sexta-feira, 20 de janeiro de 2023

Edifício Nossa Senhora da Luz

 

Edifício Nossa Senhora da Luz


Edifício Nossa Senhora da Luz

Edifício Nossa Senhora da Luz

Construído em 1940 o Edifício Nossa Senhora da Luz foi projetado por Romeu Paulo da Costa.
Já apresenta características do modernismo, mas chama a minha atenção mesmo por estar localizado ao lado da Catedral e tirar um pouco do destaque dela. Não pelo estilo, mas pela altura. Ainda mais com uma cor dessa.
Não deveriam ter permitido construções altas no entorno da Catedral, que é uma joia da cidade.

A capela da Santa Casa

 

A capela da Santa Casa


A capela da Santa Casa

A capela da Santa Casa

A capela da Santa Casa

A capela da Santa Casa

A capela da Santa Casa

A capela da Santa Casa

A capela da Santa Casa

A capela da Santa Casa

A capela da Santa Casa

A capela da Santa Casa


Fazia tempo que queria conhecer a capela da Santa Casa e nunca dava certo. Ou estava fechada ou eu estava passando por ali sem tempo. Domingo, sem planejar, passando em frente ví que a porta principal do hospital estava aberta e resolvi tentar. Consegui e valeu a pena. É uma capela lindíssima.

Quando da inauguração do hospital em 22 de maio de 1880 D. Pedro II escreveu o seguinte sobre ela em seu diário: “Ouvi missa na capela que é de bonitas madeiras das quais uma é o lindo cipó florão.”

Saiba um pouco sobre a história da Santa Casa aqui.

Referência:

Solar da Baronesa

 

Solar da Baronesa


Solar da Baronesa

Solar da Baronesa





Baronesa do Serro Azul
Construído ao lado do Solar do Barão, há dúvidas quanto a data em que foi erguido. Alguns dizem que é contemporâneo da construção da casa principal. Outros dizem que foi construída após a morte do Barão.
Uma coisa porém parece ser certa: a baronesa passou a residir nesta casa após o assassinato de seu marido, Ildenfonso Pereira Correia, o Barão do Serro Azul.
Mais simples, com apenas um andar, a casa segue o mesmo estilo da vizinha. Janelas em arcos e sacadas em ferro fundido. Tem porém um porão alto, com aberturas.
Também é um bem tombado pelo Patrimônio Cultural do Paraná e uma Unidade de Interesse de Preservação.

A seguir a carta da Baronesa do Serro Azul ao senador José da Costa Azevedo, Barão de Ladário:

