sexta-feira, 14 de abril de 2023

QUE TAL SABOREAR UM MATTE LEÃO ?

 QUE TAL SABOREAR UM MATTE LEÃO ?

Fundador da Fábrica Leão Junior, Agostinho Ermelino nasceu em Curitiba em 04/09/1866. Sua família que se formou no Paraná descende de Agostinho Ermelino de Leão, nascido em Salvador, em 1797. Com ele inaugurou-se também uma linha sucessória de Agostinho Ermelino – até a presente geração, oito homens, incluindo um Ermelino Agostinho, foram assim batizados.
A empresa foi fundada por Agostinho Ermelino de Leão Junior, em 08/05/1901, como uma companhia de industrialização de erva-mate no Paraná. Por isso, foi batizada Leão Junior.
Nos anos 1930, fazer a carga chegar a outros países era uma verdadeira saga. Do sul do estado do Paraná, o mate saía de barco de São Mateus do Sul e seguia pelo Rio Iguaçu até Porto Amazonas. A erva era colocada em vagões de trens que seguiam então até Curitiba. Depois de beneficiada na capital, seguia para o Porto de Paranaguá. Era transportada em lombos de burros e carroças, que seguiam pela estrada da Graciosa até o litoral. No porto, a erva-mate era embarcada em navios cargueiros e seguia para o Chile, Argentina e Uruguai.
Luiz Otávio Leão, bisneto de Agostinho, explicou que no começo havia pouco dinheiro para tocar o negócio. O mercado-alvo da empresa era a América do Sul, especialmente Uruguai, Argentina e Chile. O grande salto veio em meio a uma crise: a Argentina, que era a maior consumidora do produto brasileiro, proibiu a importação de erva-mate já embalada – pronta para consumo. O país só iria comprar a mercadoria a granel, para poder agregar valor em seu território. A família Leão, então, montou um engenho em solo argentino.
Assim, a 'Matte Leão' exportava a granel para si mesma lá na Argentina. Era uma empresa brasileira vendendo com valor agregado. Foi uma oportunidade nessa crise”, conta Luiz Otávio.
No início do século 20, era muito raro ver uma mulher à frente de grandes empresas, principalmente no interior do estado. Mesmo assim, a viúva de Agostinho Ermelino, Maria Clara de Abreu Leão, enfrentou o desafio, após a morte do marido, em 1907. Em 26 de fevereiro de 1908, ela assumiu o comando da companhia, tornando-se uma pioneira nesse ramo de negócios no país. Por um curto período de tempo a empresa chegou a se chamar Viúva Leão Junior, sendo logo rebatizada Fábrica Leão Junior.
Nos primeiros anos de existência, a companhia enfrentou três grandes incêndios em suas fábricas, mas superou as adversidades e, nos anos 1920, a Leão Junior já era a maior empresa do setor, com um volume de exportação de mais de 5 mil toneladas por ano. Também no início de sua história, a Leão Junior exportou a erva-mate na forma de chimarrão para a Argentina, o Uruguai e o Chile. Nessa época, a erva-mate era apenas vendida verde, para chimarrão.
Uma das fábricas da Leão Junior funcionava no bairro do Portão e era o maior e mais aperfeiçoado que o Paraná jamais teve. Após um incêndio ocorrido em 1930, ele foi totalmente destruído e fechado. O engenho do Portão deixou como marco histórico a alta chaminé, monumento a lembrar um passado de prosperidade e grandeza.
Desde então, a Matte Leão sempre esteve nas mãos da família Leão — até ser comprada, em 2007, pela Coca-Cola.
(Extraído de: gazetadopovo.com.br)
Paulo Grani

Nenhuma descrição de foto disponível.
Fachada da edifício sede da Leão Junior, no bairro Rebouças, em 1946.
(Foto: Wikipédia)

Nenhuma descrição de foto disponível.
Agostinho Ermelino de Leão, em 1906.
Foto: Wikipedia

Nenhuma descrição de foto disponível.
Primeira fábrica da Leão Junior, bairro Portão, no início do século 20.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Complexo de barrações da Leão Junior, abrangia uma quadra inteira no bairro Rebouças, década de 1940.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Embalagem metálica da "Herva Matte" beneficiada, usada pela Leão Junior, década de 1940.
Mercado Livre
Nenhuma descrição de foto disponível.
Embalagem metálica do chá mate "tipo tostado", usada pela Leão Junior, década de 1940.
Mercado Livre
Nenhuma descrição de foto disponível.
Embalagem metálica do chá mate "tipo tostado", usada pela Leão Junior, década de 1940.
Foto: Mercado Livre.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Embalagem, tipo caixinha, feita de madeira, comercializada desde os anos 1920.
Foto: Mercado Livre.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Embalagem de papelão do do chá mate "Super Extra", usada pela Leão Junior, década de 1950.
Foto: Mercado Livre.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Embalagem, tipo caixinha, feita de madeira, comercializada desde os anos 1920.
Foto: Mercado Livre.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Embalagem metálica do chá mate "tipo Super Extra", usada pela Leão Junior, década de 1940.
Foto: Mercado Livre.

Nenhum comentário:

Postar um comentário