quinta-feira, 5 de maio de 2022

REVOLTA DOS CARROCEIROS Responsáveis até então pelo transporte de cargas entre a estação ferroviária e as casas comerciais da cidade, os carroceiros de Curitiba não aceitaram a circulação dos bondes de mulas, a partir de novembro de 1887.

 REVOLTA DOS CARROCEIROS
Responsáveis até então pelo transporte de cargas entre a estação ferroviária e as casas comerciais da cidade, os carroceiros de Curitiba não aceitaram a circulação dos bondes de mulas, a partir de novembro de 1887.


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REVOLTA DOS CARROCEIROS
Responsáveis até então pelo transporte de cargas entre a estação ferroviária e as casas comerciais da cidade, os carroceiros de Curitiba não aceitaram a circulação dos bondes de mulas, a partir de novembro de 1887. “Os bondes logo foram execrados pelos carroceiros em razão da competição que faziam quanto ao transporte de cargas”, resgatou em 2012 o jornalista Cid Destefani na coluna “Nostalgia”, do jornal “Gazeta do Povo”.
Segundo anúncio veiculado na imprensa pela empresa Ferro Carril Curitybana, para bagagens e encomendas eram cobrados 100 réis para até 30 quilos; mais do que esse peso, a taxa era de 40 réis a cada 15 quilos. Havia ainda preços tabelados para que os carris levassem cargas urbanas, de importação e de exportação.
Os bondes carregavam de tudo, como criticou o editorial do jornal “Dezenove de Dezembro”, na edição de 4 de fevereiro de 1888. Em plena rua da Imperatriz (atual XV de Novembro), o vagão recebeu “um enorme caixão e outros volumes, ao chegar em frente à casa do Sr. Fernandes Loureiro”. “Pergunta-se: é isso admissível?”, alfinetou o veículo de comunicação. Além da incômoda carga no bonde exclusivo para passageiros, o jornal disse que a viagem atrasou devido à parada.
Nem uma semana após a viagem inaugural, o jornal “Gazeta Paranaense” já relatava ataques aos bondes, o que chamou de “perversidade”. “Aproveitando a escuridão da noite – esta irmã do crime, lançam sobre os trilhos dos bonds enormes pedras e atravessam-n'os com imensos pedaços de páos.” Ainda de acordo com a publicação, no dia em que o sistema começou a operar já houve sabotagens, justamente ao veículo em que seguia o chefe de polícia. Ele, então, colocou seis policiais à disposição da empresa Curitybana, para coibir os atos.
O gerente da empresa, no entanto, dispensou a atuação dos “praças” para evitar os incidentes. A “Gazeta Paranaense” relatou, no dia 30 de novembro, um princípio de conflito na antiga rua Matto Grosso (não é possível saber em qual trecho). Um carroceiro, após descarregar, não saiu dos trilhos para dar passagem ao bonde, apesar dos apitos. Questionado pelos condutores, ele teria respondido que estava descansando. Os funcionários do empresa Curitybana, então, tentaram retirar a carroça dali, o que chamou a atenção de outros carroceiros, que saíram em defesa do colega e deram início a um “grosso salceiro”.
Os casos continuaram. Quem conta, desta vez, é o jornal “A Republica”, na edição de 8 de novembro de 1888. De acordo com o relato, carroceiros transportavam barro para o Largo do Mercado (antiga Cadeia Pública de Curitiba e atual Paço Municipal) e ocuparam os trilhos. Intimados pelo condutor a liberarem a passagem, continuaram o serviço. O bonde ficou parado por pelo menos quinze minutos: “Por apitos successivos, retiraram-se apressadamente. Pedimos providencias para abusos de tal ordem”.
Em 1895, o Código de Posturas Municipais instituiu uma multa de 5 mil réis para qualquer pessoa que atrapalhasse a circulação dos bondes, fosse por parar veículos nos trilhos ou por tentar sabotá-los com paus, pedras e outros objetos que impedissem o trânsito ou levassem ao risco de descarrilhamento. No final de abril de 1896, os carroceiros de Curitiba fizeram uma greve. Segundo “A Republica”, aqueles que queriam trabalhar eram ameaçados. Os colonos, depois de venderem seus produtos, ajudaram a transportar cargas, sob a proteção da polícia.
Dois anos e meio depois, uma norma municipal disciplinou o trabalho da categoria. A lei 13 de 1898, publicada pelo jornal “O Municipio”, apontado como o “órgão da municipalidade de Curityba”, normatizou o serviço de transporte de cargas, inclusive nos bondes. As matrículas, tanto de carroceiros, cocheiros, condutores e carregadores, eram emitidas pela Câmara Municipal apenas para maiores de 14 anos de idade.
Paulo Grani.

