Histórias de Curitiba - Antes tarde do que...
Antes tarde do que...
Joseph Galiano
Como corretor de imóveis, profissão que exerço desde 1969, já intermediei centenas de transações imobiliárias e muitas vezes presenciei ou participei de fatos pitorescos e até inusitados, como o que vou narrar a seguir.
A história é absolutamente verdadeira, mas não poderei citar os nomes dos personagens, preservando assim um sigilo de muitos anos. E uma razão que os leitores facilmente entenderão.
Em 1972 intermediei a venda de um imóvel de nosso litoral.
Acertados todos os detalhes, o comprador entregou-me um cheque com cerca de 30% do valor da transação, o qual passei ao vendedor e providenciei os papéis para a escritura em um Tabelião de Curitiba.
Na data aprazada para ser firmada, ficou combinado que o casal vendedor assinaria às 14 horas e o comprador, com minha assistência, assinaria no fim da tarde.
Quando chegamos no Tabelião, este pesaroso, nos informou que tal escritura não poderia ser firmada pelo casal vendedor, pelo fato de que não eram casados oficialmente . Eu e o comprador sentimos arrepios.
Indagamos ao Tabelião qual seria a solução.
Ele nos informou que havia necessidade do vendedor requerer em juizo a retificação da escritura anterior, onde constava como "casado". Demora de cerca de 3 meses.
Nossa preocupação aumentou. O comprador então perguntou: E se eles casarem? Tudo resolvido, foi a resposta do Tabelião.
Lá fomos nós, o comprador e eu, para a residência do vendedor. O casal nos recebeu visivelmente constrangido.
Ele pediu desculpas e prontificou-se a devolver o cheque.
Ficamos mais tranqüilos.
Contou que vivia com a mulher há 22 anos e que ninguém, nem mesmo seus filhos já adultos, sabiam que não eram casados. O casal estava muito preocupado e até angustiado.
Então soltamos nossa sugestão:
- Por que voces não se casam?
A mulher abriu um largo sorriso, pois casar era tudo que almejara na vida. O homem, meio sem jeito, concordou, mas achava que era complicado.
Explicamos que poderia ser feito o casamento num cartório, muito discretamente.
Ele acabou concordando. A mulher transbordou de alegria.
Indicamos o Cartório do Cajurú. Quando nos retiramos, ainda no corredor aguardando o elevador, a senhora nos alcançou e em plena euforia disse:
- Estou tão feliz! Foi Deus Quem Mandou Os Senhores Aqui!!!
Alguns dias depois fomos convidados para testemunhas do enlace, que ocorreu no Cartório do Cajurú. Na despedida, após o ato, a mulher nos disse discretamente:
- Falta agora o casamento na Igreja.
O comprador lhe disse que o presente que estava nas mãos de seu marido, poderia auxiliar. A escritura foi lavrada.
Alguns meses depois, soubemos que eles haviam se casado em uma Igreja no interior.
Um final feliz.
Uma "Bíblia Sagrada" foi o presente do comprador, no casamento civil.
Joseph Galiano é corretor de imóveis.
Joseph Galiano
Como corretor de imóveis, profissão que exerço desde 1969, já intermediei centenas de transações imobiliárias e muitas vezes presenciei ou participei de fatos pitorescos e até inusitados, como o que vou narrar a seguir.
A história é absolutamente verdadeira, mas não poderei citar os nomes dos personagens, preservando assim um sigilo de muitos anos. E uma razão que os leitores facilmente entenderão.
Em 1972 intermediei a venda de um imóvel de nosso litoral.
Acertados todos os detalhes, o comprador entregou-me um cheque com cerca de 30% do valor da transação, o qual passei ao vendedor e providenciei os papéis para a escritura em um Tabelião de Curitiba.
Na data aprazada para ser firmada, ficou combinado que o casal vendedor assinaria às 14 horas e o comprador, com minha assistência, assinaria no fim da tarde.
Quando chegamos no Tabelião, este pesaroso, nos informou que tal escritura não poderia ser firmada pelo casal vendedor, pelo fato de que não eram casados oficialmente . Eu e o comprador sentimos arrepios.
Indagamos ao Tabelião qual seria a solução.
Ele nos informou que havia necessidade do vendedor requerer em juizo a retificação da escritura anterior, onde constava como "casado". Demora de cerca de 3 meses.
Nossa preocupação aumentou. O comprador então perguntou: E se eles casarem? Tudo resolvido, foi a resposta do Tabelião.
Lá fomos nós, o comprador e eu, para a residência do vendedor. O casal nos recebeu visivelmente constrangido.
Ele pediu desculpas e prontificou-se a devolver o cheque.
Ficamos mais tranqüilos.
Contou que vivia com a mulher há 22 anos e que ninguém, nem mesmo seus filhos já adultos, sabiam que não eram casados. O casal estava muito preocupado e até angustiado.
Então soltamos nossa sugestão:
- Por que voces não se casam?
A mulher abriu um largo sorriso, pois casar era tudo que almejara na vida. O homem, meio sem jeito, concordou, mas achava que era complicado.
Explicamos que poderia ser feito o casamento num cartório, muito discretamente.
Ele acabou concordando. A mulher transbordou de alegria.
Indicamos o Cartório do Cajurú. Quando nos retiramos, ainda no corredor aguardando o elevador, a senhora nos alcançou e em plena euforia disse:
- Estou tão feliz! Foi Deus Quem Mandou Os Senhores Aqui!!!
Alguns dias depois fomos convidados para testemunhas do enlace, que ocorreu no Cartório do Cajurú. Na despedida, após o ato, a mulher nos disse discretamente:
- Falta agora o casamento na Igreja.
O comprador lhe disse que o presente que estava nas mãos de seu marido, poderia auxiliar. A escritura foi lavrada.
Alguns meses depois, soubemos que eles haviam se casado em uma Igreja no interior.
Um final feliz.
Uma "Bíblia Sagrada" foi o presente do comprador, no casamento civil.
Joseph Galiano é corretor de imóveis.
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