Chama a atenção os cabos e trilhos dos bondes. Na lateral direita da imagem vemos a majestosa Igreja Nossa Senhora da Luz (Catedral de Curitiba).
fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado
quarta-feira, 28 de fevereiro de 2018
Praça Osório!
Nessa imagem vemos a tradicional Praça General Osório em Curitiba. Não sabemos a data exata, porém calculamos ser da década de 30 essa bela fotografia.
Colégio Progresso
Nessa imagem estilo cartão postal datado em Dezembro de 1926 vemos o imponente Colégio Progresso situado na Praça 19 de Dezembro no centro de Curitiba.
Uma curiosidade interessante foi a mudança de nome, pois era chamado de Escola Alemã, passou a ser chamado de Colégio Progresso em virtude da segunda guerra mundial.
Alto da Glória
A medida que as fotos enviadas pelo Fernando Luiz chegavam a curiosidade aumentava.
Junto a fotos de nossos queridos antepassados e alguns ainda presentes em nossas vidas vieram também fotografias espetaculares de nossa Curitiba de Antigamente contendo lindas imagens do fim das obras do Colégio Estadual do Paraná, como também uma verdadeira viagem no bairro Alto da Glória.
Confiram abaixo esse verdadeiro show de fotografias proporcionadas pelo saudoso tio Mario.
Curitiba de antigamente
Nas fotos enviadas pelo Fernando Luiz registradas pelas lentes da máquina do tio Mario.
Consegui reconhecer alguns locais, algumas fotos, outras ainda estou em busca de informações.
Veja as fotografias abaixo, se conseguir dizer quais locais são nos conte comentando no espaço para comentários aqui do site ou no facebook.
Obs.: *Temos até uma casa “clone” da Barão na foto 4. * A Foto da Capa foi tirada na Rua Agostinho Leão Jr.
FOTO 1
(Rua XV esquina com Barão do Rio Branco – Antigo Clube Curitibano)
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FOTO 2
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FOTO 3
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FOTO 4
(A casa da foto faz esquina da rua Mariano Torres com Amintas de Barros)
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FOTO 5
(Praça Zacarias com o Edifício Alfredo ao fundo)
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FOTO 6
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FOTO 7
(Praça Santos Andrade – Estátua do Aviador)
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FOTO 8
(Rua XV)
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FOTO 9
Grupo Escolar Tiradentes
Em algumas participações da tia Iara eu observei ela falando algo sobre o colégio Tiradentes ter suas dependências na Rua Barão do Serro Azul bem em frente á estátua do homem nu na praça Dezenove de Dezembro em Curitiba.
Como não sou de perder tempo fui em busca de informações, de pronto tive resultados incríveis, pois além dos ótimos relatos da tia Iara, um amigo meu do facebook chamado José Luiz Maranhão também compartilhou algumas lembranças.
Lá estudaram todos nós no primário. Depois mais tarde, com o centenário do Paraná é que o Grupo passou para o novo prédio, onde lecionei até meu casamento. Bons tempos aqueles!
Naquele tempo era um sobradão de um andar, sendo no térreo o gabinete da diretoria, duas salas de aulas, sala de música, banheiros. No andar superior havia quatro salas de aula. Já no pátio havia mais três ou quatro salas de aula, e bem ao fundo ficava uma cantina
Santa Casa de Misericórdia de Curitiba e o Padre Antônio!
Na época era conhecida como Hospital de Caridade de Curityba. Atualmente Santa Casa de Misericórdia.