CURIOSO TESTAMENTO DE MATEUS LEME Bandeirante paulista, Mateus Leme foi um dos primeiros povoadores de Curitiba, estabelecendo-se, com numerosa família, num sítio da região do rio Barigui.

 CURIOSO TESTAMENTO DE MATEUS LEME
Bandeirante paulista, Mateus Leme foi um dos primeiros povoadores de Curitiba, estabelecendo-se, com numerosa família, num sítio da região do rio Barigui.


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CURIOSO TESTAMENTO DE MATEUS LEME
Bandeirante paulista, Mateus Leme foi um dos primeiros povoadores de Curitiba, estabelecendo-se, com numerosa família, num sítio da região do rio Barigui. Nomeado Capitão-Povoador e sesmeiro pelo Capitão-Mor Gabriel de Lara, assinou o auto de criação do pelourinho de Curitiba em 1668. Mais tarde, em 1693, os habitantes se reuniram e solicitaram à Mateus Leme, por petição, a criação da Vila de Nossa Senhora da Luz e Bom Jesus dos Pinhais, hoje Curitiba.
O testamento de Mateus Leme, conforme detalhado adiante, demonstra como os homens públicos antigamente se entregavam de corpo e alma para os trabalhos visando o bem da coletividade, terminando sua vida, quase sempre, sem ostentação e sem bens materiais:
Testamento do Capitão Povoador Mateus Martins Leme, redigido em 02/06/1695, (grafia transcrita do original):
"Em nome da Santíssima Trindade Padre filho e Espírito Santo três pessoas e hum só Deus uerdadeiro. Saibam quantos este público Istromento uirem em como no ano do nascimento denosso Senhor Jesus Cristo demil e seis sentos e e nouenta e sinco anos aos dous dias domez de Junho do dito anno, eu Mateus Martis Leme estando em cama, faso este meu testamento da foram seguinte:
Primeiramente encomendo minha alma a Santíssima Trindade, que acriou e rogo ao padre eterno pellamorte e paicham do seu unigenito filho a queira reseber como resebeu a sua estando pera morer na aruore da uera Crus e a meo Senhor Jezus Cristo pesso por suas divinas chagas que va que nesta uida me fesmercê dar seu presioso sange emeresimento deseus traualhos me faxa também mercê nauida que esperamos dar o prêmio quilhe agloria e pexo e rogo a gloria Virgem Maria mãy de deus e ao anio de minha garda e atodos os santos de quem sou deuoto queira por mim emtreseder agora e quando minha alma deste corpo sair porque como uerdadeiro cristam protesto deuiver emorer em asanta fé católica e nesta fé espero saluar minha alma não p’ro meus meresimentos, mas pellos da paicham d’ungenito filho de deus;
Rogo a meu genro Antonio da Costa celozo e a Capptam. Mór agostinho de fiqueiredo, em Pernaguá Manoel velozo que per seruisso de deus queiram ser meu testamenteiro, feitores e procuradores de meus beis – meu corpo será sepultado nesta Igreia matris no Cruzero de Tailho do arco aonde está sepultado meo filho Miguel Martins – Declaro que não deuo diuidas nem huas somente duas colheres e hua tomoladera que possa ter quatro patacas de peso pouco mais ou menos; declaro que estas duas colheres e a tomoladera deuo a manoel picam de dote; declaro que sou casado com antonia de goes em fase da Igreia da qual tiue dous filhos machos a sauer – Antonio Martins yá defunto e Mateus Leme e a anna maria da silva e a maria Leme mulher de manoel picam;
declaro que caseia anna maria da silva com antonio da Costa uelozo lhe dev seu dot porem cheiro tudo q lhe prometti não lhe resto a deuer nada;
declaro que cazei a minha filha maria Leme com manoel Picam e lhe entregey todo dote que lhe prometi so lhe resto as duas colheres e atamoladera que asima digo;
declaro que o defunto meo filho Antº. Martins que deus aia quando se cazou com a filha de baltezal carrasco leuou sincoenta rezes emtre piquenas e grandes e hu rapagam de quinze ou uinte annos e tres espigardas e se quizer entrará com tudo isto a colasam;
declaro que tenho em casa de mateus Leme hu negro por por nome uicente e hua rapariga por nome maria e hum negreo seu melaton hu negro por nome manoel, o coal defunto ficará por sua conta; declaro que tinha encarregado o meu filho mateus Leme o gado quer bacum e caualgaduras ouelhas e a feramentatodas machados, foises emchadas e feramenta de carpintaria toda; declaro que tenho hu casal de pessas manoel com sua mulher marsela, hu filho por nome gaspar, hu neto por nome Inosensio;
Bernardo com sua mulher anna seu filho por nome faustino hu neto por nome siriaco, hua neta por nome maria que está em casa demateus Leme;
Francisca com tres netos simoa Paulo e Juan – André e seu irmão pedro e sua Irmã Theodosia – Leam soltero e seu neto Lazaro – Felipe soltero faustina tapanhuma, soltera;
Declaro que grauuiel e palinario os deichou o defunto meu pay deus aia em Sam paullo forros com condisam que a grauiel com hua bastarda de minha obrigasaram a coal uruana deicho per forra e livre de oie pera sempre;
Declaro que tenho hum cazal de pessas hu índio por nome Joseph e sua mulher Domingas com hua filha por nome merensia, a dita merensia com hua filha de peito e este cazal de pessas pelos bons seruissos que delle tenho resebido agazalhos e soccorros e boa companhia que só delles sou soccorrido e empar elo em todo os meus traualhos que me asistem com todo nesesario em todas as minhas nesesidades, assim que pesso a meus testamenros e erderos que com o dito cazal e sua filha e nete não entendam nem queiram sageitar por ser assim minha ultima uontade, mas antes socoram em sua nesesidades;
Declaro que tenho mais hua negra madanela com seu filho nicolau e nicolau com duas filhas por nome Lourença e outra por nome Domingas; Declaro que tenho hu bastardo por nome Luis ao qual deicho por minha morte por esmola hu rapas do gentio da terra por nome Inosensio, a qual deicho por esmola que em hum erdero meu podera entender-se com elle – declaro que Liam e gaspar cada hu tem hua espingarda iram com suas espingardas a quem couber; Declaro que Joseph fica com sua espingarda que nem hu erdero poderá entender com elle – Declaro que tenho hua tapanhuma por nome faustina a coal se venderá para satisfasam de meus legados entero acompanhamento e missas;
Declaro que me acompanhará o Pe. Vigro. Meo corpo com sua Crus e acrus das almas e denosa Senhora e porquanto esta he minha ultima uontade de modo que tenho dito peso a justisa de sua magestade fasam dar entero cumprimento e meus testamenteros nomeado lhe torno a pedir queiram ser meus testamenteros e de meus beis, tomem o mais bem posse delles e ou uendam pera meus legados he enteramente se nesesario forem vendelos e por esta hei por acauado este meu testamento que asinei em dito dia mês e annos atras. - Mateus miz Leme - Testemunhas: O P. Vigario Antonio de Aluarenga, Antonio A. Martins, Antonio Roiz Seixas, Luiz de Sequeira, Garcia Rodrigues Velho."
Paulo Grani

***Santa Felicidade *** A Foto retrata uma Procissão que foi realizada na década de 1930. O terreno desocupado, é o local onde foi construído a empresa de Vinhos Durigam.

 ***Santa Felicidade ***
A Foto retrata uma Procissão que foi realizada na década de 1930. O terreno desocupado, é o local onde foi construído a empresa de Vinhos Durigam.