“Exmo. Sr. Barão de Ladário. Rio de Janeiro.
Cumprimentando a V. Exa., espero que me será perdoada esta liberdade com que vou prestar a V. Exa. informações sobre o monstruoso attentado que trouxe lucto eterno a meu lar, para sempre deserto das alegrias que eram para o meu coração de esposa e para a innocencia de meus filhos, hoje orphãos de pai, o único e grato conforto da vida.
Aqui desta sombra do claustro em que sinto minha alma sepultada, e onde a coragem que me resta, nasce da própria immensidade de meu sofrimento, começo a notar, senhor que, a Justiça indefectível de Deus está escolhendo entre os puros e os bons desde mundo os instrumentos poderosos de que há de em breve valer-se para a solemne reparação que se lhe deve na terra. E V. Exa. foi dos primeiros entre esses que em todos os tempos e no seio de todas as nações como que a Providencia designa para serem o verbo de fogo a fallar às almas, a pungir os corações emocionando os povos, apontando-lhes no céo a cor azul e immaculada da Lei, para que as magistraturas abalem-se e as consciências volvam a ouvir a voz clamorosa dos túmulos, onde o martyrio não dormirá eternamente, porque eterna só há de ser a devida soberania do Direito e da Verdade.
E desde que V. Exa. justamente assombrado ante o que se passa neste paiz, está sendo um dos poucos (mas poucos que teem a força das legiões) que se empenham pela desaffronta desta geração perante a História, julgo que é do meu dever, o dever piedoso e santo que me é imposto pela memória saudosíssima de meu infeliz esposo, contribuir para que V. Exa. exerça neste momento a heróica e sagrada missão de clamar por desaggravo completo à honra e à inoccência das victimas que aqui foram sacrificadas ao furor incontinente e aos desvarios de homens que já teem a consciência galvanizada pelo mal.
Não repetirei o que por certo V. Exa. já sabe, em relação aos successos que, desde princípios de 1894, se deram neste Estado; mas em poucas palavras recordarei quanto do papel que coube ao meu inditoso marido, o Barão do Serro Azul, no meio dos acontecimentos que se desdobraram.
V. Exa., decerto, já tem notícias das condições em que o então governador deste infelliz Paraná, Dr. Vicente Machado da Silva Lima, abandonara esta capital em Janeiro de 1894, deixando forças do governo luctando em diversos pontos e sem communicar essa inesperada resolução sequer aos mais íntimos amigos seus que se achavam na cidade.
Curitiba (a mísera Curitiba! – como justificadamente disseram folhas de S. Paulo) ficou inteiramente entregue aos azares do desconhecido; pois o governador, ao retirar-se, nem ao menos incumbira a municipalidade da polícia urbana! Tribunais, repartições públicas, commercio, officinas, e as famílias absolutamente à mercê do primeiro salteio, enquanto a autoridade legal contradizia os seus protestos da véspera fugindo em desespero para o Estado vizinho. É fácil fazer uma idéia da situação em que se viram estas populações, suffocadas de pavor ante os extranhos sucessos que se passavam, e ainda sob as impressões e suspeitas que lhes haviam posto no coração transtornado, de que andávamos em vésperas de saque, do extermínio, do arrasamento que passariam por esta terra com as hostes temerosas da revolução.
Em semelhante conjunctura, as classes em que é mais natural e profundo o espírito de conservação, recorreram ao único meio que parecia efficaz no sentido de garantir ao menos os direitos primordiaes das gentes: isto é – fizeram a escolha de uma comissão que tomasse a si o trabalho de neutralisar, como fosse possível, as violências a que se achava exposta a cidade. Foi assim que meu marido, com outros membros do commercio e das diversas classes, tomou a si o grande e penoso encargo de collocar-se entre os revolucionários triuphantes e a família paranaense, cuja paz e cujos direitos o governo legal estava impossibilitado de assegurar no momento.
A população inteira de Curitiba, os próprios adversários ou desafectos do Barão do Serro Azul ainda podem dizer hoje como e com que sacrifício de saúde e de seus interesses elle tornou-se o centro e a alma da commissão; arregrando tudo, contendo ímpetos , fazendo em summa quanto pudesse attenuar para o commercio, para a industria, para a propriedade e para a família curitibana, os effeitos da emmergencia excepcional em que se via a cidade. Um só documento será capaz alguém de apresentar de que meu marido siquer tivesse sympathias pela revolução. Em vez disso, seria facílimo fornecer provas positivas de que o Barão do Serro Azul, aos próprios chefes revolucionários, nunca dissimulou o seu modo de pensar a respeito do immenso descalabro que a invasão vinha causar ao Paraná e e especialmente quanto à efficacia do extremo recurso da revolta como meio de corrigir os erros da tyrannia e operar o restabelecimento da Constituição e das leis – de modo horroroso subvertidas pelas paixões dos próprios homens que tinham o dever de conservar-lhes immaculada a pureza e a magestade intangível. Foi tal, senhor – e o Paraná inteiro ahi tereis para confirmal-o – foi tal a reação exercida por meu inditoso marido nos dias dolorosos em que Curitiba esteve pelo Governo entregue à revolução triumphante, que o commercio, a industria, a imprensa, todas as classes sociaes apontavam-no sempre como o elemento principal da grande força que constituiu-se à égide do direito, da ordem, da tranqüilidade de todos, tanto quanto era humanamente possível naquelles momentos anormaes.
