Avenida Brasil em Maringá Paraná no final dos anos 1940. A esquerda a primeira construção com mais de um pavimento em alvenaria de Maringá, o Edifício Langowski. Fonte: Maringá Histórica.
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fotos fatos e curiosidades antigamente O passado, o legado de um homem pode até ser momentaneamente esquecido, nunca apagado
Cão de guarda é coisa do passado, pelo menos em Curitiba.
Os donos dessa mansão não escolheram para tomar conta de sua
humilde casa um Dobermann, um Rottweiller e nem um Fila.Em 1986 não foi diferente, um Curitibano virou noticia nacional por criar Leões no quintal de casa
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“Terra mais bela que esta não há”, já diz o hino da Lapa. Conhecida nacionalmente pelo episódio do Cerco, berço de personalidades importantíssimas na cultura e política nacional, a Lapa é uma das cidades mais bonitas e que melhor representa o Paraná e o Brasil.
O município vivenciou o período do Brasil colônia, presenciou de perto os tempos de escravidão, teve participação ativa nos ciclos de riqueza do Paraná com a erva-mate e a madeira e viu a valorização da história do país ser contemplada por meio do tombamento de patrimônios.
Tudo isso teve início há muito tempo, mais tempo inclusive que os 248 anos que o município completa oficialmente em 2017.
Antes da chegada do homem branco nessa região, segundo o que a história indica, a Lapa era habitada por índios guaranis. Entre o legado desses índios está a descoberta da erva-mate. Os guaranis já a conheciam e utilizavam, e posteriormente ensinaram aos europeus sobre a planta que hoje é uma das mais fortes tradições culturais do sul do Brasil.
Mais tarde, já no século XVI, pouco depois da descoberta do Brasil pelos portugueses, há o primeiro registro de passagem de um homem branco na Lapa. “A primeira passagem aqui foi em 1541. Um espanhol, a serviço do Rei da Espanha, passou pela região em uma expedição de reconhecimento do território português. Entre outras coisas, descreveu o local dando destaque para as muitas pedras que encontrou aqui”, conta a doutora em História Marilia do Valle.
Mas, é somente no século XVIII, a partir dos anos de 1700 que essa região volta a ter visitantes e, mais tarde, moradores. O Brasil vivia o ciclo do ouro e a economia da então colônia girava em torno disso. Na época, as mulas eram utilizadas para carregar o ouro extraído da região de Minas Gerais. O comércio dessas mulas era algo bastante lucrativo, já que não existiam muitas mulas na região sudeste do Brasil. Então, os gaúchos saiam da cidade de Viamão com tropas de mulas e seguiam até Sorocaba, cidade paulista onde a venda desses animais era feita. Por conta das tropas conduzidas por esses homens eles receberam o apelido de tropeiros. “A viagem entre viamão e Sorocaba durava aproximadamente 13 meses, e a Lapa fica em ponto estratégico, mais ou menos na metade desse caminho. Então esses tropeiros costumavam ficar acampados aqui nessa região durante a viagem. Nesse tempo as mulas engordavam, porque aqui tinha muito pasto, e os homens descansavam para seguir viagem”, conta o lapeano Hildebrando Cesar.
A partir disso, surgiu também o primeiro comércio nessa região, atendendo a necessidade de vender produtos para esses homens que descansavam aqui durante a viagem. “Muitas famílias de Curitiba começaram a comprar fazendas aqui na região da Lapa quando perceberam que podia ser lucrativo o comércio com os tropeiros que passavam por aqui. Em 1750 havia cerca de seis fazendas. Depois, quando a Lapa foi fundada em 1769, o número de fazendas passou para 36”, conta Marilia do Valle.
A fundação oficial da Lapa acontece quando em 1768, moradores solicitaram uma sesmaria (concessão de terras no Brasil pelo governo português) para a construção de uma igreja na cidade. No dia 13 de junho de 1769, o Padre João da Silva Reis, recebeu essa autorização. A partir daí a Lapa passou a se chamar: Freguesia de Santo Antônio de Lisboa. A igreja que deu origem a cidade é a Matriz de Santo Antônio. Localizada no centro da Lapa, a sua construção foi finalizada no ano de 1784 e hoje é um dos patrimônios mais importantes do Paraná.
Depois da primeira denominação, a Lapa ainda teve outros dois nomes antes de chegar no atual. A cidade foi chamada, a partir de 1797, de Freguesia de Santo Antônio da Lapa, e a partir de 1806 de Vila Nova do Príncipe. Até que, no dia 7 de março de 1872, a Vila Nova do Príncipe teve seu território desmembrado de Curitiba e foi emancipada como município, passando a se chamar Lapa.
Na próxima edição vamos falar da Lapa a partir do século XIX. Período de imigração europeia no município, ciclo da erva-mate, personalidades importantes que nasceram aqui e muito mais…