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Educandário Santa Felicidade - 1953 ***(Atualmente no local funciona a Escola Estadual de Educação Especial Lucy Requião de Mello e Silva.)-*Av. Manoel Ribas, 7119

 Educandário Santa Felicidade - 1953
***(Atualmente no local funciona a Escola Estadual de Educação Especial Lucy Requião de Mello e Silva.)-*Av. Manoel Ribas, 7119


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Moradores de Santa Felicidade, voltando para casa, na subida do Barigui - Década de 50.

 Moradores de Santa Felicidade, voltando para casa, na subida do Barigui - Década de 50.


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Rua XV de Novembro em 1913 - Fonte PMC.

 Rua XV de Novembro em 1913 -
Fonte PMC.


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Avenida Manoel Ribas. - 1943 ***Foto de Arthur Wischral ***

 Avenida Manoel Ribas. - 1943
***Foto de Arthur Wischral ***


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ENTRANDO NO PALACETE GARMATTER Quase todos os curitibanos já conhecem ou ouviram falar do Palacete Garmatter, construído de frente à Praça João Cândido, em Curitiba. Durante muito tempo foi residência da família Garmatter.

 ENTRANDO NO PALACETE GARMATTER
Quase todos os curitibanos já conhecem ou ouviram falar do Palacete Garmatter, construído de frente à Praça João Cândido, em Curitiba. Durante muito tempo foi residência da família Garmatter.