Essa imagem valeu uma matéria publicada no Portal Paraná Online com importante participação do Padre Antônio Vicente da Cruz na história da cidade, o qual reproduzimos abaixo:
O Hospital de Caridade da Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de Curitiba foi inaugurada em 22 de maio de 1880. Foi o primeiro hospital de Curitiba. Obra de expressiva repercussão por sua beleza arquitetônica e, principalmente, por sua capacidade: 160 leitos.Os responsáveis pela construção do hospital tiveram ação abrangente. A par da construção propriamente dita, cuidaram de muitos outros detalhes. Por exemplo, a Capela de São Francisco de Paula, que pertencia à irmandade, apresentava condições precárias, necessitando urgente restauração. E a instituição não tinha os recursos necessários. Daí o gesto generoso do Padre Antônio Vicente da Cruz, oferecendo-se para tomar a seu cuidado a capela, restaurando-a por sua conta, com todas as despesas. A oferta foi aceita. Um detalhe: o Padre Antônio Vicente da Cruz era irmão, ou seja, integrante da irmandade.Embora o historiador Francisco de Paula Dias Negrão não citasse, sabe-se por outras vias, que dita capela situava-se no Alto São Francisco, onde estão, até hoje, as ruínas, mantidas como patrimônio histórico.O relógio, o mesmo que funciona até hoje, com as badaladas de 15 em 15 minutos e nas horas cheias, foi encomendado pelo presidente Lamenha Lins, sendo importado de Hamburgo, na Alemanha, por intermédio do relojoeiro Júlio Langue.
segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018
A PRIMEIRA IGREJA NA COLÔNIA SANTA CÂNDIDA – 06/01/1877
O presidente de província Adolpho Lamenha Lins esforçou-se logo de inicio em dotar a colônia de uma capela para o cultuo religioso dos colonos. Assim no próprio ano de fundação destinou um terreno de 76.681 metros quadrados e nele autorizou a construção de uma capela. Em seu relatório governamental de 1877 p. 84 e 85 assim descreve:
“Ultimamente terminou-se a construcção da capella que já foi entregue ao culto. É um edifício elegante, bem construído e está bem ornado e servido de paramentos, importando a despeza total em 6:397$000 (seis contos, trezentos e noventa e sete mil réis).”
Padre João Wislinski, em seu livro de crônicas, dá maiores detalhes dessa primeira igreja de Santa Cândida.
“… Era um quadrilátero de pedra até as janelas e depois de tijolos até a cobertura. Os tijolos procediam da Olaria Strese do Bacacheri, onde atualmente possui a Olaria Silvio Colle. O Sr. Strese era alemão católico. Os tijolos de sua Olaria eram muito bons, que hoje é difícil encontrar. No ano de 1910, do tempo do Pe. Leon Niebieszczanski, foi construído o presbitério em estilo gótico e duas pequenas sacristias. Anteriormente foi acrescentado na frente “babiniec” (lugar para as mães com nenês), de sorte que o comprimento de toda a Igreja tem 27 metros e a largura 6,40 metros. Não havia torre, somente ao lado campanário de madeira com dois sinos e sineta (“sygnaturka”).
Esta primeira Igreja de Santa Cândida tinha três altares, o principal de estilo imperial com a imagem de madeira 80 cm de altura de Santa Cândida, … e dois altares laterais nos quais estavam uma pequena imagem do Sagrado Coração de Jesus e de Nossa Senhora do Rosário.”
A capela foi solenemente benzida e inaugurada no dia dos santos reis (6 de janeiro) de 1877, com uma procissão que partiu de Curitiba, com cerca de 2.000 fieis, inclusive o próprio presidente da província, conduzindo uma imagem de Santa Cândida de 80 cm de altura, doada que fora pelo imperador D. Pedro II e adquirida em Lisboa.
O jornal governista, Dezenove de Dezembro, assim registrou o translado da imagem de Santa Cândida da matriz de Curitiba para a respectiva colônia.
“… os colonos dos arredores da capital em numero superior a dois mil, seguidos de uma multidão de fieis desta cidade, formaram a procissão que desfilou pela estrada da Graciosa até a bella colina onde está construída a elegante capella da colônia. A colônia Argelina (leia-se Santa Cândida) empavesou-se com arcos de folhagens, onde se liam inscrições relativas … uma comissão de meninas vestidas de branco, em nome da infância a quem S. Ex. (Lamenha Lins) fornece com tanta liberalidade o pabulo da instrução, depoz nas mãos do benemérito presidente singela e muito significativa manifestação. Os colonos de Argelina (leia-se Santa Cândida) fizeram-se representar por sua vez perante S. Ex. exprimindo-lhe a satisfação que experimentam diante dos progressos da colonização …. O povo aglomerado na collina, onde foi edificada a capella, oferecia aos que chegavam um imponente espetáculo. … Os distintos encarregados do alojamento dos imigrantes, e agente da colonização as suas expensas distribuíram pão e carne entre os colonos, que compareceram a festa.”