Na publicação anterior desta série, abordamos a origem do município e a história dos primeiros anos da Lapa. Agora, trazemos algumas informações dos períodos pré e pós-cerco.
No século XIX, nos anos de 1800, já consolidada como uma cidade, a Lapa crescia economicamente. Com a maior parte da população morando no interior, a agricultura, como atualmente, já era a principal atividade econômica do município. Mas a área urbana da Lapa crescia de forma bastante acentuada e a cidade se destacava entre os municípios do Paraná.
É importante ressaltar a grande participação da população negra no município nessa época. Com a escravidão ainda em vigência no Brasil, a Lapa era uma região que tinha muitos escravos. O município contava, inclusive, com uma senzala no centro da cidade, coisa incomum, já que a maioria das senzalas nesse período ficava localizada dentro de engenhos ou fazendas. A senzala citada existe até hoje e encontra-se na Rua Duca Lacerda, próximo ao Panteon dos Heroes.
Ainda no século XIX a Lapa recebeu também outra contribuição valorosa para sua identidade: a vinda dos imigrantes europeus. Pessoas de países como Rússia, Alemanha, Itália e Polônia chegaram à cidade causando um grande choque cultural na época. Foram centenas de estrangeiros, que trouxeram costumes e uma linguagem totalmente diferente do que existia aqui. Esse “choque” ajudou sem dúvidas a enriquecer a história e a cultura da cidade. Os estrangeiros fixaram moradia na Lapa e seus descendentes, lapeanos de nascença, vivem até hoje nas colônias Mariental, Johannesdorf, São Carlos, entre outras.
Os avanços culturais, colocavam a Lapa em posição de destaque dentro do Estado. O município já contava com um dos maiores teatros do Paraná para a apresentação de peças e outras manifestações culturais: o Theatro São João. A Associação Literária da Lapa foi fundada no século XIX, e ao contrário de outras cidades, a Lapa já tinha clubes sociais e escolas naquele período.
Conta a história que tudo isso chegou a impressionar o Imperador do Brasil, Dom Pedro II, durante sua passagem pelo município em 1880.
Economicamente também não podemos deixar de destacar a importância da comercialização da erva-mate. A Lapa foi um dos maiores pólos de exploração e exportação desse produto, que foi essencial para o crescimento da cidade e para a emancipação e desenvolvimento do Paraná. Em 1891 foi inaugurada a estação ferroviária na Lapa, o que trouxe para o município uma grande sensação de avanço e modernidade para a época.
Mas, então chegamos ao ano de 1894, em que acontece o famoso Cerco da Lapa. A batalha de 26 dias marcou para sempre a Lapa na história, provocou muitas mortes e perdas que demoraram tempo para ser reparadas.
Depois do Cerco, a Lapa ficou devastada. Muitos moradores fugiram e foram embora da cidade durante a guerra. Economicamente o município perdeu muito e os investimentos se tornaram escassos. A guerra cobrou um preço alto da cidade.
>Porém, a Lapa se reergueu. No século XX a cidade viveu o auge da indústria da madeira, conheceu o potencial turístico e nunca deixou de lado a agricultura.
A cidade também foi terra natal para muitos filhos ilustres em diversas áreas. Como, por exemplo, o lapeano Victor Ferreira do Amaral, que no ano de 1912 foi um dos fundadores e o 1° Reitor da Universidade Federal do Paraná.
Na política destacaram-se, mais recentemente, Ney Braga e Luiz Carlos Borges da Silveira. O primeiro foi Governador do Estado por duas vezes e um dos mais importantes políticos do Paraná. Já Luiz Carlos Borges da Silveira foi ministro da Saúde no Governo de José Sarney em 1987 e entre outras campanhas criou o famoso Zé Gotinha, sucesso nacional entre as crianças até hoje.
No esporte mais popular do Brasil a Lapa também fez história. O lapeano Barcímio Sicupira Junior, jogador de futebol das décadas de 1960 e 1970 é o maior artilheiro da história do Clube Atlético Paranaense. São apenas alguns exemplos, entre outros tantos lapeanos de sucesso que a cidade viu se destacar.
Atualmente, como um dos maiores municípios do Estado em extensão territorial, a Lapa tem muito mais a crescer e a história da cidade continua sendo escrita a cada dia.
Imagem: Foto antiga – autoria desconhecida. Foto atual – Raphael Sampaio
Gemin, Caus, Favaro, Tom, Cavallin, Baggio, Ricetto, Delponte, Ferrari, Sera, Piovezan, Scandelari, Pierin e Fantin. Sabe o que esses sobrenomes tão presentes na Lapa têm em comum? Todos são de famílias que saíram do norte da Itália no século XIX e chegaram à Lapa em 1889. Hoje, 128 anos depois, muitos dos descendentes dessas famílias nunca mais saíram daqui, continuam no município e viraram lapeanos de verdade. “Na década de 1880 essas famílias, que moravam em cidades pequenas do interior da Itália passavam por muitas dificuldades. O país vivia um momento de revolução industrial e a imigração para outros países foi muito grande. Então eles partiram rumo ao Brasil em busca de oportunidades”, conta a professora aposentada e descendente de italianos, Nídia Gemin.
A viagem que saiu de Gênova, e teve uma parada na França, durou cerca de três meses até chegar ao seu destino final, o porto de Santos no Brasil. Em janeiro de 1889 essas famílias chegam à Lapa e são encaminhadas e instaladas na Colônia Wirmond, mais tarde denominada de Colônia São Carlos. Os italianos trouxeram da Europa apenas a vontade de trabalhar e a religiosidade, tanto que a primeira construção de alvenaria na Colônia São Carlos foi uma igreja.