Pode ser uma imagem de ao ar livre, monumento e texto que diz "Figura 5- Palacete Garmatter, sem data. Fachada Frontal. 25"
Pode ser uma imagem de ao ar livre e texto que diz "กก OETR Figura 6- Palacete Garmatter, sem data. Fachada posterior. 28"
Pode ser uma imagem de texto que diz "Figura 9- Escritório do palacete Garmatter, sem data.37"
Pode ser uma imagem de texto que diz "Figura 10 Sala de estar do palacete Garmatter, sem data. 38"
Pode ser uma imagem de área interna e texto que diz "Figura 11- Hall do palacete Garmatter, sem data. 39"
Pode ser uma imagem de área interna e texto que diz "Figura 12 安 Hall do palacete Garmatter, sem data.40"
Pode ser uma imagem de texto que diz "Figura 13 Sala de refeições do palacete Garmatter, sem data.47"
Pode ser uma imagem de ‎área interna e ‎texto que diz "‎tvE மمت Figura 14- 14 Cozinha do palacete Garmatter, sem data.48‎"‎‎
Pode ser uma imagem de área interna e texto que diz "Figura 17 Sala da familia. sem data.61"
Pode ser uma imagem de área interna e texto que diz "Figura 18- Quarto do senhor Garmatter, sem data."
Pode ser uma imagem de área interna e texto que diz "Figura 19- Quarto da senhora Edith Garmatter Rıtzmann sem data. 63"
Pode ser uma imagem de área interna e texto que diz "Figura 20 Banheiro dos aposentos do senhor Garmatter, sem da"
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Pode ser uma imagem de andar e texto que diz "2 7 10 Térreo Hall Entrada Escritório Copa Cozinha Sala Intima Salad Estar Salade Jantar Salad Estar Intima Copa Corredor da Cozinna Cozinha Armariod Vassouras Area Serviço Dispensa Hall Serviço Lavabo Corredor Serviço Terraço Coberto Figura 8 tuel térreo palacete Garmatter. 32 12 14 15 16 17 18"
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ENTRANDO NO PALACETE GARMATTER
Quase todos os curitibanos já conhecem ou ouviram falar do Palacete Garmatter, construído de frente à Praça João Cândido, em Curitiba. Durante muito tempo foi residência da família Garmatter.
A construção se enquadra com a paisagem urbana e faz composição com os detalhes da Praça João Cândido. Foi construída em concreto armado, em estilo eclético, apresentando influência do modernismo e Art Déco germânico. Sendo baseada em uma construção alemã, teve seu interior ricamente pensado para abrigar com conforto essa importante família da capital paranaense.
Idealizado e financiado por Julio Garmatter, alemão nascido em Krepe-Bei-Posen, em 1878, que emigrou para o Brasil no ano de 1894. Se estabeleceu na cidade de Curitiba, tornando-se um grande comerciante de carnes e proprietário de terras, com grande açougue e fábrica de banha, linguiça e presunto. Casou-se em 1902 com Maria Meister, com quem teve cinco filhos, três meninos, Reinaldo, Julio e Carlos, e duas meninas, Carlota e Edith. Sua participação no desenvolvimento na cidade de Curitiba foi ampla, possuiu um grande comércio de carnes no centro da cidade, localizado na esquina das Travessas Nestor de Castro e José Bonifácio, construção que existe até os dias atuais.
Criou amizades com importantes personalidades da elite, conseguindo casamentos para seus filhos com descendentes de grandes famílias da capital paranaense, de empresários de bens de uso e produtores de erva mate. Sua influência atingiu até o âmbito político, participando da Associação Comercial do Paraná e sendo membro de comitês civis em assuntos de desenvolvimento e avanços tecnológicos na indústria.
Entre os anos de 1926 e 1928, Julio Garmatter articulou a compra de três terrenos na região do Alto São Francisco para a construção de sua residência. Hoje em dia ela fica localizada na rua Dr. Kellers, de frente à praça João Cândido, sendo delimitada nas laterais pelas ruas Ébano Pereira e Ermelino de Leão.
O início das construções não tem uma data definida, pois como descoberto nos arquivos da Coordenação do Patrimônio Cultural, os registros que possuíam tal informação e as plantas originais foram queimados em um incêndio. Contudo, em relatos da filha do senhor Garmatter, Edith Garmatter Ritzmann, "a construção da casa demorou quase dois anos". Portanto, partindo da data da última compra e unificação dos lotes, presumiu-se a construção entres os anos de 1928 e 1929.
