quarta-feira, 18 de outubro de 2023

Breslávia Wrocław;[1] em alemão Breslau) é uma cidade da Baixa Silésia, na Polônia

 Breslávia  Wrocław;[1] em alemão Breslau) é uma cidade da Baixa Silésia, na Polônia


Breslávia

Wrocław

Praça central
Praça central
Símbolos
Bandeira de Breslávia
Bandeira
Brasão de armas de Breslávia
Brasão de armas
LemaBreslávia, o ponto de encontro.
Apelido(s)WrocLove
Localização
Breslávia está localizado em: Polônia
Breslávia
Posição de Breslávia na Polônia
Coordenadas51° 07' N 17° 02' E
PaísPolónia
RegiãoBaixa Silésia
Características geográficas
Área total292,82 km²
População total (2010)632,996 hab.
Densidadeauto hab./km²
Altitude111 m
Fuso horárioCET (UTC+1)
Horário de verãoCEST (UTC+2)
Código postal50-041 - 54-612
Código de área+48 71
Indicadores
PIB per capita (2010)35,398
Sítiowww.wroclaw.pl

Breslávia (em polaco ? Wrocław;[1] em alemão Breslau) é uma cidade da Baixa Silésia, na Polônia. Tem cerca de 640 000 habitantes, o que a torna a quarta mais populosa cidade da Polônia. Localiza–se nas margens do rio Oder (em polaco Odra), a cerca de 350 km ao sudoeste de Varsóvia.

Breslávia é a capital informal da região histórica da Silésia. Breslávia é também a capital do voivodato da Baixa Silésia e sede de muitas indústrias e instituições de ensino superior, como da Universidade de Breslávia (Uniwersytet Wrocławski), Politécnica de Breslávia (Politechnika Wrocławska), Universidade de Economia (Uniwersytet Ekonomiczny), Universidade de Medicina (Uniwersytet Medyczny), Academia de Belas Artes (Akademia Sztuk Pięknych) e da Academia de Educação Física (Akademia Wychowania Fizycznego), possuindo, também, um teatro e uma ópera.

Breslávia foi uma das subsedes do Campeonato Europeu de Futebol de 2012[2] e foi a Capital Europeia da Cultura em 2016 ao lado de San Sebastián.[3] Também foi sede dos Jogos Mundiais de 2017, o evento que corresponde às Olimpíadas para aqueles esportes/e ou provas que não estão no programa olímpico.[4]

Etimologia

O nome da cidade foi mencionado pela primeira vez no ano 1000 pela "Crônica de Dietmar" (em latimThietmari Merseburgensis episcopi Chronicon) como Wrotizlawa (conforme descrito pelo Congresso de Gniezno). A junta municipal estabeleceu, pela primeira vez, Sigillum civitatis Wratislavie. Um nome simplificado deu-se em 1175 como Wrezlaw, Prezla ou Breslaw.

A ortografia checa utilizou-se em documentos em latim, como Wratislavia ou Vratislávia. Neste momento, Prezla foi utilizado no alto-alemão médio, que se converteu em Preßlau. Em meados do século XIV, no alto-alemão, a forma Breslau começou a substituir as suas versões anteriores.

Tradicionalmente, imaginava-se que o nome da cidade provinha de Wrocisław (pronunciado vrotsísuav) ou Vratislau, que se imagina que provenha do duque Vratislau I da Boêmia. Também é possível que tenha sido denominado em homenagem ao duque tribal da Silésia, ou de um antigo governante da cidade chamado Vratislau.

O nome da cidade em outros idiomas estrangeiros é o seguinte: em alemãoBreslau, em húngaroBoroszló, em latimVratislavia ou Budorgis,[5] hebraico, ורוצלב (Vrotsláv); em iídicheברעסלוי / Bresloi, em tcheco/checoVratislav, em eslovacoVratislav ou Vroclav, em bielorrussoУроцлаў (Urocłaŭ), e em alemão silésioBrassel.

História

A cidade foi fundada no século X e, no ano 1000, foi fundado também o episcopado de Breslávia.

Na crônica do século XII de Galo Anônimo, a cidade foi nomeada uma das três principais cidades do Reino da Polônia, ao lado de Cracóvia e Sandomierz.

Boleslaus vero, in Wratislaw, et in Cracovia, et in Sandomir, sedes regni principales obtinuat.
— Galo AnônimoCrônicas e Feitos dos Duques ou Príncipes dos Poloneses, escrito em latim, ca. 1115

A região da Silésia e a cidade pertenceram à Polónia (990 ao século XIV), ao Reino da Boêmia (hoje República Checa), à Áustria (1526 a 1741), à Prússia (em 1871, o rei da Prússia fundou o Império Alemão. Desde 1945, Breslávia (Wroclaw) é uma cidade polaca.