Interior da Igreja de São Carlos
Mas, as dificuldades no começo foram imensas. Ao contrário do que os imigrantes imaginavam, eles receberam terras improdutivas. A região da Colônia São Carlos, dominada por pedras, não ajudava em nada o trabalho agrícola realizado pelos italianos, e a colônia inicialmente não prosperou como todos esperavam. Com as dificuldades muitos se mudaram, deixaram a colônia e passaram a morar na Lapa ou em Curitiba, mas outros continuaram no local e existem famílias que conservam até hoje aquelas propriedades de terras.
Os italianos foram muito importantes para a economia da Lapa naquela época. “Muitas daquelas famílias tinham pouco estudo, mas era um estudo de qualidade, diferente do Brasil. Então quando eles viram que a agricultura na colônia não seria um negócio rentável, eles acharam outras alternativas, abriram armazéns na cidade, moinhos e outras empresas”, conta Nídia.
Um exemplo disso é a Refratário Scandelari, fundada em 1932 por um imigrante italiano. Hoje, com 85 anos de existência a empresa é a mais antiga em funcionamento na Lapa.
Atualmente na Colônia São Carlos existe um memorial italiano que guarda recordações dos imigrantes que povoaram a região e anualmente existem comemorações que visam preservar memória italiana na Lapa. A próxima será no dia 10 de setembro.

Uma das áreas do Memorial Italiano da Lapa – situado na Colônia São Carlos

Documentos e objetos relacionados à história dos fundadores da colônia vêm sendo reunidos
Gemellaggio
Em 1989 comemorou-se na Lapa o centenário da imigração italiana na cidade. Aconteceram várias festividades pela data. Na época também surgiu a vontade de resgatar ainda mais a história daqueles imigrantes que atravessaram o oceano para chegar até a terra da coxinha de farofa. Uma das pessoas que tomou frente a isso foi Nídia Gemin. Buscando saber mais sobre a origem de sua família ela entrou em contato com jornalistas italianos, trocou correspondência com moradores do país europeu e descobriu que muitas das famílias que chegaram à Lapa haviam saído de Ospedaletto, uma espécie de comunidade rural de uma cidade italiana chamada Istrana. A partir daí o laço com os moradores dessa cidade ficou mais próximo, muitos vieram à Lapa conhecer a Colônia São Carlos. Lapeanos como Nídia visitaram a Itália em busca de mais informações sobre a família. E dessa maneira, em 2002, a Lapa e a cidade de Istrana firmaram um acordo de Gemellaggio, que em português significa gêmeo, indicando que as duas cidades se tornaram irmãs.
Hoje em Istrana existe uma rua chamada Lapa, e na Lapa existe uma via com o nome de Istrana. Anualmente moradores das duas cidades trocam visitas e homenagens, e o contato entre algumas famílias de origem italiana nos dois países é constante.