A autoria do projeto da residência (figura 3) é de Fernando Eduardo Chaves, que a pedido do proprietário projeta o palacete “de grande porte com três pavimentos de 1.145,00 m2”, baseado na Rash Haus, de autoria do arquiteto alemão Hermann Muthesius, de 1913, em Wiesbadem, nas proximidades da cidade de Frankfurt, Alemanha.
A neta de Julio Garmatter, Annemarie L. R. Glaser, comenta que “Meu avô visitou esta casa na Alemanha, gostou e trouxe o projeto da casa para construir em Curitiba”, também “trouxeram o projeto da casa e, depois, compraram os sanitários, as maçanetas, as torneiras, os pisos e os vitrais, afinal, tudo o que era necessário para a casa foi importado da Alemanha”.
Descrição do palacete:
Annemarie afirma que “entrando pela porta principal da casa havia um pequeno hall (cômodo 1 da planta pavimento térreo – Figura 8 ), em seguida, à esquerda, o escritório do vovô (cômodo 2 – Figura 8 ), e, à direita, uma saleta (cômodo 3 – Figura 8 ) e uma cozinha (cômodo 4 – Figura 8 ) montada para a tia Edith.” Assim, os aposentos que são classificados como escritório também tinham outra função, como espaço para a filha do proprietário e sua família. O mesmo pode ser dito a respeito do aposento “sala do café-da-manhã” (cômodo 8 – Figura 8 ) que, seguindo o princípio da configuração das janelas e portas, seria uma sala de estar intima (figura 10). De acordo com o livro “As virtudes do bem-morar”, seria “saleta do Palacete Garmatter, década de 1930. Ambiente feminino, com cadeiras e conversadeiras estofadas e revestidas em gobelin.”
Observação: Onde foi referido como “hall”, a senhora Glaser comenta “na sala de visitas (cômodo 6 – Figura 8 ) havia uma lareira e móveis de estilo, feitos à mão.” As fotografias do álbum do proprietário (Figuras 11 e 12) mostram “a madeira escura – presente no piso, no teto, nos lambris e nas esquadrias – e os papéis de paredes importados com motivos florais”, contrastando com o mobiliário moderno: “mesas, sofás e poltronas de linha futuristas.”
Quanto à sala de refeições (cômodo 7 – Figura 8 ) fala que “na sala de jantar – que se comunicava com a de visitas e a copa – tinha a mesa, dois buffets, a cristaleira e o relógio com pé em madeira”, a respeito da mesa (Figura 13), ainda comenta que “a mesa de jantar tinha 14 lugares e aumentava com mais sete tábuas.”
Descrevendo a cozinha (cômodo 11 – Figura 8 ), é dito: “tinha fogão a lenha, grande e com serpentina, e ainda um fogão e um forno elétrico”49 (Figura 14); sobre o reservado ao lado da cozinha (cômodo 14 – Figura 8 ), Annemarie acrescenta “embaixo da escada de serviço, havia uma pequena despensa com enlatados, que ficava sempre trancada.”
A garagem do Palacete Garmatter (cômodo 1 da planta porão, Figura 7) ficava no porão sob a cozinha, sendo disposta da seguinte maneira: "a garagem ficava no subsolo e, ao lado, tinha o depósito de lenha, a lavanderia, o armário para limpeza e para o jardim, etc.”
O pavimento superior no palacete abrigava a área íntima da família, mantendo as diferenças com a Rasch Haus, que abrigava áreas comuns: Subindo a escada principal, sobre a sala de refeições e com planta idêntica, temos a sala da família. Neste pavimento estão todos os quartos ocupados pela família, mais dois banheiros completos. O terceiro e ultimo pavimento destinava-se exclusivamente aos empregados.
Em palavras da neta do proprietário, “tinha um quarto para meus avós; um para o tio Julio; outro para tia Edith, seu marido e filho; e, ainda, a sala íntima, muito gostosa e bem iluminada pelos vitrais.” Afirmava ainda que “o quarto dos meus avós, no pavimento superior, era próximo ao do filho solteiro, Julio. Do outro lado, estava o quarto da filha casada, Edith, e do seu primeiro filho.” A respeito do jardim de inverno (cômodo 9 – Figura 15), relatou que “a sala utilizada por minha avó nos momentos de descanso era bem viva e iluminada pelos vitrais de motivos florais, coloridos e lindos, que vieram da França.” No último pavimento (planta sótão, Figura 16) ela revelou que “o Julio tinha um laboratório instalado na mansarda, onde ficavam os quartos do motorista – homem de confiança de meu avô, que também cuidava do jardim –, da cozinheira e da empregada.”
