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domingo, 21 de dezembro de 2025

O JORNAL DE CURITIBA — ANO LXXVII — DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 1949 SUPLEMENTO ESPECIAL: "DIVULGAÇÃO" — UM OLHAR SOBRE O PASSADO E O PRESENTE DE CURITIBA

 O JORNAL DE CURITIBA — ANO LXXVII — DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 1949

SUPLEMENTO ESPECIAL: "DIVULGAÇÃO" — UM OLHAR SOBRE O PASSADO E O PRESENTE DE CURITIBA

O JORNAL DE CURITIBA — ANO LXXVII — DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 1949

SUPLEMENTO ESPECIAL: "DIVULGAÇÃO" — UM OLHAR SOBRE O PASSADO E O PRESENTE DE CURITIBA

Neste suplemento dedicado à memória e ao progresso, o Jornal de Curitiba apresenta uma viagem no tempo, com páginas que remetem a eventos históricos, anúncios de empresas pioneiras e retratos da cidade em transformação. Cada página é uma janela para o Brasil dos anos 1920 e 1940, mostrando como Curitiba se construiu, tanto em pedra quanto em espírito.


PÁGINA 5: VOLTANDO AO PASSADO — ECOS DA INAUGURAÇÃO DA ESTRADA DO MAR E PRAIA DO LESTE (29-7-1927)

Esta página é um tributo nostálgico ao passado, intitulada “Voltando ao Passado”, com um subtítulo que evoca um evento marcante: “Ecos da inauguração da Estrada do Mar e Praia do Leste, em 29-7-1927”.

A página é dominada por três fotografias em preto e branco, que capturam a solenidade da ocasião:

  1. Foto Principal (canto superior direito): Mostra uma longa fileira de autoridades caminhando ao lado de uma estrada recém-construída. A legenda identifica os presentes:
    • No centro, o “inovável Presidente Caetano Munhoz da Rocha”, figura central da política paranaense da época.
    • Ao seu lado, o “Dr. Chedid Portugal”, provavelmente um médico ou engenheiro importante.
    • Também estão presentes o “Dr. Pamphilo d’Assumpção”, o “Coronel Bertoldo Hauer”, o “Prof. Benedito Nicolau dos Santos” e o “Dr. Fernando Tardelli”, entre outros. Essa lista revela a elite intelectual, política e militar que participou da cerimônia.
  2. Foto Inferior Esquerda: Um grupo de homens de terno e chapéu, posando formalmente. A legenda informa que são “Fotos cedidas à Divulgação pelo Sr. Vasco J. Taborda”. Entre eles, são identificados:
    • “Dr. João Braga”
    • “Dr. Munique da Rocha”
    • “Dr. Martins Camargo”
  3. Foto Inferior Direita: Uma cena de celebração, com pessoas reunidas em frente a um edifício. A legenda diz: “Lançamento da pedra fundamental (atual sede) da Sociedade de Leitura Dr. Manoel de Souza, Drs. M. B. Cavalcanti, Senador Artur Santos.” Isso indica que a inauguração da estrada foi acompanhada por outro ato simbólico: o início das obras de uma instituição cultural, a Sociedade de Leitura, que era um centro de formação intelectual na cidade.

O texto, embora curto, transmite um sentimento de orgulho pela conquista da infraestrutura. A construção da “Estrada do Mar” e da “Praia do Leste” representava a abertura de Curitiba para o litoral e para o turismo, conectando a capital paranaense ao mundo exterior. Era um marco de modernidade, e o jornal, 22 anos depois, revive esse momento para lembrar aos leitores de onde vieram e quão longe chegaram.


PÁGINA 13: ATALAIA — O PRIMEIRO GRANDE PAGAMENTO DE INDENIZAÇÃO NA HISTÓRIA DA EMPRESA

Na página 13, o foco muda completamente. Aqui, a Atalaia — Companhia de Seguros Gerais, sediada em Curitiba, faz um anúncio de grande importância: o pagamento de Cr$ 40.000,00 à Sra. Leonilda Assilida Flusberg, viúva do Sr. Waldemiro Flusberg, empregado da Companhia Telefônica Paranaense.

O texto começa com uma declaração solene: “Mais um importante pagamento de indenização, efetuado pela ATALAIA”. A data do pagamento é especificada: 1º de agosto de 1949.

A nota explica que o Sr. Waldemiro Flusberg faleceu em consequência de acidente pessoal sofrido na cidade de Ponta Grossa, no Estado do Paraná. A Atalaia, como seguradora da vítima, pagou a indenização de Cr$ 40.000,00 (quarenta mil cruzeiros), valor considerável para a época.

