sábado, 14 de outubro de 2023

HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE Lá no ano de 1919, a cada dois óbitos que ocorriam em Curitiba, um era de criança

 HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE
Lá no ano de 1919, a cada dois óbitos que ocorriam em Curitiba, um era de criança


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HOSPITAL PEQUENO PRÍNCIPE
Lá no ano de 1919, a cada dois óbitos que ocorriam em Curitiba, um era de criança. E sabe por que isto acontecia? Pelo simples fato de que a capital não tinha nenhum atendimento de emergência pediátrico. O mais triste é que boa parte dos casos tinha solução ou cura. Muitos eram até simples de resolver, faltava apenas uma avaliação médica básica.
Foi então que uma mulher chamada Maria Bárbara, viúva do Desembargador Agostinho Ermelino de Leão, mudou essa realidade. Ela percebeu a aflição das mães com seus filhos doentes no colo, que não tinham para onde correr na emergência. Então ela juntou algumas amigas, pertencentes ao Grêmio das Violetas (até então, os Grêmios femininos se ocupavam apenas de chás e distração e as mulheres não tinham voz na política e na sociedade), e fundaram a Cruz Vermelha no Paraná. Iniciaram um projeto de atendimento emergencial numa casa emprestada pela Família Gomm na antiga Rua da Liberdade (atual Rua Barão do Rio Branco), com médicos e enfermeiros voluntários que atendiam das 9h às 11h diariamente.
Era o Instituto de Higiene Infantil e Puericultura da Cruz Vermelha, que oferecia consultas e remédios gratuitos a crianças e adolescentes carentes. Este atendimento inicial salvou milhares de vidas e logo a sociedade notou a importância do serviço, que rapidamente passou a atender no seu limite.
Em 1922, iniciou-se a construção do Hospital de Crianças, para onde o Instituto se mudou definitivamente em 1930 (quando a obra ficou pronta) e onde está até hoje, na Rua Desembargador Motta, esquina com a Avenida Silva Jardim, no Centro de Curitiba. Desde 1932, quando foram inauguradas as três primeiras enfermarias, o hospital nunca mais fechou as portas. São 87 anos aberto ininterruptamente, 24 horas por dia.
O hospital já teve outros nomes (como Hospital Cesar Pernetta, em referência ao médico que foi muito importante para a instituição na época e também criou o soro Pernetta – soro caseiro – usado até hoje, que tratava da desidratação por diarreia, doença que matava muitas crianças na época). Aliás, a maioria das mortes infantis eram por gastroenterites, geradas pela falta de saneamento e de informação dos pais. Mas o nome pelo qual você conhece o local hoje é Hospital Pequeno Príncipe (HPP).
Nem velho, nem obsoleto!
O HPP tem hoje 32 especialidades médicas, 2.500 funcionários, 350 médicos e 1.500 voluntários. Com base na quantidade de especialidades e de cirurgias, é o maior hospital geral pediátrico do Brasil, um dos cinco maiores da América Latina e referência em atendimento a doenças raras, cirurgias complexas, transplantes de órgãos sólidos e medula. Mas apesar da idade, seu diretor, José Álvaro Carneiro, diz que o HPP não é uma instituição velha. “A medicina evoluiu, o nível de detalhes vai sempre avançando e a gente vai incorporando novas tecnologias. É muito difícil acompanhar tudo. Mas a gente vem conseguindo.
Além disso, fomos o primeiro hospital acreditado do Paraná (que conseguiu uma certificação de qualidade na área hospitalar) em seu nível máximo. Fazer muitas coisas diferentes e complexas, com alto nível de excelência, a gente só conseguiu porque é uma instituição contemporânea e de boa performance”, se orgulha José Álvaro.
Genômica
Além da ampliação do atendimento, coisas que ainda são novidade na medicina já serão realidade no novo HPP, como o laboratório de genômica, que é uma inovação radical da medicina. Em resumo, a genômica estuda as células de cada paciente e traz um tratamento personalizado a cada indivíduo e doença.
O Pequeno Príncipe também possui uma faculdade, que já formou e especializou diversos médicos e enfermeiras, profissionais vindos do Brasil todo para estudar aqui e levar de volta o conhecimento a suas regiões. “Temos profundo orgulho disso. Sem eles a missão seria impossível, porque os nossos médicos são muito apaixonados pelo que fazem e isso é a grande força que temos. Estas pessoas atraem outras de energia semelhante e formamos esse círculo virtuoso magnético, que é a grande força do Pequeno Príncipe. Nosso desafio é manter esse círculo sempre energizado”, analisa José Álvaro.
(Fonte: Tribuna do Paraná, texto escrito pela jornalista Giselle Ubrich - 2019)

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