E tão certo e convencido estava o Barão do Serro de que os serviços que prestara pela última vez a esta terra, que tanto lhe mereceu e que por ninguém, mais do que por elle, foi servida com desinteresse e solicitude indiscutíveis, tão certo, digo senhor, de que taes esforços seriam reconhecidos e louvados pelo governo que retomava o seu posto – que absolutamente recusou fazer o que todos os culpados fizeram. Com calma e até com satisfação e alacridade, esperava, pode-se dizer sorrindo, o governo legal, a quem desejava até dar contas do modo nobre como soubera zelar do direito, da fortuna e da honra de seus patrícios – honra, direito e fortuna que a autoridade legítima não tinha tido a coragem de amparar e defender.
Mas, logo nos primeiros dias após a chegada das tropas legaes, entre cujas fileiras o governador que fugira estava como um triumphador, meu marido percebeu que os sentimentos dos que voltavam desmentiam toda a convicção com que via restabelecer-se a lei na terra paranaense; e isto não sem pasmo da população inteira, que suppunha-se mais com direito à condolência pelo seu sofrimento, do que no risco de vir a padecer castigos por uma culpa que só o Governo commetera desertando o seu posto de guarda da Lei e garantidor da paz e da ordem. E que julga V. Exa. que fosse o pensamento de que vinha cheia a alma dos que haviam fugido?
Não quero alongar-me demais dando conta do que occorreu, dos excessos de toda ordem que caracterisaram os angustiosos longos primeiros dias da reocupação legal. Um dia há de haver quem se incumba de dar à América, para escarmento dessa geração, uma pintura fiel e minuciosa desses incríveis insucessos, que encheram de mágua e de santa revolta até a alma dos mais indifferentes e que fizeram esquecer de todo os males, os insignificantes males da revolução!
Para o que me proccupa, é bastante dizer a V. Exa. que – entre o assombro que lhe produzia a descaroável e monstruosa conducta que se annunciava contra todos os que não tinham opposto à invasão a resistência da fura, e a mágua que lhe calou fundo no coração sentindo ainda uma vez a sua virtude impotente para fazer emmudecer a perversidade, a inveja e a calumnia – meu marido cedeu a instancias da família reservando-se às violências que tinham já começado a ser praticadas contra a população, deve-se dizer, pois os quartéis, os theatros e até casas escolares desta capital regorgitavam de presos, em toda expansão da ferocidade republicana, semelhante aos instinctos daquelle deus cujas iras applacavam-se pela vingação e pelo sangue dos holocaustos. Dessa cautelosa reserva, no dia 10, meu marido sahiu, como sahira Jesus das Oliveiras – entregue por um amigo dos muitos em quem teve a infelicidade de crer.
Já estava em nossa casa muito tranquillo e confiante na misera justiça dos homens, e até sem reprimir palavras de elogios ao general Ewerton Quadros (que o havia apenas pro formula detido sob palavra) quando o coronel Pires Ferreira, acompanhado de outros militares, procura meu marido para uma conferencia, conferencia esta na véspera annunciada, com todas as seguranças de cordialidade e boa fé, por parte do commandante do districto. Como (talvez pressentindo que aquelles homens traziam para o meu lar a desgraça que aqui está bradando eternamente para o ceo) não quizesse eu acompanhar meu marido à sala, após uma prosa cordial e expansiva, tive de ver no recinto íntimo de minha família aquels frontes cuja impressão ainda hoje me tortura. E então meu esposo contou-me que o governador fazia uma carga immensa de responsabilidades contra elle e que por isso devia recolher-se ao quartel no dia seguinte. Sem conter o incommodo que todos deviam ter notado no meu semblante, perguntei logo si era com a prisão que se compensavam os serviços feitos por meu marido a Curitiba, ao que me respondeu o coronel Pires Ferreira: “Oh! Minha senhora, pois V. Exa. nos falla em prisão! V. Exa. esquece que sou o coronel Pires Ferreira, velho amigo do Conselheiro Correia e, portanto, amigo de seu esposo!... Sra. Baroneza, tranquillise-se: o Barão não é preso, o Barão é meu hóspede”.
No dia seguinte, meu marido recolheu-se a uma sala do quartel do corpo commandado pelo coronel Pires Ferreira. Alli deu-se a mais plena liberdade ao hospede, com quem o commandante conviveu na mais perfeita e apparentemente mais cordial intimidade durante seis dias. A sala em que meu marido foi aposentado tinha janella para a rua e a entrada era inteiramente franca para todos. À noite, o Barão, o coronel e outros oficiaes jogavam quase sempre o solo.
Mas, ouça V. Exa., ouça senhor, e diga que não crê para honra da piedade humana: vive ainda official do exercito que, compungido, disse uma vez à pessoa de minha família – que sentia horror ao ver aquelle homem, que tinha conhecimento de tudo que estava para passar-se, e alli a encarar o barão sem tremer e a tratal-o de amigo!
