Inés de Castro
Inés de Castro
- Sosa : 1.179.663
- Nascida cerca 1325 - La Limia, provincia de Orense, Galicia
- Falecida a 7 de janeiro de 1355 - Coimbra, Portugal, com cerca de 30 anos
- Nascida cerca 1325 - La Limia, provincia de Orense, Galicia
- Falecida a 7 de janeiro de 1355 - Coimbra, Portugal, com cerca de 30 anos
Pais
Casamento(s) e filho(s)
- Casada com Pedro I de Portugal, o Justiceiro 1320-1367 tiveram
- Beatriz de Portugal 1347-1381
- Dom João de Portugal ca 1349-1396
- Casada com Pedro I de Portugal, o Justiceiro 1320-1367 tiveram
- Beatriz de Portugal 1347-1381
- Dom João de Portugal ca 1349-1396
Notas
Notas individuais
Nota (1):
Inês de Castro (Reino da Galiza, ca. 1320/1325 — Coimbra, 7 de janeiro de 1355) foi uma nobre galega, rainha póstuma de Portugal, amada pelo futuro rei D. Pedro I de Portugal, de quem teve quatro filhos. Foi executada por ordem do pai deste, o rei D. Afonso IV.
D. Inês de Castro era filha de D. Pedro Fernandes de Castro, mordomo-mor do rei D. Afonso XI de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares. O seu pai, neto por via ilegítima de D. Sancho IV de Castela, era um dos fidalgos mais poderosos do Reino de Castela. Em 24 de Agosto de 1339 teve lugar, na Sé de Lisboa, o casamento do Infante Pedro I de Portugal, herdeiro do trono português, com D. Constança Manuel, filha de D. João Manuel de Castela, príncipe de Vilhena e Escalona, duque de Penafiel, tutor de Afonso XI de Castela, «poderoso e esforçado magnate de Castela»,[1] e neto do rei Fernando III de Castela. Todavia seria por uma das aias de D. Constança, D. Inês de Castro, que D. Pedro viria a apaixonar-se. Este romance notório começou a ser comentado e a ser mal aceite, mais pela corte, que temia a influência castelhana sobre o infante Pedro, que pelo povo. Sob o pretexto da moralidade, D. Afonso IV não aprovava esta relação, não só por motivos de diplomacia com João Manuel de Castela, mas também devido à amizade estreita de D. Pedro com os irmãos de D. Inês - D. Fernando de Castro e D. Álvaro Perez de Castro. Assim, em 1344, o rei mandou exilar D. Inês no castelo de Albuquerque, na fronteira castelhana, onde tinha sido criada por sua tia, D. Teresa, mulher de um meio irmão de D. Afonso IV. No entanto, a distância não teria apagado o amor entre Pedro e Inês, os quais, correspondiam-se com frequência. Em Outubro do ano seguinte D. Constança morreu ao dar à luz o futuro rei, D. Fernando I de Portugal. Viúvo, D. Pedro, contra a vontade do pai, mandou D. Inês regressar do exílio uniu-se à ela, provocando algum escândalo na corte e desgosto para El-Rei, seu pai. Começou então uma desavença entre o rei e o infante. D. Afonso IV tentou remediar a situação casando o seu filho com uma dama de sangue real. Mas D. Pedro rejeitou este projeto, alegando que sentia ainda muito a perda de sua mulher, D. Constança, e que não conseguia ainda pensar num novo casamento. No entanto, D. Inês foi tendo filhos de D. Pedro: Afonso em 1346 (que morreu pouco depois de nascer), João em 1349, Dinis em 1354 e Beatriz em 1347. O nascimento destes veio agudizar a situação porque, durante o reinado de D. Dinis, o seu filho e herdeiro D. Afonso IV sentira-se em risco de ser preterido na sucessão ao trono por um dos filhos bastardos do seu pai. Agora circulavam boatos de que os Castros conspiravam para assassinar o infante D. Fernando, legítimo herdeiro de D. Pedro, para o trono português passar para o filho mais velho de D. Inês de Castro. Não passavam de boatos plantados pelos fidalgos da corte portuguesa vez que D. Fernando I assumiu o trono como previamente esperado.