Na Av. Anita Garibaldi, 4596, Barreirinha, Curitiba, o prato finalista do Anita foi o Escondidinho Descoberto, feito com a tradicional Posta recheada ao molho da casa, servida com purê de batata salsa e requeijão cremoso. Acompanha farofa de abóbora com carne seca e torresmo, azeitonas recheadas, ovo de codorna e mini torta escocesa.

Pra quem está pelos lados do Boqueirão, a dica é ir ao Armazém do Alemão e pedir o sugestivo "Camarão que dorme a onda leva". No prato, camarões sem casca grelhados, servido na cumbuca com molho caseiro de tomate, cebola, pimentões vermelhos e amarelos, queijo muçarela ralada e fatias de pão italiano. Rua Maestro Carlos Frank, 1634 | Boqueirão
Um veterano com título de melhor "Comida di Buteco 2020", o prato "De comer rezando" já diz tudo: espetinho xixo (carne, cebola, pimentão, bacon) regado ao molho madeira. Acompanha purê de mandioca. O Armazém do Espetinho está no Xaxim, Rua Barão de Santo Ângelo, 1507. Além dos mais diversos espetinhos, o bar tem um repertório criativo de caipirinhas e drinks. |@armazemdoespetinho


Quem disse que não tem boteco raiz nas Arábias? Pra não ir tão longe, a boa notícia é que o melhor deles está no centro de Curitiba, ao lado do Teatro Guíra. Uma tímida entrada surpreendente na Rua Amintas de Barros, 45, ao lado do Teatro Guaíra. O Baba Salim Culinária Libanesa foi para as cabeças do Comida di Buteco com o Xixo das Arábias, um espetinho de kafta e frango acompanhado de batatas “harra” fritas. | @babasalimcwb


Um dos bares mais antigos do Bacacheri, próximo à Base Aérea, o Bar do Edmundo guarda as delícias da família desde 1965, quando o Bar se resumia a uma porta onde as pessoas se amontavam para saborear o camarão no palito ou bucho. O prato da casa em 2022 é o Torpedo de Camarão: camarões envolvidos com massa cozida do molho bechamel.
Avenida Prefeito Erasto Gaertner, 1764 | @bar.edmundo

No coração da Vila Izabel está o Bar do Tatu e nele, um prato que tem a cara de comida de vó, cheio de sabor, tempero e carinho. É Rolê do Tatu:
bifes à rolê com legumes na manteiga. O endereço é Rua Parintins, 601 e telefone (41) 3319-6271

As quengas estão bem representadas no Cristo Rei graças ao Caldo de Quenga do Bar do Giraldi, um caldo que consiste em mandioca com frango desfiado, linguiça calabresa, bacon e milho, acompanhados de cheiro verde e ovo de codorna. | Rua Schiller, 200 |@bargiraldi

Na Rua Holanda, 1059, o Bar Quintal Maria Flor oferece uma opção para gulosos e indecisos que não sabem o que pedir, o Quarteto Fantástico:
Bolinho de feijoada, coxinha de frango com catupiry, bolinha de carne seca, bolinho de carne Maria Flor com molho especial da casa. Acompanha vinagrete de couve. | (41) 99695-2568

Gostas de cupim? Agora imagine o característico sabor desta peça de carne, empanada na cerveja? É o campeão do Barnella, boteco que existe desde 1994 na Rua Macapá, 430, Casa 01. | @barnellaoficial

Dos mais conhecidos endereços da cidade, é quase impossível alguém não ter entrado sequer uma vez na vida no Bek's, localizado na Rua Brasílio Itiberê, 3645. Lá, nada mais raiz do que esse pedido: Tulipa de Poeta: tulipa à dorê com lascas de alho. Acompanham molhos de pimenta forte e suave.| @beksbarcwb
