde se localizavam os quatro dormitórios. Cada qual tinha um quarto de vestir anexo, com poltrona, mesinha e cadeira. Neste andar, havia só um banheiro – de porta parcialmente envidraçada –, com vaso, pia, bidê e banheira de louça; além de metais niquelados. No térreo, o escritório e as salas de visita e de jantar eram aquecidos pelas lareiras. Na sala de jantar, havia a cristaleira – com os cristais Murano –, duas étageres – com a baixela inglesa – e uma mesa elástica para 12 pessoas, com um lustre de madeira centralizado. Nas demais salas, igualmente forradas com tapetes persas, os lustres eram de cristal. A copa era o local onde vovó Madalena e vovô Guilherme passavam mais tempo, porque tinha uma pequena antessala com duas poltronas de couro e um rádio. As crianças faziam as refeições antes dos adultos. A grande cozinha, sem armários, tinha uma mesa ampla com os aparelhos manuais para moer café, carne e macarrão, e o fogão a lenha com serpentina para aquecer água. Na despensa anexa, ficava a geladeira com barras de gelo, repostas pelo caminhão todos os dias. A cozinha, assim como os banheiros, tinha azulejos à meia altura e pintura até o teto. Havia uma escada de serviço saindo da cozinha, que levava aos dois quartos de empregados no sótão, e, embaixo dela, localizava-se o depósito de lenha para o fogão, que continuou sendo usado, mesmo após a instalação do fogão elétrico em 1940. Havia uma lavanderia, ao lado da cozinha. O quarto de passar roupas, mais tarde, tornou-se sala de costura. A família recebia muitos amigos e parentes para almoçar e jantar, para o chá das senhoras e os hóspedes que moravam fora de Curitiba.”
Adoro quando encontro esse tipo de depoimento. São como uma pequena janela no tempo, onde nos é permitida uma breve espiada na casa e na vida dentro dela.
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