Depois de alguns anos no Norte de Portugal, Pedro e Inês tinham regressado a Coimbra e instalaram-se no Paço de Santa Clara. Mandado construir pela avó de D. Pedro, a Rainha Santa Isabel, foi neste paço que esta Rainha vivera os últimos anos, deixando expresso o desejo que se tornasse na habitação exclusiva de reis e príncipes seus descendentes, com as suas esposas legítimas. Havia boatos de que o Príncipe se tinha casado secretamente com D. Inês, facto confirmado por D. Pedro I na famosa Declaração de Cantanhede. Na Família Real um incidente deste tipo assumia graves implicações políticas. Sentindo-se ameaçados pelos irmãos Castro, os fidalgos da corte portuguesa pressionavam o rei D. Afonso IV para afastar esta influência do seu herdeiro. O rei D. Afonso IV decidiu que a melhor solução seria matar a dama galega. Na tentativa de saber a verdade, o Rei ordenou a dois conselheiros seus que dissessem a D. Pedro que ele se podia casar livremente com D. Inês se assim o pretendesse. D. Pedro percebeu que se tratava de uma cilada e respondeu que não pensava casar-se nunca com D. Inês. A 7 de Janeiro de 1355, o rei cedeu às pressões dos seus conselheiros e aproveitando a ausência de D. Pedro, numa excursão de caça, foi com Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves, Diogo Lopes Pacheco e outros para executarem Inês de Castro em Santa Clara, conforme fora decidido em conselho. Segundo a lenda, as lágrimas derramadas no rio Mondego pela morte de Inês teriam criado a Fonte das Lágrimas da Quinta das Lágrimas, e algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado. A morte de D. Inês provocou a revolta de D. Pedro contra D. Afonso IV. Após meses de conflito, a Rainha D. Beatriz conseguiu intervir e fez selar a paz, em Agosto de 1355. D. Pedro tornou-se no oitavo rei de Portugal como D. Pedro I em 1357. Em Junho de 1360 fez a declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se tinha casado secretamente com D. Inês, em 1354, em Bragança. A palavra do rei, do seu capelão e de um seu criado foram as provas necessárias para legalizar esse casamento.
De seguida perseguiu os assassinos de D. Inês, que tinham fugido para o Reino de Castela. Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves foram apanhados e executados em Santarém (segundo a lenda o Rei mandou arrancar o coração de um pelo peito e o do outro pelas costas, assistindo à execução enquanto se banqueteava, o que é confirmado por Fernão Lopes, com a ressalva de que o carrasco o teria dissuadido da ideia pela dificuldade encontrada nesta forma de execução). Diogo Lopes Pacheco conseguiu escapar para a França e, posteriormente, seria perdoado pelo Rei no seu leito de morte. D. Pedro mandou construir os dois esplêndidos túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça, para onde trasladou o corpo da sua amada Inês, em 1361 ou 1362. Juntar-se-ia a ela em 1367. A posição primeira dos túmulos foi lado a lado, de pés virados a nascente, em frente da primeira capela do transepto sul, então dedicada a São Bento. Na década de 1780 os túmulos foram mudados para o recém-construído panteão real, onde foram colocados frente a frente. Em 1956 foram mudados para a sua actual posição, D. Pedro no transepto sul e D. Inês no transepto norte, frente a frente. Quando os túmulos, no século XVIII, foram colocados frente a frente apareceu a lenda que assim estavam para que D. Pedro e D. Inês «possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final». A tétrica cerimônia da coroação e do beija mão à Rainha D. Inês, já morta, que D. Pedro pretensamente teria imposto à sua corte e que se tornaria numa das imagens mais vívidas no imaginário popular, terá sido inserida pela primeira vez nas narrativas espanholas do final do século XVI.
Da relação de D. Inês com o infante D. Pedro de Portugal nasceram: 1. D. Afonso (faleceu em criança) 2. D. Beatriz, infanta de Portugal e condessa de Alburquerque (1347-1381) 3. D. João, infante de Portugal e duque de Valência de Campos (1349-1387) 4. D. Dinis, infante de Portugal e senhor de Cifuentes (1354-1397)
Nota (1):
Inês de Castro (Reino da Galiza, ca. 1320/1325 — Coimbra, 7 de janeiro de 1355) foi uma nobre galega, rainha póstuma de Portugal, amada pelo futuro rei D. Pedro I de Portugal, de quem teve quatro filhos. Foi executada por ordem do pai deste, o rei D. Afonso IV.