Talvez V. Exa. não comprehenda ou pelo menos não encontre explicação para as deferencias especiais que se tinha com meu marido. Pois bem: agora V. Exa. fica sabendo que o plano era este: instigar no hóspede o desejo de fugir para ser trucidado sem responsabilidade criminal!
Decorridos quatro ou cinco dias, achando-me de visita a meu marido, ouvi do coronel: “Já sabe, sra. Baroneza, que conversei hoje longamente com o Barão. Estou sciente de quanto houve por aqui. Deixe tudo por minha conta”. E passa um instante, acrescentou: “E não há de ver, sra. Baroneza, que o Barão é também religioso!”. Ironia pungente à fé puríssima e à conhecida religiosidade de meu esposo.
E quando confirmei os sentimentos que se extranhava naquelle dito, ouvi o coronel Pires Ferreira, ouvi sahir dos lábios meio cerrados daquelle homem sinistro e quase à meia voz– “Pois que se console... porque Christo também soffreu...”
Taes palavras (e no tom em que foram ditas) arripiaram-me; entretanto, sempre eu entendia que a resignação aconselhada era para aquelle soffrimento da prisão.
Nesse dia, e sem que a nada me magoasse mais do que era natural (pois o coronel soubera habilmente preparar o meu espírito para ella) tive sciencia de que o barão se passaria para o quartel do 17º, onde ficaria com outros presos. Effectivamente, no dia seguinte, meu marido ia, de carro e com todas as attenções, para a sua nova prisão.
Quando elle tomou o carro, o coronel da janella, correspondeu amavelmente ao seu ultimo acceno de mão, e logo que o vehiculo partiu – da alma do coronel Pires Ferreira sahiu esta phrase ouvida por alguns de seus officiaes: “Este será liquidado dentro de dous dias...”.
O prognostico realisou-se com a differença apenas de um dia.
O resto V. Exa. sabe e eu procuro desviar da minha imaginação aquelle trem-esquife que, às 10 horas da noute de 20 de maio de 1894, partiu de Curitiba conduzindo o Barão do Serro Azul e seus companheiros de sacrifício.
No momento em que o comboio-tumba partia da estação, o coronel Pires Ferreira achava-se em um dos clubes desta capital e, da sacada do prédio houve quem lhe surprehendesse esta phrase escapada daquella alma tremenda: “Oh! Que inconveniência! Deixarem apitar um trem destes!...”
V. Exa. decerto há de ter tido noticia do modo como se consumou aquella monstruosidade que maculou para sempre a civilisação deste paiz e que não encontra símile na história da humanidade. E não fora a minha fé, senhor, a minha fotaleza moral e a resignação que sinto lembrando-me de Jesus, como se comprehenderia que me ficasse ainda, depois de todas estas angustias, este resto de vida e de coragem para resistir à loucura no meio da minha desgraça!
Só alguns dias passados, o boato começou a correr pela cidade; e às esposas aflictas que procuravam o comandante militar para ouvir o desmentido da nova inverossímil, affirmava o general Ewerton Quadros, com sorriso nos lábios e com mostras de sinceridade atravez das quais era impossível perceber um resquício de remorso, affirmava sob sua palavra de honra que os presos haviam seguido para o Rio.
E quando a alma da população inteira foi-se enchendo de oppressão horrível ante as versões que corriam como um clamor de dies ire, deixando por sobre a capital do Paraná a a sombra pavorosa da agonia e do lucto – o general, cuja espada viera restaurar a lei, mandava que as bandas militares, com o som da música festiva, dispersassem os agoiros que suspendiam a vida de um povo, como quem a gritos estridentes espanta uma corvada que fareja matanças! Ao mesmo tempo, senhor, fazia-se declarar às famílias das victimas que não podiam cerrar as portas nem dar outras demonstrações de lucto... sim – visto como era falso o que se fallava...
O governador deste estado, naquelle tempo, V. EXa. sabe também, é hoje senador da Repúblilca, e com o coronel Pires Ferreira, ahi está clamando porque, antes de tudo, se approvem os actos do Marechal Floriano e necessariamente todas as monstruosidades comettidas em nome do Vice-Presidente da República . Até agora, portanto, os dous homens (homens, senhor!) que fizeram no Itararé o conhecido pacto negro, manteem-se fiéis ao seu juramento de covardia e de sangue: estão ambos no Senado da pátria, naturalmente bendizendo a mísera que, como Prometheu aos seus abutres, os alimenta de posição e talvez de fortuna, com o próprio sangue e com a desgraça de seus filhos.
É possível senhor que se quizesse contestar esta narração; e V. Exa. comprehende que almas assim avassaladas do crime e entregues às convulsões da sua fereza, devem ter ainda a serenidade da hyena para o desplante de limpar das fauces o sangue das victimas.
É verdade também que poderiam alludir à minha suspeição de mulher e de viúva obumbrada pela fatalidade que me feriu. Mas, senhor, o que ahi fica – peço a V. Exa. que não esqueça agora – nasce da alma de uma creatura que tem os olhos voltados para a misericórida de Deus e que não clama sinão pela Justiça, para que o martyrio das victimas não fique pesando sobre os destinos deste paiz, em que tenho de deixar os meus tristes filhos.
Com toda a consideração e respeito, subscrevo-me de V. Exa. criada, obrigadíssima. (a) Baroneza do Serro Azul. Curitiba, 8 de junho de 1895".