No final do século XVII, os dados de nascimento e morte da cidade serviram de base para o cientista Edmond Halley elaborar um estudo que apresentou a primeira tábua de vida elaborada cientificamente.

Da Revolução Industrial à Segunda Guerra Mundial

Breslávia no século XVII
A cidade vista do leste, tomada entre 1890 e 1900

Na primeira metade do século XIX, iniciou-se um importante desenvolvimento industrial e econômico, que tornou a cidade uma das maiores e mais importantes da Alemanha. Sua população, que era de pouco mais de 90 000 habitantes, saltou para mais de 500 000 habitantes. Esse grande aumento populacionais deu-se graças ao comércio, energia e matérias-primas da Alta Silésia, e também pelo trabalho exercido pelos cidadãos alemães e poloneses.

Após a Primeira Guerra Mundial, Breslávia foi afetada pela obrigação imposta à Alemanha pelos vencedores de ceder a parte com mais recursos de toda a alta Silésia à recém-restituída Polônia. A recuperação, por parte da Polônia, dos territórios da Silésia, provocou consideráveis tensões entre a Alemanha e a Polônia no período compreendido entre as Grandes Guerras. Nas eleições de 5 de março de 1933, o Partido Nazista conquistou 51,7 por cento dos votos da cidade, uma das áreas de maior apoio eleitoral de Hitler.

Durante a Segunda Guerra Mundial, Breslávia foi inicialmente removida das frentes de guerra e fora do alcance da anglo-americana de bombardeio, o que levou à transferência da população de outras regiões da Alemanha e ao estabelecimento de uma grande indústria bélica. No entanto, o avanço das tropas russas, na última ofensiva soviética, no inverno de 1945, ocupando todo o leste da Alemanha e da Silésia, levou ao cerco da cidade, que tinha sido declarada por Hitler como uma fortaleza e local de defesa de grande importância. Esta decisão levou a um cerco feroz da cidade, que provocou muitas baixas no Exército Vermelho e muitas vítimas entre os habitantes da cidade, a qual foi destruída. Porém o pior veio depois, quando, depois da capitulação da guarnição em 6 de maio de 1945, o Exército Vermelho entrou na cidade e incendiou as ruínas no dia 7, os restos foram saqueados até o ponto em que a Biblioteca da Universidade Leopoldina, para a qual Brahms compôs uma famosa obra, foi saqueada, incendiada e destruída. No dia 15, foi a vez do museu da cidade e das torres gêmeas de Santa Maria Madalena, uma das grandes igrejas góticas construídas em tijolos, voarem pelo ar. Assim, a ideia de que Breslávia tinha sido completamente destruída durante o cerco foi uma ficção do período pós-guerra.[6]

Do pós-guerra aos dias atuais

Os acordos de Ialta e Potsdam entre os aliados trouxeram, como consequência, que a Polônia obtivesse a cidade e todos da Silésia, e procedesse à deportação de toda a população alemã (cerca de 570 000 pessoas) para o resto da Alemanha. O repovoamento da cidade veio depois da guerra, em grande parte provinda do centro da Polônia, mas também com aqueles que haviam sido deportados de Lwów (atualmente Ucrânia), no final da guerra, onde os poloneses haviam representado o grupo étnico maior, mesmo que muitos (45 por cento), ucranianos, os quais, com documentos poloneses, tenham povoado os novos territórios recém-conquistados.

Autoridades comunistas da Polônia tentaram banir o passado alemão da cidade em todas as suas manifestações e promoveram uma visão histórica segundo a qual Breslau, agora oficialmente Wrocław, e a Silésia sempre fizeram parte da Polônia, habitada por poloneses. Após o término do Guerra Fria, e como resultado da melhoria das relações entre Alemanha e Polônia, os atuais habitantes de Breslávia estão descobrindo o passado de sua cidade e fazendo contatos com ex-habitantes alemães, que, atualmente, visitam a cidade com fins turísticos.

Economicamente, Breslávia tornou-se, na crise de 1989-2008, uma das cidades mais dinâmicas da Polônia.

População

No início do século XIX, a cidade era habitada por 78 mil pessoas (dados de 1819). Na metade do século, a população ultrapassou 150 mil habitantes, já em 1870, passou dos 200 mil. A unificação da Alemanha em 1871 colaborou com o rápido crescimento populacional da cidade. No início do século XX vivia na Breslávia mais de meio milhão de pessoas (de acordo com a compilação de Heinz Rogmann de 1937, em 1910 vivia 512 105 pessoas, enquanto que o suplemento da Enciclopédia de Orgelbrand fornece o número de 510 929 habitantes). A Breslávia tornou-se a sexta cidade em número de habitantes do Império alemão. De acordo com o censo de 1910 feito por historiadores poloneses e também alguns alemães, este inventário, como outros alemães da primeira metade do século XIX, é considerado impreciso,[7] falso[8] e tendencioso[9]) Em Breslávia a população era 95,71% de alemães, 2,95% de poloneses, 0,67% de polaco-alemães e 0,67% de tchecos.