D. Inês de Castro era filha de D. Pedro Fernandes de Castro, mordomo-mor do rei D. Afonso XI de Castela, e de uma dama portuguesa, Aldonça Lourenço de Valadares. O seu pai, neto por via ilegítima de D. Sancho IV de Castela, era um dos fidalgos mais poderosos do Reino de Castela. Em 24 de Agosto de 1339 teve lugar, na Sé de Lisboa, o casamento do Infante Pedro I de Portugal, herdeiro do trono português, com D. Constança Manuel, filha de D. João Manuel de Castela, príncipe de Vilhena e Escalona, duque de Penafiel, tutor de Afonso XI de Castela, «poderoso e esforçado magnate de Castela»,[1] e neto do rei Fernando III de Castela. Todavia seria por uma das aias de D. Constança, D. Inês de Castro, que D. Pedro viria a apaixonar-se. Este romance notório começou a ser comentado e a ser mal aceite, mais pela corte, que temia a influência castelhana sobre o infante Pedro, que pelo povo. Sob o pretexto da moralidade, D. Afonso IV não aprovava esta relação, não só por motivos de diplomacia com João Manuel de Castela, mas também devido à amizade estreita de D. Pedro com os irmãos de D. Inês - D. Fernando de Castro e D. Álvaro Perez de Castro. Assim, em 1344, o rei mandou exilar D. Inês no castelo de Albuquerque, na fronteira castelhana, onde tinha sido criada por sua tia, D. Teresa, mulher de um meio irmão de D. Afonso IV. No entanto, a distância não teria apagado o amor entre Pedro e Inês, os quais, correspondiam-se com frequência. Em Outubro do ano seguinte D. Constança morreu ao dar à luz o futuro rei, D. Fernando I de Portugal. Viúvo, D. Pedro, contra a vontade do pai, mandou D. Inês regressar do exílio uniu-se à ela, provocando algum escândalo na corte e desgosto para El-Rei, seu pai. Começou então uma desavença entre o rei e o infante. D. Afonso IV tentou remediar a situação casando o seu filho com uma dama de sangue real. Mas D. Pedro rejeitou este projeto, alegando que sentia ainda muito a perda de sua mulher, D. Constança, e que não conseguia ainda pensar num novo casamento. No entanto, D. Inês foi tendo filhos de D. Pedro: Afonso em 1346 (que morreu pouco depois de nascer), João em 1349, Dinis em 1354 e Beatriz em 1347. O nascimento destes veio agudizar a situação porque, durante o reinado de D. Dinis, o seu filho e herdeiro D. Afonso IV sentira-se em risco de ser preterido na sucessão ao trono por um dos filhos bastardos do seu pai. Agora circulavam boatos de que os Castros conspiravam para assassinar o infante D. Fernando, legítimo herdeiro de D. Pedro, para o trono português passar para o filho mais velho de D. Inês de Castro. Não passavam de boatos plantados pelos fidalgos da corte portuguesa vez que D. Fernando I assumiu o trono como previamente esperado.
