Fachada da Estação Dom Pedro II, apos sua inauguração, em foto da década de 1890.
Arquivo Biblioteca Nacional.
Aspecto do conjunto da Estação Dom Pedro II, com seu prédio e ampla cobertura adjunta à plataforma de embarque/desembarque, abrigando algumas linhas do pátio de manobras, primeira década de 1900.
Foto: Marc Ferrez. arquivo BN.
Aspecto do entorno da enseada do Porto de Paranaguá, década de 1910, contemplado com um segundo trapiche para movimentação de cargas.
Foto: novomilenio.com.br
Trapiche de atracação do Porto D. Pedro II de Paranaguá, em 1912, mostra as primitivas instalações do conjunto que unia o Porto ao pátio da antiga Estação Dom Pedro II.
Foto: novomilenio.com.br
HISTÓRIA DA ESTAÇÃO DOM PEDRO II, NO PORTO DE PARANAGUÁ
Quando os moradores de Paranaguá viram iniciar-se as obras de sua estrada de ferro, logo nominaram a
estação que estava sendo construída no Porto, de "Estação Dom Pedro II, em homenagem ao imperador.
Muito antigamente o local era chamado de Ponta do Gato ou Enseada do Gato, assim denominado devido a haver morado ali o pescador José da Silva, conhecido pela alcunha "Gato", visto ser descendente do bandeirante Manuel de Borba Gato. No entanto, O local era também conhecido como Arroio d'Água e, nele, havia um antigo ancoradouro com o nome "Porto D'Água".
Ali, o engenheiro Pedro Scherer começara em 1873 os trabalhos de construção de seu traçado ferroviário, optando por edificar, previamente, uma Estação junto ao porto, como ponto de partida da ferrovia.
A primeira e mais importante obra entre os projetos não era nenhuma ponte ferroviária ou instalação ao longo da linha, e sim, o trapiche construído no local que “era uma construção de pedras e de madeira, alcançando a profundidade de quase 5 metros. Esse trapiche assegurava a atracação dos navios que traziam os materiais de construção para a ferrovia”.
Em 1880, quando iniciou a construção definitiva, Ferruci tratou logo de obter os terrenos necessários, não só na cidade mas também no porto, onde numa superfície inicial de 55.263,44 metros quadrados, deveriam ser construídos os armazéns , depósitos, oficinas etc. Mais tarde foi acrescida uma outra faixa de terrenos de marinha com o comprimento de 180 metros por 30 de largura destinada a receber o trapiche de atracação da companhia.
Foram esses os dois primeiros terrenos adquiridos pela Chemins de Fer no Porto de D. Pedro II. Pois foram nessas áreas pré determinadas por Ferrucci que se deu início da construção da estação propriamente dita, do armazém de mercadorias em anexo e do depósito de locomotivas, destinado a abrigar quatro unidades, bem assim como de outras complementares, como fossas de limpeza e do reservatório de água, com capacidade de 48 metros cúbicos.
No começo de 1882, quando Ferrucci entregou a chefia de construção à Teixeira Soares, todos esses edifícios encontravam-se em fase de acabamento. Na estação, colocavam-se as esquadrias das portas e janelas, pintura e trabalhava-se na plataforma. A estação D. Pedro II possuía duas plataformas paralelas entre si, com três linhas intercaladas, cobertas pelo alpendre, na extensão de 50 metros, sustentado por colunas ocas de ferro fundido, sendo o vigamento também de ferro pelo sistema Polonceau, coberto de telhas francesas. Uma das plataformas correspondia ao edifício dos viajantes, e a outra para mercadorias" (Texto de Dirceu Cavalcanti).
O local do Porto Dom Pedro II definiu-se em função dessa primeira estação e desse trapiche, pois esse local era o ponto mais favorável para atracar embarcações de maior calado para exportar as cargas de erva-mate, madeira e grãos que chegavam do planalto. Portanto, essa estação foi a primeira instalação ferroviária do Paraná.
Naquela ocasião, o engenheiro Scherer traçou o leito daquele trecho da estrada, partindo do Porto, traçando uma grande reta até a cidade. Essa linha atravessou o arroio do porto d'água, os terrenos da chácara Marques, o arroio dos Marques, o sítio do Padre Machado, passando ao lado do arroio da Fonte Nova. Assim, a Estação Dom Pedro II (junto ao Porto) foi o ponto de partida até definir-se o local exato da Estação a ser edificada no núcleo da cidade.
O envolvimento do Porto de Dom Pedro II com o movimento marítimo não foi propriamente um casamento à primeira vista. Ocorreu primeiro o namoro, longo namoro, num tempo em que os barcos não podendo fundear no assoreado estuário do Rio Itiberê, procuravam refúgio na Ponta da Cotinga, vis-a-vis com a costa em que seria construído o porto.
O prédio original da Estação Dom Pedro II, hoje não existe mais. Ainda assim, o pátio de manobras que havia, com os desvios portuários, surpreendia em tamanho, com suas 32 linhas.
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