Publicações relacionadas:
Solar do Barão
A casa de Vicente Machado, aquele que fugiu


Referência:

O “ipva” do tempo das carroças

 O “ipva” do tempo das carroças

As carroças foram criadas há milênios para facilitar o transporte de cargas e pessoas, e sua história se mistura à da invenção da roda. Os primeiros registros de seu uso na Antiguidade foram encontrados em gravuras dos sumérios, na Mesopotâmia, feitas por volta de 3000 a.C.. Gregos e romanos promoviam até corridas de bigas (tipos de carroças com duas rodas). Na Idade Média surgiram as carruagens, tipos mais sofisticados de carroças, utilizadas para transportar a nobreza, algumas até forjadas com ouro. Nobres e pobres se utilizavam de veículos movidos a tração animal até a invenção dos primeiros veículos movidos a vapor, após a Revolução Industrial, já no século XIX.
No Brasil ainda na época colonial os portugueses introduziram os carros de boi para transporte nas lavouras de cana-de-açúcar, e no século XIX os imigrantes europeus trouxeram algumas novidades para a época como o arado e a carroça, ambos tracionados por força equina. Os “carroções” dos poloneses, como eram chamados, tinham até armação com toldos para proteger do sol e da chuva.
As carroças se tornaram tão abundantes que na primeira metade do século XX foram criadas leis que obrigavam o seu emplacamento e recolhimento de tributo. A Lei 1297/1956 de Curitiba dizia que “o imposto de licença sobre veículos (...) incide sobre todos os veículos de qualquer natureza e modalidade de tração, e será devido pelo respectivo proprietário (…) será feito na época própria de matrícula dos veículos, de uma só vez para o ano todo”. Esse texto foi alterado na Lei 1821/1959 que previa que o imposto “incide sobre todos os veículos de qualquer natureza e modalidade de tração, com exceção dos de tração humana (bicicletas) e tração animal”.
Em Araucária, a prefeitura municipal mantinha livros anuais para registro de veículos, incluindo as carroças. Nessa época as estradas rurais do município eram estreitas e precárias, cabendo aos próprios moradores cuidar de sua conservação a fim de deixá-las apropriadas para a passagem de carroças. A cada três dias trabalhados os colonos ganhavam um selo de bonificação que os isentava de taxa no emplacamento das suas carroças.
(Texto escrito por Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono - historiadoras)
(Legendas das fotografias:
1 - Livro de registro de veículos de Araucária, 1940
Acervo Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
2 - Carroças estacionadas na praça para a missa de domingo de ramos, na Igreja Nossa Senhora dos Remédios, 1936
Acervo Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.)

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Livro de registro de veículos de Araucária, 1940
Acervo Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres

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Carroças estacionadas na praça para a missa de domingo de ramos, na Igreja Nossa Senhora dos Remédios, 1936
Acervo Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres

No tempo das jardineiras Os primeiros registros sobre o serviço de transporte coletivo de Araucária remontam à década de 1930.

 No tempo das jardineiras
Os primeiros registros sobre o serviço de transporte coletivo de Araucária remontam à década de 1930.