Depois de alguns anos no Norte de Portugal, Pedro e Inês tinham regressado a Coimbra e instalaram-se no Paço de Santa Clara. Mandado construir pela avó de D. Pedro, a Rainha Santa Isabel, foi neste paço que esta Rainha vivera os últimos anos, deixando expresso o desejo que se tornasse na habitação exclusiva de reis e príncipes seus descendentes, com as suas esposas legítimas. Havia boatos de que o Príncipe se tinha casado secretamente com D. Inês, facto confirmado por D. Pedro I na famosa Declaração de Cantanhede. Na Família Real um incidente deste tipo assumia graves implicações políticas. Sentindo-se ameaçados pelos irmãos Castro, os fidalgos da corte portuguesa pressionavam o rei D. Afonso IV para afastar esta influência do seu herdeiro. O rei D. Afonso IV decidiu que a melhor solução seria matar a dama galega. Na tentativa de saber a verdade, o Rei ordenou a dois conselheiros seus que dissessem a D. Pedro que ele se podia casar livremente com D. Inês se assim o pretendesse. D. Pedro percebeu que se tratava de uma cilada e respondeu que não pensava casar-se nunca com D. Inês. A 7 de Janeiro de 1355, o rei cedeu às pressões dos seus conselheiros e aproveitando a ausência de D. Pedro, numa excursão de caça, foi com Pêro Coelho, Álvaro Gonçalves, Diogo Lopes Pacheco e outros para executarem Inês de Castro em Santa Clara, conforme fora decidido em conselho. Segundo a lenda, as lágrimas derramadas no rio Mondego pela morte de Inês teriam criado a Fonte das Lágrimas da Quinta das Lágrimas, e algumas algas avermelhadas que ali crescem seriam o seu sangue derramado. A morte de D. Inês provocou a revolta de D. Pedro contra D. Afonso IV. Após meses de conflito, a Rainha D. Beatriz conseguiu intervir e fez selar a paz, em Agosto de 1355. D. Pedro tornou-se no oitavo rei de Portugal como D. Pedro I em 1357. Em Junho de 1360 fez a declaração de Cantanhede, legitimando os filhos ao afirmar que se tinha casado secretamente com D. Inês, em 1354, em Bragança. A palavra do rei, do seu capelão e de um seu criado foram as provas necessárias para legalizar esse casamento.
De seguida perseguiu os assassinos de D. Inês, que tinham fugido para o Reino de Castela. Pêro Coelho e Álvaro Gonçalves foram apanhados e executados em Santarém (segundo a lenda o Rei mandou arrancar o coração de um pelo peito e o do outro pelas costas, assistindo à execução enquanto se banqueteava, o que é confirmado por Fernão Lopes, com a ressalva de que o carrasco o teria dissuadido da ideia pela dificuldade encontrada nesta forma de execução). Diogo Lopes Pacheco conseguiu escapar para a França e, posteriormente, seria perdoado pelo Rei no seu leito de morte. D. Pedro mandou construir os dois esplêndidos túmulos de D. Pedro I e de D. Inês de Castro no mosteiro de Alcobaça, para onde trasladou o corpo da sua amada Inês, em 1361 ou 1362. Juntar-se-ia a ela em 1367. A posição primeira dos túmulos foi lado a lado, de pés virados a nascente, em frente da primeira capela do transepto sul, então dedicada a São Bento. Na década de 1780 os túmulos foram mudados para o recém-construído panteão real, onde foram colocados frente a frente. Em 1956 foram mudados para a sua actual posição, D. Pedro no transepto sul e D. Inês no transepto norte, frente a frente. Quando os túmulos, no século XVIII, foram colocados frente a frente apareceu a lenda que assim estavam para que D. Pedro e D. Inês «possam olhar-se nos olhos quando despertarem no dia do juízo final». A tétrica cerimônia da coroação e do beija mão à Rainha D. Inês, já morta, que D. Pedro pretensamente teria imposto à sua corte e que se tornaria numa das imagens mais vívidas no imaginário popular, terá sido inserida pela primeira vez nas narrativas espanholas do final do século XVI.
Da relação de D. Inês com o infante D. Pedro de Portugal nasceram: 1. D. Afonso (faleceu em criança) 2. D. Beatriz, infanta de Portugal e condessa de Alburquerque (1347-1381) 3. D. João, infante de Portugal e duque de Valência de Campos (1349-1387) 4. D. Dinis, infante de Portugal e senhor de Cifuentes (1354-1397)
Fontes
Ver árvore
Lorenzo Suárez de Valladares † Sancha Núñez de Chacín †
Pedro Fernandes de Castro †1343 Aldonza Lorenzo de Valladares †
Inés de Castro ca 1325-1355
|
Cronologia de Inés de Castro
- cerca1325
Nascimento
1343jun.~ 18 anosMorte do pai
1347~ 22 anosNascimento de uma filha
cerca1349~ 24 anosNascimento de um filho
13557 jan.~ 30 anosMorte
Antepassados de Inés de Castro
Lorenzo Suárez de Valladares † Sancha Núñez de Chacín † | | | Pedro Fernandes de Castro †1343 Aldonza Lorenzo de Valladares † | | | Inés de Castro ca 1325-1355 Descendentes de Inés de Castro
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