Utilizando destes dados, podemos supor a distribuição da ocupação dos aposentos da seguinte forma: o quarto do casal Garmatter (figura 18) ocupava o aposento ao fundo do lado esquerdo (cômodo 6 da planta pavimento superior – Figura 15), com acesso ao banheiro (cômodo 7 – Figura 15 e Figura 20) e a um pequeno hall (cômodo 8 – Figura 15) com janela para o jardim de inverno. O quarto do casal Ritzmann (cômodo 15 – Figura 15 e Figura 19) ficava nos dois aposentos na frente à direita, onde o quarto dos filhos do casal (cômodo 14 – Figura 15) continha acesso ao quarto dos pais, ao banheiro (cômodo 13 – Figura 15) e ao terraço. A sala de estar da família (cômodo 2 – Figura 15 e Figura 17) se localizava ao centro do edifício com projeção abaulada. Com as descrições não podemos definir a localização exata do quarto do filho solteiro do casal Garmatter, e a única descrição afirmava que ficava próxima ao dos pais.
Não é possível identificar quatro aposentos do pavimento superior; sendo os dois aposentos (cômodos 10 e 11 – Figura 15) do lado direito do jardim de inverno que possuía acesso ao banheiro e janelas para o jardim de inverno, e dois quartos (cômodos 3 e 4 – Figura 15) localizados na frente ao lado esquerdo da sala de estar da família, que possuía acesso ao banheiro do casal Garmatter, e a sala de estar. Quanto a estes quatro aposentos, podemos supor que os dois primeiros se destinavam ao “quarto das visitas”, como deixa a entender a neta do proprietário ao dizer que “também residiram temporariamente no palacete até construir sua casa, o quarto filho do casal Garmatter, Carlos, e sua esposa.” Quanto aos outros dois aposentos, o com acesso a sala de estar da familia, poderia ser uma antessala para os quartos, e o segundo, com acesso ao banheiro, o quarto do filho mais novo do casal Garmatter, Julio.
Com um breve relato da parte externa do edifício, o terreno era enorme [4.455,00m2]. "Nos fundos do terreno, havia um portão de serviço (rua Ermelino de Leão), um canil e um cercado com um tanque para os marrecos. Aos domingos, toda família se reunia no almoço. Os parentes e os amigos vinham com seus carros brilhando e estacionavam no pátio dos fundos", relata a senhora Glaser. Na fotografia abaixo (figura 21), podemos ver o pátio ao fundo da casa, aos pés da escadaria que tinha em suas colunas pontos de luz, e também vemos a entrada da garagem e o piso de ladrilho de cimento.
A família Garmatter residiu no palacete até 1938, quando a residência foi comprada pelo Governo do Estado do Paraná. Por fim a senhora Glaser conta o destino de seus avós após a venda da casa, “com a mudança de Edith para sua própria residência, meus avós construíram outra, no bairro das mercês e venderam o palacete para Manoel Ribas”.
No início de 1938, durante o governo do interventor Manoel Ribas, o Sr. Garmatter vendeu a casa para o governo do estado, por “… quasi 500 contos …”, segundo o jornal “Diário da Tarde”.
Em fevereiro de 1938, a sede do governo estadual foi transferida para o Palacete Garmatter que logo passou a chamá-lo de Palácio São Francisco. Com a inauguração do Palácio Iguaçu em 19 de dezembro de 1954 a sede do governo deixou o local.
Em 1961, o prédio foi cedido ao governo federal e passou a ser utilizado pelo Tribunal Regional Eleitoral, que ocupou-o até 1987. O prédio foi então devolvido para o governo estadual e em 28 de novembro de 1987 o prédio foi tombado e passou a fazer parte do Patrimônio Cultural do Paraná.
No anos 1960, o TRE ampliou consideravelmente a casa. No livro do tombo está escrito: “… com a construção do edifício contíguo ao Palácio, sacrificando uma de suas elevações laterais e alterando a relação volumétrica do edifício com o seu jardim e o espaço urbano da Praça João Cândido. O tombamento do Palácio diz respeito só ao edifício construído na década de 20. …”.
O restauro efetuado em 1987 recuperou o que foi possível do antigo palacete, eliminando divisórias e recuperando a divisão original das peças. Também foi feito um trabalho que revelou parte da cobertura original das paredes. Mas mantiveram a ampliação feita nos anos 1960.
Depois de restaurado o conjunto passou a ser ocupado pelo Museu de Arte do Paraná.
(Adaptado do livro Palácio São Francisco - De Residência Garmatter a Museu Paranaense, do escritor Antonio Carlos de Carvalho)
Paulo Grani