Antes da Segunda Guerra Mundial o número de habitantes atingiu cerca de 630 mil e em 1º de dezembro de 1940 chegou a 638 905; em janeiro de 1945, com os refugiados das zonas orientais do terceiro Reich passou de 1 milhão. Entre meados de Janeiro e o início de fevereiro, a mando do Gauleiter Hanke cerca de sete mil pessoas foram forçadas a ir para o oeste. No censo de um ano após o fim da guerra havia 170 mil habitantes. Em 1983 o número de habitantes voltou ao que era em 1939. A população da Breslávia chegou ao ápice em 1991 – de acordo com dados do Escritório Estatístico Geral da Polônia - com 643 640 habitantes.[10] Desde a guerra entre a Ucrânia e a Rússia em 2015, o número de ucranianos em Breslávia tem crescido constantemente e eles já são 10% da população.

A população de Breslávia ao longo dos anos

Esporte

Estádio Municipal de Breslávia

O clube mais famoso da cidade é Śląsk Wrocław, fundado em 1947, tendo sido campeão polonês de futebol em 1977 e 2012. Outro clube importante é o Sparta Wrocław - quatro vezes campeão polonês de speedway.

A Maratona de Breslávia é realizada anualmente.

Entre 21 e 22 de julho de 2012, foi disputada Turniej Wrocław Polish Masters, no Estádio Municipal de Breslávia, no qual também foram disputadas várias partidas da Eurocopa 2012.

Clima

Breslávia é uma das cidades de clima mais ameno da Polônia. A temperatura média anual é de 9,8 graus Celsius (50 graus Fahrenheit). O mês mais frio é janeiro (temperatura média de −0,5 grau Celsius), a neve é comum no inverno, e o mês mais quente é julho (temperatura média de 19,9 graus Celsius). A temperatura mais alta registrada em Breslávia foi de 39,0 graus Celsius, em 31 de julho de 1994 e a mais baixa registrada foi em 8 de janeiro de 1985 (−30,0 graus Celsius).

[Esconder]Dados climatológicos para Breslávia, Polônia
MêsJanFevMarAbrMaiJunJulAgoSetOutNovDezAno
Temperatura máxima média (°C)3,04,39,014,520,022,824,624,319,914,47,73,914,0
Temperatura mínima média (°C)−3,7−2,80,25,210,014,415,315,211,25,92,3−2,05,9
Precipitação (mm)343239385469756543384138566
Fonte: Główny Urząd Statystyczny.[11] agosto de 2012

Personalidades

Imagens

Ver também

Referências

  1.  Macedo, Vítor (Primavera de 2013). «Lista de capitais do Código de Redação Interinstitucional» (PDF). Sítio web da Direcção-Geral da Tradução da Comissão Europeia no portal da União Europeia. A Folha — Boletim da língua portuguesa nas instituições europeias (n.º 41). 12 páginas. ISSN 1830-7809. Consultado em 23 de maio de 2013
  2.  «Rússia goleia República Tcheca e lidera Grupo A da Eurocopa»Folha de S.Paulo. 8 de junho de 2012. Consultado em 11 de junho de 2012
  3.  «San Sebastián é eleita capital europeia da Cultura 2016»Estadão.com. 28 de junho de 2011. Consultado em 11 de junho de 2012
  4.  «2017 Wroclaw» (em inglês). theworldgames.org. 13 de janeiro de 2012. Consultado em 11 de junho de 2012
  5.  Johann Georg Theodor (1861). Orbis latinus oder Verzeichniss der lateinischen Benennungen der bekanntesten Städte etc., Meere, Seen, Berge und Flüsse in allen Theilen der Erde nebst einem deutsch-lateinischen Register derselben. Dresden: G. Schönfeld's Buchhandlung (C. A. Werner). Consultado em 10 de janeiro de 2010
  6.  Mc Donogh, Giles, Después del Reich, Galaxia Gutemberg, Barcelona, 2007, páginas 104 y ss.
  7.  Tadeusz Ładogórski, Złudzenia pruskiej statystyki ludności pierwszej połowy XIX w., Przeszłość demograficzna Polski. Materiały i Studia, 1970, t. III, s. 3–27.
  8.  Eugeniusz Romer, Polacy na Kresach Pomorskich i Pojeziernych, „Prace Geograficzne”, z. 2, red. E. Romer, Lwów 1919.
  9.  L. Bernhard, „Die Fehlerquellen In der Statistik der Nationalitaten. Die Polen in Oberschlesien. Eine statistische Untersuchung”, red. P. Weber, Verlag von Julius Springer, Berlin 1914.
  10.  GUS Bank Danych Regionalnych, faktyczne miejsce zamieszkania, stan na 31.12.1991.
  11.  «Główny Urząd Statystyczny» (polonês)

Ligações externas

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