A empresa aproveita a oportunidade para destacar sua solidez e compromisso com os segurados. Afirma que o pagamento foi feito “com o maior zelo e dentro do mais rigoroso cumprimento dos seus deveres”, e que isso demonstra o “caráter sério e seguro que distingue essa empresa”.

A página também contém informações sobre a própria companhia:

  • Matriz: Edifício Atalaia, Rua Barão do Rio Branco, 574, 1º e 2º andares.
  • Telefones: 874, 877 e 878 (rede interna).
  • Telegramas: ATALAIA – Caixa Postal, 450.
  • Serviços oferecidos: Seguros contra incêndio, transporte, acidentes do trabalho e acidentes pessoais.
  • Capital e reservas: Cr$ 16.017.092,30.
  • Indenizações pagas desde a fundação: Cr$ 58.229.000,70.

A mensagem final é um apelo patriótico: “PREFERI-LA A CONTRIBUIR PARA A ECONOMIA PARANAENSE”. Isso reforça a ideia de que a Atalaia não é apenas uma seguradora, mas um pilar da economia local, contribuindo para o desenvolvimento do estado.

Este anúncio serve como um testemunho da confiança que a população depositava nas empresas locais e da importância dos seguros na vida cotidiana, mesmo em uma época em que o sistema financeiro ainda estava em formação.


PÁGINA 14: “CURITIBA MORA AQUI” — UMA CELEBRAÇÃO À CIDADE EM TRANSFORMAÇÃO

A última página do suplemento é uma ode à cidade de Curitiba, intitulada “Curitiba mora aqui”. É uma composição visual e textual que celebra o progresso urbano e a beleza arquitetônica da capital paranaense.

A página contém três fotografias principais:

  1. Foto Superior: Uma vista panorâmica de um grande edifício público, possivelmente um prédio administrativo ou residencial de luxo. A legenda diz: “Curitiba, a alegre e atraente capital paranaense, transformou-se rapidamente nos últimos dez anos...”. O texto continua descrevendo a cidade como um “centro de atracão nacional”, com ruas pavimentadas, praças arborizadas e edifícios modernos.
  2. Foto Central: Uma imagem de um casarão elegante, com varandas e janelas grandes. O texto ao lado afirma: “...uma nova cidade cresce vertiginosamente...”. A descrição elogia a “nova cidade” que surge, com “ruas largas e bem calçadas”, “casas confortáveis” e “um ambiente saudável e agradável”.
  3. Foto Inferior: Uma vista de uma rua movimentada, com carros antigos estacionados e pedestres caminhando. A legenda completa a narrativa: “...que se torna a lar tradicional da família curitibana. Realmente ‘Curitiba mora aqui’, em seus bairros nobres e em suas áreas comerciais, que vivem uma renovação diária.”

O texto principal, escrito em um tom lírico e entusiástico, compara Curitiba a uma “jovem princesa” que se transforma diariamente. Fala da “beleza natural” da cidade, das “montanhas que a cercam” e do “clima salubre” que atrai visitantes de todo o Brasil.

A página termina com um convite: “Venha conhecer Curitiba! Você vai se encantar com sua beleza, sua tranquilidade e seu espírito de progresso.”

Essa página não é apenas um anúncio imobiliário; é uma declaração de amor à cidade. Em 1949, Curitiba estava se consolidando como um centro urbano moderno, e este suplemento reflete esse orgulho coletivo. A frase “Curitiba mora aqui” é um slogan poderoso, que sugere que a essência da cidade está presente em cada novo edifício, em cada rua pavimentada, em cada família que escolhe viver ali.


CONCLUSÃO: UM SUPLEMENTO QUE CONTÉM O BRASIL EM MINIATURA

Este suplemento “Divulgação” do Jornal de Curitiba é um documento riquíssimo, que captura a alma do Brasil dos anos 1940. Ele mostra como a memória histórica (a inauguração da Estrada do Mar), a economia (o pagamento da Atalaia) e a identidade urbana (a celebração de Curitiba) se entrelaçam para formar a narrativa de uma nação em ascensão.

Cada página é uma peça de um quebra-cabeça maior: a construção de uma identidade nacional baseada no progresso, na solidez econômica e no orgulho local. Em 1949, o Brasil olhava para trás com nostalgia e para frente com esperança. E este suplemento, com suas fotos, textos e anúncios, é um testemunho vivo dessa dualidade.