E assim passou o tempo e a capela foi servindo a seu propósito quando em 1929 o padre Paulo Warkocz iniciou a construção da nova Igreja. Pe. Paulo foi transferido para Irati em janeiro 1931 e coube ao Pe. João Wislinski que assumiu a paróquia em dezembro de 1931 concluí-la. Há duras penas, com diversas paralisações, por falta de dinheiro, a nova igreja foi concluída e em maio de 1936 nela foi rezada a primeira missa.
Então no dia 19 de fevereiro de 1940 procedeu-se a demolição dessa primeira igreja da colônia. A respeito dessa demolição Pe. Wislinski assim escreve em suas crônicas:
“Como a antiga Igreja estava em outro lugar, do outro lado da estrada, poderia ter sido conservada, pois, a construção era muito sólida. Poderia servir como residência paroquial. Infelizmente, somente 2 metros de distância, foi erguida a nova imponente Igreja, de tal sorte que, ficou entre a nova Igreja e o Cemitério paroquial. Tinha que sucumbir à demolição. O povo, principalmente os idosos e adultos lamentavam, quando começaram demolir as paredes da “velhinha”. Não é de admirar, pois, elas eram tão antigas como a estadia deles em Santa Cândida. Foi nela que eles contraíram matrimônio, batizaram os seus filhos, dela conduziam os primeiros colonos pioneiros, os seus familiares, para o descanso eterno no Cemitério ao lado. Foi nela que ouviam a Palavra de Deus, purificavam-se dos pecados, alimentavam a alma com as orações e a Sagrada Comunhão. Foi lá que eles hauriam força e coragem nos momentos difíceis, sobretudo nos primórdios na Terra Brasileira. – O que fazer! Assim é na vida dos homens, os idosos deixam lugar aos novos; amada e venerável, a primeira Igreja católica em Santa Cândida desceu ao sepulcro, fazendo lugar para a sua nova e suntuosa sucessora, … cabendo a esse padre o triste dever de pôr no sepulcro esta primeira Igreja de Santa Cândida na colônia de Santa Cândida.”
Pe. João Wislinski ainda relata:
Os trabalhos (de demolição) foram conduzidos pelo Sr. Matias Walecko, em substituição ao mestre de obras José Kowalczyk de Curitiba. Tudo levou um mês de trabalhos diários, terminaram na quarta-feira Santa, 21 de março. Ajudaram cerca de 100 famílias voluntárias. Os meninos de 12 a 15 anos ajudaram muito na limpeza dos tijolos e carregamento de entulhos. As despesas da demolição se elevaram a 768$500 (setecentos e sessenta e oito mil, quinhentos contos de réis): Matias Walecko, 24 dias …291$000; Francisco Walecko, 24 dias, 200$000; José Kulik, 25 dias, 222$000; Inácio Otto, 11 dias, 55$000.
Da antiga Igreja, foram recuperados 34 mil tijolos em bom estado e 5 mil de meio tijolo. Além disso, 70 m3 de pedra e 32 m3 de areia. Tudo isso serviu para a construção dos muros ao redor da Igreja e ampliação do cemitério. A venda das telhas e da madeira da antiga Igreja rendeu 1.028$300 (hum conto, 28 mil e trezentos réis).”
FONTE:
PARANÁ. Relatório do presidente Adolpho Lamenha Lins … 1877, p. 84-85.
FEDALTO. Pe. Pedro. A Arquidiocese de Curitiba na sua história. Curitiba, 1958, s/ed. p. 117.
DEZENOVE DE DEZEMBRO. Curitiba, 10 jan. 1877.
WISLINSKI. Pe. João. CRÔNICA DA PARÓQUIA DE SANTA CÂNDIDA – PARANÁ E DA CASA DOS PADRES da MISSÂO DO ANO DE 1932 – 1945. Tradução livre feita pelo Pe. Lourenço Biernaski, CM. Curitiba, 10 de dezembro de 2012.
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