No tempo das jardineiras
Os primeiros registros sobre o serviço de transporte coletivo de Araucária remontam à década de 1930. Constam no acervo do Arquivo Histórico algumas fotos que nos remetem ao tempo em que as jardineiras circularam pela cidade. Jardineira é um termo popularmente usado pelos brasileiros para se referir a veículos coletivos que antigamente transportavam passageiros. Uma das características marcantes deste tipo de veículo era o capô dianteiro similar a de um caminhão.
Um dos documentos do Arquivo Histórico que nos dá certa dimensão de como funcionava o transporte coletivo nos primeiros tempos, consta no "Livro de Registro de Contractos e Propostas da Prefeitura Municipal". Neste, além de propostas para fornecimento de tijolos, cal e mão de obra para construção do muro do Cemitério Municipal, encontramos a proposta para construção do Coreto na Praça Dr. Vicente Machado, bem como a proposta e o termo de contrato para a exploração do serviço de transporte coletivo entre a Estação de Araucária e a sede do município.
O ano é 1936. O prefeito é o Sr. Odorico Franco Ferreira. A única proposta enviada e aceita para o edital é feita pelo Sr. Angelo Rigolino, que apresenta-se como requerente, colocando à disposição para o serviço um carro jardineira, com capacidade para dez passageiros, montada em chassis Chevrolet. O preço da passagem seria de oitocentos réis a simples, sendo que a passagem de ida e volta, com transporte gratuito de até quinze quilos de bagagem, sairia por mil e quinhentos réis. Ficaria acordado que o ponto de estacionamento seria a Praça Dr. Vicente Machado, e que menores entre três e seis anos deveriam pagar meia passagem, sendo gratuita a passagem para menores de três anos. Funcionários municipais em serviço deveriam receber passagem gratuita. O presente contrato teria a duração de dois anos.
Por meio de fotos e relatos sabemos sobre outros pioneiros do transporte público no município, anteriores e posteriores ao citado no documento oficial acima.
Sobre o trabalho de seu avô Luiz Franceschi, em entrevista concedida à Rádio Iguaçu para o programa “Boca da Saudade”, realizada pelos entrevistadores Gláucio Karas e Luiz Panek, em 1997, Pedro Lilito Franceschi comenta:
"Meu avô fundou a empresa em 1936 ... 34, por aí, através de uma concorrência pública que ele ganhou [...] A empresa de Araucária foi nossa por muitos e muitos anos, até 1971, quando nós resolvemos vendê-la e fundar a Arautur Turismo Ltda."
Também o Sr. Roberto Trauczynski compartilha uma lembrança em que seu pai, Aleixo, teria sido "proprietário do primeiro ônibus (diligência) de transporte do trajeto Araucária à Estação." (TRAUCZYNSKI. Cezar. Personagens de Araucária em gente que fez, gente que faz. 2002.p.111)
Em tempo, ainda podemos citar os serviços do Sr. Oscar da Silva Lisbôa, mais conhecido como Oscarzinho, que segundo registros oficiais e relatos de antigos moradores, também tinha um veículo (diligência) que realizava serviço de transporte entre o bairro Estação e a "vila", (denominação usada para se referir ao centro da cidade antigamente).
(Texto escrito por Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono - historiadoras)
(Legendas das fotografias:
1 - Os primeiros coletivos de Araucária e Colombo, de propriedade de Luiz Franceschi,1938
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
2 - Jardineira de propriedade de Aleixo Trauczynski, década de 1930
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.)

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Os primeiros coletivos de Araucária e Colombo, de propriedade de Luiz Franceschi,1938
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

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Jardineira de propriedade de Aleixo Trauczynski, década de 1930
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Historiar sobre os primeiros tempos do transporte coletivo em Araucária se dá pelo acesso a memórias que emergem de um grupo, que do ir e vir de suas viagens, pode relatar sobre períodos de muitas dificuldades e transtornos.

 Historiar sobre os primeiros tempos do transporte coletivo em Araucária se dá pelo acesso a memórias que emergem de um grupo, que do ir e vir de suas viagens, pode relatar sobre períodos de muitas dificuldades e transtornos.