O JORNAL DE CURITIBA — ANO LXXVII — DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 1949 SUPLEMENTO ESPECIAL: A EMPRESA METALÚRGICA NACIONAL — UM ORGULHO DO BRASIL

 O JORNAL DE CURITIBA — ANO LXXVII — DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 1949

SUPLEMENTO ESPECIAL: A EMPRESA METALÚRGICA NACIONAL — UM ORGULHO DO BRASIL

O JORNAL DE CURITIBA — ANO LXXVII — DOMINGO, 21 DE DEZEMBRO DE 1949

SUPLEMENTO ESPECIAL: A EMPRESA METALÚRGICA NACIONAL — UM ORGULHO DO BRASIL

PÁGINA 17: PASSAGEM DE LINHA NA FRENTE INDUSTRIAL

Nesta primeira página do suplemento, a Empresa Metalúrgica Nacional, sediada em Joinville, Santa Catarina, apresenta-se ao país como um farol do progresso industrial. Com endereço telegráfico “FERRO”, a empresa anuncia sua missão: ser um instrumento fundamental na emancipação da indústria mecânica nacional.

O texto inicia com um tom grandioso, declarando que o desenvolvimento crescente do Parque Industrial Brasileiro é um “índice incontestável” da nova capacidade técnica do país. E a Metalúrgica Nacional está no centro dessa transformação.

A página traz três fotografias de automotores, cada uma com sua legenda específica:

  • Automotriz de 11 passageiros, feita para a 2ª Estrada de Ferro.
  • Automotriz de 36 passageiros, fabricada para a R. V. P. & C. (provavelmente uma companhia ferroviária ou de transporte).
  • Automotriz confortável de 50 passageiros, também destinada à R. V. P. & C.

Essas imagens não são meros catálogos; são testemunhos visuais da capacidade produtiva da fábrica. A empresa afirma que seus equipamentos são “exportadores aguçados das máquinas mais potentes das necessidades mundiais”, indicando uma ambição de exportação e liderança tecnológica.

O texto conclui com uma declaração de orgulho: “Ela está no rol das maiores organizações industriais do Brasil.” Uma frase simples, mas carregada de significado em uma época em que o Brasil ainda buscava sua identidade industrial.


PÁGINA 18: A CALDEIRA MARÍTIMA E A TESOURA GUILHOTINA — SÍMBOLOS DA FORÇA PRODUTIVA

Na segunda página, o foco se desloca para produtos específicos que demonstram a versatilidade da Metalúrgica Nacional. A primeira imagem mostra uma Caldeira Marítima, descrita como capaz de atender a qualquer tipo de embarcação — desde pequenos barcos até grandes navios. O texto ressalta que os resultados obtidos com essas caldeiras são “raros mesmo em especialidades”.

Segue-se um breve histórico da empresa: fundada em 1883 por Otto Bormann, começou como oficina de reparos, mas evoluiu para uma grande organização com três seções bem definidas: FABRICAÇÃO DE MÁQUINAS OPERATRIZES, CONSTRUÇÃO DE CARROS E VAGÕES. Essa estrutura robusta permitiu que a empresa se tornasse um “corpo de mestres” que garante a prestigiosa qualidade dos produtos.

Outra fotografia destaca a Tesoura Guilhotina, uma máquina pesada para cortar chapas metálicas de até 140 mm de espessura e 8 metros de comprimento. A legenda informa que ela é usada para cortes em larga escala, provavelmente para a construção naval ou ferroviária. A precisão e a força dessa máquina são símbolos da engenharia brasileira em ascensão.

Por fim, a página apresenta a Afiadeira Automática, uma máquina para afiar ferramentas de corte, com capacidade para produzir 1.000 peças por hora. Um detalhe técnico importante: o preço de R$ 1.800,00, o que revela a escala de investimento necessário para modernizar uma oficina industrial na época.


PÁGINA 19: MÁQUINAS PARA O CAMPO E A INDÚSTRIA — DETALHES TÉCNICOS AO MÍNIMO

Esta página é um verdadeiro catálogo de máquinas, com fotos e especificações técnicas minuciosas. Cada item é descrito com precisão, como se fosse um manual de engenharia.

  • Chilavertor: Uma máquina para furar chapas de até 4 mm de espessura, com capacidade de 3 metros de curso. Ideal para trabalhos em série.
  • Martelo Mecânico (Jenovac): Para forjar peças pesadas, com peso de martelo de 1.500 kg e altura total de 1.800 mm. É a força bruta da metalurgia.
  • Máquina para Oleares: Para fabricar oleares (peças cilíndricas) com diâmetro de 7/8" a 1 3/4", com produção de 1.000 a 1.500 unidades por hora. Indicada para a indústria automotiva ou de máquinas agrícolas.
  • Máquina para Cilindrar Sola: Especializada para a indústria de calçados, com produção de 4.000 pares por dia. Um exemplo de como a indústria pesada pode atender a setores leves.
  • Máquina para Preparação de Areia de Moldar: Essencial para fundições, prepara areia com precisão para moldes de metais. A produção é de 3,5 m³ por hora.
  • Moinho Batente (Jenovac): Para moer materiais duros, com produção de 800 kg por hora. Útil para a indústria química ou alimentícia.