Você sabia que já existiu o "Banco de Curityba? Pois sim, foi uma instituição bancária com sede neste prédio, na esquina das Avenidas Marechal Floriano e Marechal Deodoro e tinha filiais nas principais cidades do estado do Paraná, na época em que funcionou, entre as décadas de 1920 e 1940.

Você sabia que já existiu o "Banco de Curityba?
Pois sim, foi uma instituição bancária com sede neste prédio, na esquina das Avenidas Marechal Floriano e Marechal Deodoro e tinha filiais nas principais cidades do estado do Paraná, na época em que funcionou, entre as décadas de 1920 e 1940.


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Prédio da sede do Banco de Curitiba, já inativo, em foto dos anos 1950.
Foto: gazetadopovo.com.br

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Propaganda veiculada em períódico da cidade, em 1923, apresentava o projeto do Edifício que seria construído naquela época.
Foto: Curitiba.pr.gov.br
ANTIGA SEDE DO BANCO DE CURITYBA
Você sabia que já existiu o "Banco de Curityba?
Pois sim, foi uma instituição bancária com sede neste prédio, na esquina das Avenidas Marechal Floriano e Marechal Deodoro e tinha filiais nas principais cidades do estado do Paraná, na época em que funcionou, entre as décadas de 1920 e 1940.
O banco tinha suas transações financeiras garantidas pela União e pelo Estado do Paraná, conforme texto de sua propaganda.
O imóvel foi demolido na década de 1950, pouco tempo depois do encerramento das atividades do banco.
Paulo Grani.