Nos percursos de uma lembrança
Historiar sobre os primeiros tempos do transporte coletivo em Araucária se dá pelo acesso a memórias que emergem de um grupo, que do ir e vir de suas viagens, pode relatar sobre períodos de muitas dificuldades e transtornos. Hoje em dia, certas narrativas podem até soar como pitorescas, porém, é fato que principalmente para os trabalhadores envolvidos nesta atividade, entre eles motoristas e cobradores, não foram períodos nada fáceis.
Dos meios de transporte público no Brasil nos dias atuais, o ônibus é o que mais se destaca. Ele “aposentou” os trens devido a opção do país em investir em rodovias, o que ocorreu aliado à crescente entrada de grandes fabricantes de automóveis a partir da década de 1950. Desde então, foi se construindo no imaginário popular a sensação de que a rodovia era um fator de modernidade, enquanto a “ferrovia virava símbolo do passado”.
Em nossas referências documentais para tratar deste tema a nível local, infelizmente ainda temos poucas entrevistas, sendo que nossa intenção é ampliar este acervo. Nosso principal material arquivado atualmente são fotos que caprichosamente foram tiradas para recordação de momentos, de situações e lugares especiais. Na maioria das fotos ganha destaque o ônibus como “símbolo de modernidade”, acompanhado por seu condutor, emoldurando uma lembrança de trabalho, tradicionalmente encontrada em acervos pessoais de quem exerceu ou ainda exerce a profissão de motorista de ônibus.
Sobre a Empresa Araucária, Antônio João Franceschi, fez um relato mencionando sobre seu pai Luiz Franceschi, fundador da empresa Araucária :
(…) “O pai trabalhou na empresa, como proprietário e motorista, por 15 anos, até 1949, quando vendeu aos filhos, Vitório, Pedro e José. A organização tinha o nome de Empresa Curitiba- Araucária.”(…)
(…) “Em nossa cidade fundou a linha Curitiba à Araucária, em 1934, contando com os horários de partida às 8:00 horas e retorno às 16:00 horas, sendo o pai o próprio motorista”.(…)
(...)“Quando a empresa ainda pertencia a meu pai, trabalhei primeiro como cobrador, depois fui mecânico em seguida passei a motorista.” (…)
(...)“Quando chovia as viagens eram difíceis. As estradas viravam puro barro e o trajeto relativamente pequeno (25 quilômetros) demorava de 5 a 8 horas”. “ (…) Era preciso usar correntes nos pneus e muitas vezes os passageiros tinham que descer para ajudar a desencalhar e empurrar o ônibus".(...)
(in : TRAUCZYNSKI, Cezar. Coluna Gente que fez, gente que faz. 2000)
(Texto escrito por Cristiane Perretto e Luciane Czelusniak Obrzut Ono - historiadoras)
(Legendas das fotografias:
1 - Ônibus da Empresa Araucária, fundada pela família Franceschi na década de 1930. A foto é de 1960
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
2 - Ônibus da Empresa Araucária. Na foto, Pedro Raphael Franceschi e crianças, 1941
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
3 - Ônibus encalhado na antiga estrada do Barigui, atual Rua Victório Sfendrych. Sem data
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.
4 - Na época da 2ª guerra Mundial, pela escassez de combustíveis, a Empresa Araucária também utilizou-se de ônibus a gasogênio. Para operá-lo, era necessário que o motorista se tornasse um misto de carvoeiro e mecânico; às voltas com sacos de carvão, grelhas, filtros, ventoinhas, tudo sob uma densa poeira negra. A foto é de 1940
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.)

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Ônibus da Empresa Araucária, fundada pela família Franceschi na década de 1930. A foto é de 1960
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

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Ônibus da Empresa Araucária. Na foto, Pedro Raphael Franceschi e crianças, 1941
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

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Ônibus encalhado na antiga estrada do Barigui, atual Rua Victório Sfendrych. Sem data
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

Nenhuma descrição de foto disponível.
Na época da 2ª guerra Mundial, pela escassez de combustíveis, a Empresa Araucária também utilizou-se de ônibus a gasogênio. Para operá-lo, era necessário que o motorista se tornasse um misto de carvoeiro e mecânico; às voltas com sacos de carvão, grelhas, filtros, ventoinhas, tudo sob uma densa poeira negra. A foto é de 1940
Acervo do Arquivo Histórico Archelau de Almeida Torres.