Cada descrição inclui dimensões, pesos, capacidades e preços aproximados, oferecendo ao leitor uma visão completa da gama de produtos disponíveis. É um retrato da diversidade da produção industrial brasileira, onde a mesma fábrica pode produzir tanto um martelo para forjar aço quanto uma máquina para fazer solas de sapato.


PÁGINA 20: CARROS, VAGÕES E TORNO — A LOGÍSTICA E A PRECISÃO

A quarta página continua a mostrar a amplitude da produção da Metalúrgica Nacional, agora focando em veículos e máquinas de precisão.

  • Carro Restaurante: Feito para a R. V. P. & C., com comprimento de 12 metros e capacidade para 6 mesas e 4 outras dependências. É um projeto completo, que combina funcionalidade e conforto.
  • Plana Limadora (Jenovac): Uma máquina para usinar superfícies planas, com curso de 800 mm e velocidade de 3 HP. Essencial para a fabricação de peças de precisão.
  • Torno Mecânico de Alta Precisão (Modelo 100): Com diâmetro de 300 mm e distância entre pontas de 700 mm, este torno é o coração da oficina mecânica. Produz peças com tolerâncias mínimas, garantindo a qualidade dos produtos finais.
  • Vagão Correto para Transporte de Mercadorias: Com capacidade de 10 toneladas, este vagão é projetado para resistir às duras condições do transporte ferroviário.
  • Caixa Acústica: Um item curioso, que parece ser um produto secundário, talvez para uso em teatros ou cinemas. Mostra que a empresa não se limita apenas à indústria pesada.

A página termina com um parágrafo sobre a visita da imprensa à fábrica, que ocorreu em junho de 1949. Os jornalistas foram recebidos pelo diretor geral, Sr. João Paranhos, e puderam ver de perto a linha de produção, as máquinas e os produtos acabados. A reportagem finaliza com um elogio à empresa: “As fotografias servem para dar uma idéia aproximada da linha de produção da METALÚRGICA NACIONAL.”


PÁGINA 21: BAR E RESTAURANTE NINO — UM TOQUE DE CIVILIZAÇÃO EM MEIO À INDÚSTRIA

A última página do suplemento é uma surpresa. Em vez de continuar com máquinas e metalurgia, a Empresa Metalúrgica Nacional dedica espaço a um estabelecimento comercial: o Bar e Restaurante Nino, localizado em Curitiba.

A foto em preto e branco mostra a fachada do estabelecimento, com letras grandes e elegantes. O texto explica que o Bar Nino é um dos pontos mais representativos da cidade, conhecido por seu ambiente agradável e pela qualidade da comida.

O restaurante, fundado em janeiro de 1949, é descrito como um lugar onde se pode encontrar “a melhor patrícia, boa e inspiração típica de bom, saudável apetite”. O cardápio varia entre pratos tradicionais e modernos, com ênfase na cozinha italiana-brasileira.

O texto faz uma ligação sutil entre a indústria e o lazer: “A Metalúrgica Nacional, ao mesmo tempo honra a indústria brasileira e constitui uma prova de nossa aptidão para as mais altas formas de progresso.” Ou seja, a prosperidade industrial permite também o florescimento da cultura e do lazer.

O preço médio de uma refeição no Bar Nino é de Cr$ 20,00 por pessoa, o que, em 1949, era considerado acessível para a classe média urbana.


CONCLUSÃO: UMA VISÃO COMPLETA DA INDÚSTRIA BRASILEIRA EM 1949

Este suplemento da Empresa Metalúrgica Nacional é muito mais do que um anúncio. É um documento histórico que captura o espírito da época: um Brasil em ascensão, confiante em sua capacidade de produzir tudo o que precisa, desde automotores e caldeiras até máquinas de precisão e restaurantes elegantes.

Cada página revela uma faceta diferente da indústria nacional: a força da produção, a precisão da engenharia, a diversidade dos produtos e, finalmente, o fruto desse progresso — a vida urbana e cultural.

Em 1949, a Metalúrgica Nacional não era apenas uma fábrica; era um símbolo de esperança, de autossuficiência e de orgulho nacional. E, ao publicar este suplemento no Jornal de Curitiba, a empresa estava dizendo ao Brasil: “Estamos aqui. Estamos prontos. E estamos crescendo.”