PÉROLA D'OESTE P.R.História

 PÉROLA D'OESTE P.R.História


Pode ser uma imagem de céu

O povoado quando nem distrito era, foi palco de lutas sangrentas pelas posses das terras, a partir de 1955, quando muitas famílias já estavam instaladas e trabalhando nestas terras. Em 1957 a luta dos colonos pelo que já era seu, de direito, culminou com a famosa “revoltas dos colonos”, onde muitos deles foram mortos pelos jagunços da companhia CITLA, que à força queria regularizar as terras, querendo vendê-las aos que nela já estavam trabalhando.
Como todos os municípios da região sudoeste, Pérola D’ Oeste recebeu grande aporte de colonizadores gaúchos e catarinense, que contribuíram, com seus esforços, para o progresso e o desenvolvimento do município. Historicamente ninguém poderá comprovar ao certo a origem de seu nome, mas os desbravadores contam a seguinte lenda: “há muito tempo, um missionário, ao parar no pequeno povoado, conhecedor da fertilidade do solo e da riqueza em madeira, considerando a sua localização entre colinas, em forma de concha, teria dito: “ isto é realmente uma pérola”. Desde aquela época passaria a se denominar Pérola D’ Oeste, por situar-se a oeste da região sul do país. Formação Administrativa
Distrito criado com a denominação de Pérola d’Oeste, pela Lei Eestadual n.º 2.511, de 30-12-1957, subordinado ao município de Capanema.
Em divisão territorial datada de 1-7-1960, o distrito de Pérola d’Oeste, figura no município de Capanema.
Elevado à categoria de município com a denominação de Pérola d’Oeste, pela Lei Estadual n.º 4.348, de 11-04-1961, desmembrado do município de Capanema. Sede no atual distrito de Pérola d’Oeste (ex-povoado). Constituído do distrito sede. Instalado em 27-11-1961.
Em divisão territorial datada de 31-12-1963, o município é constituído do distrito sede. Pela Lei Estadual n.º 4.901, de 11-08-1964, é criado o distrito de Bela Vista e anexado ao município de Pérola d’Oeste.
Pela Lei Estadual n.º 4.802, de 24-12-1964, é criado o distrito de Conciolândia e anexado ao município de Pérola d’Oeste.
Em divisão territorial datada de 31-12-1968, o município é constituído de 3 distritos: Pérola d’Oeste, Bela Vista e Conciolândia.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 1995.
Pela lei Estadual n.º 11254, de 21-12-1995, alterado pela Lei Estadual n.º 11.493, de 22-07-1996, desmembra do município de Pérola d’Oeste o distrito de Bela Vista. Elevado à categoria de município com a denominação de Bela Vista da Caroba.
Em divisão territorial datada de 1999, o município é constituído de 2 distritos Pérola d’Oeste e Conciolândia.
Assim permanecendo em divisão territorial datada de 2007.

PLANALTO P.R. HISTÓRIA

 

PLANALTO P.R. HISTÓRIA


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As origens históricas do município de Planalto estão ligadas ao extrativismo da ervamate e da madeira. Nos primeiros anos, os pioneiros enfrentaram muitas dificuldades, pois toda a região era um sertão que não parecia ter fim, habitada por grandes hordas indígenas e ligada a outros centros apenas através de picadas abertas em plena floresta. O nome da localidade é de origem geográfica, em referência à topografia onde está assentado a sede municipal, um planalto. ​Formação Administrativa
O povoado de Planalto foi elevado à categoria de Distrito Administrativo em 09 de abril de 1962, através da Lei n.º 04, com território jurisdicionado ao município de Capanema. Pela Lei Estadual n.º 4.731, de 10 de dezembro de 1963, sancionada pelo governador Ney Braga, foi criado o município de Planalto, com território desmembrado do município de Capanema. A instalação do município deu-se no dia 11 de novembro de 1964, ocasião em que tomou posse o sr. Rodolfo Ulrich, na condição de primeiro prefeito municipal.)

— O Curitibano curtia o Centro da Cidade como ponto de encontro, principalmente aos domingos, como nesta foto da esquina da Avenida Marechal Floriano com a Rua XV de Novembro em 1948| Foto: Acervo Cid Destefani.

  O Curitibano curtia o Centro da Cidade como ponto de encontro, principalmente aos domingos, como nesta foto da esquina da Avenida Marechal Floriano com a Rua XV de Novembro em 1948| Foto: Acervo Cid Destefani.


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